O NOSSO POTENCIAL

ACONTECIMENTOS MAIS SIMPLES

Os nossos acontecimentos mais simples da nossa vida são os mais belos.
Vera Jacubowski

violão

 

Reclamação!

Meus amigos, quem já não se sentiu em posição de efetuar alguma reclamação sobre um negócio que não atendeu as expectativas, um relacionamento que trouxe decepções, escolhas e resultados inadequados que se apresentaram em algum momento de nossa caminhada?
O que mais ouvimos nos dias atuais são reclamações!
Infelizmente não ouvimos propostas e soluções para os problemas que geraram as reclamações.
Gostaríamos de hoje refletir um pouco sobre a energia e os
sentimentos que envolvem o ato de reclamar.
A reclamação parte de um estado de espírito de indignação, revolta, por algo que julgamos não estar correto, ou que não mereçamos. Ela vem nos lembrar de que temos direitos e deveres. Reclamar, portanto, pode ser algo justo, desde que não se torne um vício. A reclamação deveria ser a nossa opinião, sem procurar culpados, mas sim uma solução para o problema.
Reclamação sem propostas factíveis de solução é o mesmo que fazer fofoca. Só traz desconforto e não nos conduz a caminho algum.
A reclamação traz consigo uma energia negativa, que se acumulada ao longo de dias vai ficando mais e mais espessa e contagiando todo o ambiente em que nos encontramos, infestando a psicosfera.
Imaginem milhões de pessoas reclamando sem buscar alternativas ou soluções para os problemas, como será que fica a psicosfera do orbe? Não é preciso muito esforço para entender essa negatividade que está no ar e nos oprime cada vez mais.
Reparem que me inclui mesmo enquanto desencarnado dessa opressão,
pois essa psicosfera negativa chega até nós. É preciso muito esforço para amenizar seus efeitos.
De nossa parte, fazemos todo o possível para limpar essa psicosfera e os auxiliá-los no que podemos. Mas não podemos fazer tudo. Respeitamos o livre arbítrio de cada um. Cada criatura tem uma missão a ser desempenhada e precisa se esforçar para cumpri-la.
Já entendemos que tudo tem um lado positivo e um negativo e que dependendo da forma que agimos vamos ver com mais facilidade um lado em detrimento do outro. O exemplo do copo quase cheio ou quase vazio nos confirma esse posicionamento.
Façamos meus amigos das reclamações um momento de união, de esforço mútuo para mudar o que julgamos incorreto, criando condições de mudar o que nos é inapropriado.
Sem essa união, fica difícil perceber as oportunidades e as energias salutares de esperança e fé que nos rodeiam.
Vamos nos vigiar para reclamar menos e agir em prol das mudanças de forma mais concreta, mais salutar. Vamos focar nas alternativas e não somente ficar mencionando o problema, reclamando.
Reforçamos o convite para estarem conosco as 18;00 horas em prece, pedindo pela paz e serenidade de todo o orbe.
Construindo emanações e energia de amor, carinho e paz para que as energias negativas das reclamações sejam dissolvidas e as oportunidades se apresentem de forma mais nítida.
Lembremo-nos de que somos todos co-criadores com o Pai e a
responsabilidade de cuidar de nossos pensamentos e atitudes a fim de que a psicosfera seja mais leve depende de todos nós.
Contamos com a união e colaboração de todos nessa jornada de paz.
Com muito carinho,
EM: 01-10-15 Médium: Lúcia (Grupo Mediúnico Maria de Nazaré – CAVILE)
Espírito: Irmão Matheus (Colônia Espiritual Maria de Nazaré)

