inveja

INVEJA NUMA PERSPECTIVA ESPIRITUAL

A INVEJA NUMA PERSPECTIVA ESPIRITUAL
progresso

A INVEJA NUMA PERSPECTIVA ESPIRITUAL

O sentimento mais difícil de entender, o que causa maior perplexidade é a inveja. O ódio, por exemplo, apesar de ser inapropriado, ao menos parece ser uma reação ao que não se gosta. Uma reação imprópria, é verdade, mas uma reação. Mas e a inveja? Qual a vantagem real ou imaginária que poderia existir?! Em que poderia nos afetar o sucesso ou aparente sucesso de alguém cuja vida não nos diz respeito? É o que tentaremos entender ou pelo menos refletir.
O invejoso não parece ter o desejo de ter o que temos. Se assim fosse, lutaria para ter ou seria algo que fosse do seu interesse diário ou pelo menos algo simpático ao invejoso. Mas, não é isto que ocorre.
Aquele que inveja, inveja qualquer coisa. Mesmo aquelas que não gosta. Ele inveja a amizade que muitos têm, mesmo que não se importe muito com os amigos e mesmo que não conheça os amigos daquele que inveja.
O invejoso inveja que o outro tenha um carro, mesmo que ele nem saiba dirigir. Ele ficaria feliz se você perdesse o carro em um acidente ou roubo e ficará mais satisfeito quando souber que você não tem seguro. O invejoso não admira você, porque admiração é um ato normal de respeito e acolhimento ao que tem valor.
As pessoas invejam o que poderiam ser e não são. Ou invejam o que deveriam se esforçar para ser. O invejoso percebe no sucesso do outro, o fracasso de si mesmo, o que ele poderia ser e por preguiça ou outro motivo qualquer, não é. Muitos não digerem bem quando a própria realidade é exposta. A desculpa todos damos a nós mesmos e que é desfeita diante do que o outro, igual a nós mesmos, consegui.
É para o invejoso inadmissível ver que o outro estudou na mesma escola, com os mesmos professores, na mesma classe social e consegui o que ele não conseguimos. O outro passa em um concurso e ele nem sequer pensou em fazer um concurso público.
Alguém tem o mesmo salário que o dele, mas não tem dívidas e ainda cuida de dois filhos. Alguém acorda sorrindo, de bom humor, e o invejoso acorda aborrecido.
O invejoso não se conforma em invejar apenas coisas específicas, ele tem uma inveja por tudo de bom que ocorre na vida d outro, sobretudo, se o outro é alguém parecido com ele. Assim é que o pobre inveja o pobre, o professor inveja outro professor, o infeliz inveja o menos infeliz.
A inveja é semelhante a um câncer da alma que dissemina metástases em todos os departamentos da vida. Para combater a inveja é preciso primeiro que aprendamos a gostar do bem, onde quer que ele esteja, de qualquer forma que se apresente. Mas, para isto é preciso sair de si mesmo para encontrar a própria vida, e isto é o contrário do egoísmo. E o tratamento para o egoísmo, onde a inveja é uma das manifestações, é o olhar de amor, a atitude fraterna e caridosa para com o outro e para consigo mesmo.
João Senna

lição chico xavier

O Homem Honesto Segundo Deus ou Segundo os Homens

Nota: as respostas deste texto foram dadas pelo Espírito JOSEPH BRÊ, falecido em 1840, ao ser evocado em Bordéus, por sua neta, em 1862. O texto foi extraído do livro “O Céu e o Inferno” de Allan Kardec.
1. – Caro avô, podeis dizer-me como vos encontrais no mundo dos Espíritos, dando-me quaisquer pormenores úteis ao nosso progresso?
R. Tudo que quiseres, querida filha. Eu expio a minha descrença; porém, grande é a bondade de Deus, que atende às circunstâncias. Sofro, mas não como poderias imaginar: é o desgosto de não ter melhor aproveitado o tempo aí na Terra.
2. – Como? Pois não vivestes sempre honestamente?
R. Sim, no juízo dos homens; mas há um abismo entre a honestidade perante os homens e a honestidade perante Deus. E uma vez que desejas instruir-te, procurarei demonstrar-te a diferença. Aí, entre vós, é reputado honesto aquele que respeita as leis do seu país, respeito arbitrário para muitos. Honesto é aquele que não prejudica o próximo ostensivamente, embora lhe arranque muitas vezes a felicidade e a honra, visto o código penal e a opinião pública não atingirem o culpado hipócrita.
Em podendo fazer gravar na pedra do túmulo um epitáfio de virtude, julgam muitos terem pago sua dívida à Humanidade! Erro! Não basta, para ser honesto perante Deus, ter respeitado as leis dos homens; é preciso antes de tudo não haver transgredido as leis divinas. Honesto aos olhos de Deus será aquele que, possuído de abnegação e amor, consagre a existência ao bem, ao progresso dos seus semelhantes; aquele que, animado de um zelo sem limites, for ativo na vida; ativo no cumprimento dos deveres materiais, ensinando e exemplificando aos outros o amor ao trabalho; ativo nas boas ações, sem esquecer a condição de servo ao qual o Senhor pedirá contas, um dia, do emprego do seu tempo; ativo finalmente na prática do amor de Deus e do próximo.
Assim o homem honesto, perante Deus, deve evitar cuidadoso as palavras mordazes, veneno oculto sob flores, que destrói reputações e acabrunha o homem, muitas vezes cobrindo-o de ridículo. O homem honesto, segundo Deus, deve ter sempre cerrado o coração a quaisquer germens de orgulho, de inveja, de ambição; deve ser paciente e benévolo para com os que o agredirem; deve perdoar do fundo dalma, sem esforços e sobretudo sem ostentação, a quem quer que o ofenda; deve, enfim, praticar o preceito conciso e grandioso que se resume “no amor de Deus sobre todas as coisas e do próximo como a si mesmo”.
Eis aí, querida filha, aproximadamente o que deve ser o homem honesto perante Deus. Pois bem: tê-lo-ia eu sido? Não. Confesso sem corar que faltei a muitos desses deveres; que não tive a atividade necessária; que o esquecimento de Deus impeliu-me a outras faltas, as quais, por não serem passíveis às leis humanas, nem por isso deixam de ser atentatórias à lei de Deus.
Compreendendo-o, muito sofri, e assim é que hoje espero mais consolado a misericórdia desse Deus de bondade, que perscruta o meu arrependimento. Transmite, cara filha, repete tudo o que aí fica a quantos tiverem a consciência onerada, para que reparem suas faltas à força de boas obras, a fim de que a misericórdia de Deus se estenda por sobre eles. Seus olhos paternais lhes calcularão as provações. Sua mão potente lhes apagará as faltas.
KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. FEB. Extraído do capítulo 3 – 2a. Parte – Espíritos em condições medianas.

