Há Dias que Parecem Não Ter Sido Feitos para Ti – Camilo

TESTEMUNHOS RAUL TEIXEIRA
SOL DA MANHÃ

DIAS DIFÍCEIS

Há dias que parecem não ter sido feitos para ti.
Amontoam-se tantas dificuldades, inúmeras frustrações e incontáveis aborrecimentos, que chegas a pensar que conduzes o globo do mundo sobre os ombros dilacerados.
Desde cedo, ao te ergueres do leito, pela manhã, encontras a indisposição moral do companheiro ou da companheira, que te arremessa todos os espinhos que o mau humor conseguiu acumular ao longo da noite.
Sentes o travo do fel despejado em tua alma, mas crês que tudo se modificará nos momentos seguintes.
Sais à rua, para atender a esse ou àquele compromisso cotidiano, e te defrontas com a agrestia de muitos que manejam veículos nas vias públicas e que os convertem em armas contra os outros; constatas o azedume do funcionário ou do balconista que te atende mal, ou vês o cinismo de negociantes que anseiam por te entregar produtos de má qualidade a preços exorbitantes, supondo-te imbecil. Mesmo assim, admites que, logo, tudo se alterará, melhorando as situações em torno.
Encontras-te com familiares ou pessoas amigas que te derramam sobre a mente todo o quadro dos problemas e tragédias que vivenciam, numa enxurrada de tormentos, perturbando a tua harmonia ainda frágil, embora não te permitam desabafar as tuas angústias, teus dramas ou tuas mágoas represadas na alma. Em tais circunstâncias, pensas que deves aguardar que essas pessoas se resolvam com a vida até um novo encontro.
São esses os dias em que as palavras que dizes recebem negativa interpretação, o carinho que ofereces é mal visto, tua simpatia parece mero interesse, tuas reservas são vistas como soberba ou má vontade. Se falas, ou se calas, desagradas.
Em dias assim, ainda quando te esforces por entender tudo e a todos, sofres muito e a costumeira tendência, nessas ocasiões, é a da vitimação automática, quando se passa a desenvolver sentimentos de autopiedade.
No entanto, esses dias infelizes pedem-nos vigilância e prece fervorosa, para que não nos percamos nesses cipoais de pensamentos, de sentimentos e de atitudes perturbadores.
São dias de avaliação, de testes impostos pelas regentes leis da vida terrena, desejosas de que te observes e verifiques tuas ações e reações à frente das mais diversas situações da existência.
Quando perceberes que muita coisa à tua volta passa a emitir um som desarmônico aos teus ouvidos; se notares que escolhendo direito ou esquerdo não escapas da ácida crítica, o teu dever será o de te ajustares ao bom senso. Instrui-te com as situações e acumula o aprendizado das horas, passando a observar bem melhor as circunstâncias que te cercam, para que melhor entendas, para que, enfim, evoluas.
Não te olvides de que ouvimos a voz do Mestre Nazareno, há distanciados dois milênios, a dizer-nos: No mundo só tereis aflições…
Conhecedores dessa realidade, abrindo a alma para compreender que a cada dia basta o seu mal…, tratarás de te recompor, caso tenhas te deixado ferir por tantos petardos, quando o ideal teria sido agir como o bambuzal diante da ventania. Curvar-se, deixar passar o vendaval, a fim de te reergueres com tranqüilidade, passado o momento difícil.
Há, de fato, dias difíceis, duros, caracterizando o teu estádio de provações indispensáveis ao teu processo de evolução. A ti, porém, caberá erguer a fronte buscando o rumo das estrelas formosas, que ao longe brilham, e agradecer a Deus por poderes afrontar tantos e difíceis desafios, mantendo-te firme, mesmo assim.
Nos dias difíceis da tua existência, procura não te entregares ao pessimismo, nem ao lodo do derrotismo, evitando alimentar todo e qualquer sentimento de culpa, que te inspirariam o abandono dos teus compromissos, o que seria teu gesto mais infeliz.
Põe-te de pé, perante quaisquer obstáculos, e sê fiel aos teus labores, aos deveres de aprender, servir e crescer, que te trouxeram novamente ao mundo terrestre.
Se lograres a superação suspirada, nesses dias sombrios para ti, terás vencido mais um embate no rol dos muitos combates que compõem a pauta da guerra em que a Terra se encontra engolfada.
Confia na ação e no poder da luz, que o Cristo representa, e segue com entusiasmo para a conquista de ti mesmo, guardando-te em equilíbrio, seja qual for ou como for cada um dos teus dias.
Sentes o travo do fel despejado em tua alma, mas crês que tudo se modificará nos momentos seguintes.
Autor: Camilo – Médium:  Raul Teixeira