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JOANNA DE ÂNGELIS

História narrada por Divaldo Franco

(Interessante episódio vivenciado e narrado pelo próprio médium Divaldo Pereira Franco, transcrito do livro “O Semeador de Estrelas”, de Suely Caldas Schubert).
Em 1985 fui à Guatemala, e após fazer a conferência em Guatemala (DF), os confrades me disseram que a palestra do dia seguinte seria em Coatepec e que haviam feito uma larga propaganda para atrair umas seis mil pessoas.
– Mas, em Coatepec, seis mil pessoas? – indaguei.
– Sim, irmão Divaldo, há um mês estamos viajando pelos vales, pelas montanhas e o irmão vai falar ali no Palácio de Metal.
Eu comecei a imaginar a beleza do Palácio de Metal. Tenho a mente muito entusiasta e logo imaginei alguma coisa de belo como os palácios da Índia.
Quando chegou o dia, os confrades estavam entusiasmadíssimos com a minha palestra no Palácio de Metal.
– Irmão – disse-me um deles -, toda a província de Coatepec virá para assisti-lo.
Viajamos trezentos e vinte quilômetros e quando chegamos perto, disseram-me:
– Vamos esperar a comissão de recepção.
Veio a comissão e entramos, na cidade, em caravana. Eu imaginava a cidade de Coatepec, com o seu Palácio de Metal, imponente e grandioso.
Quando entramos, porém, constatei que era um lugar mais simples e menor do que eu esperava.
O hotel, onde me hospedei, era quase todo de tábuas, ainda em construção.
Às quinze horas começou a chover, a relampejar, a trovejar. O presidente amigo me disse:
– Aqui chove muito; é chuva tropical, dá aquela pancada e logo passa. Às dezessete horas a chuva prosseguia. Ele voltou a afirmar-me:
– Passará já.
Às dezoito e trinta a cena se repetiu e ele garantiu-me que a chuva logo passaria. Eu me aprontei, e, às dezenove horas, disse-lhe que já podíamos ir.
– Ainda não. Só iremos quando faltarem quinze minutos, pois preparamos uma entrada triunfal. O irmão já imaginou quase sete mil pessoas aplaudindo a sua entrada?
Tentei demovê-lo desse propósito, dizendo que preferia entrar por alguma porta lateral, pois fico constrangido, quando tenho que passar pelo meio do povo a me aplaudir.
– Não – respondeu-me. – Tudo está preparado; tem mestre-de-cerimônias, o salão mede setenta metros por dez.
Fiquei a imaginar um salão assim, devia ser quase uma quadra. Mas a chuva prosseguia, torrencialmente.
Às dezenove e quarenta, saímos de carro. Quando chegamos a uma certa distância, tudo estava interrompido. As enxurradas eram como rios. Carroças, carros, ônibus, caminhões, tudo interditado, O meu anfitrião olhou para mim e falou:
– O irmão trouxe guarda-chuva?
– Não, eu não sabia que ia chover.
– E se importa de se molhar? Porque não vamos conseguir ir até lá de carro.
– Não havendo outra alternativa…
– Então vamos correr.
Quando desci do carro a água me veio quase aos joelhos. Fomos andando pela rua, bem devagar, cercados d’água com chuva caindo sobre nós.
Então, chegamos ao local. Quando eu parei para olhar o Palácio de Metal…
Era enorme e estava superlotado. Era, porém, um barracão de meia parede e a chuva entrava por um lado quase saindo pelo outro. Em cima era de zinco, daí a razão do nome – Palácio de Metal. A chuva caindo sobre o zinco fazia um barulho de estremecer. O mestre-de-cerimônias falava ao microfone e o povo permanecia firme.
– É o irmão Divaldo! Anunciou.

Entrei e foram muitas as palmas. Fui sendo levado até o meu lugar. Sentei-me e olhei o público. E o que vi, me comoveu. Foi um dos dias mais belos da minha vida.
Ali estavam índios e mestiços guatemaltecos. Alguns haviam vindo desde mais de cem quilômetros de distância: a cavalo, de caminhão, de carruagem, de carroça, de ônibus para ouvir a mensagem. Mães com filhinhos às costas e um xale, como é comum na região, ali estavam, de pé. Não tinha um assento, todos paradinhos…

