Quando somos solidários uns com os outros a união se faz…e assim, ao agirmos em coletividade os resultados são tão compensadores, muito gratificantes e os benefícios são incontáveis bênçãos.
Vera Jacubowski
AÇÃO DE EQUILÍBRIO
A fim de que logres superar-te, faz-se necessário controlar as tuas reações.
Por instinto, reages, vitimado pelo mecanismo automático da defesa pessoal.
Ao fazê-lo, agrides, deixando-te vitimar pela ira ou pela revolta, que te desequilibram, intoxicando-te o sistema nervoso e abrindo espaços para futuras distonias emocionais.
É indispensável que aprendas a agir com rapidez, evitando as sucessivas desordens que se apresentam como atitudes desconcertantes.
Usar a palavra correta, no momento certo, é um passo feliz, como efeito da postura mental equilibrada diante dos acontecimentos.
Todavia, se te ocorrer a reação infeliz em relação as pessoas ou situações, faze uma revisão mental da atitude e recupera-te.
Há momentos nos quais deves responder e agir com energia, com decisão, que dispensam a agressividade e o aborrecimento.
A calma, que resulta de uma conduta mental ordeira, leva-te a agir corretamente.
Se ela não te é habitual, busca-a mediante exercícios da vontade e da oração. Através da prece a receberás de Cristo, mantendo-te em unidade com Ele.
A tua vontade e o teu esforço vincular-te-ão à Fonte Geradora da Vida.
Aqueles que te amam, ouvem-te pelo que és em relação a eles, e não pelo que dizes. Nem todos, porém.
O teu verbo reflete, frequentemente, o teu estado interior.
Expressa-o sem melifluidade, mas também sem agressão.
Da mente à palavra, e desta à ação, realiza um esforço de crescimento emocional.
Acostumar-te-ás a agir, pensando antes, em vez de reagires para pensar depois.
Quando ages, consegue êxito.
Quando reages, arrependes-te mais tarde.
As ações programadas levam ao sucesso.
As reações sucessivas facultam o desastre.
A tua existência física faz parte de um compêndio de experiências adrede estabelecidas, através das quais se organizam as tuas futuras atividades.
Vive de tal forma que a cada ação suceda um efeito benéfico, oferecendo-te ocasião de crescimento e libertação interior. A ação do bem incessante é a expressão mais elevada do Amor de Deus, servindo-nos de modelo para todas as horas.
JOANNA DE ÂNGELIS LIVRO: Vigilância MÉDIUM: DIVALDO PEREIRA FRANCO
EM TUDO: CARIDADE
Meus filhos,
A reencarnação na Terra é caminho para a vitória da caridade que, em si mesma, representa o Divino Amor na base da vida.
O mundo é templo de caridade.
O corpo é o abrigo da caridade, em que somos resguardados para servi-la.
O ar é fluido da caridade.
O pão é bênção da caridade.
A fonte é recurso da caridade.
O lar é instituto de caridade.
Em todos os dons da existência, surpreendemos o apoio da caridade, para que aprendamos a estender caridade.
A família roga caridade.
O companheiro aguarda caridade.
O vizinho espera caridade.
O chefe reclama caridade.
O subordinado pede caridade.
O doente solicita caridade.
O ofensor exige caridade.
O irmão do caminho, seja ele quem for, passa por nós, buscando caridade.
Precisamos, assim, de caridade no sentimento e na ideia, na palavra e na atitude, na ação e no exemplo, constantemente, constantemente…
Se nos propomos seguir com Jesus à procura dos Planos superiores, acomodemo-nos aos imperativos da caridade, em todas as circunstâncias, recordando que ele mesmo, o Divino Mestre, a fim de resumir todos os princípios da Sua doutrina libertadora, afirmou para os ouvidos de todos os séculos: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.
Fabiano
Francisco Cândido Xavier. Do livro, SEGUINDO JUNTOS
RETO PENSAR
Pessoas bem intencionadas acreditam que algumas ações boas lhes bastam para a paz de consciência, no mundo, e a conquista do “reino dos Céus” logo depois.
