SAUDADE É UMA DOR QUE FERE DOIS MUNDOS

SAUDADES É MA DOR

SAUDADES

Saudade é uma dor que fere dois mundos.
Chico Xavier

beija-flor

Uma Visão Sobre a Nossa Morte

 

“A libertação do corpo ou morte,
dar-se-á sob melhor enfrentamento…
Quando se tem consciência da passagem
que ninguém consegue eximir-se…
Para fazer a grande passagem de forma serena e tranquila para o mundo espiritual, basta encontrar-se vivo e ter consciência que o espírito é imortal e que jamais morre e compreendê-la como um fenômeno natural.”

 

Vera Jacubowski

morte espírita

Dia de finados e os espíritas

 

Dia de Finados: Data em que muitos visitam os cemitérios para prestar homenagens aos seus entes desencarnados. É interessante discorrer sobre questionamentos com os quais, de vez em quando, somos questionados por conhecidos, curiosos ou interessados em se iniciar nos assuntos relativos à espiritualidade…
De vez em quando alguém pergunta “por que o espírita não vai ao cemitério” (no dia de finados, mais especificamente). Cabe aqui, portanto, um esclarecimento útil.
Primeiro: – Nenhum espírita, em virtude de ideologia religiosa ou limitação de qualquer tipo imposta pela doutrina, “não pode” ir ao cemitério em qualquer época. Efetivamente, conheço muitos, simpatizantes ou espiritualistas convictos, que narram suas visitas a túmulos de parentes ou conhecidos.
Segundo: – O que ocorre mais amiúde é que, detendo o espírita a tranquila convicção de que seu ente querido não mais se demora por estas bandas, tendo demandado estâncias outras, mais ricas de vida, guarda a consciência clara de que tudo o que ficou na sepultura foi a “roupagem gasta”, e não mais, portanto, a pessoa com quem compartilhou experiências e afeto.
Terceiro: – Isto não implica em que o espírita sincero condene ou critique o posicionamento dos demais semelhantes que, de todo o coração, prestam com sinceridade as suas homenagens aos seus afeiçoados que se anteciparam na viagem deste para o outro lado da vida. Aliás, reza no próprio conhecimento da doutrina que muitos desencarnados visitam, efetivamente, os cemitérios por ocasião da data, em consideração às demonstração de amor com que ali são distinguidos. E muitos outros, ainda, afeitos aos costumes dentro dos quais desenvolveram suas experiências na matéria, conferem ainda muita importância a este gesto, ressentindo-se, de fato, daqueles que não o prestem nas datas de molde a serem lembrados.
Vistas estas considerações, é sensata a conclusão de que jamais cabe padrão algum de conduta no que toca ao sagrado universo íntimo humano. Cada agrupamento familiar terreno é único e peculiar, e ninguém melhor do que os seus componentes para estarem inteirados do que atinge ou não atinge mais de perto a cada um; o que convém ou o que não convém em matéria de sentimento e dedicação, cujos estágios e características se multiplicam ao infinito correspondente do número de habitantes do vasto universo humano.
Efetivamente, somos do lado de “lá” o que fomos aqui. É dever básico não só do espírita, quanto de qualquer pessoa que se diga civilizada, respeitar a diversidade dos caminhos escolhidos que, destarte, haverão de conduzir a cada ser, no tempo certo, ao mesmo ponto de encontro comum na intimidade das luzes divinas.
Questão de temperamento, de agrupamento humano, de fé e de hábitos, o ir ou não ir ao cemitério, de vez que é na sinceridade do gesto e não no gesto em si que se vislumbra a verdadeira homenagem aos desencarnados, de forma que, amor pelos mesmos, podemos dirigir-lhes tanto do recesso abençoado do nosso recanto de meditação no lar, quanto do ambiente de qualquer templo religioso, ou ainda diariamente, no movimento tumultuado das ruas ou também no cemitério, a qualquer dia do ano.
De forma que aqueles que partiram nos amando de todo o coração haverão de valorizar e entender a nossa melhor intenção ao seu respeito, seja de onde for que se irradie, colhendo-os de pronto, pela linguagem instantânea do coração e do pensamento. Os que foram afeitos aos hábitos costumeiros do dia de finados, na medida de suas possibilidades espirituais após a transição lá estarão, junto à sepultura física, colhendo com sincera afeição os votos de paz e as preces que lhes estejam sendo dirigidas.
Os provenientes dos lares espiritualistas na Terra receberão as mesmas demonstrações de amor a qualquer tempo, em qualquer data que faça emergir naqueles que ficaram para trás no aprendizado físico as gratas lembranças com que são evocados.
O importante é que espíritas e não-espíritas têm em comum, em relação aos seus amados que já se foram, à qualquer época, a linguagem inconfundível do amor entre as almas. Enxerguemos acima dos horizontes das limitações de visão humanas para alcançarmos com clareza a compreensão de que é assunto individual a forma como celebramos o nosso afeto para com os nossos entes queridos, e que o fator da sinceridade e da intenção é o que de fato conta, na certeza de que nossas preces e votos de paz serão bem recebidos por aqueles que prosseguem nos amando de igual forma na continuidade pura e simples da vida, que a todos aguarda para além das portas da sepultura, sob as bênçãos de Jesus.
Christina Nunes

