PARA ONDE IREMOS DEPOIS DE DESENCARNAR ?

Para onde a Alma vai Após a Desencarnação?

Isso depende do nível de consciência da alma. Pessoas mais apegadas à matéria, presas a paixões materiais, fixadas nos limites do mundo e de sua própria personalidade, muito ligadas aos prazeres materiais, geralmente ficam presas dentro do nível da crosta terrestre. O mesmo ocorre com pessoas mesquinhas, avarentas, egoístas, arrogantes, raivosas, ressentidas, ansiosas, angustiadas, carentes, gananciosas etc. Pessoas que manifestam sentimentos primitivos, animalizados, costumam permanecer nos níveis inferiores, e tentam experimentar novamente seus apegos terrestres.
Pessoas desprendidas, puras, sinceras, de bom coração, compassivas, humildes, tranquilas, amorosas, ao contrário, podem se elevar para os níveis superiores, e lá permanecer um período maior. A noção de um lugar ou espaço físico é imprecisa, inexistente, e só faz sentido para nossa mente presa aos aspectos do mundo.
Existem incontáveis níveis de consciência em todo o cosmos, e cada pessoa é atraída para o estado de ser que mais tem afinidade. Da mesma forma que um alcoólatra é atraído para um bar onde pode beber; um adolescente baladeiro é atraído para uma boate; um homem de ciência é atraído para um laboratório; um artista para um museu ou locais onde possa apreciar obras de arte; assim também cada alma é atraída para as esferas que guardam correspondência com suas vibrações, desejos, aspirações e afinidades.
Pessoas que são afeitas à escuridão, após a morte voluntariamente se deslocam para a escuridão. Pessoas que são da luz naturalmente são atraídas para a claridade, a transparência e a energia elevada da luz. Cada pessoa pode descobrir para onde vai após a morte, basta entender onde estão seus desejos, suas afinidades, seus gostos etc.
Hugo Lapa