Entre nada fazer e algo realizar, é sempre melhor o bem produzir. Todavia, a ação generosa, periódica, não é suficiente para equilibrar os valores humanos no campo de batalha da personalidade, em detrimento do ser real em si mesmo.
O homem se torna aquilo que cultiva no pensamento.
A vida mental irregular, geradora de mil conflitos e disparates, não fica anestesiada face a ingerência de alguns atos de solidariedade ou mesmo de beneficência.
O reto pensar é o método único de atingir o reto atuar.
Somente o pensamento bem direcionado, impede que germinem as sementes da perturbação mental geradora dos tormentos que procedem dos vícios ancestrais.
O esforço para insistir no reto pensar preenche os espaços do pensar mal ou não pensar, ambos do agrado da ociosidade e da acomodação.
Mediante o reto pensamento, o homem se descobre também agindo retamente.
Inclina tua mente para o mais saudável.
Não te faças fiscal do lixo moral da sociedade, nem te permitas coletar os detritos do pessimismo como da vulgaridade.
De maneira nenhuma censures o teu próximo, especialmente quando este se encontre ausente.
Busca os valores positivos que existem nos outros e aprimora aqueles em ti existentes.
Sê equânime no teu foro íntimo e nas tuas expressões exteriores.
Fala menos e reflexiona mais em torno do amor.
Insiste nas ideais que estimulam a vontade a tornar-se forte quão disciplinada.
Planeja a ascensão e pensa sobre ela, raciocinando a respeito da perda de tempo com as ilusões e futilidades.
Supera o temor de qualquer natureza com a confiança de que nenhum mal de fora poderá fazer-te mal se estiver bem interiormente, e que somente te sucederá o que venha a contribuir para a tua paz e progresso espiritual.
Jesus realizou, na Terra, os mais admiráveis fenômenos de que se tem notícia, e demonstrou a mais elevada qualidade de amor que jamais alguém, no mundo, ofereceu às criaturas. Todavia, o Seu reto pensar foi a causa do Reto agir, o que O fez Modelo para ser seguido em todas as épocas.
JOANNA DE ÂNGELIS LIVRO: Momentos de Meditação MÉDIUM: DIVALDO PEREIRA FRANCO
“Viva com mais leveza, espalhe amor… otimismo… fé… esperança… faça um buquê de doçuras, de delicadezas e arremate com um lindo laço de alegria e felicidade. Espalhe flores de paz e ternura por onde passar, faça da sua sua vida um caminho de luz!”
Bom dia Universo!
PASSAGENS DA VIDA DE JESUS…
Reino de Deus? tornou o sacerdote com acentuada ironia. E que pensas tu venha a ser isso? Esse Reino é a obra divina no coração dos homens! esclareceu Jesus, com grande serenidade. Obra divina em tuas mãos? revidou Hanã, com uma gargalhada de desprezo.
E, continuando as suas observações irônicas, perguntou: Com que contas para levar avante essa difícil empresa? Quais são os teus seguidores e companheiros?… Acaso terás Conquistado o apoio de algum príncipe desconhecido e ilustre, para auxiliar-te na execução de teus planos?
Meus companheiros hão de chegar de todos os lugares respondeu o Mestre com humildade. Sim observou Hanã —, os ignorantes e os tolos estão em toda parte na Terra. Certamente que esse representará o material de tua edificação. Entretanto, propões-te realizar uma obra divina e já viste alguma estátua perfeita modelada em fragmentos de lama?
• Sacerdote replicou-lhe Jesus, com energia se referindo, nenhum mármore existe mais puro e mais formoso do que o do sentimento, e nenhum cinzel é superior ao da boa-vontade. Impressionado com a resposta firme e inteligente, o famoso juiz ainda interrogou:
Conheces Roma ou Atenas? Conheço o amor e a verdade disse Jesus convictamente. Tens ciência dos códigos da Corte Provincial e das leis do Templo? inquiriu Hanã, inquieto. Sei qual é a vontade de meu Pai que está nos céus respondeu o Mestre, brandamente.