viajantes

saudade

 

͏An͏t͏e ͏o͏s ͏m͏o͏r͏t͏o͏s ͏q͏u͏e͏r͏i͏d͏o͏s, ͏
Fa͏z͏e ͏s͏i͏lê͏n͏c͏i͏o ͏e ͏o͏r͏a. ͏
Ni͏n͏g͏ué͏m ͏p͏o͏d͏e ͏a͏p͏a͏g͏a͏r ͏
A ͏c͏h͏a͏m͏a ͏d͏a ͏s͏a͏u͏d͏a͏d͏e. ͏
En͏t͏r͏e͏t͏a͏n͏t͏o ͏s͏e ͏c͏h͏o͏r͏a͏s, ͏
Ch͏o͏r͏a ͏f͏a͏z͏e͏n͏d͏o ͏o ͏b͏e͏m.
A ͏m͏o͏r͏t͏e ͏p͏a͏r͏a ͏a ͏v͏i͏d͏a
É ͏a͏p͏e͏n͏a͏s ͏m͏u͏d͏a͏nç͏a. ͏
A ͏s͏e͏m͏e͏n͏t͏e ͏n͏o ͏s͏o͏l͏o
Mo͏s͏t͏r͏a ͏a ͏r͏e͏s͏s͏u͏r͏r͏e͏içã͏o. ͏
To͏d͏o͏s ͏e͏s͏t͏a͏m͏o͏s ͏v͏i͏v͏o͏s
Na ͏p͏r͏e͏s͏e͏nç͏a ͏d͏e ͏De͏u͏s.

 

Autσr: Emmαnuєl
Psícσgrαfíα dє Chícσ Xαvíєr

finados

DIA DE FINADOS EM CASA?

 

Richard Simonetti

 

01 – Que dizer da visita aos mortos no cemitério, particularmente no mês de novembro, nas comemorações de finados?

— É um hábito profundamente arraigado em pessoas que ainda não compreenderam que no cemitério há apenas os despojos carnais, a veste física, de quem não mora lá. Cemitério não é sala de visitas do além.

 

02 – Mas não se sentem felizes os espíritos, quando afetos caros ao seu coração os evocam no cemitério, pelos condutos do pensamento saudoso?

— Sem dúvida, ficam felizes quando são lembrados sem desespero ou revolta. Captam nossas vibrações, sentem saudade também. Mas é de mau gosto marcar encontro com eles no cemitério.

 

03 – Marcar encontro?

— Sim, eles tendem a ser atraídos pela nossa lembrança. Imaginemos um filho nosso que se mude para outra cidade. Quando ele vem nos visitar, vamos encontrá-lo no cemitério? É o que faz quem frequenta cemitérios para cultuar a memória dos mortos. E há um problema adicional. Se o espírito desencarnou há pouco tempo e não está ainda bem adaptado à vida espiritual, não se sentirá bem ao aproximar-se de seus despojos carnais.

 

04 – Então não devemos ir ao cemitério?

— Eventualmente há que se comparecer, quando nos cumpre o penoso dever de conduzir os despojos de um amigo ou familiar ao sepultamento.

 

05 – E nas datas significativas como Finados, e ainda Natal, Ano Novo, Dia dos Pais, Dia das Mães, aniversário de casamento, de nascimento, de morte, e outras?

— Lembremo-nos com muito carinho dos mortos queridos. Enfeitemos nosso lar com as flores que levaríamos à sepultura. O ente querido será atraído por nossa lembrança e ficará muito feliz por nos encontrar em nosso lar, não no cemitério.