A Desencarnação

A morte do corpo físico é fenômeno natural que atinge todos os seres da Criação, cedo ou tarde. A desencarnação acontece quando os laços peripirituais, até então mantidos enraizados, molécula a molécula no corpo físico, se desfazem, concedendo liberdade ao Espírito que passa a viver em outra dimensão da vida.
Segundo o Espiritismo, a morte é “[…] uma simples mudança de estado, a destruição de uma forma frágil que já não proporciona à vida as condições necessárias ao seu funcionamento e à sua evolução. […].1 Ensina igualmente: a separação do Espírito do corpo que lhe pertencia não é dolorosa, sobretudo quando das mortes naturais, que decorre dos desgastes biológicos dos órgãos 2, como também não é uma separação brusca. A “alma se desprende gradualmente e não escapa como um pássaro cativo a que se restituiu subitamente a liberdade.[…].”3 Assim,nunca é demais lembrar:
[…] A observação comprova que, no instante da morte, o desprendimento do perispírito não se completa subitamente; que se opera gradualmente e com uma lentidão muito variável conforme os indivíduos. Em uns é bastante rápido, podendo dizer-se que o momento da morte é também o da libertação, que se verifica logo após; em outros, sobretudo naqueles cuja vida foi toda material e sensual, o desprendimento é muito menos rápido, durando algumas vezes dias, semanas e até meses, o que não implica a existência, no corpo, da menor vitalidade, nem a possibilidade de um retorno à vida. […].De fato, é racional conceber-se que, quanto mais o Espírito se tenha identificado com a matéria, tanto mais penoso lhe seja separar-se dela, ao passo que a atividade intelectual e moral e a elevação dos pensamentos operam um começo de desprendimento, mesmo a vida durante o corpo.[…].4
A falência dos órgãos e o desprendimento perispírito que se segue definem o estado de transição ou de passagem de um plano para outro. Neste momento, o Espírito encontra-se inconsciente 5, situação que pode perdurar por um maior ou menor espaço de tempo, da acordo com as condições pessoais de cada um.
A chegada no plano espiritual, porém, pode ser sofrida ou não. Trata-se de um sofrimento moral. É a alma que sofre, não o corpo, pois este transforma em matéria inerte, morta, em processo de decomposição. O sofrimento poderá ser mais agravado se o Espírito se manter jungido ao corpo em decomposição e à vida que se extinguiu.
Situações semelhantes são encontradas em certos gêneros de suicídios, em homicídios; em desencarnantes presos a profundos remorsos, ou, ainda, em Espíritos vinculados aos prazeres da vida material, apegados excessivamente a bens e/ou pessoas. Nestas circunstâncias, a morte é vista como uma perda irreparável, um sofrimento atroz, uma sensação de destruição total, porque ele, o Espírito, desconhece a sua própria imortalidade que existe e preexiste à morte do veículo somático.
Situação bem diversa acontece com o Espírito que durante a existência se deixou conduzir por uma vida mais simples, sem ganâncias ou ambições exageradas; que procurou desenvolver virtudes, combatendo imperfeições; que praticou a caridade, promovendo o bem; que cumpriu os seus deveres familiares, profissionais e sociais.
A sua desencarnação será mais amena; os sofrimentos e as angústias do período de transição serão passageiros e breves; a adaptação na nova moradia será tranquila, sabendo administrar com serenidade a saudade dos entes queridos que permanecem reencarnados, e as surpresas do além-túmulo.
Ajustado à vida no plano espiritual, o Espírito colherá, então, os frutos, bons ou amargos, do que semeou durante a experiência reencarnatória, se submetendo, no final das contas, à lei de progresso. É o que nos lembra André Luiz quando aponta o valor da desencarnação como lei divina:
Toda morte traz dor.
Sem a desencarnação, porém, não atingiríamos a renovação precisa, largando processos menos felizes de vivência ou livrando-nos da caducidade no terreno das formas.
Compreendamos, em face disso, que não podemos louvar as dificuldades que nos rodeiam, mas é imperioso reconhecer que, sem elas, eternizaríamos paixões, enganos, desequilíbrios e desacertos, motivo pelo qual será justo interpretá-las por chaves libertadoras, que funcionam em nosso Espírito, a fim de que nosso Espírito se mude para o que deve ser, mudando em si e fora de si tudo aquilo que lhe compete mudar.6
Bibliografia
DENIS, Léon. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. 1. ed. Rio de Janeiro:FEB, 2008. 1ª Parte (O Problema do Ser), cap. X (A morte), p.175.
KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. céu e o inferno. Tradução de Evandro Noleto Bezerra.4. ed. 1. Imp. Brasília: FEB: 2013. Questão 154-comentário, pág. 113.
______. Questão 155-a, pág. 113.
______. Questão 155-a-comentário, p.114.
______. O céu e o inferno. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1. Imp. Brasília: FEB: 2013. 2ª Parte. Cap. I, it.7, pág. 157.
XAVIER, Francisco Cândido/WORM, Fernando. Janela para a vida. 1. Ed. Porto Alegre: Francisco Spinelli, 2014. Cap. VI, , p. 128

PARA ONDE IREMOS DEPOIS DE DESENCARNAR ?

Automaticamente seremos atraídos pelas suas afinidades…ou seja o céu ou o inferno da nossa consciência, sempre vai depender da nossa sintonia no bem ou no mal que houverdes praticado.
Acredito que o paraíso existe, mas aqui na terra ainda não merecemos tanto, se é para nós que vivemos no “mundo de provas e expiações”, e que atualmente estamos estagiando para uma melhoria e a consequência positiva é seremos enviados para um mundo de regeneração, cabe-nos a cada um de nós a evolução necessária para chegar lá…
Creio que os espíritos superiores são almas que habitam esses Mundos Paradisíacos… e nós ainda somos inferiores a eles, e ainda temos várias mazelas como inveja, ciúmes, prepotência, ira, ódios, ganância, egoísmo, orgulho e tantas outras inferioridades morais e espirituais…
Um dia chegaremos lá no paraíso dos espíritos superiores e seremos anjos, nem que para isto demore alguns milênios…
Vera Jacubowski

