DOAR AMOR

QUE EU NUNCA PERCA A VONTADE DE DOAR AMOR

QUE EU NUNCA PERCA A VONTADE DE DOAR AMOR

DOAR AMOR CHICO XAVIER

À Mãe Cristã

O mundo será feliz
quando a mulher, sem receio,
abrir a porta da casa
aos órfãos do lar alheio.
(Irene Sousa Pinto)

Mãe feliz, aguça o ouvido
ante os que vão sem ninguém…
Cada pequeno esquecido
é teu filhinho também.
(Rita Barém de Melo)

Não olvides que a criança,
no caminho, vida a fora,
vai devolver-te, mais tarde,
o que lhe deres agora.
(Casimiro Cunha)

Mãezinha – planta celeste,
anjo que chora sorrindo -,
teu filho é a flor que puseste
no ramo de um sonho lindo.
(Meimei)

XAVIER, Francisco Cândido. Pai Nosso.

Pelo Espírito Meimei. FEB.

SONHO LINDO MEIMEI

Maiorais

“E ele, assentando-se, chamou os doze e disse-lhes: Se alguém quiser ser o primeiro, será o último de todos e servo de todos.” – (MARCOS, 9:35.)
Ser dos primeiros na Terra não é problema de solução complicada.
Há maiorais no mundo em todas as situações.
A ciência, a filosofia, o sacerdócio, tanto quanto a política, o comércio e as finanças podem exibi-los, facilmente.
Os homens principais da ciência, com legitimas exceções, costumam ser grandes presunçosos; os da filosofia, argutos sofistas do pensamento; os do sacerdócio, fanáticos sem compreensão da verdadeira fé. Em política, muitos dos maiorais são tiranos; no comércio, inúmeros são exploradores e, nas finanças, muitos deles não passam de associados das sombras contra os interesses coletivos.
Ser dos primeiros, no entanto, nas esferas de Jesus sobre a Terra, não é questão de fácil acesso à criatura vulgar.
Nos departamentos do mundo materializado, os principais devem ser os primeiros a serem servidos e contam com a obediência compulsória de todos.
Em Cristianismo puro, os espíritos dominantes são os últimos na recepção dos benefícios, porquanto são servos reais de quantos lhes procuram a colaboração fraterna.
É por isto que em todas as escolas cristãs há numerosos pregadores, muitos mordomos, turbas de operários, cooperadores do culto, polemistas valiosos, doutores da letra, intérpretes competentes, reformistas apaixonados, mas raríssimos apóstolos.
De modo geral, quase todos os crentes se dispõem ao ensino e ao conselho, prontos ao combate espetaculoso e à advertência humilhante ou vaidosa, poucos surgindo com o desejo de servir, em silêncio, convencidos de que toda a glória pertence a Deus.

XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz.
Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 56.

