Se na Lei faço o Bem ou o Mal

lei de ação e reação

O Bem e o Mal

Se na Lei faço o Bem ou o Mal, ele para mim retorna…
Então, se somente “Eu” faço o Bem, Ele a mim retorna justo que,
o mal que me desejam ou façam não me atinge, porque não o faço
e, não desejo a ninguém.”
Vera Jacubowski

Ser Aprendiz

No passado usou-se muito a expressão “ser aprendiz”, para designar todos aqueles que estavam aprendendo um ofício (trabalho) ou ensinamento. Hoje utilizamos o termo estudante.
No “ser aprendiz” o ensinamento, geralmente, era oral. Tradição esta, que se perpetua em poucas comunidades, pois a escrita já se consolidou de forma muito mais prática e eficiente, garantindo toda a infinidade de informações que a grande maioria tem acesso.
Encontraremos em dicionários as definições para “aprendiz”: estudante, aquele que está estudando um ofício; aquele que está em processo de formação.
Buscando agora as definições para “ser” teremos: ter identidade; característica intrínseca; apresentar-se com determinada condição.
E para “estudante” encontramos: qualquer pessoa que frequenta uma instituição de ensino; aluno; pessoa que se ocupa do estudo.
Logo podemos concluir que “ser aprendiz” é aquele que se apresenta ou tem condições de estar em processo de formação. Enquanto que o estudante é aquele que está em estudo.
Para mim, fica clara a ideia de que o “ser aprendiz” traduz de uma forma muito mais rica o aprender, bem como nos transmite algo dinâmico, que demanda por assim dizer, educar-se para a vida, já que está associado ao processo de formação (teoria associada a prática = aprendizado = sabedoria).
Enquanto que o estudante seria apenas um período em que o mesmo se dedicaria ao estudo formal (recebe teoria e informações = conhecimento).
Assim, nossas reflexões hoje se darão em torno do questionamento: sou um aprendiz ou um estudante na longa jornada da vida da qual me encontro?
Toda vez que recebo a informação e me proponho a estudar essa informação posso ser um classificado, segundo os conceitos apresentados como estudante ou um aprendiz.
E aqui peço permissão para uns parênteses, pois sinto a necessidade de elucidar o que é estudar. Para surpresa de muitos o estudar, meus amigos, vai muito além de ler algumas vezes um texto, um livro. Estudar é procurar descobrir o que existe nas entrelinhas do texto; qual a finalidade do autor em escrevê-lo; qual a mensagem que ele quis passar.
E para fechar a análise de que forma o texto contribui para o meu aprendizado?
Como aplicar esse aprendizado na minha rotina?
Assim estudar, além de significar ler inúmeras vezes o mesmo texto, é procurar lê-lo parágrafo a parágrafo, fazendo anotações, buscando o entendimento das palavras que não se compreende, além de pesquisas complementares que se fazem pertinente para construir pontes, ligações entre diversos assuntos.