O sacerdote o contemplou irritado e, dirigindo-lhe um sorriso de profundo desprezo, demandou a Torre Antônia, em atitude de orgulhosa superioridade. No dia seguinte, pela manhã, o mesmo formoso peregrino foi ainda visto a contemplar as maravilhas do santuário, antes alguns minutos de internar-se pelas estradas banhadas de sol, a caminho de sua Galiléia distante.
* Daí a algum tempo, depois de haver passado por Nazaré, descansando igualmente em Caná, Jesus se encontrava nas circunvizinhanças da cidadezinha de Cafarnaum, como se procurasse, com viva atenção, algum amigo que estivesse à sua espera. Em breves instantes, ganhou as margens do Tiberíades e se dirigiu, resolutamente, a um grupo alegre de pescadores, como se, de antemão, os conhecesse a todos.
A manhã era bela, no seu manto diáfano de radiosas neblinas. As águas transparentes vinham beijar os eloendros da praia, como se brincassem ao sopro das virações perfumadas da Natureza.
Os pescadores entoavam uma cantiga rude e, dispondo inteligentemente as barcaças móveis, deitavam as redes, em meio de profunda alegria. Jesus aproximou-se do grupo e, assim que dois deles desembarcaram em terra, falou-lhes com amizade:
Simão e André, filhos de Jonas, venho da parte de Deus e vos convido a trabalhar pela instituição de seu reino na Terra! André lembrou-se de já o ter visto, nas cercanias de Betsaida, e do que lhe haviam dito a seu respeito, enquanto que Simão, embora agradavelmente surpreendido, o contemplava, enleado. Mas, quase a um só tempo, dando expansão aos seus temperamentos acolhedores e sinceros, exclamaram respeitosamente:
25 Sede bem-vindo!… Jesus então lhes falou docemente do Evangelho, com o olhar incendido de júbilos divinos. Estando muitos outros companheiros do lago a observar de longe os três, André, manifestando a sua tocante ingenuidade, exclamou comovido: Um rei?
Mas em Cafarnaum existem tão poucas casas!.. Ao que Pedro obtemperou, como se a boa-vontade devesse suprir todas as deficiências: O lago é muito grande e há várias aldeias circundando estas águas.
O reino poderá abrangê-las todas! Isso dizendo, fixou em Jesus o olhar perquiridor, como se fora uma grande criança meiga e sincera, desejosa de demonstrar compreensão e bondade, O Senhor esboçou um sorriso sereno e, como se adiasse com prazer as suas explicações para mais tarde, inquiriu generosamente:
Quereis ser meus discípulos? André e Simão se interrogaram a si mesmos, permutando sentimentos de admiração embevecida. Refletia Pedro: que homem seria aquele? onde já lhe escutara o timbre carinhoso da voz íntima e familiar? Ambos os pescadores se esforçavam por dilatar o domínio de suas lembranças, de modo a encontrá-lo nas recordações mais queridas, Não sabiam, porém, como explicar aquela fonte de confiança e de amor que lhes brotava no âmago do espírito e, sem hesitarem, sem uma sombra de dúvida, responderam simultaneamente:
Senhor, seguiremos os teus passos. Jesus os abraçou com imensa ternura e, como os demais companheiros se mostrassem admirados e trocassem entre si ditérios ridicularizadores, o Mestre, acompanhado de ambos e de grande grupo de curiosos, se encaminhou para o centro de Cafarnaum, onde se erguia a Intendência de Ântipas.
Entrou calmamente na coletoria e, avistando um funcionário culto, conhecido publicano da cidade, perguntou-lhe: Que fazes tu, Levi? O interpelado fixou-o com surpresa; mas, seduzido pelo suave magnetismo de seu olhar, respondeu sem de- mora: Recolho os impostos do povo, devidos a Herodes.
Queres vir comigo para recolher os bens do céu? perguntou-lhe Jesus, com firmeza e doçura. Levi, que seria mais tarde o apóstolo Mateus, sem que pudesse definir as santas emoções que lhe dominaram a alma, atendeu, comovido:
Senhor, estou pronto!.. Então, vamos disse Jesus, abraçando-o.
