BENEFICIAMOS
OU PREJUDICAMOS
Se beneficiamos ou prejudicamos alguém,
estamos beneficiando ou prejudicando
a nós próprios.
André Luiz
Sem Caridade
Sem a caridade do trabalho para as suas mãos, o seu descanso pode transforma-se em preguiça.
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Sem a caridade da tolerância, o seu trabalho seguirá repleto de entraves.
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Sem a caridade da simpatia para com os necessitados de qualquer procedência, as suas palavras de corrigenda serão nulas.
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Sem a caridade da gentileza, a sua vida social e doméstica será sempre um purgatório de incompreensões.
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Sem a caridade da desculpa fraterna, seus problemas seguirão aumentados.
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Sem a caridade da lição repetida, o seu esforço não auxiliará a ninguém.
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Sem a caridade da cooperação, a sua tarefa podera descer ao isolamento enfermiço.
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Sem a caridade do estímulo ao companheiro que luta, sofre e chora, no trato com as próprias imperfeições, o orgulho se lhe fará petrificado na própria alma.
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Sem a caridade do auxílio incessante aos pequeninos, a vaidade viverá fortalecida em nosso espírito invigilante.
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Sem a caridade do entendimento amigo, a sua franqueza será crueldade.
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Sem a caridade do concurso desinteressado e fraterno, as suas dificuldades crescerão indefinidamente.
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Sem caridade em nosso caminho, tudo se converterá em inquietude, sombra e sofrimento. Por isso mesmo, adverte-nos o Evangelho – “fora da caridade ou fora do amor não existe realmente salvação”.
Pelo Espírito André Luiz
XAVIER, Francisco Cândido. Caridade. Espíritos Diversos. IDE.
A Serpente e o Sábio
Contam as tradições populares da Índia que existia uma serpente venenosa em certo campo. Ninguém se aventurava a passar por lá, receando-lhe o assalto. Mas um santo homem, a serviço de Deus, buscou a região, mais confiado no Senhor que em si mesmo. A serpente o atacou, desrespeitosa. Ele dominou-a, porém, com o olhar sereno, e falou:
– Minha irmã, é da lei que não façamos mal a ninguém.
A víbora recolheu-se, envergonhada. Continuou o sábio o seu caminho e a serpente modificou-se completamente. Procurou os lugares habitados pelo homem, como desejosa de reparar os antigos crimes. Mostrou-se integralmente pacífica, mas, desde então, começaram a abusar dela. Quando lhe identificaram a submissão absoluta, homens, mulheres e crianças davam-lhe pedradas. A infeliz recolheu-se à toca, desalentada. Vivia aflita, medrosa, desanimada. Eis, porém, que o santo voltou pelo mesmo caminho e deliberou visitá-la. Espantou-se, observando tamanha ruína. A serpente contou-lhe, então, a história amargurada. Desejava ser boa, afável e carinhosa, mas as criaturas peseguiam-na. O sábio pensou, pensou e respondeu após ouví-la:
– Mas, minha irmã, ouve um engano de tua parte. Aconselhei-te a não morderes ninguém, a não praticares o assassínio e a perseguição, mas não te disse que evitasses de assustar os maus. Não ataques as criaturas de Deus, nossas irmãs no mesmo caminho da vida, mas defende a tua cooperação na obra do Senhor. Não mordas, nem firas, mas é preciso manter o perverso à distância, mostrando-lhe os teus dentes e emitindo os teus silvos.
XAVIER, Francisco Cândido. Os Mensageiros. Pelo Espírito André Luiz. FEB.
“Não basta não fazer o mal, é preciso fazer o bem!”
Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?
“Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.”
O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejaríamos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros como irmãos.
A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores. Ela nos prescreve a indulgência, porque de indulgência precisamos nós mesmos, e nos proíbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer.
Apresente-se uma pessoa rica e todas as atenções e deferências lhe são dispensadas. Se for pobre, toda gente como que entende que não precisa preocupar-se com ela. No entanto quanto mais lastimosa seja a sua posição, tanto maior cuidado devemos pôr em lhe não aumentarmos o infortúnio pela humilhação.
O homem verdadeiramente bom procura elevar, aos seus próprios olhos, aquele que lhe é inferior, diminuindo a distância que os separa.
(O Livro dos Espíritos » Parte Terceira – Das leis morais » Capítulo XI – 10. Lei de justiça, de amor e de caridade » Questão – 886).
“O Cristo não pediu muita coisa, não exigiu que as pessoas escalassem o Everest ou fizessem grandes sacrifícios. Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros.”
– Chico Xavier
Na Assistência Social
Aproximar-se do assistido, encontrando nele uma criatura humana, tão humana e tão digna de estima quanto os nossos entes mais caros.
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Em tempo algum, agir sobrepondo instruções profissionais aos princípios da caridade genuína.
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Amparar sem alardear superioridade.
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Compreender que todos somos necessitados dessa ou daquela espécie, perante Deus e diante uns dos outros.
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Colocar-nos na situação difícil de quem recebe socorro.
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Dar atenção à fala dos companheiros em privação, ouvindo-os com afetuosa paciência, sem fazer simultaneamente outra cousa e sem interrompê-los com indagações descabidas.
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Calar toda observação desapiedada ou deprimente diante dos que sofrem, tanto quanto sabemos silenciar sarcasmo e azedume junto das criaturas amadas.
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Confortar os necessitados sem exigir-lhes mudanças imediatas.
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Ajudar os assistidos a serem independentes de nós.
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Respeitar as idéias e opiniões de quantos pretendemos auxiliar.
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Nunca subordinar a prestação de serviço ou benefício à aceitação dos pontos de vista que nos sejam pessoais.
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Conservar discrição e respeito ao lado dos companheiros em pauperismo ou sofrimento, sem traçar comentários desprimorosos em torno deles, quando a visita for encerrada.
XAVIER, Francisco Cândido. Sinal Verde. Pelo Espírito André Luiz. CEC.
Construir
Para construir a floresta a natureza gasta séculos de serviço.
Para destruí-la, basta a chispa do fogo.
Para construir a casa, grande turma de obreiros despende longos dias.
Para destruí-la, basta um só homem de picareta, no espaço de algumas horas.
Para construir um jarro de legítima porcelana, o ceramista utiliza tempo enorme de vigília e preparação.
Para destruí-lo, basta um martelo.
Para construir o avião, primorosa equipe de técnicos associa prodígios de inteligência, na ação de conjunto.
Para destruí-lo, basta um erro de cálculo.
Para construir o depósito de combustíveis, o homem é constrangido a providências numerosas, alusivas à edificação e à preservação.
Para destruí-lo, basta um fósforo aceso.
Para construir a cidade, o povo emprega anos e anos de sacrifício.
Para destruí-la, basta hoje uma bomba.
Irmãos, sempre que chamados à crítica, respeitemos o esforço nobre dos semelhantes.
Para construir, são necessários amor e trabalho, estudo e competência, compreensão e serenidade, disciplina e devotamento.
Para destruir, porém, basta o golpe.
Pelo Espírito André Luiz
XAVIER, Francisco Cândido. Ideal Espírita. Espíritos Diversos. CEC.
O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará.
Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas.
Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome.
Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.
Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias.
Salmos 23:1-6
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