médiuns e mediunidade com jesus

MEDIUNIDADE COM JESUS – HUMBERTO DE CAMPOS E CHICO XAVIER

“BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO” 

Mãos erguidas para o Alto, como se invocasse a bênção de seu Pai para todos os elementos daquele solo extraordinário e opulento, exclama então Jesus:
— Para esta terra maravilhosa e bendita será transplantada a árvore do meu Evangelho de piedade e de Amor. No seu solo dadivoso e fertilíssimo, todos os povos da Terra aprenderão a Lei da Fraternidade Universal.
Sob estes Céus serão entoados os hosanas mais ternos à misericórdia do Pai Celestial.
Foi por isso que o Brasil, onde confraternizam hoje todos os povos da Terra e onde será modelada a obra imortal do Evangelho do Cristo, muito antes do Tratado de Tordesilhas, que fincou as balizas das possessões espanholas, trazia já, em seus contornos, a forma geográfica do coração do mundo.
Jesus, porém, confiante, por sua vez, na proteção de seu Pai, não hesita em dizer com a certeza e a alegria que traz em si:
— Helil, afasta essas preocupações e receios inúteis. A região do Cruzeiro, onde se realizará a epopeia do meu Evangelho, estará, antes de tudo, ligada eternamente ao meu coração. As injunções políticas terão nela atividades secundárias, porque, acima de todas as coisas, em seu solo santificado e exuberante estará o sinal da fraternidade universal, unindo todos os Espíritos.
Livro: ”Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho” – Humberto de Campos, psicografia de Francisco C. Xavier. Trechos dos capítulos 1 e 2. (Este livro foi editado em 1938.)
“Não confia no poder de Jesus? Ele continua curando cegos, iluminando-nos o caminho, guiando-nos os passos!”
André Luiz
Luvro: Os mensageiros. Psicografia de Chico Xavier, FEB editora.

APRENDER VIRTUDES

Como podemos nos tornar pessoas melhores? Como retirar do coração e da mente sentimentos e valores que não apreciamos mais, que não nos fazem bem?
Com certeza esse tipo de pensamento, esse desejo, essa preocupação nos ocorre, com certa frequência.
Perdemos a calma quando desejaríamos ter muita paciência.
Falamos rispidamente quando teríamos preferido não alterar a voz.
Utilizamos palavras rudes quando melhor seria que mantivéssemos a gentileza e os bons tratos.
Quantas vezes isso ocorre? Quantas vezes não nos vemos exatamente nessas situações?
Depois que os momentos de fúria passam, sentimos como que uma ressaca moral a nos maltratar, arrependidos por termos agido de forma tão desagradável.
Nesse momento, voltamos a nos perguntar: Como nos tornarmos pessoas melhores? Como nos modificarmos de dentro para fora?
Esse é o grande desafio de todos nós: conquistar o progresso moral, insculpindo em nossa intimidade valores nobres.
Porém, logo nos perguntamos: Como aprender aquilo que ainda não sabemos? Como nos alfabetizarmos nas lições que ainda não dominamos?
A lógica nos diz que, para um bom aprendizado, é necessário um bom mestre e uma boa cartilha.
Para se iniciar em um campo que desconhecemos, busquemos o melhor exemplo, a melhor referência.
E, quando falamos de progresso moral, da busca de virtudes que nos farão melhores, qual a melhor referência?
Quando questionados a respeito do tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem para lhe servir de guia e modelo, os Espíritos superiores responderam a Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, em uma síntese perfeita: Jesus.
É por isso que, sem sombra de dúvida, afirmamos que Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que podemos aspirar na Terra.
Não há melhor Mestre para nos ensinar as virtudes do que Ele, o pastor das nossas almas.
Amoroso sem perder a firmeza, compreensivo sem ser complacente, Jesus oferece em Suas lições o melhor roteiro para as dificuldades morais que ainda atravessamos.
Reflitamos sobre as bem-aventuranças… Quantos de nós investimos nossa vida, ou educamos nossos filhos para que sejamos todos misericordiosos, ou mansos ou pacíficos?
Quantos acreditamos que é uma ventura ter sede e fome de justiça ou ainda chorar e ser pobre de espírito?
Sabedor das nossas dificuldades e mazelas, foi Jesus quem nos indicou buscá-lo, quando estivéssemos cansados e aflitos pois Ele nos aliviaria.
Ensinando que Seu fardo é leve e suave o Seu jugo, esclareceu que o grande alívio da alma é Sua proposta de amar.
Portanto, quando cansados de nós mesmos, quando fartos de repetir os mesmos erros e tropeçar nas mesmas dificuldades, busquemo-lo.
Seja na reflexão em torno de Seu Evangelho, seja na prece a nos conectar com Ele, buscar Jesus será sempre a terapia maior para nossa alma.
Quando, corajosamente, O adotarmos como o Modelo e Guia para nossos dias, alegrias e venturas terão morada permanente em nossos corações.
E, finalmente, alcançaremos a reforma interior que tanto desejamos.

