Intercâmbio Mediúnico Psicografia Divaldo Pereira Franco Espírito João Cleófas verdade luz

Intercâmbio Mediúnico Psicografia Divaldo Pereira Franco – Espírito João Cleófas

Intercâmbio Mediúnico

– Na pauta dos compromissos espirituais que o trabalhador consciente da Doutrina Espírita assume, destaca-se o intercâmbio mediúnico, na condição de muito valioso. Graças a ele, a observação do fato robustece a fé; a oportunidade de informar-se a respeito da vida além da morte, faculta-lhe dados preciosos; o estudo das comunicações aguça-lhe a percepção sobre a Erraticidade; o ensejo de esclarecer os que se encontram equivocados, no Além, luz abençoado; proporciona-lhe recursos eficazes, para o concurso anti-obsessivo ou desobsessivo; o hábito da concentração se lhe torna mais natural e produtivo; pode conferir os ensinamentos hauridos na Codificação com a realidade da vida moral, além do corpo somático; o ministério da aprendizagem viva oferece exemplos irrefutáveis; a ação da caridade sem saber a quem se dirige, torna-se mais oportuna e propicia-lhe dar passos mais largos…
O intercâmbio mediúnico de forma consciente, conforme as seguras diretrizes da Doutrina Espírita, é capítulo dos mais belos da vida, preparando os homens para que possam manter com equilíbrio e ampliar as incursões entre o plano físico e o espiritual. Efeito do estudo cuidadoso do Espiritismo, o intercâmbio mediúnico salutar, é estímulo e convite ao aprimoramento interior de quem se candidata à edificação de um futuro mundo melhor caracterizado por uma sociedade mais feliz.
O abnegado amigo João Cleófas oferece aos interessados nesta área da atividade espírita, inúmeras reflexões em torno de temas que elegeu para a meditação dos companheiros de ambos os planos da vida, que se reúnem para este mister.
Utilizando-se de cada questão para a abertura da reunião mediúnica, atendeu à solicitação dos amigos encarnados a fim de apresentar, em letra de forma, aquelas instruções, que agora constituem este livro. Não apresenta novidade alguma, e diversos assuntos já se encontram amplamente divulgados e comentados.
Como sabemos que nem todos os interessados no conhecimento espírita dispõem do material de que gostariam, brindamos-lhes esta modesta contribuição, que esperamos chegue também a muitas outras pessoas desinformadas, dando-lhes uma visão positiva, uma diretriz otimista que as ajude no seu processo de crescimento moral e espiritual.
Formulando votos de paz e bom entendimento para quem leia estas páginas, suplicamos a Jesus, que retornou da tumba em momentoso intercâmbio mediúnico para demonstrar a imortalidade, que nos abençoe e guarde na Sua paz.
Joanna de Ângelis Salvador,15 de agosto de1985.

Esclarecimento

Ao serem iniciadas nossas reuniões mediúnicas, no Centro Espírita Caminho da Redenção”, nas noites de seguradas e quartas -feiras, o Benfeitor Espiritual João Cleófas apresenta-se para ministrar breve instrução que diz respeito à atividade a ser desenvolvida, naquele ensejo.
Na sucessão dos anos, esse Amigo dedicado tem- nos trazido a sua palavra breve e oportuna, oferecendo-nos diretriz e segurança em torno do ministério socorrista aos desencarnados em aflição, fundamentada no profundo conhecimento da vida e do ser. Tão sábias têm sido, que lhe pedimos permissão para gravá-las em fita cassete, a fim de podermos ouvir outras vezes e meditar no seu conteúdo.
Ao mesmo tempo, solicitamos que nos facultasse transcrevê-las para o papel com o mesmo objetivo. O Instrutor amigo concordou plenamente com o nosso desejo, e, a partir de então, terminada cada reunião, o confrade Alamiro Galvão, encarregou-se do trabalho, que era encaminhado a Divaldo Franco, e, posteriormente, arquivado pelo dedicado médium.
Recentemente, considerando essas instruções valiosas para aqueles que se dedicam a mister semelhante ao nosso, auscultamos o Espírito bondoso, solicitando que reunisse as páginas que lhe parecessem mais próprias para a compilação de um livro e as enfeixasse em uma Obra, objetivando o esclarecimento e o consolo espiritual de outras pessoas. Havendo aquiescido, aquele Mentor selecionou e reuniu as que agora se apresentam compondo este trabalho de origem psicofônica.
Aqui estão, portanto, com a finalidade de mais ampla divulgação, as diretrizes e orientações que nos foram ministradas e que temos o prazer de apresentar ao caro leitor para a sua reflexão.
Salvador,15 de agosto de1985. Nilson de Souza Pereira

Ministério do Auxílio

– A caravana volumosa dos que retomam prossegue, ininterrupta, em marcha crescente. Incontáveis passageiros volvem ao porto de origem, assinalados pelos descalabros em que tombaram. Inúmeros, anestesiados, quando na matéria, olvidaram-se dos compromissos que assumiram.
Diversos, utilizando-se do corpo, menoscabaram o patrimônio da vida. Alguns, advertidos quanto aos deveres a cumprir, negacearam, eximindo-se da responsabilidade. Vários, convocados diretamente ao programa dignificador, apresentaram-se rebeldes e queixosos. Um número sem conto conheceu a informação da verdade, porém preferiu o prazer do engodo. Somente poucos sentiram a imperiosa necessidade de servir e de amar.
Aclarados pelo bem, fizeram-se cooperadores da verdade. Sensibilizados pelo amor, colocaram óleo na engrenagem do serviço, a fim de não se enferrujarem na inutilidade. Compreendendo a transitoriedade do corpo, quais formigas previdentes, acumularam valores que transferiram para após a invernia da morte e despertam amparados pelos atos. A caravana, porém, dos desassisados e imprudentes, dos combalidos e enfermos, convida-nos à compaixão sem censura, à caridade sem admoestação, ao socorro sem imposição de natureza alguma.
Esgaravatar-se uma ferida aberta em chaga viva, não constitui terapia de cura..Colocar ácido num corte recém-aberto, jamais significa atendimento valioso.São o penso do amor com o unguento da misericórdia, colocados no algodão da discrição que, atendendo uns e minorando aflições de outros, realizam o ministério do auxílio fraternal.
A vida, que se desdobra em múltiplas facetas na organização carnal ou fora dela, é um todo em harmonia com os códigos da Lei Divina. Disputemos, na conjuntura em que nos encontramos, a honra do ideal de servir sem a preocupação exigente de penetrar nas causas do sofrimento, mas ungidos pelo zelo prudente de modificar-lhes as estruturas afligentes.
O Senhor, que nos conhece desde o princípio, ajuda-nos sempre, através das doações gratuitas do amor que se manifesta de mil modos, conduzindo-nos até Ele. Façamos, então, a nossa parte conforme as possibilidades que desfrutemos junto aos irmãos desencarnados em agonia. Ponte de serviço Chegamos ao nosso momento de socorro espiritual.

