TRANSFORMAÇÃO PLANETÁRIA EVOLUÇÃO DOS MUNDOS ATRAVÉS DOS TEMPOS

NOVA ERA EXPLICADA SEGUNDO O ESPIRITISMO

A nova era explicada através dos tempos pelo espiritismo

Uma viagem pelo tempo, para entender o processo de transição planetária e o início da nova era.
Muito se fala na transição planetária e no início de uma nova era, quando a Terra será o palco de um ambiente mais sadio, pacífico e harmonioso, e o espiritismo já há tempos se refere a essa passagem. Mas sabe-se que ela só vai se concretizar pela transformação dos costumes morais dos seus habitantes.
Não é possível acontecer uma transformação ambiental quando as energias emanadas pelo pensamentos e atitudes vibram numa faixa de negatividade.
Para entender um pouco melhor esse processo de transformação pessoal e planetária, vamos recorrer aos fatos históricos, observando o planejamento estabelecido pelas leis divinas e o progresso obtido com o passar dos séculos e milênios.
A adequação dos ensinamentos de Moisés ao povo de seu tempo.
Moisés, conforme explicações fornecidas por elevadas entidades espirituais em ‘O Evangelho Segundo o Espiritismo’, “é o Espírito que veio em missão para tornar Deus conhecido não só dos hebreus, como também dos povos pagãos. As vicissitudes por que passou esse povo destinavam-se a chamar a atenção geral e a fazer cair o véu que ocultava aos homens a divindade.
Ao tempo de Moisés, explicam os benfeitores, os habitantes eram “um povo de seu natural turbulento e indisciplinado, no qual tinha ele de combater arraigados abusos e preconceitos.”
Portanto, os ensinamentos morais de Moisés deviam ser apropriados ao estado de adiantamento em que se encontravam. “E esses povos, semisselvagens quanto ao aperfeiçoamento da alma, não teriam compreendido que se pudesse adorar a Deus de outro modo que não por meio de holocaustos, nem que se devesse perdoar a um inimigo.”
Era preciso que se lhes desse “uma representação semimaterial, qual a que apresentava então a religião hebraica. Os holocaustos lhes falavam aos sentidos, do mesmo passo que a ideia de Deus lhes falava ao espírito.”
Desta forma, para que a mensagem fosse compreendida, aceita e os costumes começassem a ser transformados, “só a ideia de um Deus terrível podia impressionar criaturas ignorantes, nas quais ainda pouco desenvolvidos se encontravam o senso moral e o sentimento de uma justiça reta.
As leis moisaicas, propriamente ditas, revestiam, pois, um caráter essencialmente transitório.”
Ao tempo de Jesus, uma nova mentalidade permite novos ensinamentos.
Quando veio Jesus à Terra, ele veio desenvolver a Lei de Deus e assim adaptá-la ao grau de adiantamento da humanidade.
Ele deu início a uma nova era “da mais pura, da mais sublime moral, da moral evangélico-cristã, que há de renovar o mundo, aproximar os homens e torná-los irmãos; que há de fazer brotar de todos os corações a caridade e o amor do próximo e estabelecer entre os humanos uma solidariedade comum; de uma perfeita moral, enfim, que há de transformar a Terra, tornando-a morada de Espíritos superiores aos que hoje a habitam.”
A base da doutrina divulgada por Jesus se resumia “a uma prescrição: ‘Amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo’, para que a Lei de Deus tivesse cumprimento integral, isto é, fosse praticada na Terra inteira, em toda a sua pureza, com todas as suas ampliações e consequências.”
Além disso, ele veio para trazer uma outra verdade fundamental à compreensão da existência: “ensinar aos homens que a verdadeira vida não é a que transcorre na Terra, e sim a que é vivida no Reino dos Céus; viera ensinar-lhes o caminho que a esse reino conduz, os meios de eles se reconciliarem com Deus e de pressentirem esses meios na marcha das coisas por vir, para a realização dos destinos humanos.”
A ciência possibilitou o desenvolvimento do Espiritismo.
Entretanto, Jesus não falou com clareza sobre todos os aspectos da sua doutrina. “Limitando-se, respeito a muitos pontos, a lançar o gérmen de verdades que, segundo Ele próprio o declarou, ainda não podiam ser compreendidas. Falou de tudo, mas em termos mais ou menos implícitos.”
Algumas de suas palavras traziam um sentido oculto. Pois era ainda preciso, para a perfeita compreensão de novas ideias e novos conhecimentos, “que o espírito humano houvesse alcançado um certo grau de madureza. A ciência tinha de contribuir poderosamente para a eclosão e o desenvolvimento de tais ideias. Importava, pois, dar à ciência tempo para progredir.
E foi então que surgiu o Espiritismo, “a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo.
” Com o entendimento da vida e das manifestações espirituais, estas deixaram de ser vistas “como coisa sobrenatural, porém, ao contrário, como uma das forças vivas e sem cessar atuantes da Natureza, como a fonte de uma imensidade de fenômenos até hoje incompreendidos e, por isso, relegados para o domínio do fantástico e do maravilhoso.
É a essas relações que o Cristo alude em muitas circunstâncias e daí vem que muito do que Ele disse permaneceu ininteligível ou falsamente interpretado.
O Espiritismo é a chave com o auxílio da qual tudo se explica de modo fácil.
A regeneração que se opera e prepara o Reino de Deus na Terra.
Em relação aos três períodos mencionados, “a lei do Antigo Testamento teve em Moisés a sua personificação; a do Novo Testamento tem-na no Cristo.
O Espiritismo é a terceira revelação da Lei de Deus, mas não tem a personificá-la nenhuma individualidade, porque é fruto do ensino dado, não por um homem, sim pelos Espíritos, que são as vozes do Céu, em todos os pontos da Terra, com o concurso de uma multidão inumerável de intermediários.
É, de certa maneira, um ser coletivo, formado pelo conjunto dos seres do mundo espiritual, cada um dos quais traz o tributo de suas luzes aos homens, para lhes tornar conhecido esse mundo e a sorte que os espera.”