Examinando a Desencarnação

Fatalidade biológica, a morte, ou seja a mudança de uma forma para outra, por impositivo da necessidade de transformações incessantes, começa quando ocorrem as primeiras expressões da vida.
No homem, por exemplo, em cada segundo, no seu aparelho circulatório, morrem um milhão de hemácias que são aproveitadas por células especiais, no fígado, para a elaboração de outras, graças ao ferro que é delas extraído.
Segundo alguns biólogos, em cada sete anos, o corpo humano se renova quase integralmente, à exceção das células nervosas, graças ao processo de transformação ou morte que ocorre na estrutura somática.
Modificações incessantes em que a matéria assume a forma energética e esta se adensa em novas expressões físicas, a, morte da aparência é uma constante indispensável à evolução.
Do resfriamento da energia que se condensa em matéria, da dissociação das moléculas para o retorno à energia, no homem, o espírito, que é o modelador da forma, sofre na sua intimidade os diversos fenômenos de aglutinação e desagregação estrutural.
Morrer, portanto, ou desencarnar, significa, só-mente, mudar de estado.
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A desencarnação tem início de dentro para fora do corpo, nos tecidos sutis do perispírito, que condicionado a vibrações especiais, encarregadas de manterem a vitalidade fisiopsíquica, começam a perder a sintonia, por cuja exteriorização mantêm nas suas órbitas as moléculas constitutivas da matéria.
Mesmo nas ocorrências da desencarnação violenta, por circunstâncias de vária ordem, não obstante a morte fisiológica por interrupção da corrente mantenedora da vitalidade, o processo desencarnatório só a pouco e pouco se consuma, através da liberação dos liames psicossomáticos que se encontram imantados ao corpo.
Disso decorrem as sensações violentas, danosas, aflitivas que experimentam os desencarnados, ainda imantados à carne, que são à violência arrancados da estrutura material, sem o correspondente desligamento dos núcleos vitalizadores pelo processo paulatino da dissociação liberativa.
As expressões cadavéricas, em tais casos, transitam em forma de dor ou angústia, dos tecidos em decomposição ao espírito, mediante a complexa rede de filamentos semi-materiais que se fixam nas intimidades celulares, encarregadas do processo aglutinador dos átomos nas realidades das funções e formas fisiológicas.
Expressiva a contribuição da mente no processo desencarnatório. Seja o hábito salutar do desprendimento, exercitado pelo espírito encarnado, seja a lembrança mental dos que se vinculam aos desencarnados, as vibrações se transformam em sensações, produzindo, obviamente, liberação ou cativeiro do espírito às formas materiais, conquanto muitas vezes reduzidas a resíduos já em fase final de fusão na química inorgânica do subsolo ou nas carneiras em que jazem.
Comumente, após o desaparecimento da forma, as construções mentais, elaboradas em contínuas fixações nos centros da memória espiritual, se encarregam de reproduzir nas telas sensíveis do perispírito as formas pensamento que se transformam em suplício de demorado curso, — fantasmas que se corporificam e se atam ao desencarnado, angustiando-o e atemorizando-o — até que a dor corretiva, por paulatino processo de coercitivo desgaste das imagens vitalizadas, desapareça dos painéis mentais.
O mesmo ocorre no campo da organização semática, quando o espírito sofre a constrição das elaborações mentais, a elas submetendo-Se, e experimentando o efeito do seu efeito —, círculo vicioso, dominante — que somente se modifica ao império da renovação interior, através de registros salutares que realizarão o ministério da paz, como resultante das conseqüências favoráveis que decorrem dessas causas edificantes.
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Descontrai-te, libertando-te do medo, das paixões, das limitações e voa na direção das paisagens superiores, a fim de que a desencarnação, cujo processo lento já experimentas sem que o saibas, em se consumando, não te agrilhoe ao mundo das formas de que necessitas desvincular-te.
Dia chegará em que o teu processo reencarnatório culminará com a cessação dos ciclos vibratórios no corpo e terás que pairar além e acima das circunstâncias materiais, desencarnado, porém vivo, morto na forma, no entanto, em transformações de dentro para fora, prosseguindo na direção da Vida Abundante.
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“O que ore em mim, ainda que esteja morto, viverá”. João: capítulo 11º, versículo 25.
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“A própria destruição, que aos homens parece o termo final de todas as coisas, é apenas um meio de chegar-se, pela transformação, a um estado mais perfeito, visto que tudo morre para renascer e nada sofre o aniquilamento”.
Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo 3º – Item 19.
FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 12.

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