Laboratório Mediúnico

– Comparemos o cometimento mediúnico, na extensão da solidariedade fraternal a os desencarnados, com um laboratório especial, no qual se esperam lograr resultados opimos.
O laboratorista comum manipula provetas e retortas, utilizando-se de ácidos e bases, álcalis e sais, reagentes vários para colher resultados, que adredemente já espera. Em nosso campo, as substâncias de que dispomos são mais sutis e transcendentes, raramente apresentando as soluções que poderíamos aguardar.
No campo das formulações químicas, o pesquisador dispõe da lâmina colorida, e, través da apresentação das formas, sabe quais os resultados que espera a sua realização. Em nosso ministério, utilizando-nos da prece, dos reagentes do amor na sua multiface, nem sempre podemos conseguir o objetivo a que nos propomos, porque.na esfera das necessidades espirituais, cada ser reage de acordo com a sua própria constituição evolutiva.
Não obstante, aquele que nos chega esfaimado de luz, embora intente negá-lo; sedento de paz, apesar de teimosamente permanecer em guerra, carrega consigo a memória das suas realizações transatas, em condição dominadora pelo inconsciente que o torna revel, mesmo diante da concessão divina, deblaterando, não facilitando que as admiráveis lições da misericórdia, em forma de suaves recursos de amor, lhe produzam a metamorfose para melhor, conforme anelamos.
Isto porque, o homem, na roupagem física ou fora dela, é a soma das suas experiências pretéritas. Necessário estimulá-lo, abrindo-lhe horizontes ao discernimento, a fim de que ele próprio se resolva romper a grosseira casca do “eu”, evadindo-se da concha dominadora em que se encarcera na paixão, de modo a atingir a plenitude que é a meta de todos nós.
Convidados ao labor da assistência aos nossos irmãos desencarnados, utilizemo-nos de todos os recursos possíveis com paciência e morigeração, disciplina e perseverança, guardando a certeza de que, por enquanto, a nossa tarefa é uma experiência que somente o futuro poderá comprovar em resultados práticos, especiais.
Jesus, dialogando com os perturbados e perturbadores do além-túmulo, exortava-os a cessarem a fúria e a tirania exercidas contra suas vítimas, liberando uns e outros, deixando-os entregues à sabedoria divina e à própria responsabilidade, por saber que, a tarefa de redenção que o amor não lograsse, o sofrimento imporia como terapêutica cirúrgica inalienável para a renovação de cada paciente. . .
Aqui, em nosso laboratório de amor, apliquemos a terapia do otimismo, da bondade, usando o verbo que esclarece e consola, ao mesmo tempo fazendo que saiam de nós as substâncias sutis, quais ácidos e álcalis, bases e sais reagentes do bem, para, na retorta do mecanismo mediúnico e na proveta da renovação de cada espírito, conseguirmos, pelo menos, a paz e o despertamento dos que jazem revoltados ou adormecidos, vitimados todos pelo desequilíbrio pessoal, que carregam desde o ontem espiritual e de que não se haviam, antes, resolvido libertar.

O momento de Amor

– O momento de amor, revestido pelo sentimento fraternal, é a pausa entre a agitação que desgasta e o serviço que enobrece.
O momento de amor é a ponte colocada entre os extremos do “eu” angustiado e do “próximo” necessitado, a fim de que transitem em segurança as emoções e se renovem os sentimentos.
O momento de amor expressa o esquecimento de si mesmo para se converter na abnegação em prol dos outros.
Este momento de amor oferece-nos a pausa da reflexão, a fim de que se abram as portas da alma desejosa de ajudar e se participe do sofrimento de que são portadores os que se deixam hipnotizar pela loucura do prazer e da leviandade; os que tombaram inermes no resvaladouro da incúria;
os que se agitaram nas labaredas do ódio; os que anestesiaram a consciência aspirando os miasmas da ambição desvairada; os que perseguem, devorados pela inquietação, em razão de se sentirem inseguros e atormentados interiormente; os que desistiram de lutar, de modo a soerguer-se do caos em que se acreditam irremissivelmente arrojados, por falta de uma mão amiga que se alongue na direção do paul em que chafurdam, erguendo-os e os situando no rebanho do Pastor Divino.
Num momento de amor, Jesus veio à Terra, e, por amor, padeceu todas as conjunturas dolorosas de tempo, de local, de povo. . .
Toda a sua vida é um contínuo momento de amor, ensinando que, somente pelo amor, será salvo o homem.

Momento de Oração

– De relevante importância o momento que estagiamos na oração. As atividades que nos assaltam na movimentação diuturna; as aflições que nos dominam os painéis interiores; as conjunturas do inesperado a que somos arrojados; as vicissitudes que advêm do passado; as oscilações da emotividade concitando-nos ao reequilíbrio; as injunções pretéritas que ressurgem como provação e dor, raramente permitem que o homem realize estágios refazentes na paisagem da prece.
Educado quase sempre por métodos formalistas ou perseguindo interesses do imediato, o homem, da oração conhece apenas a repetição mnemónica, sem a integração do sentido espiritual que deflui das palavras, através de cuja identificação poderia haurir vitalidade renovadora e força hábil para evadir-se das jaulas do desespero ou sair dos abismos da revolta em que inadvertidamente cai com frequência.
Considerando a prece o medicamento para a hora de urgência, e não o estado que deverá ser constante norma da vida, quando lhe recorre às fontes inexauríveis, não tem paciência de recolher-lhe a linfa.
Habitualmente ora após a inquietação, sem experimentar o verdadeiro lenitivo que a comunhão propicia ao Espírito que ora.
Por isso, nas horas adredemente reservadas ao mister da oração, não nos esqueçamos de mergulhar nas fontes sublimes do intercâmbio, como alguém que penetrasse o oceano profundo em busca de pérolas raras que somente se encontram sob as águas abissais e, não obstante as constrições das correntes marinhas, à medida que imerge, sente o impulso poderoso de descer mais ao fundo para encontrar o tesouro que o libertará das posições circunstanciais da miserabilidade econômica.
Mergulhando no oceano da prece, as mudanças bruscas das correntes mentais, às vezes, não permitem que o ser se adentre, cada vez mais, até encontrar o refazimento transcendente que o habilitará a libertar- se de toda miséria emocional e de todo distúrbio espiritual.
Perseverando, porém, lá encontrará o valioso tesouro da paz que o felicitará por todo o sempre.
Por estas e outras razões, o momento da oração-comunhão com o Senhor é de relevante significação para nós.
Aproveitemos do ensejo, deixando-nos penetrar pela luz difusa que advém do Alto, asserenando e apaziguando nosso mundo interior.

Desobsessão e Caridade

– Eis-nos no ministério desobsessivo. Fixemos, porém, a atenção. 
nosso labor destina-se à prática da caridade. Caridade que é libertação para aqueles que estão vinculados às reminiscências inditosas da passada peregrinação carnal.
Caridade que é renovação de propósitos no bem para todos quantos se permitem empolgar pela mensagem clarificadora do Evangelho que ora lhes chega. Caridade que é bênção lenificadora para as lágrimas e medicação para as chagas íntimas das suas aflições.
Caridade que é retificação da paisagem mental da Terra, em diminuindo-lhe a carga psíquica, que deflui dos padecentes do Mundo Espiritual e que os homens absorvem em círculo vicioso, negativo e destruidor.
Caridade que é ensementação de paz, ensejando aos desesperançados um reflorescer de alegria, como se a terra do sentimento se abrisse ao verdor e à graça da Divina Misericórdia facultando-se frutos bons.
Em qualquer circunstância, sob toda condição, examinando o nosso trabalho de socorro aos desencarnados, a caridade em relação- a eles é caridade também para conosco.

Vida e Morte 

– A teimosa insistência negativa dos conceitos humanos, em torno das legítimas realidades da vida, faz que se conserve o verbete “morte” como sendo a expressão capaz de traduzir o aniquilamento do ser, no estágio posterior ao da decomposição orgânica. Em verdade, porém, a desencarnação de forma alguma pode ser conceituada como o fim da vida.
Do lado de cá pululam seres que se localizam felizes ou inditosos em regiões compatíveis com o seu estado mental, em que a vida se lhes manifesta conforme oque trazem da jornada fisiológica, na qual edificaram propósitos e realizações, fixando ideais, plasmando objetivos, que defrontam depois do traspasse orgânico.
A perda do envoltório carnal não os santificou, não os desgraçou, não os extinguiu. Situou-os na dimensão em que cada um preferiu, mantendo os hábitos de prazer ou de renúncia com que se agraciaram, mediante as realizações contínuas que vitalizaram pelo pensamento.
Multiplicam-se, povoadas de dores, as paisagens de sombras e as províncias de angústias, como se sucedem os panoramas de bênçãos e os painéis de luz, sustentados pelos valores pessoais intransferíveis, que identificam os viandantes recém-chegados da Terra…
Há, todavia, se assim desejarmos, um estágio espiritual que pode ser tido, transitoriamente, como um estado de morte: é o da consciência obliterada para a verdade, anatematizada pelos remorsos infelizes e pelos arrependimentos tardios; o da razão vencida pela revolta contumaz e pela toxicidade do ódio demoradamente conservado; o da inteligência gasta na inutilidade e no comércio do prazer fugaz.
Para tais Espíritos há um demorado estado de morte, porque a perda do roteiro interior atira-os num dédalo onde não defrontam a luz nem encontram a esperança, terminando por anestesiarem os centros do discernimento longamente. E não é por outra razão, conforme se refere o Mestre, que Deus não é o Senhor dos mortos, mas, sim, dos vivos.
Libertemo-nos das vendas que impedem a visão espiritual e dos vapores dos vícios que anestesiam, a fim de que a consciência livre nos enseje vida e sempre vida abundante.