Estudar é verbo ativo… É buscar, é querer colocar em pratica, e não simplesmente como a maioria dos estudantes faz receber a informação e armazená-la, a fim de lembra-la para o teste educacional. Estudar é a construção do aprendizado para a vida.
Retornando ao nosso foco de reflexão, toda vez que estudo a informação e procuro aplica-la em meu dia a dia, eu não sou somente um estudante no conceito que estabelecemos antes, mas sou um aprendiz, ou seja, estou construindo o meu processo de formação enquanto pessoa, enquanto espírito imortal que somos.
Amigos, vocês percebem a diferença?
O aprendiz não se limita a teoria, ou a coleta/recebimento de informações, mas busca a sua aplicabilidade na vida.
Quando estou em uma palestra como me porto?
E num curso?
No trabalho?
Na vida social?
Assistindo televisão?
Na família?
Sou aprendiz ou estudante?
“Engulo” todas as informações, sem questionamentos ou análises, ou estabeleço pontes, procuro ver a aplicabilidade?
Toda vez que acumulamos informações e nos limitamos apenas ao conhecimento intelectual das mesmas, seremos até classificamos como cultos pela sociedade, mas estaremos exercendo efetivamente nosso papel de aprendizes da vida? De sábios?
A vaidade, e o orgulho são agentes motivadores a nos conduzir ao caminho contrário do aprendizado. Ao assumirmos a postura presunçosa de que tudo sabemos… Ou ainda somos especialistas em determinados assuntos.
Mas acabamos por esquecer nessas infinitas especialidades teóricas, o nosso objetivo maior: “ser integral”… Evoluirmos enquanto espíritos imortais.
Prendemo-nos a detalhes técnicos, e deixamos de ver o outro como parte de nós, como parte de um todo que estamos ligados, sejamos homens, animais, plantas, minérios, enfim… SOMOS realmente TODOS UM.
Ser aprendiz, meus amigos, é sermos humildes e termos a visão sistêmica da vida, e a sabedoria de que por mais conhecimento que detenhamos ainda temos, muito, mas muito para aprender.
A verdadeira sabedoria vem da VERDADE – Deus, cujo caminho é Jesus.
Dúvidas, tropeços, recomeçar, faz parte do caminho, do aprendizado e da evolução.
Não se deixem iludir por falsos conhecimentos, é preciso coragem e humildade para conhecermos a nos mesmos, o nosso “eu”, mudando-o, pouco a pouco, para revelarmos o “Eu-Crístico” que nos habita e assim chegarmos mais próximo da perfeição relativa.
Convido-os para nesta semana, como início de uma reflexão profunda, pegarem papel e caneta e fazerem duas colunas. De um lado colocando os momentos da vida cotidiana em que se age como “aprendiz” e do outro lado como “estudante”.
E depois buscar formas de iniciar as mudanças necessárias a fim de que exista somente uma coluna ou que a segunda coluna seja cada vez mais restrita a fim de que se tornem eternos aprendizes.
Que as bênçãos de luz do Mestre Jesus e a serenidade de Maria de Nazaré os guiem na caminhada de aprendizado.
Sejamos meus amigos, “aprendizes de Jesus”!
Com todo o carinho,
Em: 12.01.15
Médium: Lúcia ( Casa Virtual Luz Espírita – CAVILE)
Espírito: Irmão Matheus (Colônia Espiritual Maria de Nazaré)