(Momento Espírita)

Extraído do “Jornal da Mediunidade”- Março-Abril/2007

Com Chico Xavier, aprendi:
1 – Que Espiritismo é Ciência, Filosofia e Religião, mas é muito mais Evangelho.
2 – Que conhecimento Espírita sem reforma íntima não adianta.
3 – Que Doutrina Espírita, em essência, é Jesus para o povo.
4 – Que mediunidade deve ser, na mesma proporção, instrumento de esclarecimento e consolo.
5 – Que nós, espíritas, temos o dever de difundir a Doutrina, principalmente através do exemplo.
6 – Que carecemos de preservá-la de toda tendência elitista.
7 – Que pureza doutrinária não existirá sem pureza de intenções e atitudes, de uns para com outros.
8 – Que mesmo a Fé Raciocinada, sem Caridade, pode se transformar em intolerância.
9 – Que o mais insignificante encargo é mais importante que qualquer cargo.
10 – Que devemos nos acautelar contra o profissionalismo religioso, sob este ou aquele pretexto, em nossas fileiras.
11 – Que, sendo dinâmico, no que tange à revelação da verdade, o espiritismo é uma doutrina sem dogmas.
12 – Que devemos respeitar o livre arbítrio de quem quer que seja, porquanto cada um responderá exclusivamente por suas obras.
13 – Que o Espiritismo não tem chefes encarnados, e o centro espírita não têm proprietários.
14 – Que os médiuns, quanto os espíritos que, de hábito, entram em contato conosco, não são infalíveis.
15 – Que toda crítica tendenciosa se anula por si mesma.
16 – Que o silêncio, aliado ao trabalho, é a melhor resposta aos nossos detratores.
17 – Que, sendo uma Doutrina que pugna pela liberdade de pensamento, não intenta calar a voz de ninguém, mesmo a daqueles que contra ela se levantam.
18 – Que não endossa nenhuma espécie de preconceito ou extremismo de opinião.
19 – Que “estudar e servir” nos devem ser dois verbos de diária conjugação.
20 – Que, nem sempre, o que for bom para nós será bom para a Doutrina, mas tudo o que for bom para a Doutrina será bom para nós.
21 – Que, entre Jesus e Kardec, não devemos hesitar em ficar com Jesus primeiro.
22 – Que os espíritos que rotulamos de obsessores são, em última análise, nossos irmãos, podendo, ainda, ser qualquer um de nós – estejamos encarnados ou não.
23 – Que, em favor de si mesmo, o espírita sincero deve procurar o seu melhor aproveitamento de tempo na atual encarnação.
24 – Que a prece é um excelente exercício de humildade, desde, porém, que seja proferida com o coração.
25 – Que, enfim, ser espírita é sentir-se intimamente compromissado com a Causa, trabalhando, a partir de si mesmo, na construção de um Mundo Melhor.
Carlos Baccelli

REUNIÕES MEDIÚCICAS 

O médium é responsável por toda e qualquer comunicação mediúnica?

