ALGUNS CASOS DE CHICO XAVIER

“Não ore por vida fácil!

Roguemos a Deus por ombros fortes, não só para carregar o bendito fardo das obrigações que nos competem, como também para sermos mais úteis para os outros.”
Chico Xavier
Foto: estátua de Chico Xavier inaugurada na Praça Ruy Barbosa em Uberaba, MG, Brasil.

A semente

Emmanuel/Chico Xavier.
“E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão de trigo ou de outra qualquer semente.” — PAULO (1 Coríntios, 15.37)
Nos serviços da Natureza, a semente reveste-se, aos nossos olhos, do sagrado papel de sacerdotisa do Criador e da Vida.
Gloriosa herdeira do poder divino, coopera na evolução do mundo e transmite silenciosa e sublime lição, tocada de valores infinitos, à criatura.
Exemplifica sabiamente a necessidade dos pontos de partida, as requisições justas de trabalho, os lugares próprios, os tempos adequados.
Há homens inquietos e insaciados que ainda não conseguiram compreendê-la. Exigem as grandes obras de um dia para outro, impõem medidas tirânicas pela força das ordenações ou das armas ou pretendem trair as leis profundas da Natureza; aceleram os processos da ambição, estabelecem domínio transitório, alardeiam mentirosas conquistas, incham-se e caem, sem nenhuma edificação santificadora para si ou para outrem.
Não souberam aprender com a semente minúscula que lhes dá trigo ao pão de cada dia e lhes garante a vida, em todas as regiões de luta planetária.
Saber começar constitui serviço muito importante.
No esforço redentor, é indispensável que não se percam de vista as possibilidades pequeninas: um gesto, uma palestra, uma hora, uma frase pode representar sementes gloriosas para edificações imortais. Imprescindível, pois, jamais desprezá-las.
Emmanuel/Chico Xavier

A Cirurgia de Chico Xavier

Em 1967, Chico veio a São Paulo para se submeter a uma delicada cirurgia. Na noite anterior ao procedimento, ele fazia suas orações no quarto do hospital e chorava emocionado, quando Emmanuel se apresentou ao seu lado e lhe perguntou:
– Chico, por que você está tão emocionado?
Por que chora tanto?
Chico mostrou a Emmanuel que da foto de Jesus que havia na parede do quarto, irradiava-se muita luz.

Emmanuel lhe explica:

– Mas, por que você está tão admirado? Assim como você está hoje aqui, fazendo suas orações diante desta foto de Jesus, outras tantas criaturas que passaram por cirurgias neste mesmo lugar tiveram momentos como o seu. Ao orarmos para Jesus, mentalizando o nosso Mestre, se irradia luz.
As pessoas que por aqui passaram não conseguiram vê-la como você, mas, para o seu conhecimento, aqueles que oraram neste lugar receberam de volta esse carinho de amor emanado do coração do nosso Mestre.
Nenhuma prece dirigida a Jesus fica sem resposta!
Após a cirurgia, a dona do hospital chamou os médicos dizendo a eles que não cobrassem a cirurgia que ela acertaria tudo com eles, os médicos responderam:
– O que vamos cobrar é o mesmo que a senhora irá cobrar, apenas um abraço.
Livro: Nossos Momentos com Chico Xavier – O homem chamado amor, de Oswaldo Godoy Bueno