Assim, o Espiritismo diz:

“’Não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução.’ Nada ensina em contrário ao que ensinou o Cristo; mas desenvolve, completa e explica, em termos claros e para toda gente, o que foi dito apenas sob forma alegórica. Vem cumprir, nos tempos preditos, o que o Cristo anunciou e preparar a realização das coisas futuras. Ele é, pois, obra do Cristo, que preside, conforme igualmente o anunciou, à regeneração que se opera e prepara o Reino de Deus na Terra.”
Entretanto, existe uma rota a ser percorrida, um desenvolvimento a ser atingido, para que as ideias alcancem a maturidade. Então, “uma vez isso conseguido, a beleza e a santidade da moral tocarão os espíritos, que então abraçarão uma ciência que lhes dá a chave da vida futura e descerra as portas da felicidade eterna.
É a lei do progresso, a que a Natureza está submetida, que se cumpre, e o Espiritismo é a alavanca de que Deus se utiliza para fazer que a Humanidade avance.
Moisés abriu o caminho; Jesus continuou a obra; o Espiritismo a concluirá.”
É preciso ressaltar, contudo, que nada acontecerá sem a participação ativa de cada ser, fazendo emergir o melhor da humanidade dentro de si para que a nova era finalmente se estabeleça.
Noemi C. Carvalho
Texto baseado em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec – Capítulo I – Não Vim Destruir a Lei

PRENÚNCIO DA NOVA ERA

A crise por que passa a humanidade e o sentimento generalizado de mudança prenunciam a Nova Era.
Mas o que caracteriza essa transição?
Basicamente, a transformação do planeta deriva da transformação íntima dos bilhões de pessoas que nele habitam.
Haroldo Dutra Dias descreve os mecanismos por trás desse processo nesta palestra promovida pela Associação Brasileira de Magistrados Espíritas (Abrame). Ela foi realizada em janeiro, em Belo Horizonte.
Como demonstrou Emmanuel, o ser humano evoluiu muito em conforto material ao longo dos milênios.
Moral e espiritualmente, no entanto, deu poucos passos.
Os espíritos imperfeitos são caracterizados pelo apego à matéria e pela predominância do orgulho e do egoísmo. A descrição se encaixa à atualidade.
Haroldo aponta os valores a serem trabalhados dentro de cada um.
Uma Nova Era depende da troca natural que se dá entre o cemitério e a maternidade.
São chegadas e partidas que resultarão na consolidação compartilhada da humildade e da fraternidade.

Livro: O Evangelho Segundo o Espiritismo
Capítulo: cap. 1 – item 10
Médium(uns): Allan Kardec (codificador) 

Espírito(s): Fénelon
Um dia, Deus, em sua inesgotável caridade, permitiu que o homem visse a verdade varar as trevas. Esse dia foi o do advento do Cristo. Depois da luz viva, voltaram as trevas. Após alternativas de verdade e obscuridade, o mundo novamente se perdia. Então, semelhantemente aos profetas do Antigo Testamento, os Espíritos se puseram a falar e a vos advertir. O mundo está abalado em seus fundamentos; reboará o trovão. Sede firmes!
O Espiritismo é de ordem divina, pois que se assenta nas próprias leis da Natureza, e estai certos de que tudo o que é de ordem divina tem grande e útil objetivo. O vosso mundo se perdia; a Ciência, desenvolvida à custa do que é de ordem moral, mas conduzindo-vos ao bem-estar material, redundava em proveito do espírito das trevas.
Como sabeis, cristãos, o coração e o amor têm de caminhar unidos à Ciência.
O reino do Cristo, ah! passados que são dezoito séculos e apesar do sangue de tantos mártires, ainda não veio. Cristãos, voltai para o Mestre, que vos quer salvar. Tudo é fácil àquele que crê e ama; o amor o enche de inefável alegria.
Sim, meus filhos, o mundo está abalado; os bons Espíritos vo-lo dizem sobejamente; dobrai-vos à rajada que anuncia a tempestade, a fim de não serdes derribados, isto é, preparai-vos e não imiteis as virgens loucas, que foram apanhadas desprevenidas à chegada do esposo.
A revolução que se apresta é antes moral do que material. Os grandes Espíritos, mensageiros divinos, sopram a fé, para que todos vós, obreiros esclarecidos e ardorosos, façais ouvir a vossa voz humilde, porquanto sois o grão de areia; mas, sem grãos de areia, não existiriam as montanhas. Assim, pois, que estas palavras – “Somos pequenos” – careçam para vós de significação.
A cada um a sua missão, a cada um o seu trabalho. Não constrói a formiga o edifício de sua república e imperceptíveis animálculos não elevam continentes? Começou a nova cruzada. Apóstolos da paz universal, que não de uma guerra, modernos São Bernardos, olhai e marchai para frente; a lei dos mundos é a do progresso.
– Fénelon. (Poitiers, 1861.)