Divaldo – Deve sê-lo, porque não é um autômato. Quaisquer comunicações que lhe ocorram são através do seu psicossoma ou perispírito. A conduta do médium é de sua responsabilidade e, graças a essa conduta, ele responde pela aplicação de suas forças mediúnicas.
É muito comum a pessoa assumir comportamentos contrários ao bom-tom e depois dizer que foram as entidades perniciosas que agiram dessa forma. Isso é uma evasão da responsabilidade, porque os espíritos somente atuam pelo médium, nele encontrando receptividade para as suas induções. É importante saber que o médium é responsável pela manifestação que ocorra através dele. Para que se torne um médium seguro, um
instrumento confiável, é necessário que evolua moral e intelectualmente, na razão em que exercita a faculdade.
J. Raul Teixeira
Divaldo P. Franco
Diretrizes de Segurança

Pode o médium, em algumas comunicações, não conseguir evitar, totalmente, as atitudes desequilibradas dos espíritos comunicantes?

Divaldo – À medida que o médium educa a força nervosa, logra diminuir o impacto do desequilíbrio do comunicante. É compreensível que, em se comunicando um suicida, não venhamos a esperar harmonia por parte da entidade em sofrimento; alguém que foi vítima de uma tragédia sendo
arrebatado do corpo sem o preparo para a vida espiritual apresentará no médium o estertor do momento final, na própria comunicação, algumas convulsões em virtude do quadro emocional em que o espírito se encontrará, porém, certos cacoetes e viciações que nos cumpre disciplinar. Há médiuns que só incorporam (termo incorreto), isto é, somente dão comunicação psicofônica, se bocejarem bastante. Para dar um toque de humor: quando eu comecei a frequentar a Casa Espírita, na minha terra natal, a primeira parte era um Deus-nos-acuda! Porque as pessoas bocejavam e 
choravam, demasiadamente. Eu, como era médium principiante, cria que também deveria bocejar de quebrar o queixo. A “médium principal”, que era uma senhora muito católica, iniciava as comunicações sempre depois de intermináveis bocejos e tosses que a levavam às lágrimas. Hoje não bocejo, nem no meu estado normal. Quando eles vêm eu cerro os dentes e os evito.
J. Raul Teixeira
Divaldo P. Franco
Diretrizes de Segurança

Quais são os requisitos necessários aos médiuns que militam na tarefa mediúnica?

Raul – Percebendo que a mediunidade é uma faculdade mental, ela independe de o indivíduo ser nobre ou devasso. Sendo a mediunidade essa luz do espírito que se projeta através da carne, admitiremos também poder encontrá-la representando a treva do espírito que escorre através do soma. E exatamente por isso, percebemos que o médium deverá ajustar-se, quando deseje servir com o Cristo. Atrelado às forças do bem, ajustar-se-á ao esforço de vivenciar as lições evangélicas, renovando, gradativamente, os panoramas da própria existência, domando as inclinações infelizes, inferiores, elevando o padrão mental para que sua mentalização se dirija para o sentido nobre, fazendo-o cada vez mais vibrátil nas mãos das Entidades felizes. Logo, os requisitos para o exercício da mediunidade no enfoque espírita serão o exercício da humildade, da humildade que não se converte em subserviência, mas que é a atitude de reconhecimento da grandeza da vida em face da nossa pequenez pessoal; o espírito de estudo, de apercebimento continuado das leis que nos regem, que nos governam. O médium espírita deverá estar sempre voltado para aumentar o seu patrimônio de conhecimento das coisas, dando-nos conta de que o Espírito da Verdade nos disse ser necessário o amor que assiste, que guarda, que renuncia, que serve, e, ao mesmo tempo, a instrução que de maneira alguma representará apenas o diploma acadêmico, mas que é esse engrandecimento do caráter, da inteligência, esse amadurecimento que, muitas vezes, o diploma não confere.
Exatamente aí o médium deverá ater-se ao estudo, ao trabalho, à abnegação ao semelhante, e nesse esforço estará logrando também subir a ladeira para conquistar a humildade.
J. Raul Teixeira Divaldo P. Franco Diretrizes de Segurança

Quer dizer que, no fundo, é sempre o médium o
responsável, mesmo que tenha faculdade inconsciente,
por aquilo que vem através dele?

