O Exemplo é o Melhor Ensinamento para a Educação das Crianças

A Criança (Chico Xavier)

Se nos propomos a edificar o futuro com o Cristo de Deus é necessário auxiliar a criança.
Se desejamos solucionar os problemas do mundo, de maneira definitiva, é indispensável ajudar a criança.
Se buscamos sustentar a dignidade humana, abolindo a perturbação e imunizando o povo contra as calamidades da delinquência, é preciso proteger a criança.
Se anelamos a construção da Era Nova, na qual as criaturas entrelacem as mãos na verdadeira fraternidade, em bases de serviço e sublimação espiritual, é imprescindível socorrer a criança.
Entretanto, convenhamos que os grandes malfeitores da Terra, os fazedores de guerras e os verdugos das nações, via-de-regra foram crianças primorosamente resguardadas contra quaisquer provações na infância.
E ainda hoje os jovens transviados habitualmente procedem de climas domésticos em que a abastança material não lhes proporcionou ensejo a qualquer disciplina pelo conforto excessivo.
Urge, pois, não amparar a criança, mas educar a criança e induzi-la ao esforço de construção do Mundo Melhor.

Batuíra
por Francisco Cândido Xavier
da obra Despertador – Junho/Julho de 1976.

O exemplo é o melhor ensinamento

Educando nossas Crianças

Uma criança não tem os ossos e os músculos consolidados como um adulto, podendo, assim, submeter o corpo a posições incomuns. Se o corpo da criança é flexível, seu espírito nesse estágio também o é. Sua personalidade pode ser moldada com maior facilidade.
Acerta-se a posição errada de uma planta quando ela é pequena, recém-brotada. A pequena criatura é como argila nas mãos de quem a educa. Os germes de qualidades boas ou más, provindos das encarnações anteriores, estão despertando para as atividades.
É nosso dever despertar o germe do bem e contrapô-lo ao mal.
Pode-se até conseguir dos pequenos obediência, inspirando-lhes o medo. Entretanto, vão obedecer por serem obrigados a isso. Assim, de maneira inversa, devemos respeitar a criança e levá-la a compreender o que é melhor para seu próprio bem. O exemplo é o melhor ensinamento.
É de muita importância a afeição sincera do educador para com o educando. A criança deverá saber que desobedecendo ela fará sofrer a quem a estima.
Devemos educar nossas crianças no bem e na moral cristã, principalmente as que estão sob nossa responsabilidade. O conhecimento do Evangelho é de muita importância nessa educação.
Os ensinamentos espíritas são absorvidos com facilidade pelos pequeninos, porque a Doutrina Espírita amplia sua compreensão e os leva ao entendimento natural.
A criança que tem uma mudança de vida para melhor por meio da religião tem sua educação facilitada. Com o conhecimento moral, ela por si mesma evita o mal, buscando o bem.
Eduquemos nossas crianças!
Antônio Carlos
Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho

Essas Outras Crianças

Quando abraças seu filho, no conforto doméstico, fita essas outras crianças que jornadeiam sem lar.
Dispões de alimento abundantes para que teu filho se mantenha em linha de robustez.
Essas outras crianças, porém caminham desnorteadas, aguardando os restos da mesa que lhes atira, com displicência, findo o repasto.
Escolhes a roupa nobre e limpa de que teu filho se vestirá, conforme a estação.
Todavia, essas outras crianças tremem de frio, recobertas de andrajos.
Defendes teu filho contra a intempérie, sob o teto acolhedor, sustentando-o à feição de Jóia no escrínio.
Contudo, essas outras crianças cochilam estremunhadas na via pública quando não se distendem no espaço asfixiante do esgoto.
Abres ao olhar deslumbrado de teu filho, os tesouros da escola.
E essa outras crianças suspiram debalde pela luz do alfabeto, acabando, muita vez, encerradas no cubículo das prisões, à face da ignorância que lhes cega a existência.
Conduzes teu filho a exame de pediatras distintos sempre que entremostre leve dor de cabeça.
Entretanto, essas outras crianças minadas por moléstias atrozes, agonizam em leitos de pedra, sem que mão amiga as socorra.
Ofereces aos sentidos de teu filho a festa permanente das sugestões felizes, através da educação incessante.
No entanto, essas outras crianças guardam olhos e ouvidos quase sintonizados no lodo abismal das trevas
Afagas assim, teu filho no trono familiar, mas desce ao pátio da provação onde essas outras crianças se agitam em sombra ou desespero e ajuda-as quanto possa!
Quem serve o amor de Cristo sabe que a boa palavra e o gesto de carinho, o pedaço de pão e a peça de vestuário, o frasco de remédio e a xícara de leite operam maravilhas.
Proclamas a cada passo que esperas confiante o esplendor do futuro mas, essas outras crianças chorarem desamparadas, clamaremos em vão pelo mundo melhor
Xavier, Francisco Cândido. Pelo Espírito Emmanuel.