Solidariedade Ativa

– O labor fraternal de solidariedade, relacionado com o próximo em sofrimento, é dos mais profícuos tentames que o homem se deve impor, objetivando a felicidade geral. A água estagnada, quando atendida por plantação carinhosa, transforma-se em paisagem florida.
A terra sedenta, quando irrigada e adubada com insistência, converte-se em pomar de bênçãos. As paixões infelizes, necessariamente drenadas, oferecem vigor e entusiasmo para a elevação do homem. O temperamento forte, continuamente trabalhado, transforma-se em fator dignificante para o êxito, nos cometimentos de elevação. A pedra bruta, devidamente burilada, liberta a forma que lhe dormia no imo.
O diamante, carvão imundo da entranha da terra, tecnicamente lapidado, abre facetas que rutilam à claridade da luz. Todo labor que desenvolvemos, objetivando a felicidade do nosso irmão, pode ser comparado a estrela que engastamos no céu nublado de nossas almas, a fim deque haja luz em nosso mundo interior.
A solidariedade é passo inicial. O bem, por isso mesmo, não se detém, exclusivamente, como expressão de virtude, mas é semelhante ao ar rarefeito e bom que vitaliza quem o armazena e usa. Como o homem não está destinado à treva, mas à luz; à desdita, e sim, à felicidade, e o sofrimento não é programação divina, antes, uma aquisição humana, compete-lhe discernir para acertar, escolher para eleger o que lhe seja melhor, a seu e a benefício da comunidade onde foi colocado para progredir e redimir-se.
A solidariedade, portanto, oxalá penetre proximamente no coração de todos, é das mais eficazes maneiras de levar o homem à prática da caridade legítima, àquela aque se reporta o apóstolo Paulo, que, em última análise, é o amor na sua mais pujante manifestação.

Educação da Mediunidade

– A terra revolvida pelo arado predispõe-se à semente generosa que secandidata1 à germinação. A fonte sacudida pelo balde gentil amplia sua capacidade para atender em derredor.
O trigo triturado torna-se pão que socorre a fome em volta. Em toda parte o escalpelo do sofrimento penetra o âmago da vida para poder extrair mais vida. Educar, no seu sentido mais profundo, é “arrancar de dentro”, como a dizer que o conhecimento jaz na intimidade do ser, aguardando a metodologia que o trará à luz. Assim também ocorre no campo das nossas atividades espirituais.
É indispensável que o arado da prece revolva a crosta exterior do homem para que se lhe abra, receptiva, a vida íntima estuante. Faz-se imperioso que o. minadouro modesto dos sentimentos nobres, sacudido pela necessidade dos esfaimados e sedentos de amor, produza mais, tanto quanto o testemunho na ação transforme os instintos agressivos em docilidade e ternura como se fossem pão de misericórdia. Não nos encontramos, no campo mediúnico, por acaso; compromisso com a retaguarda, deveres para com o presente e tarefas para o futuro. ..
O sofredor que nos chega atormentado é a nossa oportunidade de contribuir, retribuindo à vida o que dela recebemos antes. O Espírito Amigo que nos traz a lição de sabedoria é o convite para o avanço de segurança. Assim, busquemos a nossa atividade educativa e extraiamos de dentro de cada um de nós em particular, e de todos nós em geral, a gema do amor que dorme, aguardando o sol que lhe refletirá a bênção da claridade.

Preparação

– O lavrador diligente prepara a terra, escolhe a semente, objetivando uma colheita feliz. estatuário sábio planeja a obra, seleciona o material e atira-se, arrojado, ao empreendimento que espera concluir com êxito.
O construtor elege os materiais após traçar o plano da obra a realizar e, dedicado integralmente ao labor, aguarda o momento de o concluir.
Em nossas atividades socorristas o mecanismo não é diferente. Imprescindível criar condições favoráveis ao serviço que empreendemos, de modo a aguardarmos os resultados eficazes como decorrência do esforço. A improvisação é responsável por muitos danos.
A falta de bons hábitos responde por muita negligência. Indispensável, portanto, que antes dos nossos labores mediúnicos, à semelhança do lavrador, do estatuário e do construtor, elejamos o material de que nos vamos utilizar no campo íntimo, criando as condições para o serviço e entregando-nos à realização, a fim de esperarmos resultados profícuos no cometimento.
A parte do Senhor jamais falta. Assim considerando, integremo-nos na equipe desses Trabalhadores abnegado se Programadores do bem, e atingiremos as metas que nos cabe alcançar.

Fixação mental no bem

– Dissociemos a atenção da generalidade dos pensamentos, centralizando a ideia no objetivo a que nos propomos: atender os irmãos desencarnados que se vitimaram a si mesmos nos deslizes, na delinquência e nas alucinações.
Coloquemos, em nós, a problemática que os aflige, e, na condição de coparticipantes da sua agonia, ministremos-lhes o recurso que possa amenizar o problema afligente, na mesma dose que gostaríamos de receber, porventura fôssemos nós outros o pedinte chegando às portas da mediunidade.
O hábito salutar de fixar a mente numa ideia que se disseca pela concentração produz um automatismo que favorece o resultado dos nossos labores de edificação do bem.
Deste modo, concentrando-nos nas metas a atingir, confiemos nos resultados positivos.

Técnica de Doutrinação

– A população da Erraticidade inferior difere pouco da população terrestre.
Emigrantes destas regiões, que são os homens, levam, quando se reemboscam na matéria, os sentimentos que lhes eram habituais.
Emigrando, de retorno, conservam as tendências, especialmente aquelas de que não se lograram libertar. Tumulto, perturbação, paixões dissolventes, agressões e violência, tresvarius de natureza vária, caracterizam o mundo agitado das cercanias terrestres.
Dialogar, com estes companheiros que pedem espaço, através da mediunidade, em propostas iluminativas, é a arte de compreender, psicologicamente, a dor dos enfermos que ignoram a doença em que se debatem.
Nem mediante os discursos de eloquência formal, nem através do pieguismo inoperante, mas, usando-se a palavra oportuna e concisa semelhante a um bisturi que opere com rapidez, preparando o campo para uma terapia de longo curso.
Não tenhamos, assim, a pretensão de erradicar, num breve espaço de tempo, os fenômenos que se demoram enraizados na personalidade delinquente dos comunicantes em sofrimento.
Baste-nos o ensejo de apontar-lhes o rumo, despertando-os para uma visão mais alta e otimista da vida, por meio de cujos recursos, os que, em verdade, estejam interessados no próprio progresso, tomarão a diretriz e marcharão futuro afora.

Planejamento Socorrista

– A ideia sã, em qualquer empreendimento, é o passo que precede a realização. O êxito de qualquer tentame tem início na adaptação mental que forja os instrumentos para a operação.
Em nosso labor, realizar o mergulho no mundo interior pela concentração e aprece, são-nos imprescindíveis a ideação dos objetivos e o mecanismo da consecução deles.
Para que logremos um ministério atuante, faz-se- nos imperioso a adaptação mental à ideia do bem que nos constitua mola mestra dos objetivos, a fim de melhor ajudarmos os nossos irmãos em sofrimento.
Ideando a dor que de nós se acerca e plasmando os recursos de atendimento, já nos encontraremos em fase da concentração que faculta o intercâmbio com as Esferas Espirituais.
Motivados pela mente que age, pela vontade que realiza e pela instrumentalidade que se submete, dediquemo-nos à caridade mediúnica com a disposição do lavrador que planeja a semeadura, sonha com o seu desenvolvimento e anela pela colheita.