Divaldo – Daí dizer-se que em todo fenômeno mediúnico há um efeito anímico, assim como em todo fenômeno anímico há uma expressão mediúnica. Por melhor que seja o pianista, o som é sempre do piano.
J. Raul Teixeira
Divaldo P. Franco
Diretrizes de Segurança

O que deve fazer o médium quando influenciado por
entidades da reunião, no trabalho, no lar? Quais as
causas dessas influências?

Divaldo – No capítulo 23º de O Livro dos Médiuns, Da Obsessão, o Codificador reporta-se à invigilância das criaturas. É natural que o indivíduo seja médium onde quer que se encontre. A mediunidade não é uma faculdade que só funcione nas reuniões especializadas. Onde quer que se encontre o indivíduo, aí estão os seus problemas. É perfeitamente compreensível que não apenas na oficina de trabalho, mas também na rua, na vida
social, ele experimente a presença dos espíritos; não somente presenças positivas, como também perniciosas, entidades infelizes, espíritos levianos, ou aqueles que se comprazem em perturbar e aturdir. Cumpre ao médium manter o equilíbrio que lhe é proposto pela educação mediúnica.
J. Raul Teixeira
Divaldo P. Franco
Diretrizes de Segurança

É possível ao médium distinguir as alterações psíquicas e orgânicas que lhe são próprias das que estão procedendo dos espíritos desencarnados?

Divaldo – Um dos comportamentos iniciais do médium deve ser o de estudar-se. Daí ser necessário estudar a mediunidade. Eu, por exemplo, quando comecei o exercício da mediunidade, ia a uma festa e assimilava de tal forma o psiquismo do ambiente, que me tornava a pessoa mais contente dali. Se ia a um casamento eu ficava mais feliz que o noivo. Se ia a um enterro ficava mais choroso que a viúva, porque me contaminava psiquicamente, e ficava muito difícil saber como era a minha personalidade. Pois, de acordo com o local, havia como que um mimetismo, isto é, eu assimilava o efeito do ambiente. Lentamente, estudando a minha personalidade, as minhas dificuldades e comportamentos, logrei traçar o meu perfil pessoal, e estabelecer uma conduta medial para que aqueles que vivem comigo saibam como eu sou, e daí possam avaliar os meus estados mediúnicos
J. Raul Teixeira
Divaldo P. Franco
Diretrizes de Segurança

O médium pode trocar a tarefa mediúnica por outra atividade doutrinária?

Divaldo – A tarefa mediúnica estará presente na vida do instrumento, onde quer que ele se localize. É óbvio que a tarefa mediúnica foi por ele elegida e não seria lícito que a abandonasse a meio do caminho, num mecanismo de fuga à responsabilidade, para a realização de outra que, certamente, não levará adiante. O indivíduo, por exercer a mediunidade, pode e deve assumir outras tarefas que dizem respeito ao labor da Casa
Espírita, mesmo porque a mediunidade não irá tomar-lhe o tempo integral, de modo que o impeça de vivenciar a Neste momento, eu vejo aqui um médium desencarnado, que viveu em Belo Horizonte. Era militar e se chama Henrique Kemper Borges. Entregou-se à mediunidade, trabalhando por longos anos a fio, sem que isso lhe perturbasse o labor da vida militar, social e doutrinária abraçado, porque a educação da mediunidade, diz ele, “faz parte do Evangelho de Jesus e, à luz da Codificação Espírita, é uma diretriz de equilíbrio no culto do passado comprometido com aqueles a quem prejudicou e que ainda se encontram na erraticidade inferior, necessitando de sua ajuda e de seu apoio. Qualquer motivo que objetive desviá-lo da tarefa abraçada é mecanismo de fuga para acumpliciamento com a ociosidade”.
J. Raul Teixeira
Divaldo P. Franco
Diretrizes de Segurança

Qual o objetivo de uma sessão mediúnica?