A SOPA DE DONA JOSEFINA E A AMOROSA HUMILDADE

🍽 🕶 💕
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D. Josefina era uma senhora cega, muito estimada nos arredores de Pedro Leopoldo, e tinha uma verdadeira adoração pelo Chico.
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Seu desejo maior era o de que seu conterrâneo, um dia, jantasse com ela.
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Tanto pediu, que o filho de D. Maria João de Deus a atendeu.
Foi marcado o dia e o Chico compareceu.
A mesa estava posta.
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Numa ponta, sentou-se o convidado de honra, na outra, sua admiradora e, nos lados, duas amigas, conhecidas de ambos.
Por ser pobre, D. Josefina apenas fez uma sopa substanciosa.
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No prato fundo, diante de cada convidado, achava-se a sopa, contendo ingredientes apetitosos.
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O Médium, emocionado com o tratamento afetuoso, devagar, dando atenção à palavra da dona da casa, foi tomando a sopa, quando de repente, dá com uma barata preta no meio do prato…
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Afasta-a para o lado, no momento em que D. Josefina lhe pergunta:
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– Então, Chico, está gostando da minha sopa? Olhe que a fiz com cuidado e carinho em sua homenagem.
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– Está ótima minha irmã. Sou-lhe grato pela sua bondade. Não mereço tanto, respondeu-lhe o Médium, e, para que ninguém observasse seu achado, foi conversando e tomando a sopa …
D. Josefina ria de contente.
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O humilde homenageado sentia-se contrafeito. Mas, diante da alegria da irmã querida, que se sentia tão honrada com sua presença, esqueceu-se da barata e começou a conversar, animadamente, contar casos e a comer…
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No fim, quando todos acabaram, olhou para o prato: estava vazio. Havia tomado a sopa e a barata também …
Mas concorrera para alegrar o coração de uma velha e sincera admiradora.
Valeu o sacrifício …
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Assim era o Chico.
Um homem que amava à Deus acima de tudo e ao próximo mais que a si mesmo.
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(Do livro: Lindos casos de Chico Xavier – Ramiro Gama).

Diário Espírita

FATO VERÍDICO DE CHICO XAVIER

Por Divaldo Franco

O mais bonito não eram apenas as visitas que o Chico fazia com os grupos, mas aquelas anônimas que ele realizava pela madrugada, quando saía sozinho para levar seu conforto moral às famílias doentes, às pessoas moribundas, às vezes acompanhado por um amigo para assessorá-lo, ajudá-lo, pois já portava alguns problemas de saúde, mas sem que ninguém o soubesse.
Ali estava a maior antena paranormal da humanidade dos últimos séculos, apagando este potencial para chorar com uma família que tinha fome.
Ele contou-me que tinha o hábito, em Pedro Leopoldo, de visitar pessoas que ficavam embaixo de uma velha ponte, numa estrada abandonada, e que ruíra. Ia ele, sua irmã Luiza e mais duas ou três pessoas muito pobres de sua comunidade. À medida que eles aumentavam a frequência de visitas, os necessitados foram se avolumando, e mal conseguiam víveres para o grupo, pois que os seus salários eram insuficientes, e todos eram pessoas de escassos recursos.