Em seguida, o numeroso grupo se dirigiu para a casa de Simão Pedro, que oferecera ao Messias acolhida sincera em sua residência humilde, onde o Cristo fez a primeira exposição de sua consoladora doutrina, esclarecendo que a adesão desejada era a do coração sincero e puro, para sempre, às claridades do seu reino. Iniciou-se naquele instante a eterna união dos inseparáveis companheiros.
* Na tarde desse mesmo dia, o Mestre fez a primeira pregação da Boa Nova na praça ampla, cercada de verdura e situada naturalmente junto às águas. No céu, vibravam harmonias vespertinas, como se a tarde possuísse também uma alma sensível.
As árvores vizinhas acenavam os ramos verdes ao vento do crepúsculo, como mãos da Natureza que convidassem os homens à celebração daquele primeiro ágape. As aves ariscas pousavam de leve nas alcaparreiras mais próximas, 28 como se também desejassem senti-lo, e na praia extensa se acotovelava a grande multidão de pescadores rústicos, de mulheres aflitas por continuadas flagelações, de crianças sujas e abandonadas, misturados publicanos pecadores com homens analfabetos e simples, que haviam acorrido, ansiosos por ouvi-lo.
Jesus contemplou a multidão e enviou-lhe um sorriso de satisfação. Contrariamente às ironias de Hanã, ele aproveitaria o sentimento como mármore precioso e a boa- -vontade como cinzel divino. Os ignorantes do mundo, os fracos, os sofredores, os desalentados, os doentes e os pecadores seriam em suas mãos o material de base para a sua construção eterna e sublime.
Converteria toda miséria e toda dor num cântico de alegria e, tomado pelas inspirações sagradas de Deus, começou a falar da maravilhosa beleza do seu reino. Magnetizado pelo seu amor, o povo o escutava num grande transporte de ventura. No céu havia uma vibração de claridade desconhecida.
Ao longe, no firmamento de Cafarnaum, o horizonte se tornara um deslumbramento de luz e, bem no alto, na cúpula dourada e silenciosa, as nuvens delicadas e alvas tomavam a forma suave das flores e dos arcanjos do Paraíso.
Livro Boa Nova – Chico Xavier/Humberto de Campos
A MULHER E A RESSURREIÇÃO
— Mestre — retrucou, altamente surpreendido —, vossa palavra é a da revelação divina. Quereis dizer, então, que a mulher é superior ao homem, na sua missão terrestre?
— Uma e outro são iguais perante Deus — esclareceu o Cristo, amorosamente — e as tarefas de ambos se equilibram no caminho da vida, completando-se perfeitamente, para que haja, em todas as ocasiões, o mais santo respeito mútuo. Precisamos considerar, todavia, que a mulher recebeu a sagrada missão da vida.
Tendo avançado mais do que o seu companheiro na estrada do sentimento, está, por isso, mais perto de Deus que, muitas vezes, lhe toma o coração por instrumento de suas mensagens, cheias de sabedoria e de misericórdia. Em todas as realizações humanas, há sempre o traço da ternura feminina, levantando obras imperecíveis na edificação dos Espíritos.
Livro Boa Nova – A Mulher e a Ressurreição – Chico Xavier/Humberto de Campos
Súplica a Mãe Santíssima
Anjo dos bons e Mãe dos pecadores, Enquanto ruge o mal, Senhora, enquanto Reina a sombra da angústia, abre o teu manto, Que agasalha e consola as nossas dores.
Nos caminhos do mundo, há treva e pranto No infortúnio dos homens sofredores, Volve à Terra ferida de amargores O teu olhar imaculado e santo! Ó Rainha dos Anjos, meiga e pura, Estende tuas mãos à desventura
E ajuda-nos, ainda, Mãe Piedosa! Conduze-nos às bênçãos do teu porto E salva o mundo em guerra e desconforto, Clareando-lhe a noite tormentosa…
“Não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos do Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus.” Paulo (Efésios, 6:6)
Se sabes, atende ao que ignora, sem ofusca-lo com a tua luz. Se tens, ajuda ao necessitado, sem molesta-lo com tua posse. Se amas, não firas o objeto amado com exigências, se pretendes curar, não humilhes o doente, se queres melhorar os outros, não maldigues ninguém, se ensinas a caridade, não te trajes de espinhos, para que teu contato não dilacere os que sofrem.