Divaldo – É acima de tudo uma oportunidade de o indivíduo auto-reformar-se; de fazer silêncio para escutar as lições dos espíritos que vêm a nós, depois da morte, chorando e sofrendo, sendo este um meio de evitarmos cair em seus erros. É também para fazer-nos esquecer a ilusão de que nós estejamos ajudando os espíritos, uma vez que eles podem passar sem nós. No mundo dos espíritos, as Entidades Superiores promovem trabalhos de
esclarecimento e de socorro em seu favor; nós, entretanto, necessitamos deles, mesmo dos sofredores, porque estes são a lição de advertência em nosso caminho, convidando-nos ao equilíbrio e à serenidade. Assim, vemos que a ajuda é recíproca. O médium é alguém que se situa entre os dois hemisférios da vida. O membro de um labor de socorro medianímico é alguém que deve estar sempre às ordens dos Espíritos Superiores para os
misteres elevados. À hora da reunião, devem-se manter, além das atitudes sociais do equilíbrio, a serenidade, um estado de paz interior compatível com as necessidades do processo de sintonia, sem o que, quaisquer tentames nesse campo redundarão inócuos, senão negativos. Depois da reunião é necessário manter-se o mesmo ambiente agradável, porque, à hora em que cessam os labores da incorporação, ou da psicografia, o fenômeno objetivo externo, em si, não cessam os trabalhos mediúnicos no mundo espiritual. Quando um paciente sai da sala cirúrgica, o pós-operatório é tão
importante quanto a própria cirurgia. Por isso, o paciente fica carinhosamente assistido por enfermeiros vigilantes que estão a postos para atendê-lo em qualquer necessidade que venha a ocorrer.
J. Raul Teixeira
Divaldo P. Franco
Diretrizes de Segurança

Como se devem portar os médiuns e os demais membros de um grupo, antes e depois do trabalho mediúnico?

Divaldo – Como verdadeiros cristãos. Devem manter a probidade, o respeito a si mesmos e ao seu próximo; ter uma vida, quanto possível, sadia, sabendo que o exercício mediúnico não deve ser emparedado nas dimensões de apenas uma hora de relógio, reservada a tal mister
J. Raul Teixeira
Divaldo P. Franco
Diretrizes de Segurança

Que utilidade tem a mediunidade de vidência?

Divaldo – A utilidade é a de desvelar os painéis do mundo espiritual, sabendo observá-los, e, melhor ainda, mantendo discrição no traduzi-los, para não a transformar num informativo de leviandades.

Qual a colaboração que um médium vidente pode dar no transcurso de uma sessão mediúnica?

Divaldo – Fazendo observações, anotando pontos capitais e colaborando com o médium doutrinador, para que ele esteja informado da qualidade dos espíritos que ali se comunicam.

É sempre segura e permanente essa faculdade?

Divaldo – Como toda faculdade mediúnica, ela é transitória e oscilante, dependendo muito do estado moral do médium.

Como se devem portar os médiuns e os demais membros de um grupo, antes e depois do trabalho mediúnico?

Divaldo – Como verdadeiros cristãos. Devem manter a probidade, o respeito a si mesmos e ao seu próximo; ter uma vida, quanto possível, sadia, sabendo que o exercício mediúnico não deve ser emparedado nas dimensões de apenas uma hora de relógio, reservada a tal mister
J. Raul Teixeira
Divaldo P. Franco
Diretrizes de Segurança

Por que dois médiuns enxergam, ao mesmo tempo, quadros diferentes?

Divaldo – Porque as percepções visuais são em faixas vibratórias, que oscilam de acordo com o grau de adiantamento do espírito do médium.
Um registra uma faixa, na qual se manifestam os espíritos, e outro registra um tipo de faixa diversa.
Ocorre, também, que a maioria dos médiuns videntes é clarividente, e, nesse caso, a imaginação, quando indisciplinada, elabora construções e imagens que ele não sabe traduzir, perturbando-se com aquilo que capta.