Ir e Vir

– É expressivo o número de viandantes que aportam na Terra, assinalados pela ansiedade e desesperação, procurando, no mergulho carnal, o olvido a muitas responsabilidades conflitantes, bem como a ensancha reparadora para ascender na direção da grande luz.
Sem embargo, o retorno à Pátria Espiritual faz-se, invariavelmente, em condições lamentáveis, em que o fracasso e a frustração colocam a máscara do desespero nas almas que se dão conta da jornada perdida, ou complicada por falta de siso e por precipitação. . .
Assim considerando, do porto de partida ao porto de chegada, a dor apresenta-se na litania dos que viajam sôfregos e dos que retornam esmagados.
Nesse ir e vir, o Senhor da Vida propicia a oportunidade da mediunidade consoladora para servir de barco que proporcione aos viandantes do futuro um treinamento de lucidez e aos náufragos do passado um despertamento para a lucidez.
É de vital importância, portanto, no compromisso da vida plena, a colaboração, pela mediunidade socorrista, aos que padecem, colocados no meio dos que sofre me partem, como dos que retornam, sofrendo. Assim, ser-lhes-á propiciada a lucidez que pode diminuir a amargura e a aflição dos viandantes de partida e de chegada.
Dando-nos conta da gravidade do nosso ministério, empenhemo-nos por realizá-lo com dedicação e humildade.

Cirurgia mediúnica

– Todo ato cirúrgico é uma tentativa de grave risco na organização somática da criatura. Todo tentame de ordem mediúnica reveste-se de alta significação na organização psicossomática do médium. Para o labor, no campo da terapia do corpo, a cirurgia impõe preparativos indispensáveis: equipe hábil e medicação especial aplicada com vista aos reagentes orgânicos.
Na atividade a que nos dedicamos, no campo das incursões perispirituais entre os que sofrem, é imprescindível uma preparação da equipe, a fim de podermos, do lado das nossas realizações, atuar com a segurança indispensável para o êxito do cometimento. Nenhum labor desses pode ser feito com um obreiro isolado. Um indivíduo perfeito seria uma excrescência no atual contexto da nossa história.
Aquele que a si próprio se mantém em plenitude, isolado, sem dúvida padece de uma alienação desconhecida. Vivemos em sociedade pelo impositivo da evolução, lastreando as nossas experiências com o concurso da aprendizagem pela dor ou pelo amor.
Reunimos um somatório de títulos que nos credenciam à aquisição da paz, que, todavia, somente será lograda quando nos for possível alcançar os que estão na retaguarda. Eis por que, todos somos relevantes em nosso trabalho. O êxito de um equipamento depende também das peças de aparente insignificância que o completam. 
A sensibilidade de uma célula fotoelétrica decorre da estrutura do material em que foi elaborada. Assim é o nosso serviço mediúnico. Necessário que nos conscientizemos da gravidade dos labores em pauta, e, desta forma, nos apliquemos com respeito e dedicação à desincumbência das tarefas.

Improviso injustificável

– O trabalho executado com os meios do improviso raramente resulta com eficiência.
A concentração para o ministério do exercício mediúnico impõe, inevitavelmente, condições propiciatórias, para que se revista da profundidade e do equilíbrio exigíveis.
A mente, na sua polivalência de ideias, não se pode fixar de improviso em um pensamento, criando uma rede de fixação em torno do próprio reflexo.
Eis por que, a falta de hábito da concentração em ideias positivas, faz que, durante os labores da mediunidade dignificante, ocorram várias incursões no sono, no desvio mental, na perturbação e no desinteresse, ocorrências essas que dificultam a tarefa principal.
Criemos condições, mediante hábitos de concentração, para que, no momento reservado ao intercurso espiritual, possam os companheiros’ contribuir com harmonia, no labor dos Benfeitores Desencarnados, ao mesmo tempo cooperando com os médiuns que carecem da ajuda de mentes bem dirigidas.
Apliquemos, em tentativas que se repitam, a nossa concentração, em favor do trabalho da noite.

Silêncio Psíquico

– Fixemo-nos nos objetivos superiores da nossa tarefa, semelhando-nos a mergulhadores que se adentram pelas regiões profundas das águas com a mente concentrada no alvo a atingir.
Isolemo-nos dos ruídos e preocupações habituais para melhor nos vincularmos àqueles que devem receber a assistência espiritual que lhes está reservada nesta oportunidade.
Mantendo-nos interiorizados, teremos acústica para suas vozes e perceberemos com mais eficiência o seu estado interior.
Qualquer tentame na área da mediunidade aplicada ao bem, faz-se possível somente quando o homem aprende a deslindar-se das movimentações exteriores, sincronizando a mente com o que busca.
As exceções dizem respeito, apenas, aos estados agressivos da obsessão intempestiva, nos quais o fenômeno ocorre através da violência.

Arte de Amar

– A arte de ajudar é um tesouro que cada ser carrega no imo do coração. Apresenta-se como tendência de serviço no cumprimento do dever, na execução de uma tarefa, no desdobramento de uma ação.
Recebendo estipêndios, granjeando o salário dignificante, o obreiro de consciência reta é um servidor.
Ampliando a conotação do bem, ele logra transformar a hora do justo repouso em oblata divina que oferece em favor dos que ainda não se aperceberam da realidade da vida espiritual.
Este é o serviço da filantropia.
Adaptando-se à conjuntura filantrópica, desdobra-se-lhe o sentimento do amor e, quando se volta para servir com sacrifício, atinge a posição da caridade. A caridade é, portanto, o serviço do bem em nome do amor, tornado ação.
Eis o que realizamos no silêncio das nossas meditações, na tarefa de socorro mediúnico, através do auxílio aos que sofrem, para que nos beneficiemos na arte de servir, no mister de conquistar o pão, na ação da filantropia, no ministério da caridade.
Usemos, desse modo, os parcos minutos de que dispomos, neste trabalho de transformação de atos até a plena integração na consciência do dever.

Porta de Esperança

– Imaginemos um dédalo de proporções gigantescas onde não tremeluz a esperança nem o caminho leva ao mundo exterior.
Consideremos os muitos aflitos deambulando de um para outro lado, recorrendo a saídas falsas, tropeçando e atropelando-se, convertendo o ambiente em um pandemônio em que predomina o horror e, onde, repentinamente, se abrisse um corredor de segurança para evasão, apontando um lugar de paz, convidativo, à frente.
É possível imaginar-se o significado da bênção, o estrugir de felicidade e anseio de fuga naqueles que se consideravam perdidos…
A mediunidade com Jesus é, desse modo, uma porta de esperança no labirinto das aflições, convidando o desencarnado para que se evada da situação em que sofre, e possa repousar um pouco, além das memórias constritoras e amargas.
Para que esta porta, todavia, se transforme em veículo de segurança e libertação é necessário que o médium, investido do mandato, cresça interiormente, trabalhando-se, exercitando-se no bem e sobretudo moralizando-se, por cujos recursos facultará mais amplos caminhos a todos que o busquem, em nome do socorro e da piedade fraternal.
Em nosso cometimento habitual estejamos abrindo o coração ao amor e transformando-nos em portas libertadoras para a renovação íntima dos desenganados.

Claridade Íntima

– Por mais fatigante se apresente a tarefa do dever, o cristão decidido encontra renovação e entusiasmo na realização a que se propõe.
É compreensível que se manifestem, no trabalho, o fastio, o desagrado, caracterizando os momentos de depressão, de tristeza ou de desencanto.
Não obstante, porque nos encontramos trabalhando a gleba dos corações, não há porque esperarmos um campo de bênçãos já cultivadas.
Obreiros da solidariedade, o dever fraternal tem regime de urgência em nossas realizações. Forrados pelos pensamentos edificantes, transfiramos para a esfera do Espírito Imortal as nossas aspirações.
E considerando os que se equivocaram na marcha, tombando nos caminhos ásperos, ofereçamos-lhes a côdea de pão, mediante intercâmbio iluminativo; a gota de água, através da palavra esclarecedora; a prece formosa que se lhes apresentará como uma lâmpada acesa na curva do caminho chamando-os ao aprisco.
Assim lograremos com este esforço a própria paz. a claridade íntima, a renovação pessoal.