Tem cuidado na tarefa que o Senhor te confiou, é muito fácil servir à vista.
Todos querem faze lo, procurando o apreço dos homens. Difícil porém, é servir às ocultas, sem o ilusório manto da vaidade. É por isto que em todos os tempos, quase todo o trabalho das criaturas é dispersivo e enganoso, em geral, cuida-se de obter a qualquer preço as gratificações e as honras humanas.
Tu porém meu amigo, aprende que o servidor sincero do Cristo fala pouco e constrói, cada vez mais, com o Senhor no divino silêncio do espírito.
Vai e serve. Não te deem cuidado as fantasias que confundem os olhos da carne e nem te consagres aos ruídos da boca. Faze o bem em silêncio, foge às referências pessoais e aprendamos a cumprir, de coração, a vontade de Deus…
Emmanuel /Chico Xavier. Livro: Vinha de luz
CARIDADE E TEMPO
Aquele que conhece a Doutrina e o Evangelho já sabe da grande importância do tempo e da caridade.
É necessário aproveitarmos o tempo de maneira cristã, porque ele passa muito depressa.
E, quando percebemos, as oportunidades foram perdidas e o tempo é chegado para nós, na lamentação de termos aproveitado esse tempo de forma tão inadequada…
A caridade, além de nos fortalecer nas provas terrenas, liberta-nos do sofrimento. Faz-nos angariar simpatias no plano espiritual, além de nos conceder misericórdia no plano terreno.
Aquele que, de fato, desperta para as ações nobres, incansavelmente se dedica, porque ele sabe que o amanhã, virá, implacavelmente, cobrar-lhe um hoje infrutífero, um hoje pleno de omissões.
Deus, realmente, ampara e auxilia todas as criaturas, mas, certamente, muito será dado, também àquele que muito doou de si mesmo, em favor dos seus semelhantes.
Que o Mestre nos ensine, cada vez mais, a valorizar o tempo, e que seu Evangelho nos ensine, sempre, a exercer a caridade, como Ele nos disse!
LIVRO: BEZERRA, CHICO E VOCÊ BEZERRA DE MENEZES FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER/MÉDIUM
HUMILDADE, CARIDADE, PERDÃO E CORAGEM
As maiores lições de Jesus foram a humildade , a caridade, o perdão e a coragem de colocar seus objetivos divinos em prática, não se importando com os ditos “poderosos” de sua época.
Na nossa reforma íntima, precisamos ter Jesus como exemplo de humildade, caridade e perdão; e a coragem aí precisa começar no enfrentamento a nós mesmos.
A caridade de quem dá do que tem, pode modificar a paisagem da penúria exterior ao redor de seus passos, mas somente a caridade de quem dá de si mesmo aos semelhantes poderá modificar a paisagem de penúria em sua própria alma.
Bezerra de Menezes
Caminhar…
Às vezes, dá vontade de sentar à beira do caminho e por ali ficar, até que os ventos mudem, até que as nuvens chorem, até que a dor passe. Sei que, às vezes, dá vontade de abandonar o barco, engavetar os projetos, esquecer os sonhos, porque o tempo é difícil demais.
Porque, muitas vezes, a vida atravanca, se perde num labirinto, pesa, machuca os ombros. Mas sei também que, muitas vezes, é preciso retroceder pra respirar, olhar de longe o que de perto não se vê, ganhar fôlego pra caminhar mais um tanto.
O tempo não para, mas é preciso vagarosas pausas pra aliviar a alma e descansar o coração.
Eunice Ramos
LEI DA VIDA
Ninguém se evade das consequências dos próprios atos. Estas são inevitáveis no processo evolutivo de todas as criaturas.
Conforme seja a ação, desencadeia-se a reação. Por isto mesmo, o homem vive segundo age. Nem sempre, porém, os resultados se fazem imediatos.