Aliança da ciência e da religião.

A ciência e a religião são as duas alavancas da inteligência humana: uma revela as leis do mundo material e a outra as do mundo moral. Tendo, no entanto, essas leis o mesmo princípio, que é Deus, não podem contradizer-se. Se fossem a negação uma da outra, uma necessariamente estaria em erro e a outra com a verdade, porquanto Deus não pode pretender a destruição de sua própria obra.
A incompatibilidade que se julgou existir entre essas duas ordens de ideias provém apenas de uma observação defeituosa e de excesso de exclusivismo, de um lado e de outro. Daí um conflito que deu origem à incredulidade e à intolerância.
São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo têm de ser completados; em que o véu intencionalmente lançado sobre algumas partes desse ensino tem de ser levantado; em que a ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, tem de levar em conta o elemento espiritual e em que a religião, deixando de ignorar as leis orgânicas e imutáveis da matéria, como duas forças que são, apoiando-se uma na outra e marchando combinadas, se prestarão mútuo concurso.
Então, não mais desmentida pela ciência, a religião adquirirá inabalável poder, porque estará de acordo com a razão, já se lhe não podendo mais opor a irresistível lógica dos fatos.
A ciência e a religião não puderam, até hoje, entender-se, porque, encarando cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, reciprocamente se repeliam. Faltava com que encher o vazio que as separava, um traço de união que as aproximasse.
Esse traço de união está no conhecimento das leis que regem o universo espiritual e suas relações com o mundo corpóreo, leis tão imutáveis quanto as que regem o movimento dos astros e a existência dos seres.
Uma vez comprovadas pela experiência essas relações, nova luz se fez: a fé dirigiu-se à razão; esta nada encontrou de ilógico na fé: vencido foi o materialismo. Mas, nisso, como em tudo, há pessoas que ficam atrás, até serem arrastadas pelo movimento geral, que as esmaga, se tentam resistir-lhe, em vez de o acompanharem.
É toda uma revolução que neste momento se opera e trabalha os espíritos. Após uma elaboração que durou mais de dezoito séculos, chega ela à sua plena realização e vai marcar uma nova era na vida da humanidade. Fáceis são de prever as consequências: acarretará para as relações sociais inevitáveis modificações, às quais ninguém terá força para se opor, porque elas estão nos desígnios de Deus e derivam da lei do progresso, que é lei de Deus.
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Allan Kardec

A Nova Era

Deus é único e Moisés é o Espírito que Ele enviou em missão para torná-lo conhecido não só dos hebreus, como também dos povos pagãos. O povo hebreu foi o instrumento de que se serviu Deus para se revelar por Moisés e pelos profetas, e as vicissitudes por que passou esse povo destinavam-se a chamar a atenção geral e a fazer cair o véu que ocultava aos homens a divindade.
Os mandamentos de Deus, dados por intermédio de Moisés, contêm o gérmen da mais ampla moral cristã. Os comentários da Bíblia, porém, restringiam-lhe o sentido, porque, praticada em toda a sua pureza, não na teriam então compreendido. Mas, nem por isso os dez mandamentos de Deus deixavam de ser um como frontispício brilhante, qual farol destinado a clarear a estrada que a Humanidade tinha de percorrer.
A moral que Moisés ensinou era apropriada ao estado de adiantamento em que se encontravam os povos que ela se propunha regenerar, e esses povos, semi-selvagens quanto ao aperfeiçoamento da alma, não teriam compreendido que se pudesse adorar a Deus de outro modo que não por meio de holocaustos, nem que se devesse perdoar a um inimigo.
Notável do ponto de vista da matéria e mesmo do das artes e das ciências, a inteligência deles muito atrasada se achava em moralidade e não se houvera convertido sob o império de uma religião inteiramente espiritual. Era-lhes necessária uma representação semimaterial, qual a que apresentava então a religião hebraica. Os holocaustos lhes falavam aos sentidos, do mesmo passo que a ideia de Deus lhes falava ao espírito.
O Cristo foi o iniciador da mais pura, da mais sublime moral, da moral evangélico cristã, que há de renovar o mundo, aproximar os homens e torná-los irmãos; que há de fazer brotar de todos os corações a caridade e o amor do próximo e estabelecer entre os humanos uma solidariedade comum; de uma moral, enfim, que há de transformar a Terra, tornando-a morada de Espíritos superiores aos que hoje a habitam.
E a lei do progresso, a que a Natureza está submetida, que se cumpre, e o Espiritismo é a alavanca de que Deus se utiliza para fazer que a Humanidade avance.
São chegados os tempos em que se hão de desenvolver as ideias, para que se realizem os progressos que estão nos desígnios de Deus. Têm elas de seguir a mesma rota que percorreram as ideias de liberdade, suas precursoras. Não se acredite, porém, que esse desenvolvimento se efetue sem lutas.
Não; aquelas ideias precisam, para atingirem a maturidade, de abalos e discussões, a fim de que atraiam a atenção das massas. Uma vez isso conseguido, a beleza e a santidade da moral tocarão os espíritos, que então abraçarão uma ciência que lhes dá a chave da vida futura e descerra as portas da felicidade eterna. Moisés abriu o caminho; Jesus continuou a obra; o Espiritismo a concluirá.
 Um Espírito israelita. (Mulhouse, 1861.)