 

06 – O que mais deveríamos fazer nessa evocação saudosa?

— Reunamos os familiares, façamos uma leitura de cunho edificante, enfocando a continuidade da vida no plano espiritual. Vertamos nossas lágrimas saudosas, se a emoção for muito forte, mas que sejam lágrimas puras.

 

07 – O que seriam lágrimas puras?

— Lágrimas livres de sentimentos negativos, de desespero, inconformação, revolta… Livres de questionamentos, de dúvidas que exprimem falta de confiança em Deus. Lágrimas purificadas pela certeza de que nossos amados vivem em outro plano.

 

08 – Poderemos sentir a sua presença?

— Muita gente sente. As pessoas dotadas de maior sensibilidade psíquica podem até ver o ente querido. Mas aqui o problema é mais complexo, porquanto nem todos apresentam suficiente sensibilidade psíquica para isso. E geralmente as pessoas têm medo de semelhantes contatos: concebem os espíritos como assombrações, mesmo quando estejam diante de familiares desencarnados. Com isso inibem suas possibilidades de contato pessoal.

 

Richard Simonetti

espírito-alma1

Oração para o dia de finados

 

– Por Chico Xavier
“Senhor, rogo as Tuas bençãos de luz para os meus
entes queridos que vivem no mundo espiritual.
Que minhas palavras e pensamentos dirigidos
a eles possam ajudá-los, a fim de continuarem na vida espiritual
trabalhando pelo bem onde estiverem.
Espero com resignação o momento de me reunir a eles na Pátria Espiritual, pois sei que é temporária a nossa separação.
Mas, quando tiverem a Tua permissão,
que possam vir ao meu encontro para enxugar
minhas lágrimas de saudade”.

 

Que Assim Seja.

entes queridos falecidos chico xavier

O DIA DOS FINADOS

Vânia Mugnato de Vasconcelos*
*Tradição religiosa nascida na França, em 998 d.C., o dia de Finados foi criado inicialmente para que se orasse pelos mortos, sobretudo os que haviam sido esquecidos. O hábito, enraizado no tempo, se espalhou por diversas culturas. No mundo ocidental, particularmente, é dia de lágrimas, saudades e dúvidas: Continuam existindo após a morte? Pensarão em quem ficou? Haverá reencontro algum dia?*
*A maioria das religiões, se não todas, apregoa a continuidade da vida – o corpo físico perece, mas a alma, ser inteligente, é imortal. Entretanto, como nem sempre conseguem explicar esse conceito, a imortalidade espiritual limita-se ao campo da fé.*
*Há religiões que defendem que se dorme até o julgamento final, cuja data é incerta; outras mencionam a volta ao Todo Universal, com a perda da individualidade; outras falam do céu e do inferno, destino que separa os que se amam só por terem seguido caminhos distintos.*
*O Espiritismo também traz respostas, dadas pelos próprios espíritos: a morte não é fim, é etapa da existência em que o ser inteligente abandona o corpo carnal para viver no mundo espiritual. O processo de nascer, morrer e renascer (reencarnação!), dá ao espírito o ensejo de evoluir até a perfeição. Ninguém é destinado ao sofrimento eterno, erros serão corrigidos e todos amadurecerão para o amor.*
*Os mortos do mundo físico não perdem a individualidade. Compreendem quem são, a razão de terem nascido e partido, sabem da nossa importância em suas existências, sentem saudade, nos visitam como fariam se ainda estivessem aqui.*
*Nós os reencontraremos, pois o interesse sincero, o afeto real, une os seres: duvidar do amor é duvidar do motivo de existir. A morte somente liberta a alma, assim como a gaiola que é aberta liberta o pássaro.*
*Onde estivermos ao pensar em quem partiu da vida material, será ali que ele virá, atraído por nossos pensamentos afetuosos. Não é necessário que seja no cemitério, ainda que possa ser. Não existe ambiente especial para sentir saudade, pensar, orar por quem amamos e vive noutra dimensão.*
*A morte não é fim, é continuidade. Não significa adeus, é até breve. *
*Finados é dia de louvar a vida, comemorar a Imortalidade, brindar ao amor. É mais um dia em que o sentimento atravessará o Universo se necessário for, para abraçar os que queremos e nos querem bem.*
*(Transcrito do “Portal do Espírito”, da Fundação Espírita André Luiz, de Guarulhos SP)*

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