Há tempo para semear, quanto o existe para colher.
A trilha de cada criatura é percorrida com os pés do esforço pessoal.
Indispensável, portanto, pensar antes de agir, de modo a não se arrepender, ao raciocinar depois.
Produze, a cada momento uma sementeira de amor, deixando pela estrada percorrida os sinais da esperança e do bem.
Talvez retornes pelo mesmo caminho, realizando uma nova experiência. E, se, por acaso, não volveres por aí, aqueles que o irão percorrer te bendirão o labor realizado.
Sê tu aquele que acende luzes na treva dominante. A viagem evolutiva que faz assinalar pelas conquistas incessantes, que respondem pela promoção moral e espiritual do indivíduo.
Há quem se compraz na ignorância, porque o conhecimento lhe é estranho. Teimam, muitos homens, pela permanência na arbitrariedade.
Pessoas agem, equivocadamente, no disfarce do oculto, acreditando-se dribladoras da honestidade, da correção, do dever.
Sorriem, enganadas, supondo-se livre do escândalo, ou, escamoteando a verdade, creem-se indenes ao escárnio, à cobrança pelas suas dívidas.
Quiçá, permaneçam ignoradas pelos demais, as suas ações ignóbeis; nunca, no entanto, pela própria consciência, que reflete a presença de Deus em todos os indivíduos.
É até mesmo provável que o culpado não venha a ser acusado publicamente, e passe pela vida respeitado por todos.
Isso, todavia, não é importante. Ele jamais fugirá de si mesmo, das suas recordações.
O tempo não para, mas, os efeitos de cada um permanecem.
Um dia ressumam dos arquivos da memória os lances dos atos perpetrados. E, se por acaso se demoram anestesiadas, as lembranças, elas prosseguem vivas, aguardando o momento próprio.
De uma existência se transfere para a outra, o somatório das experiências.
A reencarnação é lei natural da vida.
Através dela cada espírito avança, conquistando, palmo a palmo, o campo do progresso pessoal.
Graças aos seus impositivos, o que parecia oculto faz-se revelado, o desconhecido torna-se público, o errado se faz corrigir.
Assim, não cesses de produzir no bem, com o bem e para o bem.
Se te enganas ou a alguém prejudicas, apressa-te para retificá-lo e reabilitar-te.
Com muita propriedade, afirma a lição evangélica, ensinando que “nada a de oculta de não venha a ser revelado”.
JOANNA DE ÂNGELIS DO LIVRO: Momentos de Alegria MÉDIUM: DIVALDO PEREIRA FRANCO
Ante a Caridade
Provavelmente não nos será difícil exercer a caridade do plano exterior, canalizando o supérfluo, em benefício do companheiro necessitado.
A moeda generosa, o agasalho para o corpo e o pão dividido, tanto quanto a visitação direta aos irmãos sofredores constrangidos à comunhão com a enfermidade e a penúria, constituem expressões de bondade edificante que não nos cabe esquecer em tempo algum.
Entretanto, não, olvidemos a difícil caridade do mundo interno.
Saibamos oferecer o prato invisível da tolerância aos que se deixaram vencer pela irritação ou pela cólera.
Distribuamos a água pura da humildade aos que se fizerem vítimas da vaidade e do orgulho.
Temos amigos e parentes na furna do ódio ou da ilusão que devemos buscar, sem alarde, com os nossos melhores testemunhos de carinho.
Possuímos afeições e laços valiosos que desceram a escuros chavascais do desequilíbrio, que não podemos relegar ao abandono.
Há muita gente que padece fome em pleno banquete da vida material e sofre sede, à frente de preciosos mananciais terrestres.
Aprendamos a ajudá-los com o nosso trabalho e com a nossa fé.
Todos sabem dar. Raros, porém, sabem dar de si mesmos.
Não te esqueças do auxílio em forma de segurança e de estímulo que podes oferecer aos que te cercam, através das demonstrações do dever bem cumprido, da solidariedade, da cooperação e da paciência.
Cultivando pequenos sacrifícios, amealhamos o tesouro do amor.
Jesus é o nosso Divino Modelo.