Um dia, Deus, em sua inesgotável caridade, permitiu que o homem visse a verdade varar as trevas. Esse dia foi o do advento do Cristo. Depois da luz viva, voltaram as trevas. Após alternativas de verdade e obscuridade, o mundo novamente se perdia. Então, semelhantemente aos profetas do Antigo Testamento, os Espíritos se puseram a falar e a vos advertir. O mundo está abalado em seus fundamentos; reboará o trovão. Sede firmes!
O Espiritismo é de ordem divina, pois que se assenta nas próprias leis da Natureza, e estai certos de que tudo o que é de ordem divina tem grande e útil objetivo. O vosso mundo se perdia; a Ciência, desenvolvida à custa do que é de ordem moral, mas conduzindo-vos ao bem-estar material, redundava em proveito do espírito das trevas.
Como sabeis, cristãos, o coração e o amor têm de caminhar unidos à Ciência. O reino do Cristo, ah! passados que são dezoito séculos e apesar do sangue de tantos mártires, ainda não veio.
Cristãos, voltai para o Mestre, que vos quer salvar. Tudo é fácil àquele que crê e ama; o amor o enche de inefável alegria. Sim, meus filhos, o mundo está abalado; os bons Espíritos vo-lo dizem sobejamente; dobrai-vos à rajada que anuncia a tempestade, a fim de não serdes derribados, isto é, preparai-vos e não imiteis as virgens loucas, que foram apanhadas desprevenidas à chegada do esposo.
A revolução que se apresta é antes moral do que material. Os grandes Espíritos, mensageiros divinos, sopram a fé, para que todos vós, obreiros esclarecidos e ardorosos, façais ouvir a vossa voz humilde, porquanto sois o grão de areia; mas, sem grãos de areia, não existiriam as montanhas. Assim, pois, que estas palavras – “Somos pequenos” – careçam para vós de significação.
A cada um a sua missão, a cada um o seu trabalho. Não constrói a formiga o edifício de sua república e imperceptíveis animálculos não elevam continentes? Começou a nova cruzada. Apóstolos da paz universal, que não de uma guerra, modernos São Bernardos, olhai e marchai para frente; a lei dos mundos é a do progresso. Fénelon. (Poitiers, 1861.)

Santo Agostinho é um dos maiores divulgadores do Espiritismo. Manifesta-se quase por toda parte. A razão disso, encontramo-la na vida desse grande filósofo cristão. Pertence ele à vigorosa falange do Pais da Igreja, aos quais deve a cristandade seus mais sólidos esteios. Como vários outros, foi arrancado ao paganismo, ou melhor, à impiedade mais profunda, pelo fulgor da verdade.
Quando, entregue aos maiores excessos, sentiu em sua alma aquela singular vibração que o fez voltar a si e compreender que a felicidade estava alhures, que não nos prazeres enervantes e fugitivos; quando, afinal, no seu caminho de Damasco, também lhe foi dado ouvir a santa voz a clamar-lhe: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” exclamou:
“Meu Deus! Meu Deus! perdoai-me, creio, sou cristão!” E desde então tornou-se um dos mais fortes sustentáculos do Evangelho. Podem ler-se, nas notáveis confissões que esse eminente espírito deixou, as características e, ao mesmo tempo, proféticas palavras que proferiu, depois da morte de Santa Mônica: Estou convencido de que minha mãe me virá visitar e dar conselhos, revelando-me o que nos espera na vida futura. Que ensinamento nessas palavras e que retumbante previsão da doutrina porvindoura! Essa a razão por que hoje, vendo chegada a hora de divulgar-se a verdade que ele outrora pressentira, se constituiu seu ardoroso disseminador e, por assim dizer, se multiplica para responder a todos os que o chamam. – Erasto, discípulo de S. Paulo. (Paris, 1863.)
Nota. – Dar-se-á venha Santo Agostinho demolir o que edificou? Certamente que não. Como tantos outros, ele vê com os olhos do espírito o que não via enquanto homem. Liberta, sua alma entrevê claridades novas, compreende o que antes não compreendia.
Novas ideias lhe revelaram o sentido verdadeiro de algumas sentenças. Na Terra, apreciava as coisas de acordo com os conhecimentos que possuía; desde que, porém, uma nova luz lhe brilhou, pôde apreciá-las mais judiciosamente Assim é que teve de abandonar a crença, que alimentara, nos Espíritos íncubos e súcubos e o anátema que lançara contra a teoria dos antípodas.
Agora que o Cristianismo se lhe mostra em toda a pureza, pode ele, sobre alguns pontos, pensar de modo diverso do que pensava quando vivo, sem deixar de ser um apóstolo cristão. Pode, sem renegar a sua fé, constituir-se disseminador do Espiritismo, porque vê cumprir-se o que fora predito. Proclamando-o, na atualidade, outra coisa não faz senão conduzir-nos a uma interpretação mais acertada e lógica dos textos. O mesmo ocorre com outros Espíritos que se encontram em posição análoga.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 1. Itens 9 a 11.