Cheguei ao palco e exclamei intimamente: – Meu Deus! – Comovi-me, e fiquei envergonhado de mim próprio.
– O que vou dizer a eles, se não tenho o que dar. Se Jesus não vier, o que será de mim? – conjeturei.
Havia, na cidade, um problema, porque o senhor bispo, a véspera, atacara duramente o Espiritismo e ameaçou de excomunhão a quem fosse assistir a palestra espírita. Esta seria irradiada, Os intelectuais, o bispo e as autoridades iriam ouvi-la em casa, certamente, mas aquele povo ali era modesto, semi-alfabetizado, simples de discernimento. Eu teria que falar para os críticos que ficaram em casa, sem esquecer-me dos necessitados ali presentes.
Supliquei intimamente: – Meu Deus, tenha misericórdia de nós! Se eu jamais fui inspirado, meu Jesus, hoje, por caridade para com eles, inspire-me. Eu afirmo que, a partir de hoje, irei mudar para melhor, procederei bem, para o Senhor me inspirar sempre, sem eu o pedir. – Comecei a orar. As lágrimas me corriam pela face. Olhei o público novamente. Havia próximo uma indiazinha, com imensa pureza me olhando como se eu fosse um tóten. Deram-me a palavra. Levantei-me, o microfone com defeito de transmissão, um som descontrolado.
Fechei os olhos, para me concentrar, porque a zoada externa era terrível. Comecei a falar, a falar e a pedir intimamente: – Meus Deus, pare a chuva!
Falei sobre a imortalidade da alma, que é um tema universal.
De repente, ouviu-se um estrondo. Caiu um raio em algum lugar;
faltou luz; pararam os sons e eu me sentei; não podia continuar, porque a sala era muito comprida, embora eu tenha a voz muito forte, não conseguiria fazer-me ouvir.
Eu fiquei sentado, mas ninguém saiu do recinto, nem mesmo a chuva. O silêncio era sepulcral. Vinte minutos depois voltou a luz fluorescente, voltou o rádio. Alguém disse alto: – Continue! (Mas eu me esquecera onde havia parado.)
O presidente, então, falou: – Irmão, estamos esperando.
Eu me aproximei do microfone e, nesta hora, lembrei-me da parte em que parara.
Continuei a falar, mas, com uma ternura diferente. Eu estava falando para as minhas necessidades espirituais. Descobri que me amava pela onda de amor que senti por aquele povo. Prossegui, e, quando me preparava para a pré-tarefa de terminar, vi aparecer, à porta de entrada, um ser luminescente, estóico, em corpo espiritual como nunca havia visto antes com tanta beleza. Parecia um deus da mitologia, mas era um deus asteca. Ele estava de torso nu, uma compleição robusta, parecendo ter dois metros de altura, uma perfeição; os olhos eram duas lâmpadas que me alcançavam. Sobre a cabeça havia um tipo de cocar especial, feito de plumas de quetzal, que é a ave nacional (de onde se originou a moeda) que dá uma pluma que chega a ter dois metros. E uma ave que só existe na Guatemala e só em Coatepec, porque só ali tem um fruto, que parece grão de café, de que a ave se nutre. O macho é lindo, a fêmea é pequenina, não tem a mesma plumagem. Ele me apareceu com tal adorno.
O espírito de Joanna (guia espiritual do médium), então, alertou-me: – Continue falando.
Ele veio andando, triunfalmente, se pode falar, como se deslizasse. Comecei a ouvir uma música no ar. Uma melodia de ordem ritual, aquela melodia infinita, em muitas vozes, que balsamizava o ambiente.
Mas, esqueci-me de um detalhe. Quando entrei, do lado esquerdo, estava uma mulher deitada ao solo, visivelmente paralítica, no palco; e no lado direito estavam dois outros paralíticos, igualmente deficientes nas pernas e nos braços.
O Espírito veio vindo, chegou-se até mim e, naquela grandiosidade, disse-me:
– Chamam-me Huracán; eu sou tido como o deus que criou o povo asteca. Sou teu amigo e teu irmão. Venho para encerrarmos a nossa noite. Continua!
A mente dele, entretanto, era tal que a minha se inundou de inspiração e, dentro do tema da imortalidade, eu dizia, terminando:
– Para vós não é estranho o tema da imortalidade, porque quando Huracán desceu à Terra, tomou do lodo do riacho para formar a raça asteca, soprou-lhe a imortalidade da alma.., e comecei a contar a história do povo asteca, que não conhecia, mas que me chegava em clichês psíquicos transmitidos pelo Espírito.