DEUS RAUL TEIXEIRA

Valorize o seu dia!

Cada dia corresponde a uma nova página escrita no livro da sua vida, onde você deverá escrever as melhores memórias.
Assim, quando desperte, dirija ao Infinito a sua prece. Agradeça pela noite superada e rogue ao Pai do Céu as indispensáveis bênçãos para o período iniciante.
Erga-se e alegre-se com a oportunidade renovada de manter seu corpo físico para os empreendimentos do progresso.
Busque ocupar-se com algo nobre, algo que dignifique a sua existência na Terra.
À frente dos transtornos e contratempos, que surgem nos caminhos de todos, invariavelmente, não se deixe conduzir pela irritação, pelo agastamento ou pelo azedume.
Procure compreender que nada lhe ocorre sem que tenha um sentido útil para o seu crescimento geral.
Perante as ocorrências de violência e diante dos quadros de agressões que veja em sua rota, realize o melhor que possa, sem revolta nem desespero.
Você está no mundo que fez por merecer, com as situações que caracterizam a sua quadra evolutiva e com as pessoas do seu mesmo patamar moral, com ligeiras diferenças, facilmente observáveis.
Onde esteja, semeie alegria e jovialidade, atendendo à recomendação do apóstolo Paulo para que demos graças a Deus por todas as coisas da vida.
Busque fazer novos amigos, mantendo, com carinho, os velhos companheiros.
A amizade, no mundo, é como o beijo solar iluminando as flores, sem o qual elas tendem a murchar e fenecer.
Alimente-se com moderação. Não é preciso passar fome, contudo, é bom que não transforme estômago em tonel de venenosas misturas, capazes de intoxicar, de lhe acumular indevido colesterol nas artérias ou de lhe provocar disfunções hepáticas.
Afaste-se das pseudo-necessidades alcoólicas. O álcool que você precisa para a digestão a Divindade já fez constar do seu programa de produção orgânica.
Fora disso, a ingestão dessa substância corresponderá sempre a consciente envenenamento que lhe perturbará a saúde aos poucos.
Procure ser comedido nas brincadeiras, a fim de não constranger os amigos, gerando afastamentos e inimizades.
Ou para não perder seu precioso tempo com intermináveis lorotas e banalidades.
Sorria, seja prazenteiro, uma vez que o Evangelho de Jesus, que você afirma conhecer, é fonte inesgotável de alegrias.
E quando chegar ao fim o seu dia, vivido com maior ou menor dificuldade, ponha-se em meditação.
Verifique onde é que você poderia ter sido melhor, em que itens deveria ter agido melhor.
E, sem remorsos prejudiciais, faça projetos de renovação para o dia seguinte, procurando levá-los a sério.
Ore e entregue-se uma vez mais ao Supremo Senhor, construindo, dia-a-dia, a própria felicidade, a sua própria luz.
Valorize o seu dia.
Não o desperdice remoendo mágoas ou destilando tormento, mas aprenda a cultivar a alegria de viver, apesar das lutas e limitações que carregue.
Valorize o seu tempo na Terra e prossiga, decidido pelo bem, para que, no serviço do Senhor, você continue crescendo em busca do encontro consigo mesmo.
Pelo Espírito Joanes, psicografado por Raul Teixeira.
Autor: Espírito Joanes

RAUL TEIXEIRA QUEM É

Jesus, sempre Jesus!