TRANSIÇÃO PARA A NOVA ERA

“Também ouvireis falar de guerra e de rumores de guerra; tratai de não vos perturbardes, porquanto é preciso que estas coisas aconteçam: mas, ainda não será o fim – pois se verá povo levantar-se contra povo e reino contra reino; e haverá pestes, fomes e tremores de terra em diversos lugares – todas essas coisas serão apenas o começo das dores.
(São Mateus, 24:6 a 8).”
1. O reinado do bem poderá implantar-se algum dia na Terra?
“O bem reinará na Terra quando, entre os Espíritos que a vêm habitar, os bons predominarem, porque, então, farão que aí reinem o amor e a justiça, fonte do bem e da felicidade. É pelo progresso moral e pela prática das leis de Deus que o homem atrairá para a Terra os Espíritos bons e dela afastará os maus.
Estes, porém, só a deixarão quando o homem tiver banido daí o orgulho e o egoísmo.”
2 “P. – O que a Doutrina Espírita pode dizer a respeito do fim dos tempos, isto é, como ocorrerá a transformação do planeta em planeta de provas e expiações para de regeneração? 
R. – Através da busca da espiritualização, superação das dores e construção de uma nova sociedade, a Humanidade caminha para a regeneração das consciências. 
[…] Cabe, a cada um, longa e árdua tarefa de ascensão. Trabalho e amor ao próximo com Jesus, este o caminho.”
3. Introdução
A mídia tem apresentado, com intensidade, informações sobre episódios dolorosos e preocupantes para as pessoas.
Ante inquietudes, incertezas, inseguranças, decepções e o vazio existencial, a Doutrina Espírita tem potencial inesgotável para
oferecer respostas, apoio e roteiros seguros.
É chegado o momento do Espiritismo cumprir seu papel:
“[…] o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito. (São João, 14: 26)”.
4. Na literatura espírita é possível perceber o momento de transição que se vive e captar as orientações que emanam da Espiritualidade, como, por exemplo, nos textos citados abaixo:
Os tempo são chegados Allan Kardec destaca em A Gênese: “Dizem-nos de todas as partes que são chegados os tempos marcados por Deus, em que grandes acontecimentos se vão dar para regeneração da Humanidade”,5 no que é corroborado por São Luís, em O Livro dos Espíritos, quando alerta aos homens:
“Aproximai-vos do momento em que se dará a transformação da Humanidade, transformação que foi predita e cuja chegada é acelerada por todos os homens que auxiliam o progresso”.
2 Já em Obras Póstumas, há significativo registro do diálogo do Codificador com o Espírito de Verdade, relacionado com esses
avisos:
“P. – Os Espíritos disseram que são chegados os tempos em que tais coisas têm de acontecer; em que sentido se devem tomar
essas palavras?
R. – Em se tratando de coisas de tanta gravidade, que são alguns anos a mais ou a menos?
Elas nunca ocorrem bruscamente, como o chispar de um raio; são longamente preparadas por acontecimentos parciais que lhes servem como que de precursores, semelhantes aos rumores surdos que precedem a erupção de um vulcão. Pode-se, pois, dizer que os tempos são chegados, sem que isso signifique que as coisas sucederão amanhã.
Significa unicamente que vos achais no período em que elas se verificarão.
P. – Confirmas o que foi dito, isto é, que não haverá cataclismos?
R. – Sem dúvida, não tendes que temer nem um dilúvio, nem o abrasamento do vosso planeta, nem outros fatos desse gênero, visto que não se pode denominar cataclismos a perturbações locais que se têm produzido em todas as épocas. Apenas haverá um cataclismo de natureza moral, cujos instrumentos serão os próprios homens”.
6 A nova geração
No contexto da transição para uma Nova Era, são importantes e pertinentes as ideias sobre a nova geração desenvolvidas por Allan
Kardec, em A Gênese:
“A nova geração marchará, pois, para a realização de todas as ideias humanitárias compatíveis com o grau de adiantamento a que houver chegado. Avançando para o mesmo alvo e realizando seus objetivos, o Espiritismo se encontrará com ela no mesmo terreno. Os homens progressistas descobrirão nas ideias espíritas, uma poderosa alavanca e o Espiritismo achará, nos novos homens, Espíritos inteiramente dispostos a acolhê-lo. […]
[…] A época atual é de transição; os elementos das duas gerações se confundem. Colocados no ponto intermediário, assistimos à partida de uma e à chegada da outra, já se assinalando cada uma, no mundo, pelas características que lhes são peculiares.
As duas gerações que se sucedem têm ideias e pontos de vista opostos.
Pela natureza das disposições morais, e, sobretudo, das disposições intuitivas e inatas, torna-se fácil distinguir a qual das duas pertence cada indivíduo.
Cabendo-lhe fundar a era do progresso moral, a nova geração se distingue por inteligência e razão geralmente precoces, aliadas ao sentimento inato do bem e a crenças espiritualistas, o que constitui sinal indubitável de certo grau de adiantamento anterior. Não se comporá de Espíritos eminentemente superiores, mas dos que, já tendo progredido, se acham predispostos a assimilar todas as ideias progressistas e estejam aptos a secundar o movimento de regeneração.
Opera-se presentemente um desses movimentos gerais, destinados a realizar uma remodelação da Humanidade. A multiplicidade das causas de destruição constitui sinal característico dos tempos, pois que elas apressarão a eclosão dos novos germens […]”.
7. Esses esclarecimentos poderão levar alguma inquietação às pessoas sobre os destinos de muitos Espíritos, mas Jesus, como nosso Mestre e Guia, deixou claro que ninguém ficará desamparado, como explicita na parábola da “Ovelha Perdida” (Lucas, 15:1-7).