Depois de dar-se à terra na Manjedoura, socorreu a Humanidade na solução de aflitivos problemas, completando a lição da caridade, oferecendo-se ao mundo, nas tribulações da cruz – o excelso ensinamento do qual, ainda hoje, estamos recebendo a luz imperecível na laboriosa romagem da própria libertação.
Livro: Mais Perto, do espírito Emmanuel/Psicografia Chico Xavier
Evangelho e Exclusivismo
Quase todos os santuários religiosos divididos entre si, na esfera dogmática, isolam-se indebitamente, disputando privilégios e primazias. E até mesmo nos círculos da atividade cristã, o espírito de exclusivismo tem dominado grupos de escol, desde os primeiros séculos de sua constituição.
Em nome do Cristo, muitas vezes a tirania política e o despotismo intelectual organizaram guerras, atearam fogueiras, incentivaram a perseguição e entronizaram a morte.
Pretendendo representar o Mestre, que não possuía uma pedra onde repousar a cabeça dolorida, o Imperador Focas estabelece o Papado, em 607, exalçando a vaidade romana. Supondo agir na condição de seus defensores, Godofredo de Bulhão e Tancredo de Siracusa organizam, em 1096, um exército de 500.000 homens e estimulam conflitos sangrentos, combatendo pela reivindicação de terras e relíquias que recordam a divina passagem de Jesus pela Terra.
Acreditando preservar-lhe os princípios salvadores, Gregório IX, em 1231, consolida o Tribunal da Inquisição, adensando a sombra e fortalecendo criminosas flagelações, no campo da fé religiosa. Convictos de garantir-lhe a Doutrina, os sacerdotes punem com o suplício e com a morte valorosos pioneiros do progresso planetário, quais sejam Giordano Bruno e João Huss.
Semelhantes violências, todavia, não passam de manifestações do espírito belicoso que preside as inquietudes humanas.
Cristo nunca endossou o dogmatismo e a intransigência por normas de ação.
Afirma não haver nascido para destruir a Lei Antiga, mas para dar-lhe fiel cumprimento.
Não hostiliza senão a perversidade deliberada.
Não guerreia.
Não condena.
Não critica.
Combate o mal, socorrendo-lhe as vítimas.
Dá-se a todos.
Ensina com paciência e bondade o caminho real da redenção.
Começa o ministério da palavra, conversando com os doutores do Templo, e termina o apostolado, palestrando com os ladrões.
A ninguém desdenha e os transviados infelizes lhe merecem mais calorosa atenção.
Prepara o espírito dos pescadores para os grandes cometimentos do Evangelho, com admirável confiança e profunda bondade, sem exigir-lhes qualquer atestado de pureza racial.
Auxilia mulheres desventuradas, com serenidade e desassombro, em contraposição com os preconceitos do tempo, trazendo-as, de novo, à dignidade feminina.
Não busca títulos e, sim, inclina-se, atencioso, para os corações.
Nicodemos, o mestre de Israel, e Bartimeu, o cego desprezado, recebem d’Ele a mesma expressão afetiva.
A intolerância jamais compareceu ao lado de Jesus, na propagação da Boa Nova. O isolacionismo orgulhoso, na esfera cristã, é simples criação humana, fadado naturalmente a desaparecer, porque, na realidade, nenhuma doutrina, quanto o Cristianismo, trouxe, até agora, ao mundo atormentado e dividido, os elos de amor e luz da verdadeira solidariedade.
Livro: Roteiro, do espírito Emmanuel/Psicografia Chico Xavier – Capítulo 18
AÇÃO TRANSFORMADORA
O mundo conturbado pede, efetivamente, ação transformadora.
Conscientes, porém, de que se faz impraticável a retenção do todo, se burilamento das partes, unamos-nos no mesmo roteiro de amor, trabalho, auxílio, educação, solidariedade, valor e sacrifício que caracterizou a atitude do Cristo em comunhão com os homens, servindo e esperando o futuro, em seu exemplo de abnegação, para que todos sejam um em sintonia sublime com os desígnios do Supremo Senhor.
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