Ante o panorama de tantas guerras entre os homens; ante a explosão estarrecedora da violência e dos injustificáveis atentados à vida humana, supliquei ao Mestre Amado:
Senhor Jesus!
Nunca a Terra precisou tanto do Teu respaldo sagrado, de Tua mão misericordiosa, de Teus cuidados.
A Humanidade sofrida clama por piedade, à medida que a onda truculenta do mal invade as praias de nossas benditas esperanças.
O coração do homem de bem sangra, seus olhos derramam lágrimas amargas e a mente Te busca num pedido de socorro, de luz que venha clarear o caminho.
Senhor Jesus!
Os homens de bem se veem tão desarvorados, frente a tantas amarguras e atos revoltantes.
Maldade e ganância dos inconsequentes chega a extremos inconcebíveis.
São tantas as vulgaridades querendo ser eleitas como justas e aceitáveis.
Tão grande a hipocrisia dos mandatários terrenos.
Tão enganadoras as ilusões que os move nessa bancarrota sem limites…
Tanta avidez em subverter valores sedimentados.
Tantas mentiras querendo posar de verdades supremas.
Tanta dor, tanto sofrimento, tanta desilusão na alma dos que ainda titubeiam na busca da verdade.
Tanta aflição no coração das mães que temem pelos filhos que embalam.
Então silenciei, meditei, ponderei. E dei-me conta de que o Mestre a tudo isso previu. E deixou a rota segura para quem O buscasse.
Dirigi-me à biblioteca e busquei o roteiro bendito que Ele nos legou.
Uma vez mais mergulhei a mente na leitura do Evangelho de luz, encontrando ali o meio de acalmar essa agonia que nos invade nestes momentos de dores superlativas, na face da Terra.
Encontrei a primeira gota de consolo ao me deparar com o Seu convite:
Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo.
Em seguida constatei que as bem-aventuranças por Ele anunciadas renovam nossas esperanças, acalmando nossos corações, nos ajudando a resistir ao mal, e nos fazendo instrumentos de Sua vontade:
Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados. Bem-aventurados os famintos e sequiosos de justiça, pois que serão saciados.
Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, pois que deles é o reino dos céus.
E nos elucida ainda mais, ao nos convidar a mantermos puros os nossos corações, a sermos brandos e pacíficos, nos conclamando à misericórdia para com todos.
Esclarece-nos que devemos perdoar para sermos perdoados.
Mais, a perdoar setenta vezes sete vezes cada ofensa recebida, e que esse perdão precisa ser um ato do coração.
Também que perdoar aos inimigos é obter perdão para si próprio, pois quem de nós dele não necessita?
Ensina-nos a sermos indulgentes porque a indulgência atrai, acalma, ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta, irrita.
E finalmente, salienta a necessidade de amarmos ao próximo como a nós mesmos, estabelecendo que esse é o mandamento maior.
* * *
Sublime irmão e amigo, Te louvamos e Te damos graças pela paciência que nos dedicas nesta romagem que empreendemos pelas portas estreitas da autoconstrução.
Nossa gratidão, Senhor Jesus!

Que Assim Seja.

 
REDAÇÃO MOMENTO ESPÍRITA
Momento Espírita, com transcrição de frases do Evangelho de Mateus, cap. 5, versículos 4, 6 e 10 e cap. 11, versículos 28 e 30. Ave sem Ninho

