despertar das forças e maturidade

QUEM DESPERTA EM SI AS FORÇAS CRIADORAS DA VIDA

QUEM DESPERTA EM SI AS FORÇAS CRIADORAS DA VIDA

“Quem desperta em si as forças criadoras da vida realiza a sua íntima essência e nela permanece, intangível criando paz e silenciosa maturidade…”
Lao-Tsé – “Tao Te Ching”

Obreiros da Vida

Enquanto soam as melodias da esperança, cantando a música do trabalho nos ouvidos da vida, porfia na fidelidade ao dever.
Enquanto a Terra se reverdece e uma primavera brota do caos das dissipações generalizadas, prenunciando o largo dia do Senhor, prossegue em atividade.
Enquanto as perspectivas sombrias do desastre e da guerra campeiam, curva-te ante as leis de seleção que realizam o Ministério Divino, a fim de modificar a estrutura do Orbe na sua inevitável transformação para Mundo Regenerador. E não obstante a ingente tarefa a que és convocado, sê daqueles que adquirem dignidade no culto da realização nobre produzindo em profundidade e com a perfeição possível.
Armado como te encontras, com os sublimes instrumentos do discernimento e da razão, sobre a estrutura de fatos inamovíveis, sê dos que edificam o santuário da paz universal sobre os pilotis da renúncia, vencendo as ambições desmedidas e as vaidades Injustificáveis.
Não te importes saber donde vieste, não te convém examinar o que és; interessa-te em observar o que produzes e o que deixas de produzir.
Se os teus celeiros de luz se encontram abarrotados pelos grãos da Misericórdia ou com o feno inútil que os transformou em depósito de treva e de dissensões a responsabilidade é tua.
Se até ontem padronizaste o comportamento pelo equívoco, não te é lícito doravante repetir enganos e insistir em engodos. Vives na Terra o instante definitivo da grande batalha e Jesus necessita de alguns estoicos servidores que a Ele se entreguem totalmente, para o combate final.
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Estão espalhadas em vários pontos do Planeta as fortalezas da esperança onde se resguardam os lidadores do amanhã.
Convém ressaltar que o Senhor nos reuniu a todos, não pelo império caprichoso do acaso, nem pela ingestão mirabolante do descuido, ou pela contingência precária das nossas manifestações gregárias alucinadas, mas por uma pré-determinação de Sua sabedoria, que nos convocou, devedores e credores reunidos, cobradores inveterados e calcetas para a regularização dos débitos pesados a fim de nos reajustarmos à lei sublime do Amor, longe das subalternidades das paixões. Não permitamos, assim, que medrem sentimentos inferiores na nossa gleba de luz, não deixemos que o descuido de uns ou a invigilância de outros nos surpreendam no posto do nosso combate, transcorridas tantas lutas, assinaladas pelas ações nobres, após tantos anos de perseverança no dever, depois de tantas esperanças que fomos obrigados a adiar e tantas ilusões que asfixiamos na realidade da vida.
Não disseminemos os grãos da desídia nem deixemos que a semente nefária da emotividade subalterna desenvolva em nosso lar, em nossa família ampliada, os gérmens virulentos das manifestações amesquinhantes, capazes de nos enfermarem o organismo ciclópico da alma, tombando-nos adiante e deixando-nos na retaguarda.
Todos nós, nós todos, somos peças importantes quão valiosas das determinações divinas neste momento azado e estamos sob vigilância rigorosa da fatuidade e da idiossincrasia, sofrendo a pressão das forças baixas da animalidade, que pretendem conspirar contra o espírito do Cristo, que vive dentro de nós, em torno de nós, conduzindo-nos a todos.
É necessário não negligenciar atitude, não ceder ao mal e orar, orar sempre.
Não há porquê recearmos, sejam quais forem as conjunturas, mesmo as aparentemente adversas que nos sitiem, pois não temos sequer um motivo falso para sob ele nos albergarmos justificando a ausência da excelsa misericórdia Divina que nos protege, que nos ampara, aquiescendo nas negociatas da usurpação e do erro, da frivolidade e do conúbio com a insensatez. Não estamos diante de uma gleba cuidada por “meninos espirituais”.
Assim sendo, melhor seria que nos alijássemos espontaneamente do dever, a que nos constituamos pedra de tropeço na Obra do Cristo, neste momento de decisão.
Impõe-se examinar as suas disposições para adquirires maioridade espiritual nas tuas decisões imortalistas, diante das tarefas assumidas com o Senhor, na pauta do teu progresso espiritual, com a visão colocada no futuro dilatado.
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Esforça-te, vencendo o adversário oculto que reside na plataforma do eu enfermo, e, combatendo-o aguerridamente com as armas superiores do amor e da perseverança, não recalcitres mais, não te permitas a negligência da ociosidade, nem o sonho utópico do prazer chão que obscurece os painéis da alma e entorpece as aspirações para voos mais altos.
Como as “más palavras, corrompem os costumes”, os pensamentos frívolos intoxicam o espírito.
Um dia, o sublime Espírito do Cristo desceu à Terra para fundar um Reino e atirou os alicerces da sua construção na alma humana dando início à edificação de um País como jamais alguém houvera sonhado – O Reino d’Ele está em todos nós, pedras angulares que nos tornamos, do edifício da esperança, para a futura humanidade feliz.
Enquanto raia nova aurora para o homem melhor, levanta-te obreiro da Vida para o trabalho sublime do Reino de Deus que já está na Terra e no qual te encontras engajado desde ontem para o breve término, quando o Senhor tomará das tuas e das nossas mãos alçando-nos, pelas asas da prece, à plenitude vitoriosa do espírito vencedor da matéria e da morte.
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“Pois digno é o trabalhador do seu salário”. Lucas: capítulo 10º, versículo 7.
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“Á cada um a sua missão, a cada um o seu trabalho. Não constrói a formiga o edifício de sua república e imperceptíveis animálculos não elevam continentes? Começou a nova cruzada. Apóstolos da paz universal, que não de uma guerra, modernos São Bernardos, olhai e marchai para a frente: a lei dos mundos é a do progresso”.
Fénelon (Poitiers, 1861.). Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo 1º — Item 10, parágrafo 3.
FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 4.