O Dia que Chico teve uma Visão Espiritual de Jesus Cristo

– A maior visão espiritual já vivida por Chico Xavier

Ao longo dos anos em que ia a Uberaba conheci muita gente. Gente boa, gente meio boa e gente menos boa. Algumas o tempo vai apagando lentamente, mas jamais terá força suficiente para apagar de minhas lembranças a figura encantadora que vocês vão passar a conhecer.
Numa daquelas madrugadas, quando as reuniões do Grupo Espírita da Prece se estendiam até ao amanhecer, vi-o pela primeira vez. Naquela filas quase intermináveis, que se formavam para a despedida ou para uma última palavrinha ainda que rápida com Chico, ele chamou-me a atenção pela alegria com que esperava a sua vez. Vinha com passos cansados, o andar trôpego, a fisionomia abatida, mas seus olhos brilhavam à medida que se aproximava do médium.
Não raro, seu contentamento se traduzia em lágrimas serenas, mas copiosas. Trajes pobres, descalço, pés rachados, indicando que raramente teriam conhecido um par de sapatos. Calça azul, camisa verde, com muitos remendos; um paletó de casimira apertava-lhe o corpo franzino. Pele escura, cabelos enrolados, nos lábios uma ferida. Chamava-se Jorge.
Creio que deve ter tomado poucos banhos durante toda a vida. Quando se aproximava, seu corpo magro, sofrido e mal alimentado exalava um odor desagradável. Em sua boca, alguns raros tocos de dentes, totalmente apodrecidos. Quando falava, seu hálito era quase insuportável. Ainda que alguém não quisesse, tinha um movimento instintivo de recuo. Quando se aproximava, tínhamos pressa em dar-lhe algum trocado para que ele fosse comprar pipoca, doce ou um refrigerante, a fim de que saísse logo de perto da gente.
Jorge morava com o irmão e a cunhada num bairro muito pobre – uma favela, quase um cortiço. Seu quarto era um pequeno cômodo anexado ao barraco do irmão. Algumas telhas, pedaços de tábuas, de plásticos, folhas de lata emolduravam o seu pequeno espaço. O irmão e a cunhada eram boias-frias. Jorge ficava com as crianças. Fazia-lhes mingau, trocava-lhes os panos, assistia-os. Alma, assim, caridosa acredito que sofresse maus tratos. Muitas vezes o vi com marcas no rosto e, ainda hoje, fico pensando se aquela ferida permanente em seu lábio inferior não seria resultante de constantes pancadas.
Pois o Chico conversava com ele, cinco, dez, vinte minutos. Nas primeiras vezes, pensava: “Meu Deus! Como é que o Chico pode perder tanto tempo com ele, quando tantas pessoas viajaram milhares de quilômetros e mal pegaram sua mão?!? Por que será que ele não diminui o tempo do Jorge para dar mais atenção aos outros?” Somente mais tarde fui entender que a única pessoa capaz de parar para ouvir o Jorge era ele.
Em casa, o infeliz não tinha com quem conversar; na rua, ninguém lhe dava atenção. Quase todas as vezes em que lá estive, lá estava ele também. Assim, por alguns anos, habituei-me a ver aquele estranho personagem que, aos poucos, me foi cativando. Hoje, passados tantos anos, ao escrever estas linhas ainda choro. A gente corre o risco de chorar um pouco, quando se deixou cativar, não é mesmo? Nunca ouvimos de sua boca qualquer palavra de queixa ou revolta.
Seu diálogo com o paciente médium era comovente e enternecedor:
– “Jorge, como vai a vida?”
– “Ah, Tio Chico, eu acho a vida uma beleza!”
– “E a viagem, foi boa?”
– “Muito boa, Tio Chico! Eu vim olhando as flores que Deus plantou no caminho para nos alegrar!”
– “Do que você mais gosta de olhar, Jorge?”
– “O azul do céu, Tio Chico! Às vezes penso que o Sinhô Jesus tá me espiando por detrás de uma nuvem!”
Depois o visitante falava da briga dos gatos, da goteira que molhou a cama, do passarinho que estava fazendo ninho no seu telhado. Quando pensava que tudo havia terminado, o dono da casa ainda dizia:
– “Agora, o nosso Jorge vai declamar alguns versos”.
Eu chegava até a me virar na cadeira, perguntando a mim mesmo: “Onde é que o Chico arruma tanta paciência?”
Jorge declamava um, dois, quatro versos.
– “Bem, Jorge, agora, para a nossa despedida, declame o verso que mais gosto.”
– “Qual, tio Chico?”
– “Aquele, da moça!”
– “Ah, Tio Chico! Já me lembrei. Já me lembrei!!!”
Naquelas horas, o centro continuava lotado. As pessoas se acotovelavam, formando um grande círculo em torno da mesa.
Jorge colocava, então, o colarinho da camisa para fora, abotoava o único botão de seu surrado paletó, colocava as mãos para trás, à semelhança de uma criança quando vai declamar na escola, ou perante uma autoridade, olhava para ver se o estavam observando e sapecava, inflado de orgulho:
– “Menina, penteia o cabelo. Joga as tranças para a cacunda. Queira Deus que não te leve de domingo pra segunda!”
Quando terminava, o riso era geral. Ele também sorria. Um sorriso solto e alegre, mas ainda assim doído, pois a parte inferior de seus grossos lábios se dilatava, fazendo sangrar a ferida. Aí ele se aproximava do médium, que lhe dava uma pequena ajuda em dinheiro. Em todos aqueles anos, nunca consegui ver quanto era. Depois colocava o dinheiro dentro de uma capanga, onde já havia guardado as pipocas, os doces, dando um nó na alça do pano. Para se despedir, ele não se abraçava ao Chico: ele se jogava, sim, todo por inteiro, em cima do Chico! Falava quase dentro do nariz do Chico e eu nunca o vi ter aquele recuo instintivo como eu tivera tantas vezes.
Beijava-lhe a mão, o qual também beijava a mão e a face dele, ao que ele retribuía, beijando os dois lados da face do Chico, onde ficavam manchas de sangue deixadas pela ferida aberta em seus lábios. Nunca vi o Chico se limpar na presença dele nem depois que ele se tivesse ido. Eu, muitas vezes, ao chegar à casa dele, molhava um pano e limpava o que passamos a chamar carinhosamente de “o beijo do Jorge…”
Não saberia dizer quantas vezes pensei em levar um presente àquele pobre irmão – uma camisa… um par de sapatos… uma blusa. Infelizmente, fui adiando e o tempo passando. Acabei por não lhe levar nada. Lembro-me disso com tristeza e as palavras do apóstolo Paulo se fazem mais fortes nos recessos de minha alma: “Façamos o bem, enquanto temos tempo”. Enquanto temos tempo. De repente, fica tarde demais.
Jorge desencarnou. Desencarnou numa madrugada fria. Completamente só em seu quarto. Esquecido do mundo, esquecido de todos, mas não de Deus.
Contou-me o Chico que foi este nosso irmão de pele escura, cabelos enrolados, ferida nos lábios, pés rachados, mau cheiro e mau hálito que, ao desencarnar, Jesus Cristo veio pessoalmente buscar. Entrou naquele quarto de terra batida, retirou Jorge do corpo magro e sofrido, envolto em trapos imundos, aconchegou-o de encontro ao peito e voou com ele para o espaço, como se carregasse o mais querido dos seus irmãos!
“Eis que estarei convosco até o fim dos séculos.”
“Não vos deixarei órfãos.”
Ele não faria uma promessa que não pudesse cumprir.
Autor desconhecido