Súplica do Órfão

Mãezinha, sinto hoje imensa saudade de você!
O dia se doura e as flores arrebentam em perfume, cantando um sinfonia de cores e de música, que me embala o próprio coração.
Mas não a encontro, mãezinha!
A casa da minha alma se cobre de tristeza, porque sua voz não mais canta, melodiosa, aos meus ouvidos…
Disseram-me que você partiu, deixando-me tão pequeno e só!
Por que você se foi, mamãezinha?
Informaram-me que Nosso Senhor recolhe as mãezinhas na Terra, para convertê-las em estrelas nos céus. Não acreditei!
Todavia, quando a noite da soledade me envolveu na escuridão, vi duas estrelas brilhando junto de mim…
Seriam seus olhos fulgurantes, clareando meus passos trôpegos?
Oh! Mamãezinha, ouço em derredor outras crianças que gritam e abraçam em transportes de júbilo o abençoado coração maternal! Somente eu não tenho mais você!…
Sou débil plantinha que não encontra alfombra para agasalhar-se, nem mesmo tronco robusto para se apoiar…
Todavia, eu sei que você partiu, embora eu a sinta comigo, pois que, freqüentemente, me parece ouvir a sua voz, cantando baixinho aos ouvidos do meu coração, uma doce canção de ninar, quando eu não consigo dormir…
Enquanto as casas se iluminam e a Terra inteira se veste de alegria para homenagear as mães, deixe-me dizer também com as outras criancinhas: Deus a abençoe, mamãe!…
E, se lhe for permitido, somente hoje, quando eu me for deitar, volte outra vez ao meu berço pequenino, e repita bem suavemente, para que somente eu possa ouvir: Durma, durma, meu filinho, para que os anjos dos céus venham buscá-lo…
Pelo Espírito Anália Franco.
mundo de regeneração
“Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles”. Jesus (Mateus, 18:20)

Crianças

“Vede, não desprezeis alguns destes pequeninos…” Jesus (Mateus, 18:10)
Quando Jesus nos recomendou não desprezar os pequeninos, esperava de nós não somente medidas providenciais alusivas ao pão e à vestimenta.
Não basta alimentar minúsculas bocas famintas ou agasalhar corpinhos enregelados. É imprescindível o abrigo moral que assegure ao espírito renascente o clima de trabalho necessário à sua sublimação.
Muitos pais garantem o conforto material dos filhinhos, mas lhes relegam a alma a lamentável abandono.
A .vadiagem na rua fabrica delinquentes que acabam situados no cárcere ou no hospício, mas o relaxamento espiritual no reduto doméstico gera demônios sociais de perversidade e loucura que em muitas ocasiões, amparados pelo dinheiro ou pelos postos de evidência, atravessam largas faixas do século, espalhando miséria e sofrimento, sombra e ruína, com deplorável impunidade à frente da justiça terrestre.
Não desprezes, pois, a criança, entregando-a aos impulsos da natureza animalizada.
Recorda que todos nos achamos em processo de educação e reeducação, diante do Divino Mestre.
O prato de refeição é importante no desenvolvimento da criatura, todavia, não podemos esquecer “que nem só de pão vive o homem”.
Lembremo-nos da nutrição espiritual dos meninos, através de nossas atitudes e exemplos, avisos e correções, em tempo oportuno, de vez que desamparar moralmente a criança, nas tarefas de hoje, será condená-la ao menosprezo de si mesma, nos serviços de que se responsabilizará amanhã.
XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. FEB. Capítulo 157.

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