Exaltação à Vida

A vida quer que se expresse, é desafio que merece reflexão.
Inata, em todas as coisas, dorme no mineral por milhões de anos até sonhar no vegetal, quando tem início o despertar das suas potencialidades extraordinárias e de difícil apreensão mesmo pelas inteligências mais primorosas.
Atravessando o silêncio dos tempos, adquire maior sensibilidade no animal, por meio do instinto que desvela, desenvolvendo o sistema nervoso que se aprimora, e no ser humano alcança a plenitude espiritual.
Assim considerando, é indispensável investir todos os valores intelecto-morais em favor da sua preservação.
Originada no Psiquismo Divino como um campo primordial de energia, conduz todos os elementos indispensáveis ao seu engrandecimento durante a trajetória que lhe cumpre desenvolver até lograr a fatalidade que lhe está destinada.
Não raro confundida com automatismo ou pulsações caóticas do acaso, é a mais pujante expressão da realidade que dá origem a todas as coisas.
Para onde se direcione o pensamento e se proceda a observação, ei-la que se apresenta enriquecedora, convidando a reflexões acuradas.
Por mais o ser humano se rebele e deseje fugir do fenômeno da vida, mais a defronta, porquanto jamais se extingue.
Impulso que parte da vibração inicial e adquire complexidade, faculta o entendimento de si mesma em penosas circunstâncias, quando atrelada à revolta e à ignorância, ou se dá com ternura e júbilo através da correnteza do amor e seus estímulos.
Desse modo, ama a tudo e a todos, deixando-te arrebatar pela excelência doa acontecimentos, que te constituem razões de aprendizado para aquisição da beleza a que te destinas.
Contribui em favor do seu desabrochar mediante a razão bem orientada e a emoção equilibrada.
És vida e és parte essencial da vida em tudo manifestada.
Oferece a tua contribuição de harmonia, nunca a depredando, nem gerando embaraços que lhe possam perturbar a marcha.
À medida que cresças interiormente, mais entenderás as leis de equilíbrio que a regem e os objetivos elevados que encerra.
Ante o ritmo pulsante do Universo adapta o passo das tuas realizações e arregimenta forças para seguir no rumo do infinito.
Quanto mais conquistas espaços-luz, mais se te apresentarão outras dimensões a penetrar.
Nunca cessando, a vida te conduz ao Cosmo, em um mergulho de consciência lúcida no oceano da sabedoria.
Respeita a vida em qualquer aspecto que se apresente.
Limpa uma vala, planta uma arvora, semeia um grão, viabiliza uma ocorrência enobrecedora, oferta um copo com água fria, brinda um sorriso, sê útil de qualquer maneira…
A vida transcorrerá para ti conforme a desenvolvas.
Diante de qualquer dificuldade, insiste com amor e aguarda os resultados, sem aflição.
Não blasfemes, nem te rebeles, quando algo não te corresponder à expectativa.
És vida em ti mesmo, e o exterior sempre refletirá o que cultives internamente.
Jamais te evadirás da tua realidade.
Assim, torna enriquecedora e produtiva a tua existência, sendo um hino de louvor e de exaltação à vida.
FRANCO, Divaldo Pereira. Sendas Luminosas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Didier.