Referências:
1 KARDEC, Allan. A gênese. Trad. Evandro
Noleto Bezerra. Rio de Janeiro: FEB, 2009.
Cap. 17, item 47.
2. O livro dos espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Q. 1.019.
3 XAVIER, Francisco C. Plantão de respostas. Pinga Fogo II. São Paulo: Cultura Espírita União, 1995. Cap. Condições do
Planeta (I), p. 35-36.
4 KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 6, item 3.
5 . A gênese. Trad. Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 18, item 1.
6 . Obras póstumas. Trad. Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro: FEB, 2009. P. 2, A minha iniciação no espiritismo, p. 364-365.
7. A gênese. Trad. Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 18, itens 24, 28, 34.

A TRANSIÇÃO E O CAMINHO DA NOVA ERA

A transição para uma Nova Era está inserida em um Planejamento Divino. No caminho podem ocorrer transes físicos, espirituais, psíquicos, políticos e sociais. A Espiritualidade tem propiciado alertas e orientações continuadas, mas mantendo a tônica do apoio e do consolo.
O Codificador inseriu nas obras básicas mensagens espirituais e fez comentários preciosos sobre o cumprimento da Lei do Progresso.
Mensageiros espirituais prosseguem até nossos dias a nos oferecer orientações sobre os momentos de transição que estamos vivendo.
Acompanhemos alguns destaques de assertivas e esclarecimentos emanados da Espiritualidade superior.
O Espírito Santo Agostinho, em O Evangelho segundo o Espiritismo, comenta que “o progresso é uma das leis da Natureza. Todos os seres da Criação, animados e inanimados, estão submetidos a ele pela bondade de Deus, que deseja que tudo se engrandeça e prospere.
A própria destruição, que parece aos homens o termo das coisas, é apenas um meio de se chegar, pela transformação, a um estado mais perfeito, visto que tudo morre para renascer e nada sofre o aniquilamento.
Ao mesmo tempo que os seres vivos progridem moralmente, os mundos que eles habitam progridem materialmente. […]” e,
“[…] a Terra esteve material e moralmente num estado inferior ao em que hoje se acha, e atingirá, sob esse duplo aspecto, um grau mais elevado. Ela chegou a um dos seus períodos de transformação, em que, de mundo expiatório, tornar-se-á mundo regenerador. Os homens, então, serão felizes na Terra, porque nela reinará a lei de Deus”.
1. Allan Kardec, em A Gênese, tece considerações sobre o tema em diversos capítulos, sendo oportuna a transcrição das seguintes afirmações dos Espíritos:
“O progresso da Humanidade se efetua, pois, em virtude de uma lei.
Ora, como todas as leis da Natureza são obra da eterna sabedoria e da presciência divina, tudo o que é efeito dessas leis resulta da vontade de Deus, não de uma vontade acidental e caprichosa, mas de uma vontade imutável. Quando, por conseguinte, a Humanidade está madura para subir um degrau, pode-se dizer que os tempos marcados por Deus são chegados, como se pode dizer também que, em tal estação, eles chegam para a maturação dos frutos e sua colheita.[…]
[…] a Humanidade tem realizado incontestáveis progressos. Os homens, com a sua inteligência, chegaram a resultados que jamais haviam alcançado, sob o ponto de vista das ciências, das artes e do bem-estar material. Resta-lhes, ainda, um imenso progresso a realizar: fazerem que reinem entre si a caridade, a fraternidade e a solidariedade, que lhes assegurem o bem-estar moral. […]
[…] À agitação dos encarnados e desencarnados se juntam, por vezes e mesmo na maioria das vezes, já que tudo se conjuga, na Natureza, as perturbações dos elementos físicos […].
É no período que ora se inicia que o Espiritismo florescerá e dará frutos. É, pois, para o futuro, mais que para o presente, que trabalhais; mas era necessário que esses trabalhos fossem elaborados previamente, porque preparam as vias da regeneração pela unificação e pela racionalidade das crenças. Felizes os que os aproveitam desde hoje […]”.
2. Em outra parte de A Gênese, o Codificador insere mensagem do Espírito Arago, aliás, muito esclarecedora: “Num mesmo sistema planetário todos os corpos que dele dependem reagem uns sobre os outros; todas as influências físicas aí são solidárias, e não há um só dos efeitos, que designais sob o nome de grandes perturbações, que não seja a consequência da componente das influências de todo esse sistema. […]
A matéria orgânica não poderia escapar a essas influências; as perturbações que ela sofre podem, então, alterar o estado físico dos seres vivos e determinar algumas dessas doenças que atacam de maneira geral as plantas, os animais e os homens. Como todos os flagelos, essas doenças são para a inteligência humana um estimulante que a impele, por necessidade, à procura dos meios de as combater, e à descoberta das leis da Natureza.