Bênçãos da Oração

– Todo esforço que envidarmos para comungar com Jesus é meritória realização que nos situa em paz. Situação, essa, receptiva para desdobrar valores que jazem inatos dentro de nós.
O botão de rosa, osculado pela luz solar, abre-se a desatar perfumes.
O charco em apodrecimento na própria miséria, sob as carícias da luz, renova-se, libertando-se, a pouco e pouco, das condições deploráveis.
O coração humano, visitado pela sublime luz do Céu, amplia as suas fronteiras de amor e agasalha toda uma multidão de aflitos.
Orando, o Cristo falava ao Pai. No intervalo da oração, escutava Deus. Orando, foi preso numa cruz. Em silenciosa prece, despediu-se dos homens afim de retomar logo mais.
Oremos, infatigavelmente, e não seremos surpreendidos pela frialdade das lutas anestesiantes.
Oremos, e a ardência das paixões não nos conseguirá aniquilar.
Orando, ofereceremos oportunidade aos nossos irmãos em trevas, para que se penetrem de luz.
Orando, dar-lhes-emos o pão da esperança e o orvalho refrescante da paz, executando o nosso dever puro e simples, no ministério do auxílio fraternal.
Mediante a prece, o cristão decidido se encontra em permanente atitude de doação-recepção, podendo colher as bênçãos que se multiplicam durante o intercâmbio com as usinas poderosas da Vida Maior, enquanto ora.

Enfermagem Espiritual

– deve ministrar bondosamente a compaixão e a caridade, e quanto mais rebeldia, maior misericórdia; quanto maior endurecimento, mais piedade; ante a negação feroz, a sistemática da caridade…
Enfermagem espiritual – Unamo-nos, mediante uma fixação ideal por meio da qual possamos abandonar e superar os problemas que nos afligem, sintonizando com a-bênção do serviço. Convidados à Enfermagem da misericórdia junto aos que sofrem, compreendamos o impositivo do auxílio contínuo pela oração, pelo pensamento edificado, mediante a compaixão e a solidariedade.
Os nossos irmãos agoniados que pululam na Erraticidade, mais necessitam de amor e de misericórdia do que de outra qualquer doação verbal, que lhes não penetra o âmago do ser nem os libera do sofrimento. Assim, a nossa Enfermagem espiritual deve ministrar bondosamente a compaixão e a caridade, e quanto mais rebeldia, maior misericórdia; quanto maior endurecimento, mais piedade; ante a negação feroz, a sistemática da caridade…
E sabendo que o resultado do trabalho pertence sempre ao Senhor, entreguemo-nos em Suas mãos. Redenção em nós mesmos. O perseguidor de hoje naturalmente será o necessitado de amanhã rogando compreensão e ajuda.
O sicário impiedoso de agora ressurgirá depois na condição de vítima à espera de misericórdia e simpatia. Aquele que cria dificuldade e embaraço quando na tarefa da nossa ascensão despertará, posteriormente, enleado nos cipós da própria imprevidência, desfazendo os nós da irresponsabilidade.
O criminoso inveterado que se compraz na prática do erro não fugirá da consciência em desperta- mento, agora ou mais tarde convidando-o ao ressarcimento. É do Código Divino que todo aquele que perturba se perturba, todo aquele que prejudica, só a si mesmo se prejudica. Assim considerando, tenhamos em mente o impositivo evangélico do perdão, doando-o até mesmo aos mais impenitentes lutadores inimigos da nossa paz.
Não foi por outra razão que o Mestre prescreveu o perdão indistinto, infinitamente, conforme o conceito das setenta vezes sete vezes…Todos aqueles que nos afligem, encarados sob o ponto de vista cristão, convertem-se em instrumentos de prova para nossa melhora íntima.
Face a esse procedimento utilizemo-nos da pausa que o intercâmbio espiritual nos propicia, a fim de ajudar os sofredores anônimos da Erraticidade, os perseguidores sistemáticos do Mundo Espiritual, os que se converteram em obsessores do próximo, subjugados em si mesmos pelos equívocos cultivados na idiossincrasia, no orgulho ferido ou na revolta em desgoverno.
São irmãos nossos que se debatem enganados. Aqueles que se demoram no engano, participarão da consciência despertada e verificarão o seu erro. Vós outros, porém, clarificados pela meridiana luz da imortalidade em triunfo, após os despojos de cinza e lama da organização material, não disporeis de justificativa ou de fórmula para a evasão à responsabilidade ante os erros que venhais a cometer, revidando mal por mal, animosidade por animosidade…
Cultuemos Jesus, porém O vivamos; entusiasmemo-nos com a mensagem espírita, porém insculpamo-la em nosso mundo interior, sem o que, na condição de conscientes da verdade, estaremos na demência de nos enganarmos quanto ao tempo, lugar e oportunidade de redenção. Trabalho com Jesus.
A tarefa por executar não espera. O trem da oportunidade não aguarda. O minuto precioso não se alonga. Mister utilizar-se da circunstância valiosa, aproveitando-a, positivamente. Nem mais tarde, ou depois, ou amanhã. Agora, porém, hoje, neste momento impõe-se que se realize o que se deve produzir. Nem tampouco adianta exclamar: “passou”, “perdi o ensejo”, “foi ontem. . .
” Quando se deseja recuperar a hora perdida, todo esforço, não obstante faculte resultados razoáveis, mui raramente logra produzir com o mesmo êxito, conforme fora no instante azado. Conveniente, portanto, realizar em intensidade, com método e frequência, cada atividade a seu tempo, no devido lugar.
Amanhã, possivelmente, será tarde demais. Posteriormente, quiçá, não haverá ensejo. No futuro, talvez, não se repetirá propício o tempo, Nem a pressa estafante de agora, nem a indecisão perturbadora para depois.
O trabalho, em clima de ordem e ritmo de execução, constitui o alvo que a“ meta homem” deve desdobrar, especialmente quando engajado na disciplina do Evangelho. Atento e jovial, segui com Jesus. produzindo, na certeza otimista de que este é o vosso ideal momento de libertação espiritual. Auxílio recíproco£ larga a cópia dos sofredores.
Enxameiam por toda parte, agônicos e aturdidos. Procuram socorro que não sabem identificar. Ansiosos, esperam por uma paz que ainda não podem entender. Eis por que o nosso ministério se reveste de significação importante: lidar com o enfermo que recusa o medicamento e com o aflito que não aceita consolação.
Ungindo-nos de paciência e colocando-nos no lugar dele, estaremos realizando o mister mediúnico. perfeitamente sintonizados com as suas necessidades. Assim, meus amigos, vamos auxiliar, e, colocando-nos em disponibilidade para o labor, deixemo-nos, por nossa vez, conduzir pelo socorro divino.