Pensamento e Vida

O homem pode ser considerado o pensamento que exterioriza, fomenta e nutre.
Conforme a sua paisagem mental, a existência física será plasmada, em face do vigor da energia direcionada.
O pensamento é a manifestação do anseio espiritual do ser, não uma elaboração cerebral do corpo.
Sendo o espírito o agente da vida, nos intrincados painéis da sua mente se originam as ideias, que se manifestam através dos impulsos cerebrais, cujos sensores captam a onda pensante e a transformam, dando-lhe a expressão e a forma que revestem o conteúdo de que se faz portadora.
O homem de bem, pensando corretamente como consequência da sua realidade interior, progride, adicionando forças à própria estrutura.
A criatura de constituição moral frágil, por efeito das suas construções mentais infelizes, envolve-se nas teias dos pensamentos perturbadores e passa a estados tumultuados, doentios.
Como resultado, conclui-se que o espírito e não o corpo, é fraco ou forte, conforme o conteúdo dos pensamentos que elabora e a que se entrega.
O pensamento é força.
Por isso, atua de acordo com a direção, a intensidade e o significado próprios.
A duração dele decorre da motivação que o constitui, estabelecendo a constância, a permanência e o direcionamento do que possui como emanação da aspiração íntima.
Os pensamentos são os fenômenos cognitivos que procedem do ser real.
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Pensa no amor, e te sentirás afável.
Cultiva a ideia do progresso, e terás estímulo para porfiar, logrando êxito nos empreendimentos.
Sustenta a ideia do bem, e descobrirás quão ditoso és como fruto do anelo vitalizado.
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Se pensas no medo, ele assoma e te domina.
Se dás atenção ao pessimismo, tornas-te incapaz de realizações ditosas.
Se te preocupas com o mal, permanecerás cercado de temores e problemas.
Se agasalhas as ideias enfermiças, perderás a dádiva da saúde.
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Tudo pode ser alterado sob a ação do pensamento.
Vibração que sintoniza com ondas equivalentes, o teu pensamento é o gerador das tuas ações, e estas, as modeladoras da tua vida.
Pensamento e vida, pois, são termos da equação existencial do ser humano.
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Pensando na necessidade de ascensão, os heróis, os cientistas, os mártires, os educadores e os santos edificaram o mundo melhor, que ainda não alcançou o seu ápice, porque tu e outros ainda não vos convencesses de pensar bem, agindo melhor, para conquistardes a vitória sobre as paixões, a dor e a infelicidade.
FRANCO, Divaldo Pereira. Momentos de Felicidade. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 4.ed. LEAL, 2011. Capítulo 5.