[…]
Quando se vos diz que a Humanidade chegou a um período de transformação, e que a Terra deve elevar-se na hierarquia dos mundos, não vejais nestas palavras nada de místico, mas, ao contrário, a realização de uma das grandes leis fatais do Universo, contra as quais se quebra toda a má vontade humana”.
3. Desde as obras psicográficas iniciais de Francisco Cândido Xavier, estão presentes os temas sobre a evolução do planeta e suas
naturais transformações materiais e espirituais.
O autor espiritual Emmanuel, na obra A Caminho da Luz, alerta que “aproxima-se o momento em que se efetuará a aferição de todos os valores terrestres para o ressurgimento das energias criadoras de um mundo novo […]”.
4. Em outra parte da mesma obra, pondera que “numerosas transformações são aguardadas e o Espiritismo esclarece os corações, renovando a personalidade espiritual das criaturas para o futuro que se aproxima.[…]
Então a Terra, como aquele mundo longínquo da Capela, ver-se-á livre das entidades endurecidas no mal […].
Ficarão no mundo os que puderem compreender a lição do amor e da fraternidade sob a égide de Jesus, cuja misericórdia é o verbo de vida e luz, desde o princípio”.
5. Emmanuel também discorre: “[…] depois da treva surgirá uma nova aurora. Luzes consoladoras envolverão todo o orbe regenerado no batismo do sofrimento.
O homem espiritual estará unido ao homem físico para a sua marcha gloriosa no Ilimitado, e o Espiritismo terá retirado dos seus escombros materiais a alma divina das religiões, que os homens perverteram, ligando-as no abraço acolhedor do Cristianismo restaurado.
Trabalhemos por Jesus, ainda que a nossa oficina esteja localizada no deserto das consciências”.
6. Já no final da obra Há Dois Mil Anos, Emmanuel reproduz importante diálogo que provém do Alto, o qual está relacionado com a etapa do ciclo evolutivo em que vivemos:
“Sim! amados meus, porque o dia chegará no qual todas as mentiras humanas hão de ser confundidas pela claridade das revelações do céu.
Um sopro poderoso de verdade e vida varrerá toda a Terra […].
[…] Trabalharemos com amor, na oficina dos séculos porvindouros, reorganizaremos todos os elementos destruídos, examinaremos detidamente todas as ruínas buscando o material passível de novo aproveitamento e, quando as instituições terrestres reajustarem a sua vida na fraternidade e no bem, na paz e na justiça, depois da seleção natural dos Espíritos e dentro das convulsões renovadoras da vida planetária, organizaremos para o mundo um novo ciclo evolutivo, consolidando, com as divinas verdades do Consolador, os progressos definitivos do homem espiritual”.
7. Sobre esse aspecto, o Espírito Bezerra de Menezes comenta, em manifestação psicofônica recente, que “Jesus está no leme e os seus arquitetos divinos comandam os movimentos que lhe produzem alteração da massa geológica, enquanto se operam as transformações morais.
[…] Nos dias atuais, como no passado, amar é ver Deus em nosso próximo; meditar é encontrar Deus em nosso mundo íntimo, a fim de espargir-se a caridade na direção de todas as criaturas humanas.
Trabalhar, portanto, o mundo íntimo, não temer quaisquer ameaças de natureza calamitosa através das grandes destruições que fazem parte do progresso e da renovação, ou aquelas de dimensão não menos significativa na intimidade doméstica, nos conflitos do sentimento, demonstrando que a luz do Cristo brilha em nós e conduz-nos com segurança.
[…] Sejam celebradas e vividas a crença em Deus, na imortalidade, nas vidas ou existências sucessivas, fazendo que as criaturas deem-se as mãos construindo o mundo de regeneração e de paz pelo qual todos anelamos…
[…] Ainda verteremos muito pranto, ouviremos muitas profecias alarmantes, mas a Terra sairá desse processo de transformação mais feliz, mais depurada, com seus filhos ditosos rumando para mundo superior na escalada evolutiva”.
8. Em outra manifestação, a mesma Entidade espiritual esclarece:
“…Estamos agora em um novo período.
Estes dias assinalam uma data muito especial, a data da mudança do mundo de provas e expiações para o mundo de regeneração.
A grande noite que se abatia sobre a Terra lentamente deu lugar ao amanhecer de bênçãos.
[…] Iniciada a grande transição, chegaremos ao clímax, e na razão direta em que o planeta experimenta as suas mudanças físicas, geológicas, as mudanças morais são inadiáveis. Que sejamos nós aqueles Espíritos-espíritas que demonstremos a grandeza do amor de Jesus em nossas vidas”.
9. A etapa da transição que ora se vive, sem dúvida, tem o Mestre Jesus no leme!
 

