Graças à Bondade Divina, nossas tarefas foram rematadas com a necessária segurança.
As melhoras dos nossos companheiros sofredores, assistidos nesta noite, serão progressivas continuando, assim, no aconchego de nossas organizações espirituais. Agora, solicitamos dos presentes alguns instantes de pensamentos amigos, tão entrelaçados quanto possível, em torno da memória de Jesus, para favorecermos a visita de nossa irmã Cármen Cinira, que algo nos falará, hoje, acerca do Natal. Afastou-se Meimei e a transfiguração do médium dá-nos a entender que outra entidade lhe tomava o equipamento. E, decorridos brevíssimos minutos, com um timbre de voz que nos soava harmoniosamente aos ouvidos, a poetisa Cármen Cinira, em versos encantadores e vibrantes, saúda o Natal que se aproxima, poesia essa que ela própria intitulou por:
VERSOS DE NATAL
Enquanto a glória do Natal se expande Na alegria que explode e tumultua, Lembra o Divino Amigo, além, na rua… E repara a miséria escura e grande.
Aqui, reina o Palácio do Capricho Que a louvores e júbilos se entrega, Onde a prece ao Senhor é surda e cega E onde o pão apodrece sobre o lixo.
Ali, ergue-se a Casa da Ventura, Que guarda a fé por fúlgido tesouro, Onde a imagem do Cristo, em prata e ouro, Dorme trancada em cárceres de usura.
Além, é o Ninho da Felicidade Que recorda Belém, cantando à mesa, Mas, de portas cerradas à tristeza Dos que choram de dor e de saudade.
Mais além, clamam sinos com voz pura: – «Jesus nasceu! » – o Templo dos Felizes Que não se voltam para as cicatrizes Dos que gemem nas chagas de amargura…
Adiante, o Presépio erguido em trono Louva o Rei Pequenino e Solitário, Olvidando os herdeiros do Calvário Sobre as cinzas dos catres de abandono.
De quando em quando, o Mestre, em companhia Daqueles que padecem sede e fome, Bate ao portal que lhe relembra o nome, Mas em resposta encontra a noite fria.
E quem contemple a Terra que se ufana, Ante o doce esplendor do Eterno Amigo, Divisará, de novo, o quadro antigo: – Cristo esmolando asilo na alma humana.
Natal!… O mundo é todo um lar festivo!… Claros guizos no ar vibram em bando… E Jesus continua procurando A humilde manjedoura do amor vivo.
Natal! eis a Divina Redenção!… Regozija-te e canta, renovado, Mas não negues ao Mestre desprezado A estalagem do próprio coração.
Pelo Espírito Cármen Cinira
XAVIER, Francisco Cândido. Instruções Psicofônicas. Espíritos Diversos. FEB. Capítulo 40.
Nunca o mundo precisou tanto de paz e de esperança.
Que este Natal reaviva nos corações a chama pacificadora que nos relembra sermos todos filhos de Deus.
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