Ambições

“Sabe-se agora que muitos Espíritos desencarnados têm por missão velar pelos encarnados, dos quais se constituem protetores e guias; que os envolvem nos seus eflúvios fluídicos; que o homem age muitas vezes de modo inconsciente, sob a ação desses eflúvios. A GÊNESE – Capítulo 3º – Item 14.
Cogitações de longo alcance vibram nas redes da tua mente, desdobrando planos complexos, tendo em vista resultados financeiros favoráveis e vultosos.
Para alcançares a meta das ambições que fulguram nas províncias íntimas, manipulas pessoas como máquinas, cuidando de todos, objetivando apenas o próprio “eu”.
Programas revolucionários que concedem somas fantásticas, requerem toda a força da astúcia e penetras o labirinto das aspirações com desmedida avidez, atropelando aqueles que se opõem, dificultando o teu avanço.
Assessorado por sicários desencarnados que te espreitam, vingadores, nada vês senão o que ambicionas, nada queres senão o que colima nos sonhos que a realidade vai consumir.
A riqueza te parece uma das mais importantes metas e te afervoras em adquiri-las sejam quais forem os meios.
Com ela, supões, poderás ajudar, ampliando o serviço de auxílio aos que deambulam sofredores e inertes nos braços da miséria e da aflição.
Mente clarificada enriquece-te de valores que desprezas por outros valores.
Se parares a meditar, aprofundando as razões do teu renascimento concluirás que paixão idêntica te consumiu ontem, quando resvalaste através das fissuras morais que a imprevidência abriu, asfixiando e malogrando a experiência carnal…
Providencialmente renasceste em lar humilde, convocado a rudes lutas para que as batalhas aspérrimas te felicitassem com forças morais o caráter.
A saúde que te visita as células é concessão para que possas, fortalecido, resgatar, evoluir, edificar.
Além de mil favores com que foste afortunado desde o berço, alguns dos quais em forma de limitação e dificuldade, outros como inteligência e equilíbrio psíquico, recebeste o tesouro espírita de que te assenhoreaste, como providência salvadora, face à possibilidade de reincidires na mesma loucura dantanho.
Para, portanto, enquanto não te perturbas ante compromissos mais graves.
Retorna ao ponto de partida com as mãos vazias é certo mas de consciência tranquila.
Ambição desmedida é portal para a loucura.
Olha em derredor: tudo convida ao equilíbrio, ao respeito à Lei.
O ar de que careces e que te não falta;
A linfa imprescindível e que canta junto às tuas necessidades;
O pão generoso e insubstituível que se multiplica farto no solo;
A paisagem em festa para os teus olhos cansados.
Estendem-se as bênçãos do Nosso Pai ao verme do subsolo e às constelações, em toda a parte.
O relógio da criação da vida na Terra assinala para os homens somente alguns minutos transcorridos em relação ao turbilhão inicial das construções geológicas e das primeiras formas…
Não te apresses pelo corredor da irresponsabilidade que leva à autodestruição.
Estuga o passo na aduana e refaze o caminho…
Conhecimento espírita pode ser comparado a anticorpo excepcional para o vírus da ambição degenerescente.
Ensinamento espírita é também vigor para o equilíbrio manter-se sereno embora as vicissitudes.
Nunca estarás a sós nas tuas lutas de sublimação.
Na certeza de que prosseguirás depois da morte com os valores a que te afervores, considera a mensagem espírita e cristã da prudência e do amor, e não te deixes aniquilar pelos tormentos de agora, pois que, além das portas do horto de amarguras em que te encontras, frondes protetoras aguardam por ti e caminhos amenos esperam teus pés andarilhos na busca sublime da paz, à semelhança d’Aquele que tudo cedeu para tudo possuir.
FRANCO, Divaldo Pereira. Espírito e Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 53.