Ele foi até a mulher paralítica e curvou-se. Foi até o outro lado, curvou-se e chegou a mim, envolveu-me por detrás e me senti flutuar. Ele atravessou-me o corpo e, chegando, naquele imenso corredor, eu já estava terminando o tema, ele abriu os braços (necessitei de muita imaginação para entender) e por ideoplastia eu o vi numa forma cerimonial do povo: sobre a cabeça estava uma moldura de águia, nos dois braços cresceu uma plumagem e ele, de repente, como uma seta voou, e, ao voar, naquela inclinada em direção ao infinito, deixou um rastro de luz, com os braços abertos, ficando sobre o povo uma imensa cruz dourada, flutuando no ar, que gotejava uma luz violácea ou dourada-prateada.
Eu terminei a palestra e percebi que as pessoas choravam. Notei cair sobre a multidão flocos de luz e todos ficaram como que revestidos de um ectoplasma de luminescência invulgar. Sentei-me, fechei os olhos, e a chuva parou.
Nesse momento, eu disse à Joanna de Ângelis: – Que pena, se a chuva tivesse parado antes…
– Meu filho, porque recalcitras? Tu achas que deves dizer a Deus o que fazer? Se choveu, havia uma razão. Esta região está invadida por lutas camponesas, pela guerra civil que ronda a Guatemala, provinda de El Salvador, da Nicarágua, de Honduras. Estas almas estão sendo aliciadas pelos fomentadores das guerras pelas terras. Elas não sabem o que é “direito de terras”, mas estão sendo envenenadas para matar e morrer, e quando foi anunciada a palestra, o Mentor da comunidade pediu aos céus para que uma tempestade varresse o ar, retirasse os miasmas… (Eu me lembrei de Obreiros da Vida Eterna, de André Luiz, ao referir-se ao fogo purificador para limpar a psicosfera.) E agora – prosseguiu ela – que a mensagem terminou, esses vibriões mentais, essas construções pestíferas do ódio foram afastadas ou destruídas pelos raios, os trovões, a chuva, e a paz permanecerá neste ambiente. Nunca suponhas que o Senhor não sabe. Aprende a submeter-se sem sugerir.
A solenidade foi encerrada. A cruz permanecia no ar como nunca vi nada igual antes, em quarenta anos de mediunidade consciente.
Fui saindo, e quando passei pela senhora paralítica, muito comovido, aproximei-me, passei-lhe a mão na cabeça e perguntei-lhe: – A senhora gostou?
Veio um rapaz, um indiozinho, correndo, e respondeu-me:
– Ela não fala espanhol, só o asteca e o maia.
Então, pensei: – Meu Deus, ela não entendeu nada.
Vendo o meu interesse, o jovem intérprete esclareceu:
– Esta senhora é minha mãe. O senhor quer saber alguma coisa?
– Pergunte-lhe se gostou da palestra.
Ele inquiriu-a e traduziu-me a resposta:
– Sim, ela gostou.

