PAULO DE TARSO – Filme Completo

paulo e estevão emmanuel

PAULO DE TARSO – Filme Completo


SINOPSE:

O filme conta a história da conversão de Paulo, que de perseguidor se tornou um dos maiores seguidores de Jesus.
A partir de uma cela escura, Saulo (como era conhecido antes de sua conversão) revela, através de uma retrospectiva de sua vida, como foram os primeiros momentos dos seguidores de Jesus. Essa é a última viagem de um homem que percorreu o mundo, sendo reconhecido como o maior propagador do Evangelho, semeando a boa nova para a humanidade.

Paulo de Tarso e a História do Cristianismo Primitivo

por Francisco Russo
Por mais que este seja um filme realizado com seríssimas restrições orçamentárias, tendo saído do papel apenas devido à força do financiamento coletivo, é difícil compreender certas escolhas feitas pelo diretor André Marouço. A primeira delas se refere à opção pelo docudrama para contar a história de Paulo de Tarso, o que resulta em um filme bastante esquizofrênico em relação à narrativa e estética: se o lado documental envereda firme pela narração em off entremeada por entrevistados e imagens dos locais retratados, o lado ficcional destoa com interpretações ora exageradas ora inexpressivas em um cenário em chroma key repleto de deficiências técnicas. Difícil levar a sério, por mais que o assunto retratado o seja.
A proposta de Paulo de Tarso e a História do Cristianismo Primitivo é até digna: trazer à tona a jornada enfrentada por um dos principais seguidores de Jesus Cristo após sua morte, narrando não só sua conversão mas, especialmente, sua peregrinação por boa parte da Ásia e também Grécia e Roma, na época o centro do mundo. Para tanto, Marouço opta pelo didatismo extremo, a partir de uma narração burocrática em linguajar antiquado, que afasta o espectador não só pelo ritmo dado mas, especialmente, pelo modo como tais informações são apresentadas. Soma-se a isso a confusa linha de raciocínio adotada, sem delimitar uma linha temporal clara nem mesmo a própria transformação de Saulo em Paulo, apresentada aos solavancos, ou mesmo ao confundir informações históricas com crenças religiosas, o que é também altamente questionável.
Para dar alguma sustentação visual ao que é dito, o diretor insere um punhado de cenas aleatórias sobre os locais citados na narração, variando entre a contemporaneidade das imagens – o que soa inútil, já que em nada combina com a época relatada – e o binômio destroços/paisagens – que também pouco acrescenta, pelo desconhecimento absoluto em relação aos locais citados e o desinteresse do filme em ir além da mera citação. Até seria possível ressaltar o esforço feito em visitar tais locais para gravar as cenas exibidas, mas os créditos finais ressaltam que boa parte do material veio através da própria internet. Ou seja, nada além do trabalho feito em uma mesa de edição qualquer, editando imagens alheias. Isso sem falar na óbvia literalidade do exibido com o dito, subestimando a capacidade do espectador em fazer qualquer tipo de analogia.
 

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