vigia e ora

Os Tormentos Voluntários

Vive o homem incessantemente em busca da felicidade, que também incessantemente lhe foge, porque felicidade sem mescla não se encontra na Terra. Entretanto, mau grado às vicissitudes que formam o cortejo inevitável da vida terrena, poderia ele, pelo menos, gozar de relativa felicidade, se não a procurasse nas coisas perecíveis e sujeitas às mesmas vicissitudes, isto é, nos gozos materiais em vez de a procurar nos gozos da alma, que são um prelibar dos gozos celestes, imperecíveis; em vez de procurar a paz do coração, única felicidade real neste mundo, ele se mostra ávido de tudo o que o agitará e turbará, e, coisa singular! o homem, como que de intento, cria para si tormentos que está nas suas mãos evitar.
Haverá maiores do que os que derivam da inveja e do ciúme?
Para o invejoso e o ciumento, não há repouso; estão perpetuamente febricitantes. O que não têm e os outros possuem lhes causa insônias. Dão-lhes vertigem os êxitos de seus rivais; toda a emulação,, para eles, se resume em eclipsar os que lhes estão próximos, toda a alegria em excitar, nos que se lhes assemelham pela insensatez, a raiva do ciúme que os devora. Pobres insensatos, com efeito, que não imaginam sequer que, amanhã talvez, terão de largar todas essas frioleiras cuja cobiça lhes envenena a vida! Não é a eles, decerto, que se aplicam estas palavras: “Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados”, visto que as suas preocupações não são aquelas que têm no céu as compensações merecidas.
Que de tormentos, ao contrário, se poupa aquele que sabe contentar-se com o que tem, que nota sem inveja o que não possui, que não procura parecer mais do que é. Esse é sempre rico, porquanto, se olha para baixo de si e não para, cima, vê sempre criaturas que têm menos do que ele. E calmo, porque não cria para si necessidades quiméricas. E não será uma felicidade a calma, em meio das tempestades da vida? – Fénelon. (Lião, 1860.)
KARDEC, Allan.
O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 5. Item 23.

escuta e REVELA

Virtudes Valores e Defeitos

Questões 924 a 927 –

A Felicidade e Infelicidade Relativas na Terra

Respostas dos guias espirituais para Allan Kardec no Livro dos Espíritos.
924. Há males que independem da maneira de proceder do homem e que atingem mesmo os mais justos. Nenhum meio terá ele de os evitar?
“Deve resignar-se e sofrê-los sem murmurar, se quer progredir. Sempre, porém, lhe é dado haurir consolação na própria consciência, que lhe proporciona a esperança de melhor futuro, se fizer o que é preciso para obtê-lo.”
925. Por que favorece Deus, com os dons da riqueza, a certos homens que não parecem tê-las merecido?
“Isso significa um favor aos olhos dos que apenas vêem o presente. Mas, ficai sabendo, a riqueza é, de ordinário, a prova mais perigosa do que a miséria.” (veja as questões 814 e seguintes)
926. Criando novas necessidades, a civilização não constitui uma fonte de novas aflições?
“Os males deste mundo estão na razão das necessidades factícias que vos criais. A muitos desenganos se poupa nesta vida aquele que sabe restringir seus desejos e olha sem inveja para o que esteja acima de si. O que menos necessidades tem, esse o mais rico.
“Invejais os gozos dos que vos parecem os felizes do mundo. Sabeis, porventura, o que lhes está reservado? Se os seus gozos são todos pessoais, pertencem eles ao número dos egoístas: o reverso então virá. Deveis, de preferência, lastimá-los. Deus algumas vezes permite que o mau prospere, mas a sua felicidade não é de causar inveja, porque com lágrimas amargas a pagará. Quando um justo é infeliz, isso representa uma prova que lhe será levada em conta, se a suportar com coragem. Lembrai-vos destas palavras de Jesus: Bem-aventurados os que sofrem, pois que serão consolados.”
927. Não há dúvida que, à felicidade, o supérfluo não é forçosamente indispensável, porém o mesmo não se dá com o necessário. Ora, não será real a infelicidade daqueles a quem falta o necessário?
“Verdadeiramente infeliz o homem só o é quando sofre a falta do necessário à vida e à saúde do corpo. Todavia, pode acontecer que essa privação seja de sua culpa. Então, só tem que se queixar de si mesmo. Se for ocasionada por outrem, a responsabilidade recairá sobre aquele que lhe houver dado causa.”
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 76.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1995.

MELHOR QUE TENS

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