A TRANSIÇÃO E O PAPEL DO ESPIRITISMO

Na etapa significativa de nossos tempos de transição para uma Nova Era, o Espiritismo tem um papel a exercer como “Consolador Prometido”.
A disseminação dos princípios emanados da Doutrina Espírita é necessária para que a mensagem de esclarecimento, consolo e esperança se faça presente junto às pessoas. Realmente, é o momento de se concretizarem as belas e profundas assertivas contidas no capítulo VI de O Evangelho segundo o Espiritismo – O Cristo Consolador!
Em O Livro dos Espíritos há algumas questões que delineiam essa tarefa:
O Espiritismo se tornará crença geral, ou continuará sendo professado apenas por algumas pessoas?
“Certamente ele se tornará crença geral e marcará uma Nova Era na História da Humanidade, porque está na Natureza e chegou o tempo em que ocupará lugar entre os conhecimentos humanos. Entretanto, terá que sustentar grandes lutas, mais contra os interesses, do que contra a convicção […].”
1 Comentário de Kardec:
“[…] Sua marcha, porém, será mais rápida que a do Cristianismo, porque é o próprio Cristianismo que lhe abre o caminho e serve de apoio. […]”.
1. O Codificador deixa muito clara a tarefa do Espiritismo na questão:
De que maneira o Espiritismo pode contribuir para o progresso?
“Destruindo o materialismo, que é uma das chagas da sociedade, o Espiritismo pode fazer com que os homens compreendam onde estão seus verdadeiros interesses. Como a vida futura não mais estará velada pela dúvida, o homem perceberá melhor que pode garantir seu futuro por meio do presente. Destruindo os preconceitos de seitas, castas e cores, o Espiritismo ensina aos homens
a grande solidariedade que os há de unir como irmãos.”
2. O tema é tratado de forma esclarecedora por Allan Kardec em A Gênese, com a seguinte assertiva:
“O Espiritismo não cria a renovação social; a madureza da Humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade. Pelo seu poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de suas vistas, pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo, mais do que qualquer outra doutrina, está apto a secundar o movimento regenerador; por isso, ele é contemporâneo desse movimento. Surgiu no momento em que podia ser útil, visto que também para ele os tempos são chegados. […]”.
3. Dentro da visão sobre a Nova Era, comentou Emmanuel numa das primeiras obras psicografadas por Chico Xavier, em A Caminho da Luz: “[…] todos os Espíritos de boa vontade poderiam trabalhar pelo advento da paz e da fraternidade do futuro humano, e foi por isso que, laborando para os séculos porvindouros, definiram o papel de cada região no continente […]”, e localiza ainda “seu coração nas extensões da terra farta e acolhedora onde floresce o Brasil, na América do Sul”.
4. Este assunto é desenvolvido pelo Espírito Humberto de Campos na obra específica que é Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho. Divaldo Pereira Franco tem sido intermediário mediúnico para diversas manifestações sobre o tema. O Espírito Joanna de Ângelis esclarece:
“O indivíduo, que se renova moralmente, contribui de forma segura para as alterações que se vêm operando no planeta. Não é necessário que o turbilhão dos sofrimentos gerais o sensibilize, a fim de que possa contribuir eficazmente com os Espíritos que operam em favor da grande transição”.
5. No conjunto das obras citadas, fica claro que a questão humanística e espiritual é de fundamental importância para a aurora da Nova Era, como destaca Emmanuel em O Consolador:
“Como entender o trabalho de purificação nos ambientes do mundo?
[…] Todos os Espíritos encarnados, porém, devem considerar que se encontram no planeta como em poderoso cadinho de acrisolamento e regeneração, sendo indispensável cultivar a flor da iluminação íntima, na angústia da vida humana, no círculo da família ou da comunidade social, através da maior severidade para consigo mesmo e da maior tolerância com os outros […]”.
6. A propósito do planejamento e das etapas de cumprimento para a transição para uma Nova Era, torna-se sugestiva a leitura e a reflexão sobre a parábola do “Festim das Bodas” (Mateus, 22: 1-14).

7 Reflexões e recomendações

Com base nos textos citados ao longo deste e de dois outros artigos, anteriormente publicados em Reformador, apresentamos algumas contribuições para as reflexões em torno de algumas ações viáveis como papel do Espiritismo na fase de transição para a Nova Era e que podem ser entendidas como recomendações ao Movimento Espírita e aos espíritas em geral:
• Implementar a ampla difusão dos princípios da Doutrina Espírita;
• Estimular a união dos espíritas e a unificação do Movimento Espírita como uma família, base propiciadora à difusão do Espiritismo e à prática da solidariedade;
• Divulgar as obras básicas e as que sejam coerentes com a Codificação Espírita, como recomendações para leituras e estudos;
• Evitar a divulgação de informações e de literaturas catastróficas que destaquem fatos negativos;
• Pautar as ações espíritas – estudo, divulgação e prática – com base no ensino moral do Cristo;
• Manter em constante execução as Campanhas Em Defesa da Vida, Viver em Família, Construamos a Paz Promovendo o Bem!, “O Evangelho no Lar e no Coração”, e Divulgação do Espiritismo;
• Estimular a realização de campanhas de esclarecimento sobre a visão espírita com relação à preservação do meio ambiente;
• Estimular e orientar ações de parcerias, em casos de acidentes e tragédias, com a concretização da solidariedade e da fraternidade;
• Estimular ações de convivência fraterna e de parceria, quando há objetivos comuns, com as diversas agremiações religiosas;
• Estimular a reforma e a iluminação íntima, bem como o exercício da serenidade.
“Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo. (Mateus, 11:28-30.)”

Referências:

1 KARDEC, Allan. O evangelho segundo do espiritismo. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 1. reimp. (atualizada). Rio de Janeiro:
FEB, 2010. Cap. 3, item 19.
2 . A gênese. Trad. Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 18, itens 2, 5, 9.
3 Cap. 18, item 8.
4 XAVIER, Francisco C. A caminho da luz. Pelo Espírito Emmanuel. 37. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Introdução, p.13.
5 . Cap. 24, item Lutas renovadoras, p. 250-251.
6. Cap. 25, p. 260.
7  Há dois mil anos. Pelo Espírito Emmanuel. 4. ed. esp. 3. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2009. P. 2, cap. 6, p. 346–347.
8 FRANCO, Divaldo P. Novas responsabilidades. Pelo Espírito Bezerra de Menezes. In: Reformador, ano 128, n. 2.176,
p. 8(262)-9(263), jul. 2010.
9  Momento da gloriosa transição. Pelo Espírito Bezerra de Menezes. In: Reformador, ano 128, n. 2.175, p. 8(222), jun. 2010

REFORMADOR DEZEMBRO 2010.

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