Podem, simultaneamente dois médiuns, em se referindo a mesma entidade, fazer descrições diferentes e serem verídicas, ambas?

Divaldo – Seria o mesmo que duas pessoas de graus de cultura diversos descrevendo uma tela. Cada uma informará os detalhes que lhe chamem a atenção, com as possibilidades da sua capacidade descritiva. Mas o conjunto geral será o mesmo.
 

O endeusamento do médium constitui perigo para a mediunidade? Por quê?

Raul – Evidentemente que tudo aquilo que constitui motivo de tropeço na estrada de qualquer criatura naturalmente poderá levá-la à queda. Em se tratando de médium e de mediunidade, todo e qualquer endeusamento é plenamente dispensável, mesmo porque entendemos que o médium não fala por si próprio. O que ele apresenta de positivo, de nobre, de engrandecedor, deve-se à assistência e à misericórdia dos Espíritos do Senhor, não havendo motivo, portanto, para que se vanglorie de uma virtude, de uma grandeza que ainda não lhe pertencem.
Por outro lado, se o fenômeno ao qual ele serve de intermediário não constitui essa grandiosidade, se são fenômenos modestos, ou se houve algum equívoco ou alguma fragilidade nas colocações que alguma entidade apresentou, também não é motivo para que o médium se atormente, se entristeça, porque terá sido apenas filtro. Necessita, sim, a partir de então, de ter o cuidado de estar cada dia mais vigilante, para que esse empobrecimento não se amplie, para que não seja coparticipante dessa deficiência e para que ele, cada vez mais, se dê conta de que a vaidade poderá ser-lhe prejudicial.
Por isso, qualquer endeusamento é desnecessário, é improfícuo. Isso não dispensa que os companheiros, que estejam lidando com o médium, o possam incentivar para que ele cresça, para que ele se desenvolva cada vez mais e melhor, para que estude, para que sirva, para que trabalhe. Assim afirmamos, porque temos visto oculta por trás desse broquei do neo-endeusamento uma parte muito considerável de um personalismo infeliz, de um despeito atormentante.
Muitas vezes, diz-se que não se deve elogiar o médium, porque não haveria necessidade para tanto. Porém, não se lhe diz nenhuma palavra que o impulsione para a frente, determinando uma posição de despeito, ou de indiferença. Se não precisamos dizer à criatura que ela é um médium melhor que Chico Xavier, e todos saberão que é uma inverdade, poderemos dizer: prossiga, meu irmão ou minha irmã, vá adiante… O Chico também começou nas lutas das suas experiências iniciais, claro que estamos deixando de lado aquela continuidade de tarefas que ele vem fazendo desde reencarnações anteriores, mas, de qualquer maneira, mesmo em encarnações anteriores ele iniciou pelo simples, pelas coisas mais modestas, e se hoje ele é esse filão de grandiosa mediunidade, é porque esforçou-se, devotou-se nesse anelo da perfeição espiritual.
O endeusamento, então, será sempre dispensável, mormente para aqueles médiuns que estejam começando, mas não deveremos deixar de incentiva-los, doutrinariamente, para que não sejam desanimados pela onda terrível que agride médiuns e mediunidades, nesses dias, que lança descrédito e tenta jogar desdouro por sobre a tarefa mediúnica.

Em mediunidade, o que seriam sintonia, ressonância e vibrações compensadas?

