O QUE VOCÊ COLOCA NO CORAÇÃO DOS OUTROS VOCÊ RECOLHE DA VIDA

coração recolhe vida

Criança, Eu Fiz Você


Pedro Casaldáliga

E disse Deus à humanidade: Olhe, eu fiz você para que sempre possa abrir uns olhos novos e rir diante da morte ou se voltar a mim, alvoroçada de medo ou de esperança, e sentir-me Papai, Mamãe, Ternura. Eu fiz você criança para que brinque sempre com todo esse brinquedo do universo infinito.
Sem quebrá-lo, porém, e sem se machucar, minha pequena! Sempre brincando juntos os irmãos e as irmãs, iguais no jogo!
Agora estamos em um novo milênio, para você brincar…
Não vá crescer demais. Não vá querer soltar-se de minha mão, pequena! Não vá fazer da vida um banco, um mercado, um navio de guerra!
Venha, me olhe bem no face a face: Não está vendo meus olhos em seus olhos? Cada dia amanheço neste breve horizonte de seus dias, pequena.
Cada noite aconchego sua lua espantada. Sempre estou acolhendo seus tropeços, seus sonhos, seu amor, sua vida, que é minha pequena!

PAZ NA CONQUISTA

Há quem busque paz na conquista de títulos especiais em expressivas tarefas de utilidade pública, mas em se vendo honrado com a popularidade e com a expectativa de outros irmãos, repele as bênçãos do trabalho e recua assustado. Precisamos continuar acreditando nos Potenciais Divinos que nos foram concedidos.
Eles não podem deixar de ser exercitados quando somos convocados por Forças Superiores para trabalhar em benefício uns dos outros. A paz não está presente na indolência do corpo. Recebida a incumbência que a Confiança Celeste nos permite executar, é imprescindível que nos disponhamos a acionar essa oportunidade em favor de nossa elevação e aprimoramento.
A paz e a tranquilidade sem o Cristo não nos são inacessíveis. Sempre reunimos condições de nos colocar como pequeninos instrumentos da Vontade Divina. Saibamos, no entanto, que em qualquer situação em que nos encontremos, a fórmula de integração de nossa alma com Nosso Querido Mestre Jesus conforme o Seu ensinamento, será sempre a mesma: “Negue cada um a si mesmo e siga-me”.
Sem essa adaptação ao esforço de aprendizes humanos sob o impulso renovador do Amigo Divino, ao invés de paz, estaremos sob constantes conflitos íntimos.
(Antonio Lima – Nino).

O EVANGELHO NO CORAÇÃO

Quando o Evangelho vive somente em nossa cabeça, sofremos o perigo de queda nas discussões infindáveis, porque a intemperança mental e a vaidade sempre fazem a boa vizinhança.
Quando se localiza, exclusivamente, em nossos olhos, é provável desçamos,da luminosa posição de companheiros,para a condição de inquisidores e fiscais dos nossos melhores amigos, porquanto, é sempre mais fácil descobrir os erros alheios que surpreender os nossos.
Quando jaz situado simplesmente em nossos ouvidos, somos suscetíveis de perder valiosas sementeiras de fraternidade, de vez que a nossa vigilância imperfeita, sem qualquer dificuldade, se converte em suspeita.
Quando palpita, entretanto, em nosso coração, o Evangelho renova-nos a vida. Brilha dentro de nós, por abençoada estrela de compreensão e misericórdia.
Seus raios divinos apagam a malícia em nosso olhar, santificando-nos a audição e sublimando-nos os impulsos, intenções e motivos; elevam nossos sentimentos para o Céu, projetando-os, simultaneamente,na Terra, através de nossos braços, em obras genuínas de amor, fraternidade e sabedoria.
Quando encontrarmos o discípulo do Senhor, sem oportunidades de fixar as cicatrizes e defeitos do próximo, sem horas para guardar os tóxicos da maledicência e sem ocasião para salientar os males dos outros, mantendo-se tranquilamente no santo serviço da caridade e da luz, a bem de todos, estejamos convencidos de que esse companheiro terá colocado o Testamento Redentor, no imo do peito, vivendo entre os necessitados e sofredores do caminho terrestre, na condição de abençoada lâmpada acesa, que sombra alguma alcançará!
Livro: Perante Jesus – Chico/Emmanuel.

No mundo afetivo

“Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos amar uns aos outros.” — JOÃO (1 João, 4.11)
Reprovamos a violência e clamamos contra a violência; no entanto, na vida de relação, muito raramente nos acomodamos sem ela, quando se trate de nossos caprichos.
Muito comum, principalmente quando amamos alguém, exigirmos que esse alguém se nos condicione ao modo de ser.
Se os entes queridos não nos compartilham gostos e opiniões, eis-nos irritadiços ou estomagados, reclamando contra a vida; todavia, a paz da alma requisita compreensão e a compreensão conhece que cada um de nós tem a sua área própria de interesse e de ideais.
A Natureza é um mostruário dos recursos polimórficos com que a Sabedoria Divina plasmou a Criação.
Todas as flores são flores, mas o gerânio não tem as características do cravo e nem a rosa as da violeta. Todos os frutos são frutos, mas a laranja não guarda semelhança com a pêra. Além disso, cada flor tem o seu perfume original, tanto quanto cada fruto não amadurece fora da época prevista.
Assim, também, as criaturas.
Cada pessoa respira em faixa diversa de evolução.
Justo nos detenhamos na companhia daqueles que sentem e pensam como nós, usufruindo os valores da afinidade; entretanto, sempre que amarmos alguém que não comunga a onda de nossas ideias e emoções, abstenhamo-nos de lhe violentar a cabeça com os moldes em que se nos padroniza a vida espiritual.
Deus não dá cópias.
Cada criatura vive em determinado Plano da criação, segundo as leis do Criador.
Amparemo-nos para que em nosso setor de ação pessoal venhamos a ser nós mesmos. Respeitemo-nos mutuamente e ajudemo-nos a ser uns para as outros o que o Supremo Senhor espera que nós sejamos — uma bênção.
Emmanuel
Cap. 3 – Livro: Ceifa de Luz.

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