culpas desculpas e culpados

Retribuir o Mal com o Bem

Aprendestes que foi dito: “Amareis o vosso próximo e odiareis os vossos inimigos.” Eu, porém, vos digo: “Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam, a fim de serdes filhos do vosso Pai que está nos céus e que faz se levante o Sol para os bons e para os maus e que chova sobre os justos e os injustos. – Porque, se só amardes os que vos amam, qual será a vossa recompensa? Não procedem assim também os publicanos? Se apenas os vossos irmãos saudardes, que é o que com isso fazeis mais do que os outros? Não fazem outro tanto os pagãos?” (S. MATEUS, cap. V, vv. 43 a 47.)
– “Digo-vos que, se a vossa justiça não for mais abundante que a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no reino dos céus.”(S. MATEUS, cap. V, v. 20.)
“Se somente amardes os que vos amam, que mérito se vos reconhecerá, uma vez que as pessoas de má vida também amam os que os amam? – Se o bem somente o fizerdes aos que vo-lo fazem, que mérito se vos reconhecerá, dado que o mesmo faz a gente de má vida? – Se só emprestardes àqueles de quem possais esperar o mesmo favor, que mérito se vos reconhecerá, quando as pessoas de má vida se entreajudam dessa maneira, para auferir a mesma vantagem? Pelo que vos toca, amai os vossos inimigos, fazei bem a todos e auxiliai sem esperar coisa alguma. Então, muito grande será a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo, que é bom para os ingratos e até para os maus. – Sede, pois, cheios de misericórdia, como cheio de misericórdia é o vosso Deus.” (S. LUCAS, cap. VI, vv. 32 a 36.)
Se o amor do próximo constitui o princípio da caridade, amar os inimigos é a mais sublime aplicação desse princípio, porquanto a posse de tal virtude representa uma das maiores vitórias alcançadas contra o egoísmo e o orgulho.
Entretanto, há geralmente equívoco no tocante ao sentido da palavra amar, neste passo. Não pretendeu Jesus, assim falando, que cada um de nós tenha para com o seu inimigo a ternura que dispensa a um irmão ou amigo. A ternura pressupõe confiança; ora, ninguém pode depositar confiança numa pessoa, sabendo que esta lhe quer mal; ninguém pode ter para com ela expansões de amizade, sabendo-a capaz de abusar dessa atitude. Entre pessoas que desconfiam umas das outras, não pode haver essas manifestações de simpatia que existem entre as que comungam nas mesmas idéias. Enfim, ninguém pode sentir, em estar com um inimigo, prazer igual ao que sente na companhia de um amigo.
A diversidade na maneira de sentir, nessas duas circunstâncias diferentes, resulta mesmo de uma lei física: a da assimilação e da repulsão dos fluidos. O pensamento malévolo determina uma corrente fluídica que impressiona penosamente. O pensamento benévolo nos envolve num agradável eflúvio. Daí a diferença das sensações que se experimenta à aproximação de um amigo ou de um inimigo. Amar os inimigos não pode, pois, significar que não se deva estabelecer diferença alguma entre eles e os amigos. Se este preceito parece de difícil prática, impossível mesmo, é apenas por entender-se falsamente que ele manda se dê no coração, assim ao amigo, como ao inimigo, o mesmo lugar. Uma vez que a pobreza da linguagem humana obriga a que nos sirvamos do mesmo termo para exprimir matizes diversos de um sentimento, à razão cabe estabelecer as diferenças, conforme aos casos.
Amar os inimigos não é, portanto, ter-lhes uma afeição que não está na natureza, visto que o contato de um inimigo nos faz bater o coração de modo muito diverso do seu bater, ao contato de um amigo. Amar os Inimigos é não lhes guardar ódio, nem rancor, nem desejos de vingança; é perdoar-lhes, sem pensamento oculto e sem condições, o mal que nos causem; é não opor nenhum obstáculo a reconciliação com eles; é desejar-lhes o bem e não o mal; é experimentar júbilo, em vez de pesar, com o bem que lhes advenha; é socorrê-los, em se apresentando ocasião; é abster-se, quer por palavras, quer por atos, de tudo o que os possa prejudicar; é, finalmente, retribuir-lhes sempre o mal com o bem, sem a intenção de os humilhar. Quem assim procede preenche as condições do mandamento: Amai os vossos inimigos.
Amar os inimigos é, para o incrédulo, um contrassenso. Aquele para quem a vida presente é tudo, vê no seu inimigo um ser nocivo, que lhe perturba o repouso e do qual unicamente a morte. pensa ele, o pode livrar. Daí, o desejo de vingar-se. Nenhum interesse tem em perdoar, senão para satisfazer o seu orgulho perante o mundo. Em certos casos, perdoar-lhe parece mesmo uma fraqueza indigna de si. Se não se vingar, nem por isso deixará de conservar rancor e secreto desejo de mal para o outro.
Para o crente e, sobretudo, para o espírita, muito diversa é a maneira de ver, porque suas vistas se lançam sobre o passado e sobre o futuro, entre os quais a vida atual não passa de um simples ponto. Sabe ele que, pela mesma destinação da Terra, deve esperar topar aí com homens maus e perversos; que as maldades com que se defronta fazem parte das provas que lhe cumpre suportar e o elevado ponto de vista em que se coloca lhe torna menos amargas as vicissitudes, quer advenham dos homens, quer das coisas. Se não se queixa das provas, tampouco deve queixar-se dos que lhe servem de instrumento.
Se, em vez de se queixar, agradece a Deus o experimentá-lo, deve também agradecer a mão que lhe dá ensejo de demonstrar a sua paciência e a sua resignação. Esta ideia o dispõe naturalmente ao perdão. Sente, além disso, que quanto mais generoso for, tanto mais se engrandece aos seus próprios olhos e se põe fora do alcance dos dardos do seu inimigo.
O homem que no mundo ocupa elevada posição não se julga ofendido com os insultos daquele a quem considera seu inferior. O mesmo se dá com o que, no mundo moral, se eleva acima da humanidade material. Este compreende que o ódio e o rancor o aviltariam e rebaixariam. Ora, para ser superior ao seu adversário, preciso é que tenha a alma maior, mais nobre, mais generosa do que a desse último.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 12.

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