Redenção em Nós Mesmos

– O perseguidor de hoje naturalmente será o necessitado de amanhã rogando compreensão e ajuda. O sicário impiedoso de agora ressurgirá depois na condição de vítima à espera de misericórdia e simpatia.
Aquele que cria dificuldade e embaraço quando na tarefa da nossa ascensão espertará, posteriormente, enleado nos cipós da própria imprevidência, desfazendo os nós da irresponsabilidade.
O criminoso inveterado que se compraz na prática do erro não fugirá da consciência em desperta- mento, agora ou mais tarde convidando-o ao ressarcimento.
É do Código Divino que todo aquele que perturba se perturba, todo aquele que prejudica, só a si mesmo se prejudica.
Assim considerando, tenhamos em mente o impositivo evangélico do perdão, doando-o até mesmo aos mais impenitentes lutadores inimigos da nossa paz .Não foi por outra razão que o Mestre prescreveu o perdão indistinto, infinitamente, conforme o conceito das setenta vezes sete vezes…
Todos aqueles que nos afligem, encarados sob o ponto de vista cristão, convertem-se em instrumentos de prova para nossa melhora íntima. Face a esse procedimento utilizemo-nos da pausa que o intercâmbio espiritual nos propicia, a fim de ajudar os sofredores anônimos da Erraticidade, os perseguidores sistemáticos do Mundo Espiritual, os que se converteram em obsessores do próximo, subjugados em si mesmos pelos equívocos cultivados na idiossincrasia, no orgulho ferido ou na revolta em desgoverno.
São irmãos nossos que se debatem enganados.
Aqueles que se demoram no engano, participarão da consciência despertada e verificarão o seu erro. Vós outros, porém, clarificados pela meridiana luz da imortalidade em triunfo, após os despojos de cinza e lama da organização material, não disporeis de justificativa ou de fórmula para a evasão à responsabilidade ante os erros que venhais a cometer, revidando mal por mal, animosidade por animosidade…
Cultuemos Jesus, porém O vivamos; entusiasmemo-nos com a mensagem espírita, porém insculpamo-la em nosso mundo interior, sem o que, na condição de conscientes da verdade, estaremos na demência de nos enganarmos quanto ao tempo, lugar e oportunidade de redenção.

Trabalho com Jesus

– A tarefa por executar não espera. O trem da oportunidade não aguarda.
O minuto precioso não se alonga. Mister utilizar-se da circunstância valiosa, aproveitando-a, positivamente.
Nem mais tarde, ou depois, ou amanhã. A gora, porém, hoje, neste momento impõe-se que se realize o que se deve produzir.
Nem tampouco adianta exclamar: “passou”, “perdi o ensejo”, “foi ontem. . . ” Quando se deseja recuperar a hora perdida, todo esforço, não obstante faculte resultados razoáveis, mui raramente logra produzir com o mesmo êxito conforme fora no instante azado.
Conveniente, portanto, realizar em intensidade, com método e frequência, cada atividade a seu tempo, no devido lugar. Amanhã, possivelmente, será tarde demais. Posteriormente, quiçá, não haverá ensejo. No futuro, talvez, não se repetirá propício o tempo,
Nem a pressa estafante de agora, nem a indecisão perturbadora para depois.
O trabalho, em clima de ordem e ritmo de execução, constitui o alvo que a “meta homem” deve desdobrar, especialmente quando engajado na disciplina do Evangelho.
Atento e jovial, segui com Jesus. produzindo, na certeza otimista de que este é o vosso ideal momento de libertação espiritual.

Auxílio recíproco

– É larga a cópia dos sofredores.
Enxameiam por toda parte, agônicos e aturdidos. Procuram socorro que não sabem identificar.
Ansiosos, esperam por uma paz que ainda não podem entender.
Eis por que o nosso ministério se reveste de significação importante: lidar com o enfermo que recusa o medicamento e com o aflito que não aceita consolação.
Ungindo-nos de paciência e colocando-nos no lugar dele, estaremos realizando o mister mediúnico, perfeitamente sintonizados com as suas necessidades.
Assim, meus amigos, vamos auxiliar, e, colocando-nos em disponibilidade para o labor, deixemo-nos, por nossa vez, conduzir pelo socorro divino.

Em Renovação

– Não se nos torne um fastio o exercício do bem- fazer. Sem dúvida, criado para o trabalho, o corpo animal pode apresentar sintomas de cansaço.
Sob a governança do espírito imortal, o refazimento se lhe faz automático, imediato. No labor da misericórdia, a exaustão, muitas vezes, é o combustível que alimenta a vida.
Assim, renovemo-nos. O corpo cansado, a mente confiante, devem ser colocados à disposição do Senhor, para o exercício da mediunidade caridosa.
O fastio, que resulta do tédio, e o cansaço, que provém do desinteresse, devem ser banidos, objetivando a seara de luz da solidariedade.
Considerando a massa dos sofredores desencarnados que habitaram o Orbe, futuras pessoas terrestres no corpo físico, entusiasmemo-nos na tarefa de construir o seu porvir pela lapidação e renovação do seu passado. 
Com isto estaremos também edificando o ideal de um mundo mais feliz, no qual, agora ou mais tarde, habitaremos em regime de fraternidade.
Obreiros do Cristo as atividades que abraçamos com amor são desafios ao nosso esforço, no que tange ao compromisso de realizá-las.
Há aqueles que tombam no início do tentame.
Aparecem outros que prometem realizações esmeradas e fogem amargurados.
Surgem alguns que pretendem transformar o mundo exterior, sem transformar-se a si mesmos, abandonando a tarefa.

Obreiros do Cristo

– As atividades que abraçamos com amor são desafios ao nosso esforço, no que tange ao compromisso de realizá-las. Há aqueles que tombam no início do tentame. Aparecem outros que prometem realizações esmeradas e fogem amargurados.
Surgem alguns que pretendem transformar o mundo exterior, sem transformar-se a si mesmos, abandonando a tarefa.
Os obreiros do Cristo, porém, diligentes e pontuais, estão ativos na faina cotidiana.
Com eles, contam os Benfeitores da Humanidade. Deles, muito esperam os aflitos do caminho. Os primeiros, porque os emularão ao auxílio, e os segundos, porque depositarão nas suas mãos a escudela das suas necessidades.
Que possamos estar em condições de ser conduzidos pelos heróis da imortalidade no rumo dos necessitados do nosso caminho. Obreiros do Cristo. As atividades que abraçamos com amor são desafios ao nosso esforço, no que tange ao compromisso de realizá-las.
Há aqueles que tombam no início do tentame. Aparecem outros que prometem realizações esmeradas e fogem amargurados. Surgem alguns que pretendem transformar o mundo exterior, sem transformar-se a si mesmos, abandonando a tarefa.
Os obreiros do Cristo, porém, diligentes e pontuais, estão ativos na faina cotidiana. Com eles, contam os Benfeitores da Humanidade. Deles, muito esperam os aflitos do caminho.
Os primeiros, porque os emularão ao auxílio, e os segundos, porque depositarão nas suas mãos a escudela das suas necessidades. Que possamos estar em condições de ser conduzidos pelos heróis da imortalidade no rumo dos necessitados do nosso caminho.

Mediunidade com Jesus

– Imaginemos uma ponte que aparecesse repentinamente, vencendo o abismo entre duas bordas de montanhas distantes; consideremos uma luz que se acendesse de inóspito em plena escuridão, na qual se debatessem os aflitos em busca de um caminho que não encontravam; meditemos no valor de um bálsamo medicamentoso chegado de surpresa a uma região de enfermidades, em que os seres se dilacerassem atormentados pela ânsia de paz, e teremos ideia da mediunidade posta a serviço de Jesus, ligando os abismos entre a Terra e a Erraticidade, clarificando as sombras das consciências atormentadas e medicando as exulcerações dos que se enganaram na carne e ainda se vergastam sob a ultriz chibata da desesperação.
Assim examinada, a mediunidade é bênção de Deus para as aflições humanas do corpo e da alma, facultando o encontro com a consciência e lucilando-a, enquanto amplia os horizontes infinitos, mostrando o rumo certo da paz e da plenitude.
Dedicarmo-nos quanto possível à utilização salutar e eficiente desse abençoado recurso é inadiável ministério a nosso próprio bem.
Porquanto, à semelhança de uma ponte desprezada que a ferrugem desgasta, ou uma lâmpada que por falta de combustível se apaga, ou medicamento exposto à ação de agentes vários, destrutivos, se converteria em inutilidade ou foco malsinado.
Assim, coloquemo-la na função de bem servir, porque só o Bem tem a linguagem vital da imortalidade e do Senhor.