LUGAR NO UNIVERSO VERA JACUBOWSKI

Em Defesa da Vida

Os três funcionários daquela seção já não eram apenas colegas de trabalho, eram bons amigos.
A senhora que ocupava o cargo de chefia era uma espécie de mãe para os dois rapazes que dividiam com ela as atividades diárias.
O horário de expediente não era próprio para intensificar a amizade, e o tempo do cafezinho era curto para travar uma conversa mais demorada. Por essa razão, o moço Ronaldo, já casado, convidou o amigo para visitar sua casa.
Raul, o jovem solteiro, passou a frequentar o lar do colega e os laços do afeto se estreitaram também com sua jovem esposa.
Passado algum tempo, o casal comemorava o nascimento da primeira filha.
A alegria tomou conta daquele lar com a chegada da pequena Ana Cláudia.
O tempo passou e um dia Ronaldo chegou ao trabalho cabisbaixo, o que não passou despercebido ao amigo, sempre atencioso e sensível.
“O que está acontecendo, meu amigo?” – Perguntou Raul.
Ronaldo disse-lhe que algo o estava preocupando muito, mas agora não era o momento para falar no assunto.
Naquele dia ele convidou Raul para tomar o cafezinho, alguns minutos antes. Precisava desabafar.
Mal se sentaram à mesa e Ronaldo disse ao amigo: “Você sabe que minha filha acaba de fazer dez meses e minha esposa está grávida outra vez?”
Não deu tempo para o amigo se manifestar e completou, aborrecido: “Mas eu não vou aceitar esse filho. Já marcamos o aborto para amanhã cedo. Vamos tirar a criança.”
Raul sentiu como se o chão lhe faltasse sob os pés. Como cristão, não conseguia entender como um pai e uma mãe tinham coragem de cometer um crime desses.
Ronaldo continuou suas justificativas dizendo: “Não dá para aceitar um filho logo em seguida do outro. Nossa menina está com apenas 10 meses…“
Raul agora entendera melhor as razões do amigo e perguntou com sincera vontade de obter uma resposta séria: “Mas, e por que você deseja matar seu filho?”
A pergunta caiu como uma bomba no coração de Ronaldo. Ele ainda não havia pensado na gravidade da situação.
Pensara em aborto, mas não no que ele representa: um homicídio.
Raul ainda lhe fez mais uma pergunta:
“E se sua filha vier a falecer, como ficarão as coisas?”
Ronaldo ficou desconcertado, abaixou a cabeça, terminou de tomar seu café e voltaram, ambos, para o trabalho.
Raul tinha atividades no seu Templo religioso e como a reencarnação é parte das suas convicções, rogou com fervor a Deus para que salvasse aquela criança.
No dia imediato os dois chegaram à seção, no período da tarde, pois trabalhavam só meio expediente, mas Raul não teve coragem de perguntar nada ao amigo. Temia pela resposta.
Ronaldo tomou a iniciativa, dizendo: “Minha esposa e eu não conseguimos dormir esta noite…”
O coração do amigo bateu acelerado…, mas não falou nada.
Logo Ronaldo concluiu: “Resolvemos deixar que venha mais um…”
Raul explodiu em lágrimas de profunda alegria e alguns meses depois estava na festa de um ano de Ana Paula, a segunda filha do casal, contemplando, feliz, o paizão exibindo as duas meninas, uma em cada braço.
O tempo passou e um dia, após retornar de breve viagem, Raul não encontrou o amigo na repartição, e quis saber o que havia acontecido.
A chefe lhe falou: “Então você ainda não sabe?”
“Não, me diga o que houve, por favor.” E a notícia lhe abalou novamente a estrutura ao ouvir a resposta:
“A filha mais velha do Ronaldo morreu.”
Raul dirigiu-se imediatamente para o lar dos amigos para encontrar o casal em profunda tristeza.
Ronaldo, que chorava discretamente com a filha adormecida em seu colo, disse com profunda dor ao amigo:
“Quero lhe agradecer por ter salvado minha vida. Sim, porque se você não tivesse evitado que eu matasse Ana Paula, a essa hora eu já teria matado a mim, movido pelo remorso e pelo desespero.”
Os amigos se abraçaram e choraram juntos por algum tempo. Mas Raul não esqueceu de agradecer a Deus por ter atendido às suas preces, poupando a vida daquela criança, que agora dormia, serena, no colo do pai, que um dia havia pensado em matá-la, no ventre da mãe.
Equipe de Redação do Momento Espírita. Mensagem baseada em história contada por Raul Teixeira em palestra na Comunhão Espírita Cristã de Curitiba-PR, no dia 11/04/02.

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