– Volte a perguntar-lhe – insisti – se me compreendeu.
Ele indagou e respondeu-me:
– Não, ela não compreendeu, ela entendeu, ela sentiu; não é necessário falar quando se pode penetrar a ideia.
Admirado ante tal resposta, prossegui:
– Indague-lhe o que ela veio fazer. (Mas não esperava a resposta). Ela falou através do intérprete:
– Eu vi o deus e ele me disse que eu trouxesse os doentes e os aleijados para escutar o “emissário do Senhor”.
– O “emissário do Senhor”?
Ela me olhou, profundamente, e completou:
– O senhor tem a “voz de Deus”. Eu vi chegar o deus Huracán e senti o rociar de suas asas abençoando-nos.
Ela falou qualquer outra coisa e o filho esclareceu-me:
– Mamãe o está abençoando. Ela é quem recebe as mensagens do nosso deus. Ele mandou que se espalhasse pelas aldeias que o “emissário do Senhor” viria a Coatepec, e que todo o mundo viesse assisti-lo.
Eu tomei aquela mão engelhada, olhei aquela mulher sofrida, encostei a minha na sua cabeça e ela sorriu. Quase não se podia mexer. O rapazinho então esclareceu-me:
– Nós moramos a quase trinta quilômetros daqui. Mamãe veio amarrada num cavalo e eu vim noutro, puxando-a.
Ouvindo-o, senti-me envergonhado. Fui levado pelo jovem aos outros dois paralíticos e um deles falou-me:
– Nosso deus mandou dizer que se nós viéssemos ficaríamos curados. Estamos esperando que o senhor dê a ordem.
Hesitei, emocionado, mas Joanna orientou-me:
– Mande-o levantar-se, meu filho.
Eu vi que não tinha a “fé que remove montanhas”, porque sendo um homem racional, naquela hora a primeira coisa que pensei foi: quem sou eu? Mas, num momento como aquele é o Cristo quem está em nós, naquela hora não somos nós.
Joanna me deu segurança e amparo. Ficou atrás de mim e tornou a dizer-me:
– Fale, meu filho.
Aproximei-me, e, olhando-o fixamente, disse-lhe:
– Você crê em Deus?
– Creio! – respondeu-me.
– Então, levante e ande, em nome de Deus e de Huracán! Venha!
Ele foi escorregando do palco como quem ia cair. Quiseram segurá-lo, porém, pedi que o deixassem. Ele caiu mais ou menos em pé e qual um pêndulo de relógio oscilou. Equilibrou-se e deu o primeiro passo.
O silêncio em todo o salão era total. Todos permaneciam numa postura de dignidade, como se já soubessem o que iria acontecer. Nenhum grito, nenhuma emoção. Fé! A fé que nos falta. E o amor!
Ele andou, segurou o meu braço. Fomos até ali, voltamos até acolá.
– E eu, e eu? – indagou o outro, afobadamente.
– Venha, o Senhor está mandando-o também. Venha, em nome de Deus!
le foi desentortando, como se estivesse obsidiado, padecendo de uma obsessão física. Não era um paralítico orgânico.
Recordei-me, imediatamente, de que Kardec narra, no capitulo 23, de O Livro dos Médiuns, o caso de um obsessor que atuava nos jarretes de um homem, fazendo-o cair de joelhos diante de uma moça, humilhando-o terrivelmente.
Mas, ele se foi retorcendo, e do seu corpo saiu um fluido, como um fumo, como que uma nuvem escura e ele começou a andar.
– Deus abençoe o “emissário do Senhor” – disseram repetidas vezes.
A minha emoção foi tão grande que eu não saberia descrevê-la. Vi que estava na hora de ir-me embora, porque não podia suportar mais tão intenso estado emocional -um sentimento intraduzível. Só sei dizer que meu coração parecia querer arrebentar-se dentro do peito.
Chamei o presidente e amigo anfitrião, que estava a regular distância, e pedi-lhe, quase sem voz:
– Vamos? Já que a chuva parou, vamo-nos embora.
Fomos atravessando o salão. Olhei o relógio, eram vinte e duas e trinta. Alguém veio e me abraçou. Veio outro e fez o mesmo. E veio outro, mais outro. Quando cheguei à porta, após atravessar o largo recinto, faltavam quinze minutos para a meia-noite.

Eram o amor e a visão do deus Huracán, porquanto vivendo eles no contexto de uma crença totêmica, é óbvio que a resposta espiritual se apresentaria de igual forma. Huracán, seria, pois, o Mentor, o Guia Espiritual da comunidade, que se apresentava conforme a concepção deles: uma águia que habita as grandes alturas, nas montanhas mais elevadas.
A rua escoara, não havia mais água ou enxurrada.
Não pude dormir. Durante um largo tempo não consegui dormir, porque o deus Huracán havia vindo e a mensagem do amor tornara-se realidade em Coatepec.

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