A Preparação

A fim de ser preservado e mantido, o corpo exige cuidados vários, desde a higiene à conservação das peças que o constituem, sem o que inumeráveis males lhe perturbam o equilíbrio, interrompendo-lhe a existência.
Assim também a alma.
Responsável pela organização somática é a geradora de forças que facultam a vida física, exigindo, por consequência, atendimento especial, sem o que se lhe desarticulam os equipamentos sutis, fazendo-a tombar no desfalecimento ou na alucinação com todos os prejuízos disso decorrentes.
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Desse modo, antes de qualquer atividade, ao iniciar-se o dia, reserva-lhe alguns minutos para a sua sustentação.
Faze uma pequena leitura de página otimista e consoladora, que te fixe clichês mentais positivos e agradáveis.
Medita um pouco no seu conteúdo valioso, como a imprimi-lo nas telas delicadas da memória, de modo que dele te impregnes, estabelecendo uma disposição favorável às lutas que enfrentarás.
Encerra, esses minutos, com uma prece, através da qual intentes sintonizar com o pensamento da sabedoria universal, haurindo inspiração e forças no amor de Deus.
Equipado com estas energias, terás atendido, em terapia preventiva, a tua realidade eterna – o eu espiritual – podendo, então, partir para os primeiros confrontos da experiência do teu novo dia.
FRANCO, Divaldo Pereira. Episódios Diários. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 2.

Fermento Velho

“Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa.” – Paulo. (I CORÍNTIOS, 5:7.)
Existem velhas fermentações de natureza mental, que representam tóxicos perigosos ao equilíbrio da alma.
Muito comum observarmos companheiros ansiosos por íntima identificação com o pretérito, na teia de passadas reencarnações.
Acontece, porém, que a maioria dos encarnados na Terra não possuem uma vida pregressa respeitável e digna, em que possam recolher sementes de exemplificação cristã.
Quase todos nos embebedávamos com o licor mentiroso da vaidade, em administrando os patrimônios do mundo, quando não nos embriagávamos com o vinho destruidor do crime, se chamados a obedecer nas obras do Senhor.
Quem possua forças e luzes para conhecer experiências fracassadas, compreendendo a própria inferioridade, talvez aproveite algo de útil, relendo páginas vivas que se foram. Os aprendizes desse jaez, contudo, são ainda raros, nos trabalhos de recapitulação na carne, junto da qual a Compaixão Divina concede ao servo falido a bênção do esquecimento para a valorização das novas iniciativas.
Não guardes, portanto, o fermento velho no coração.
Cada dia nos conclama à vida mais nobre e mais alta.
Reformemo-nos, à claridade do Infinito Bem, a fim de que sejamos nova massa espiritual nas mãos de Nosso Senhor Jesus.
XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 64.

Zelo do Bem

“E qual é aquele que vos fará mal, se fordes zelosos do bem?” – (I PEDRO, capítulo 3, versículo 13.)

Temer os que praticam o mal é demonstrar que o bem ainda não se nos radicou na alma convenientemente.
A interrogação de Pedro reveste-se de enorme sentido.
Se existe sólido propósito do bem nos teus caminhos, se és cuidadoso em sua prática, quem mobilizará tamanho poder para anular as edificações de Deus?
O problema reside, entretanto, na necessidade de entendimento. Somos ainda incapazes de examinar todos os aspectos de uma questão, todos os contornos de uma paisagem. O que hoje nos parece a felicidade real pode ser amanhã cruel desengano. Nossos desejos humanos modificam-se aos jorros purificadores da fonte evolutiva. Urge, pois, afeiçoarmo-nos à Lei Divina, refletir-lhe os princípios sagrados e submeter-nos aos Superiores Desígnios, trabalhando incessantemente para o bem, onde estivermos.
Os melindres pessoais, as falsas necessidades, os preconceitos cristalizados, operam muita vez a cegueira do espírito. Procedem daí imensos desastres para todos os que guardam a intenção de bem fazer, dando ouvidos, porém, ao personalismo inferior.
Quem cultiva a obediência ao Pai, no coração, sabe encontrar as oportunidades de construir com o seu amor.
Os que alcançam, portanto, a compreensão legítima não podem temer o mal. Nunca se perdem na secura da exigência nem nos desvios do sentimentalismo. Para essas almas, que encontraram no íntimo de si próprias o prazer de servir sem indagar, os insucessos, as provas, as enfermidades e os obstáculos são simplesmente novas decisões das Forças Divinas, relativamente à tarefa que lhes dizem respeito, destinadas a conduzi-las para a vida maior.
XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 173.

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