SÚPLICA DE SERVIDOR – PRECE PACÍFICA

prece pacífica súplica ao servidor

Súplica do Servidor

Permita-me, Senhor, aproveitar,
De alma reconhecida,
As bênçãos concedidas pelo Tempo
minha própria vida.
Que o tesouro das Horas, cada Dia,
Não utilize a esmo,
Causando, no balanço dos Minutos,
Prejuízo a mim mesmo…
Que eu não desprezes, ainda, do Relógio
Nem sequer um Segundo,
Recordando que simples gota d’água
Torna o solo fecundo…
Que eu não descanse, além do necessário,
Minhas forças vitais,
Porquanto, sobre o berço dos Milênios,
Já descansei demais…
Que eu nunca me detenha no Passado
– O labirinto escuro -,
Seguindo em direção à grande luz
Que me chama ao Futuro…
Que eu faça, Hoje, tudo o que puder,
Servindo ao bem, Agora,
Para que eu possa, Mestre, ser feliz
Eternidade afora!…
 

Que Assim Seja.

Pelo Espírito de: Eurícledes Formiga
Psicografia de: Carlos A. Baccelli
(Livro: Ao Pé da Luz (páginas: 22 e 23) – Ano:1994)

SIMPLICIDADE E HUMILDADE

Prece do Servidor

Emmanuel

Senhor, ensina-nos a trilhar a luminosa estrada do auxílio,
Dá-nos força, para destruir a pesada fortaleza de nossos próprios erros,
Coragem, para abrir o caminho da libertação de nós mesmos,
E recurso para desobstruir o coração em favor dos nossos, semelhantes, entregando-lhes enfim os tesouros de amor, que nos confiastes,
Que por onde passemos, a dor se faça menos angustiosa,
A ignorância menos agressiva,
O ódio menos cruel,
A terra menos densa,
O desânimo menos sombrio,
A incompreensão menos destruidora.
Se não possuímos ainda bens positivos,
Com que possamos enriquecer a jornada terrestre,
Ajuda-nos a diminuir os males que nos rodeiam,
Que em teu nome, distribuamos fraternidade e renovação, Usando com alegria os dons sublimes e invisíveis do silêncio, da compreensão e da renúncia.
Senhor, que nos ensinastes em palavras,
As supremas lições da simplicidade na manjedoura,
E do sacrifício na cruz indicando-nos assim, o roteiro da construção espiritual e da ressurreição divina, orienta-nos o passo incerto e ampara-nos os propósitos santificantes, para que a sua vontade, misericordiosa e justa, se faça, hoje e sempre, onde estivermos.

Assim seja!

CORAGEM E PACIÊNCIA

SOLIDÃO É TRISTE,

NO FRIO DO RELENTO É MUITO MAIS.