Não Desistas do Bem
– Mensagem de Irmã Scheilla

Seja qual for a dificuldade, persevera no Bem.
Fracasso é lição.
Dor é porta de acesso a esferas superiores.
Quem te agride não te conhece por dentro.
Os que te desprezam, desconhecem tua essência.
Pensa no Bem e esquece o mal.
Rompe as algemas que te atam ao pessimismo.
Mentaliza o progresso e abraça a tarefa nobilitante.
O tempo tudo encaminha e a tudo corrige.
Entra no clima da prece sincera, em cuja atmosfera ouvirás a voz do Mais Alto.
Segue para frente, confiando em Deus e em ti.
A felicidade do amanhã começa no pensamento que cultivares agora.
Abraça o ideal elevado, entregando-te ao Bem possível.
No final, a vitória será sempre do amor.
Chico Xavier – Scheilla

Acalma-te

Evita a cólera.
A irritação agrava a enfermidade, desequilibra a mente, afeta o espírito negativamente.
Nos momentos de contrariedade, entrega-te à prece e faze o melhor ao teu alcance.
Se não podes, por teus meios, modificar a situação difícil, acalma-te e espera.
Deus te vê e te conduzirá, por mãos intangíveis, à solução adequada.

Scheilla
Médium : Clayton Levy
Livro : A Mensagem do Dia

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