O esposo de Luíza, que era fiscal da Prefeitura, recolhia, quando nas feiras livres havia excedente, legumes e outros alimentos, e que eram doados para distribuir anonimamente, nos sábados, à noite, aos necessitados da ponte.
Houve, porém, um dia em que ele, Luíza e suas auxiliares não tinham absolutamente nada; decidiu-se então, não irem, pois aquela gente estava com fome e nada teriam para oferecer. Eles também estavam vivendo com extremas dificuldades. Foi quando lhe apareceu o espírito do Dr. Bezerra de Menezes, que sugeriu colocasse algumas bilhas com água, que ele iria magnetizá-las para serem distribuídas, havendo, ao menos, alguma coisa para dar. Ele assim o fez, e o Espírito benfeitor, utilizando-se do seu ectoplasma bem como o das demais pessoas presentes, fluidificou o líquido.
Esse adquiriu um suave perfume e, então, o Chico tomou moringas e, com suas amigas, após a reunião convencional do sábado, dirigiram-se à ponte.
Quando lá chegaram encontraram umas 200 pessoas, entre crianças, adultos, enfermos em geral, pessoas com graves problemas espirituais, necessitados.
“Lá vem o Chico, dona Luíza” – gritaram e ele constrangido e angustiado, por ter levado apenas água (o povo nem sabia o que seria água magnetizada, fluidificada), pretendeu explicar a ocorrência.
Levantou-se e falou:
– “Meus irmãos, hoje nós não temos nada” – e narrou a dificuldade.
As pessoas ficaram logo ofendidas tomando atitudes de desrespeito, e ele começou a chorar. Neste momento, uma das assistidas levantou-se e disse:
– “Alto lá! Este homem e estas mulheres vêm sempre aqui nos ajudar e, hoje, que eles não têm nada para nos dar, cabe-nos dar-lhes alguma coisa.
Vamos dar-lhes a nossa alegria, vamos cantar, vamos agradecer a Deus”.
Enquanto ela estava dizendo isso, apareceu um caminhão carregado, e alguém, lá de dentro, interrogou:
– “Quem é Chico Xavier?”.
Quando ele atendeu, o motorista perguntou se ele se lembrava de um certo Dr. Fulano de Tal?
Chico recordava-se de certo senhor de grandes posses materiais que vivia em São Paulo, que um ano antes estivera em Pedro Leopoldo, e lhe contara o drama de que era objeto. Seu filho querido desencarnara, ele e a esposa estavam desesperados – ainda não havia o denominado correio de Luz, eram comunicações mais esporádicas.
Chico compadeceu-se muito da angústia do casal.
Durante a reunião, o filhinho veio trazido pelo Dr. Bezerra de Menezes e escreveu uma consoladora mensagem. Então, o cavalheiro disse-lhe:
– “Um dia, Chico, eu hei de retribuir-lhe de alguma forma. Mas como é que meu filho deu esta comunicação?”.
Chico explicou-lhe:
– “É natural esse fenômeno, graças ao venerando espírito Dr. Bezerra de Menezes, que trouxe o jovem desencarnado para este fim”, e deu-lhe uma ideia muito rápida do que eram as comunicações mediúnicas. O casal ficou muito grato ao Dr. Bezerra de Menezes, e repetiu que um dia haveria de retribuir a graça recebida.
Foi quando o motorista lhe narrou:
– “Estou trazendo este caminhão de alimentos mandado pelo Sr. Fulano de Tal, que me deu o endereço do Centro onde deveria entregar a carga, mas tive um problema na estrada, e atrasei-me; quando cheguei, estava tudo fechado. Olhei para os lados e apareceu-me um senhor de idade com barbas brancas, e perguntou o que eu desejava.
– “Estou procurando o Sr. Chico Xavier” – respondi.
– “Pois olhe: dobre ali, vá até uma ponte caída, e diga que fui eu quem o orientou” – respondeu-me.
– “E qual é o seu nome?” – indaguei, e ele respondeu.
– “Bezerra de Menezes”.