Mediunidade e Auxílio

– Conduzindo o carro das aflições, referimo-nos a desaire e apontamos as provas que nos chegam, estiolando-nos a alegria de viver.
De um lado os assaltos do pretérito em formas ultrizes, constringentes; doutro, as agressões do presente com as carantonhas fantasmagóricas, provocando desânimo e desesperação, mas acima de todas as circunstâncias remotas ou próximas que digam respeito aos fatores pretéritos ou aos condicionamentos presentes, a oportunidade de redenção se nos abre, favorecendo-nos com o ensejo iluminativo da consciência, de cujo ponto partiremos na busca da nossa imortalidade feliz.
Conhecedores da informação espírita, utilizemo-la a fim de burilar o espírito sedento de luz, aprimorando as arestas eternas pelo atrito de cada hora e, sutilizando as percepções íntimas pelas dores que nos aprimoram a cada momento, sintonizaremos com as Esferas do Mundo Elevado, superaremos todos os condicionamentos infelizes que nos produzem aflição e dor, e, assim pensando, consideremos a dadivosa oportunidade que temos de ensejar aos nossos irmãos da retaguarda espiritual, já desencarnados, em perturbação, o lenitivo da paz, o medicamento do ânimo, a diretriz da iluminação através da porta sutil e bela da mediunidade socorrista.
O instrumento da mediunidade é alavanca de trabalho que cada um pode usar para alçar-se na direção do Amor Total, ou para descer às baixadas do egoísmo avassalante. . .
Jesus, o Excelso Médium de Deus, abrindo os braços, albergou a Humanidade toda no seio, como a ensinar que serviço de mediunidade são braços abertos na direção da aflição.

Condicionamentos

– Para o correto exercício da mediunidade exigem- se do instrumento mediúnico condições preponderantes de modo a ajudar com eficiência os Instrutores da realização maior.
Tomemos alguns exemplos simples.
A obra reflete o trabalhador que a executa; o leito do rio expressa o incessante curso de água; a estátua traduz o labor das mãos que modelaram apedra. . .
A mediunidade, a seu turno, é instrumento colocado a serviço da vida para distribuição de valores a benefício de outras vidas.
Indispensável que o medianeiro cada dia mais se esforce por abandonar o condicionamento das comunicações viciosas, registrando em profundidade o pensamento espiritual e retratando como numa tela laminada as imagens que ali se projetem.
Não se caracterizará o bom médium pelo número de comunicações recebidas, mas pela qualidade da filtragem a traduzir cada comunicação. Inadiável o esforço pela serenidade interior, do estudo constante das próprias reações nervosas, a fim de impor-se uma disciplina necessária ao equilíbrio do intercâmbio com o Mundo Espiritual.
Registrar o pensamento dos desencarnados é fenômeno de telepatia em que de Espírito a Espírito se transmite a ideia.
O fenômeno mediúnico é mais complexo para ser completo, exigindo mais amplas possibilidades.
Em cada dia deve impor-se, o trabalhador do intercâmbio com Jesus no ministério mediúnico, ao mister de corrigir-se, retificando imperfeições, controlando traumas psicológicos, edificando um comportamento salutar para que, maleável e dócil, plasme com harmonia o pensamento dos que sofrem ou dos que inspiram a misericórdia e a compaixão, anulando-se para que através da sua faculdade falem as vozes da Imortalidade.

Impressões Fisiológicas

– Fixam-se às reminiscências da indumentária fisiológica, revivendo as experiências em que se compraziam, e que geraram viciações profundas, ora impressas nos tecidos sutis do perispírito, a ressurgirem em sintomas de dor, alucinação ou desengano…
Confinados à estreiteza das ideias longamente cultivadas no materialismo crasso do prazer, perderam o contato com as paisagens de sol da esperança e agora, ante as expressões vivas do Espírito desatado do corpo, sofrem as amarras desconhecidas que os escravizam aos despojos, mediante as evocações bitoladas dos conceitos levianos ou infelizes em que se firmaram…
Perdem a identidade, vagueiam sem rumo, ignoram o tempo e não se apercebem. Elucidados quanto à realidade nova, fogem para os hábitos da acomodação e cerram os ouvidos do raciocínio a qualquer lição diferente, conquanto real, que lhes exija revolução interna de conceitos e renovação imediata…
Defrontam a possibilidade da libertação, em amanhecer de bênçãos, não obstante preferem jazer inermes no engano do corpo carnal, que já passou e se consumiu …
Tais são os nossos irmãos espirituais vinculados ao passado, sofredores, que nos chegam às portas mediúnicas para o sacerdócio da doutrinação. Junto a eles e no intercâmbio não vos apresseis, não os firais, nem vos rebeleis com eles.
Prosseguem enfermos. A comunhão mediúnica lhes ensejará choques psíquicos benéficos e o clima de oração no trabalho espiritual ser-lhes-á de significativo resultado, no seu devido tempo.
Aprendei, por vossa vez, desapego e prudência enquanto vos demorais no escafandro carnal, preparando-vos para a vilegiatura espiritual, quando vos soar o momento libertador, a fim de que não vos signifiqueis, também, algema com a retaguarda ou presídio de ignorância.

Mediunidade e Serviço

– Envidemos esforços para a utilização das nossas possibilidades psíquicas na tarefa de servir, aplicando o nosso esforço no sentido de realizações superiores e perenes.
Mediunidade é sol abençoado para o Espírito reencarnado.
Quantos mourejam nas limitações do vasilhame físico, são portadores de mediunidades em graus de variada manifestação: mediunidade que fala, mediunidade que escreve, mediunidade que vê, mediunidade que escuta, mediunidade que transporta, mediunidade que materializa, mediunidade que desdobra, mediunidade que prevê, mediunidade que desvela o passado, mediunidade, enfim, que constrói dentro do homem o altar da revelação divina a benefício da vida.
Todas as criaturas ligadas ao programa divino são médiuns. Entretanto, há um tipo de médium sutil que passa despercebido no serviço espírita.
Não se faz notar por comunicações evidentes nem por fenômeno sinsólitos: registra e realiza serenamente as instruções que recebe, gravando-as nas telas da memória. É o médium que vive as lições da Imortalidade, incorporada são comportamento diário.
Grande número de frequentadores das reuniões mediúnicas relega a mente à negligência, no que diz respeito aos raciocínios elevados e, em razão disso, mantém um comércio deselegante com Entidades corriqueiras e banais, que se apresentam em condições deploráveis perturbando-lhes o equilíbrio psíquico. Deixando-se
engolfar por meditações inferiores, são arrastados por ideias deprimentes; permitindo-se conduzir por pensamentos desequilibrantes, despertam nas redes das pertinazes obsessões de cujas malhas só dificilmente se libertam. Fenômeno consentâneo aos trabalhadores imprevidentes do mediunismo, o transe obsessivo lentamente lhes vai instalando o veneno letal do desequilíbrio espiritual, embora ligados, alguns, às sessões especializadas de desobsessão.
São os médiuns que duvidam ou que se fanatizam, os que confiam, mas que, no justo momento de testificarem a confiança, relegam-na a plano secundário, fugindo espetacularmente ao dever e à serenidade. Escudam-se na Doutrina Espírita para aconselhar, mas nela não encontram afortaleza para combater as más ideias; transformam o Evangelho de Jesus em gume afiado, para ferir, às vezes com voz dulçurosa, mas não fazem do Evangelho aquela lâmina que retifica as arestas do caráter íntimo, desvairado e preguiçoso, reequilibrando a mente.
Por isto, mediunidade e serviço são braços do corpo cristão que ninguém deve desdenhar. Quando tenhais a mente vazia, preenchei-a com o pensamento bom e entretereis diálogos com Espíritos edificadores. Quando estejais com a mente negligente, estareis comerciando com os Espíritos do desequilíbrio, cujo cérebro em desalinho vos atormenta.
Afeiçoai-vos ao serviço do Senhor, ampliando vossas possibilidades, porque o talento da mediunidade, consoante a aplicação em nosso lazer ou em nosso esforço, se transformará em frondosa árvore de agasalho ou torturado vegetal qual a figueira da parábola evangélica, amaldiçoada, por nada ter produzido.