Espectro cruel que se origina nas paisagens do medo, a Solidão é, na atualidade, um dos mais graves problemas que desafiam a cultura e o homem. A necessidade de relacionamento humano, como mecanismo de afirmação pessoal, tem gerado vários distúrbios de comportamento, nas pessoas tímidas, nos indivíduos sensíveis e em todos quantos enfrentam problemas para um intercâmbio de ideias, uma abertura emocional, uma convivência saudável. Enxameiam, por isso mesmo, na sociedade, os solitários por livre opção e aqueloutros que se consideram marginalizados ou são deixados à distância pelas conveniências dos grupos.
A sociedade competitiva dispõe de pouco tempo para a cordialidade desinteressada, para deter-se em labores a benefício de outrem.
O atropelamento pela oportunidade do triunfo impede que o indivíduo, como unidade essencial do grupo, receba consideração e respeito ou conceda ao próximo este apoio, que gostaria de fruir.
A mídia exalta os triunfadores de agora, fazendo o panegírico dos grupos vitoriosos e esquecendo com facilidade os heróis de ontem, ao mesmo tempo que sepultam os valores do idealismo, sob a retumbante cobertura da insensatez e do oportunismo.
O homem, no entanto, sem ideal, mumifica-se. O ideal é-lhe de vital importância, como o ar que respira.
O sucesso social não exige, necessariamente, os valores intelecto-morais, nem o vitalismo das idéias superiores, antes cobra os louros das circunstâncias favoráveis e se apóia na bem urdida promoção de mercado, para vender imagens e ilusões breves, continuamente substituídas, graças à rapidez com que devora as suas estrelas.
Quem, portanto, não se vê projetado no caleidoscópio mágico do mundo fantástico, considera-se fracassado e recua para a Solidão, em atitude de fuga de uma realidade mentirosa, trabalhada em estúdios artificiais.
Parece muito importante, no comportamento social, receber e ser recebido, como forma de triunfo, e o medo de não ser lembrado nas rodas bem sucedidas, leva o homem a estados de amarga Solidão, de desprezo por si mesmo.
O homem faz questão de ser visto, de estar cercado de bulha, de sorrisos embora sem profundidade afetiva, sem o calor sincero das amizades, nessas áreas, sempre superficiais e interesseiras. O medo de ser deixado em plano secundário, de não ter para onde ir, com quem conversar, significaria ser desconsiderado. atirado à Solidão.
Há uma terrível preocupação para ser visto, fotografado, comentado, vendendo saúde, felicidade, mesmo que fictícia.
A conquista desse triunfo e a falta dele produzem Solidão.
O irreal, que esconde o caráter legítimo e as lidimas aspirações do ser, conduz à psiconeurose de auto-destruição.
A ausência do aplauso amargura, face ao conceito falso em torno do que se considera, habitualmente como triunfo. Há terrível ânsia para ser-se amado, não para conquistar o amor e amar, porém para ser objeto de prazer, mascarado de afetividade. Dessa forma, no entanto, a pessoa se desama, não se torna amável nem amada realmente.
Campeia, assim, o “medo da Solidão”, numa demonstração caótica de instabilidade emocional do homem, que parece haver perdido o rumo, o equilíbrio.
O silêncio, o isolamento espontâneo, são muito saudáveis para o indivíduo, podendo permitir-lhe reflexão, estudo, auto-aprimoramento, revisão de conceitos perante a vida e a paz interior.
O sucesso, decantado como forma de felicidade, é, talvez, um dos maiores responsáveis pela Solidão profunda.
Os campeões de bilheteira, nos shows, nas rádios, televisões e cinemas, os astros invejados, os reis dos esportes, dos negócios, cercam-se de fanáticos e apaixonados, sem que se vejam livres da Solidão.
Suicídios espetaculares, quedas escabrosas nos porões dos vícios e dos tóxicos comprovam quanto eles são tristes e solitários. Eles sabem que o amor, com que os cercam, traz, apenas, apelos de promoção pessoal dos mesmos que os envolvem, e receiam os novos competidores que lhes ameaçam os tronos, impondo-lhes terríveis ansiedades e inseguranças, que procuram esconder no álcool, nos estimulantes e nos derivativos que os mantém sorridentes, quando gostariam de chorar, quão inatingidos, quanto se sentem fracos e humanos.
A neurose da Solidão é doença contemporânea, que ameaça o homem distraído pela conquista dos valores de pequena monta, porque transitórios.
Resolvendo-se por afeiçoar-se aos ideais de engrandecimento humano, por contribuir com a hora vazia em favor dos enfermos e idosos, das crianças em abandono e dos animais, sua vida adquiriria cor e utilidade, enriquecendo-se de um companheirismo digno, em cujo interesse alargar-se-ia a esfera dos objetivos que motivam as experiências vivenciais e inoculam coragem para enfrentar-se, aceitando os desafios naturais.
O homem solitário, todo aquele que se diz em Solidão, exceto nos casos patológicos, é alguém que se receia encontrar, que evita descobrir-se, conhecer-se, assim ocultando a sua identidade na aparência de infeliz, de incompreendido e abandonado.
A velha conceituação de que todo aquele que tem amigos não passa necessidades, constitui uma forma desonesta de estimar, ocultando o utilitarismo sub-reptício, quando o prazer da afeição em si mesma deve ser a meta a alcançar-se no inter-relacionamento humano, com vista à satisfação de amar.
O medo da Solidão, portanto, deve ceder lugar, à confiança nos próprios valores, mesmo que de pequenos conteúdos, porém significativos para quem os possui.
Jesus, o Psicoterapeuta Excelente, ao sugerir o “amor ao próximo como a si mesmo” após o “amor a Deus” como a mais importante conquista do homem, conclama-o a amar-se, a valorizar-se, a conhecer-se, de modo a plenificar-se com o que é e tem, multiplicando esses recursos em implementos de vida eterna, em saudável companheirismo, sem a preocupação de receber resposta equivalente.
O homem Solidário, jamais se encontra Solitário.
O egoísta, em contrapartida, nunca está solícito, por isto, sempre atormentado.
Possivelmente, o homem que caminha a sós se encontre mais sem solidão, do que outros que, no tumulto, inseguros, estão cercados, mimados, padecendo disputas, todavia sem paz nem fé interior.
A fé no futuro, a luta por conseguir a paz intima – eis os recursos mais valiosos para vencer-se a solidão, saindo do arcabouço egoísta e ambicioso para a realização edificante onde quer que se esteja.
Joanna de Ângelis, Médium: Divaldo Pereira Franco

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