Divaldo – A sintonia, como o próprio nome diz, é a identificação. Estamos sempre acompanhados daqueles que nos são afins. A emissão de uma onda encontra ressonância num campo vibratório equivalente. Aí temos a sintonia, como numa rádio que emite uma onda e é captada por um receptor na mesma faixa vibratória. A sintonia de Chico Xavier com o Espírito Emmanuel dá essa ressonância maravilhosa, que é a obra abençoada que o Instrutor mandou à Terra. A ressonância seria o efeito que decorre do mecanismo de sintonia. E as vibrações compensadas são aquelas que oferecem, como o próprio nome coloca, a resposta dentro do padrão de reciprocidade. Quando Chico sintoniza com Emmanuel recebe a compensação do benefício que decorre daquela onda provinda do Benfeitor, que lhe responde ao apelo através do bem-estar que lhe proporciona. Essa compensação pode ser positiva ou negativa. Se elaboramos ideias infelizes somos compensados pelas respostas das entidades afins, que se comprazem em nos utilizar na viciação toxicômana, alcoólica, tabagista ou no exagero em qualquer função ou hábito.
Quando oramos ao Cristo, ou oramos a Deus, recebemos imediatamente a compensação do bem-estar que decorre de estarmos sintonizados com o Alto.

Os participantes de uma sessão mediúnica devem fazer algum tipo de preparo íntimo durante o dia, antes mesmo do início da reunião?

Divaldo – O espírita deve fazer um preparo normal, porque é um dever que lhe compete, uma vez que nunca sabe a hora em que será convocado ao retorno à consciência livre.
O espírita que frequenta o labor mediúnico, além de espírita, é peça importante no mecanismo de ação dos espíritos na direção da Terra. Ele deve fazer uma preparação, não somente nos dias da reunião, mas sempre, porque tal preparação seria insuficiente e ineficaz, já que ninguém muda de hábitos, apenas por alterar sua atitude momentânea.
Nos trabalhos mediúnicos, são exigíveis hábitos mentais de comportamento moral enobrecido, e estes não podem ser improvisados. Então, os membros de uma sessão mediúnica são pessoas que devem estar normalmente vigilantes todos os dias e, em especial, nos reservados ao labor, para que se poupem às incursões dos espíritos levianos e adversários do Bem, que, nesse dia, tentarão prejudicar a colaboração e perturbar-lhes o estado interior, levando distúrbios ao trabalho geral, que é o que eles objetivam destruir. Então, nesse dia, a vigilância deve ser maior: orar, ler uma página salutar, meditar nela, reflexionar, evitar atitudes da chamada reação e cultivar as da ação, pensar antes de agir, espairecer e se, eventualmente, for colhido pela tempestade da ira, pela tentação do revide, que às vezes nos chega, manter a atitude recomendada pelo Evangelho de Jesus.

A água fluidificada tem valor terapêutico?

Divaldo – A magnetização da água é uma providência tão antiga quanto a própria cultura humana. A chamada hidroterapia era conhecida dos povos mais esclarecidos. Sendo considerada uma substância simples, acredita-se que a água facilmente recebe energias magnéticas, fluídicas, e pode operar, no metabolismo desajustado, o seu reequilíbrio. Então, a água fluidificada ou magnetizada tem valor terapêutico.
(DO LIVRO: DIRETRIZES DE SEGURANÇA DIVALDO PEREIRA FRANCO E J. RAUL TEIXEIRA)

Pode o médium, em algumas comunicações, não conseguir evitar, totalmente, as atitudes desequilibradas dos espíritos comunicantes?