As provações

– Habituamo-nos a considerar a dor em qualquer modalidade como conduto punitivo ou bitola disciplinante para a nossa alma, quando enclausurada na carne.
E graças a essa conceituação injusta, condicionamos a dificuldade, o sofrimento e a pobreza ao crivo de provações lamentáveis sob o impiedoso jugo da nossa própria revolta. Todavia, as provações mais rudes não são as que se manifestam com o abençoado látego de correção.
Há provações ignoradas que muitos disputam, por desconhecer-lhes os perigos e a gravidade. O homem economicamente livre, de burras recheadas de moedas de ouro, responderá pelo uso que faça das disponibilidades monetárias.
O industrial possuidor de longa folha de empregados, dirá da própria conduta, na direção de tantos destinos. O agricultor poderoso com dezenas de agregados, apresentará contas de como
utilizou a dependência alheia nas glebas da terra de sua propriedade. O governante será convidado a informar quanto ao uso do à dinheiros públicos e a respeito da felicidade do povo.
O médico, o advogado, o odontólogo, o obstetra, serão convocados à prestação dos serviços realizados sob a bênção do título universitário. Igualmente o portador da beleza física, da inteligência brilhante, da palavra escorreita e pena formosa, conduzem responsabilidades consigo que representam severas provações.
Foi por essa razão, e com muita propriedade, que o Mestre, lamentando aposição moral do jovem rico, afirmou ser difícil, aos abastados de qualquer natureza, entrarem no Reino dos Céus, vinculados como se encontram aos bens da Terra. Em verdade temos o que damos, somos o que fazemos e possuímos o que dilatamos em favor dos outros.
Convertamos nossa dificuldade, nossa limitação, nossa dor, em sublimação evangélica no roteiro da libertação espiritual. Quem se suponha feliz, amparado pela fortuna fácil ou pela comodidade social, pelo título honroso ou pela situação privilegiada, resguarde-se na vigilância.
Normalmente, os vencidos aparentemente, triunfam, porque, não tendo para quem se dirigir, voltam-se para Aquele que é a Vida e a Consolação, enquanto os que se encontram muito atarefados com os favores imediatos perecem longe do despertamento para os bens efetivos da experiência planetária.
Utilizemos, portanto, das nossas disponibilidades evolutivas à luz da Doutrina Espírita, sublimando as provações do caminho de lutas, a fim de alcançarmos aposição ideal de servos felizes, conservando a consciência tranquila onde a lâmpada da fé imortalista brilhe, bendita, norteando-nos até o fim dos tempos.

Duas Vidas

– Estorcegam-se na injunção difícil em que se surpreendem. Negam-se a aceitar a realidade ferina, que os estiola, no emaranhado das ambições ora irrealizáveis.
Partiram da Terra e, não obstante gastos os despojos fisiológicos, imantam-se de tal forma à ideia corporal, que esta lhes acompanha a disjunção celular. Entre as duas vidas, a que relutam em abandonar e a que se lhes impõe com a necessidade atual, deblateram, enlouquecem, agridem…
Esses, os nossos irmãos colhidos pela desencarnação inesperada. Usurpadores dos tesouros materiais que a leviandade anestesiou; gozadores inveterados do patrimônio orgânico, que a sensualidade envenenou; possuidores dos largos patrimônios da saúde, que a insensatez malbaratou; padecentes de enfermidades purificadoras que a revolta desequilibrou; transeuntes da expiação demorada que o desespero íntimo execrou; verdugos que se demoraram na governança pelo totalitarismo do poder que a morte venceu, mas não os libertou. ..
Sim, todos eles foram colhidos pelo emaranhado a que se vincularam, continua arraigados às recordações materiais sem se darem conta, ou negando-se a dar-se conta, do estágio em que se deparam. Abri-lhes as portas da caridade, compreendei-os, porquanto, se não tivésseis o coração beneficiado pelas claridades dúlcidas do Evangelho de Jesus, estaríeis em posição equivalente.
Contribuí com a sublime quota do vosso entendimento fraternal, desde que também vos agitais entre as duas vidas: a do Espírito liberto e a da conjuntura material, que a mediunidade como ponte sublime enseja ligação por onde transita-se por onde eles deambulam objetivando a vossa e a felicidade deles.
Tudo que a eles fizerdes, fá-lo-eis a vós mesmos; toda contribuição que lhes dedicardes poderá ser comparada a um raio de Sol que seguisse à frente por um caminho de céu plúmbeo clarificando a rota para os vossos pés. Esta é a vossa oportunidade em relação a eles.
Quiçá, mais tarde, seja a deles para convosco.

Perturbação espiritual

– Não apenas ignorância da realidade espiritual, mas aflição ante a sua legitimidade. Conhecer a verdade é penetrá-la, viver a verdade, no entanto, é renovar-se para ela.
Muitos que trazem da Terra o cômputo do conhecimento espírita, não obstante se identificarem com a vida espiritual se perturbam face ao que deixaram de fazer, o que planejaram fazer e o que fizeram erradamente.
Ao despertar na Vida Verdadeira, o homem, de um só golpe, olha a retaguarda, percebendo em clara visão tudo quanto poderia ter realizado e não o fez. Esse conhecimento dá-lhe sofrimento, perturba-o. Não é a desencarnação em si que faz sofrer.
Antes é a evidência do que não se realizou que torna o Espírito sofrido.
Por isso, o Codificador do Espiritismo com muita lucidez anotou a resposta dos imortais de que o conhecimento do Espiritismo oferece, naturalmente, recurso para impedir a perturbação, mas que os atos são os grandes contributos a fim de que o homem, sabendo da sua realidade íntima e conhecendo o que fez de nobre, tenha o impedimento da aflição interior.
Desse modo, identificado com o Espírito de amanhã que o Espiritismo nos revela, não apenas fiquemos na informação, mas nos modifiquemos, para que a nossa consciência não se nos transforme em algoz, fazendo sofrer, em consideração ao que ficou perdido ou aplicado errada e audaciosamente contra cada um.

Cartas vivas

– Transitamos entre vibrações que se interpenetram, formando a realidade cósmica. No mundo terrestre atual vive-se uma psicosfera carregada, que decorre das mentes aturdidas que ainda se movimentam nas baixas faixas da evolução espiritual.
Desligadas do corpo, anelam pela reencarnação a fim de terem liberados os seus problemas. Reencarna- dos, esses Espíritos mantêm o comércio psíquico com as suas fontes de origem. À mediunidade com Jesus está reservada uma tarefa nobilitante. Atender os que, estremunhados, voltarão à Terra, diminuindo-lhes as cargas de desespero, cirurgiando-lhes o perispírito intoxicado pelos instintos da agressividade e do sexo imediatista, a fim de que, reencarnados, aspirem por ideais melhores.
Ao mesmo tempo, essa mediunidade colocada a serviço da consolação humana, plasma, nas mentes, clichês positivos que rompem as forças de sintonia com o mundo espiritual inferior donde procedem.
Não nos cansaremos de insistir, de instar, de pedir o contributo daqueles que despertaram para Jesus, no campo da caridade mediúnica, seja tornando-se instrumentos para trazer a mensagem, seja na condição de doutrinadores, captando a palavra da esperança para eles, a fim de se esforçarem em favor da própria transformação moral, do equilíbrio mental, para que rompam, em definitivo, com os condicionamentos que vilipendiam o caráter e que oferecem plasma para as explorações psíquicas na área da sexualidade, do humor negativo, graças à manutenção dos vícios mentais, nas atitudes infelizes em que tombam pela insensatez e pelo descuido.
Não é tão cedo quanto parece, para que se estabeleça a renovação espiritual. Até agora já recebestes uma quota muito alta de esclarecimento.
Àquele, portanto, a quem muito se deu, muito se lhe pedirá, mais se oferecendo àquele que mais doou.
Aproveitemos esta oportunidade luminífera e ao sairdes, mantende-vos e mestrado de reunião espiritual, cada um melhorando-se realmente, mesmo diante da conspiração existente para que sejais maus.
Apesar das conjunturas difíceis, não permitais que o triunfo dos maus vos torne igualmente maus, que o desrespeito dos frívolos vos faça desrespeitosos também, e que o desequilíbrio reinante no mundo vos atinja.
Sois as cartas de Jesus e estas devem estar bem escritas no vosso comportamento.

Psicografia Divaldo Pereira Franco – Espírito João Cleófas

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