Divaldo – À medida que o médium educa a força nervosa, logra diminuir o impacto do desequilíbrio do comunicante. É compreensível que, em se comunicando um suicida, não venhamos a esperar harmonia por parte da entidade em sofrimento; alguém que foi vítima de uma tragédia sendo arrebatado do corpo sem o preparo para a vida espiritual apresentará no médium o estertor do momento final, na própria comunicação, algumas convulsões em virtude do quadro emocional em que o espírito se encontra.
Há, porém, certos cacoetes e viciações que nos cumpre disciplinar. Há médiuns que só incorporam (termo incorreto), isto é, somente dão comunicação psicofônica, se bocejarem bastante. Para dar um toque de humor: quando eu comecei a frequentar a Casa Espírita, na minha terra natal, a primeira parte era um Deus-nos-acuda! Porque as pessoas bocejavam e choravam, demasiadamente. Eu, como era médium principiante, cria que também deveria bocejar de quebrar o queixo. A “médium principal”, que era uma senhora muito católica, iniciava as comunicações sempre depois de intermináveis bocejos e tosses que a levavam às lágrimas. Hoje não bocejo, nem no meu estado normal. Quando eles vêm eu cerro os dentes e os evito.
É lógico que uma entidade sofredora nos impregna de energia perniciosa, advindo o desejo de exteriorizar pelo bocejo. É uma forma de eliminar toxinas. Mas nós podemos eliminá-las pela sudorese, por outros processos orgânicos, não necessariamente o bocejo. Há outros médiuns que têm a dependência, de todas as vezes em que vão comunicar-se os espíritos, bater na mesa ou bater os pés, porque se não baterem não se comunicam. Lembro de uma vez em que tivemos uma mesa redonda. Ô presidente da mesa era um homem muito bom, muito evangelizado, mas não havia entendido bem a Doutrina, tendo ideias doutrinárias muito pessoais. Ele me perguntou quando é que o espírito incorpora no médium. Mas logo respondeu: “A gente chupa… chupa… até engolir! Não é verdade ?“. São cacoetes, destituídos de sentido e lógica.
Os médiuns têm o dever de coibir o excesso de. distúrbios da entidade comunicante.
Na minha terra, vi senhoras que se jogavam no chão, e vinham os cavalheiros prestimosos ajudá-las… Graças a Deus eram todas magrinhas…
O médium deve controlar o espírito que se comunica, para que este lhe respeite a instrumentalidade, mesmo porque o espírito não entra no médium.
A comunicação é sempre através do perispírito, que vai oferecer campo ao desencarnado. Todavia, a diretriz é do encarnado.

Há médium inconsciente que, após a manifestação do espírito, não se recorda do que o comunicante disse ou fez por seu intermédio?

Divaldo – Sim. Há e ocorre com uma boa parcela dos sensitivos. À medida que a faculdade se torna maleável, que os filtros se fazem mais fiéis, o médium não se recorda através da consciência plena, mas ele sabe algo, porque todo fenômeno mediúnico dá mediante uma coparticipação do espírito encarnado.

Essa co-participação seria um controle remoto do subconsciente?

Divaldo – Exatamente. O espírito encarnado é quem côa a mensagem da entidade desencarnada. Então, ao mesmo tempo, exerce a fiscalização, o controle, e coíbe, quando devidamente educado, quaisquer abusos, preservando o instrumento de sua reencarnação, que é o corpo.

Basta ao médium frequentar as reuniões para resolver seus problemas?

Raul – A questão de resolver problema se torna relativa. Os problemas que o médium resolve no trabalho dedicado à Doutrina Espírita são de ordem moral, porque ele passa a entender porque sofre, passa a compreender porque enfrenta dificuldades na família, na saúde, mas isto não quer dizer que a mediunidade seria o suporte, o apoio para que ele possa vencer, vitoriar a etapa de lutas. Aí percebemos que, se estivermos pensando nestes tipos de problemas físicos, a mediunidade não vai conseguir alijá-los do médium. Mas, não somente aí vamos achar a necessidade do médium, pois deverá ser levado ao trabalho de assistência aos que precisam, à renovação através dos estudos continuados, à participação efetiva, ao ato da caridade, que, conforme nos diz um Espírito Benfeitor, terá que iniciar-se pelo dever, tornando-se um hábito, até que isso se lhe penetre na alma em nome do amor, para que se torne um médium sério, sensível, e não um médium que apenas frequenta a reunião, recebe seu guia, seu espiritozinho e depois volta para casa, sem ligar para o sofrimento da humanidade (não é da humanidade do Vietnã, do Camboja) a humanidade da sua rua, do seu bairro, dessa gente que sofre e que geme à volta de todos nós.
J. Raul Teixeira
Divaldo P. Franco
Diretrizes de Segurança
Toda e qualquer mudança, é bem-vinda e necessária, para o crescimento, amadurecimento, fortalecimento e evolução! 
As mudanças trazem consigo renovação em todos os sentidos, energia, aprendizado, encerramento de ciclos!
Clara

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