EMOCIONANTE E CONSOLADOR DEPOIMENTO DA ATRIZ “ANA ROSA”, SOBRE DESENCARNES DE ENTES QUERIDOS!

Algumas vezes eu representei cenas de perdas de entes queridos em novelas. No dia 17 de novembro de 1995, no velório de minha filha Ana Luísa, nascida em São Paulo no dia 10 de dezembro de 1976, eu não queria acreditar que estivesse vivendo aquilo de verdade. No dia seguinte, saí para comprar alguns presentes de Natal. Afinal, meus outros seis filhos ainda estavam ali e precisavam da mãe. Mas eu parecia um zumbi. Numa loja, me senti mal. Tontura, fraqueza, parecia que meu peito iria explodir, que eu não iria aguentar tanta dor. Pedi à vendedora que me deixasse sentar um pouco. Eu estava quase sufocando, as lágrimas queriam saltar de meus olhos. Mas eu não queria chorar. Queria esconder minha dor, fazer de conta que aquilo não havia acontecido comigo. Bebi água, respirei fundo e saí ainda zonza.
Eu sempre acreditei que iria terminar de criar minha filha, como todos os outros. Que iria vê-la formar-se em veterinária. Vê-la casada, com filhos. Achava que teria sempre a Aninha ao meu lado. Um dia, ela me contou que quando era pequena e eu saía pra trabalhar, ela sentia medo de que eu não voltasse. Por isso ficava sempre na porta de casa me olhando até eu sumir de sua vista. Por isso vivia grudada em mim.
Imagino que ela já pressentia ainda criança, que iríamos nos separar cedo. Só que foi ela a ir embora. Foi ela que saiu e não voltou mais. Foi ela que me deixou com a sua saudade. Para amenizar a falta, o vazio que ela deixou, eu ficava horas revendo os vídeos mais recentes com suas imagens. Nossas viagens, festas de aniversários, a formatura da irmã, seu jeitinho lindo tão meu conhecido de sentir vergonha.
Ela com o primeiro e único namorado. O gesto característico de arrumar os cabelos. A sua primeira apresentação de piano. Nesse vídeo então, eu ficava namorando suas mãos de dedos longos e finos. Até hoje eu me lembro de cada detalhe das mãos da Aninha. Assim como me lembro de cada detalhe de seus pés, do seu rosto…
Dali pra frente, o que mais me chocava e surpreendia era que todo o resto do mundo continuava igual. Como se nada tivesse acontecido: o sol nascia e se punha todos os dias, as pessoas andavam pelas ruas. O mesmo movimento, barulho. O mundo continuava a girar. Tudo, tudo igual. Só na minha casa, na minha família, dentro de mim, é que nada mais voltaria a ser como antes. Faltava minha filha, Ana Luísa!
Eu passava, quase diariamente, nos lugares comuns: o colégio Imaculada Conceição, em Botafogo. Cinema, lanchonete, restaurante, o metrô, onde tantas e tantas vezes viajamos juntas. A loja das comprinhas, o shopping, o parquinho, o clube onde fazia natação. A praia de Botafogo onde ela foi atropelada, o hospital Miguel Couto, onde passamos as horas mais angustiosas de nossas vidas.
O cemitério São João Batista, onde repousam seus restos mortais. Até hoje cada um desses lugares me lembra alguma coisa de minha filha. Até hoje guardo as lembranças de seus abraços, seus chamegos, o cheirinho da sua pele, o calor, seu carinho e aconchego. Ana vivia literalmente pendurada em mim. Já grandona, maior que eu, mas sempre como se fosse meu nenê pedindo colo.
Saudade. Saudade. Saudade, minha Aninha.
Não fosse a minha fé e a convicção de que a vida não termina com a morte, não fossem os outros filhos que ainda precisavam de mim, acho que teria pirado. Além da família, o trabalho, a terapia e o estudo da doutrina espírita me deram forças para superar a separação e a falta da Ana Luísa.
Sou e serei eternamente grata ao meu Pai do Céu, porque fui agraciada com muitos sinais de que a separação é apenas temporária. Alguns dias após sua passagem entrei em seu quartinho que ficou inundado pelo cheiro de rosas. Instintivamente fui olhar pela janela. Naturalmente o cheiro não vinha de fora. O perfume intenso era só ali dentro.
Um mês depois, no grupo que eu frequentava no Centro Seara Fraterna, minha filha se manifestou. Ainda meio confusa pela mudança abrupta e repentina, mas já consciente de sua passagem. Naquela noite, o buraco no meu peito que parecia uma ferida sangrando, mudou de aspecto. Continuava a doer, mas a certeza de que minha filha continuava e continua viva em alguma outra dimensão me trouxe uma nova perspectiva. A de que eu poderia chorar pela sua ausência, nunca pelo seu fim.
Dalí pra frente, algumas vezes vi, em outras pressenti, sua essência ao meu lado. No decorrer desses doze anos, recebi, por acréscimo de misericórdia, um bom número de mensagens dela. Uma das últimas foi através de um médium reconhecido, que foi fazer uma palestra num evento que eu apresentava. Sem que eu esperasse ou solicitasse, ele disse que via uma jovem ao meu lado – me descreveu exatamente minha filha – e que ela me apontava para ele dizendo: é esta aqui, ó.
Esta é que é a minha mãe. Quando me sentei, ele disse que ela sentou-se no meu colo. Entre as várias coisas no recado que me mandou, encerrou dizendo que as violetas (enceno a peça “Violetas na janela” há 11 anos) que ela cultiva onde se encontra, não serão colocadas na janela, e sim, serão usadas para fazer um tapete de flores para eu pisar quando chegar lá.

Marcel Souto Maior

As vidas de Chico Xavier

Muita gente duvidava dos superpoderes de Chico Xavier.
O coro dos desconfiados seria engrossado até pelo oftalmologista do vidente, o Dr. Nadir Sáfadi, de São Paulo.
Numa das consultas, enquanto examinava a catarata e a miopia do paciente, ele não resistiu e perguntou: Você vê mesmo os espíritos?
Chico deu a resposta de sempre e recebeu de volta outra dúvida: – Mas como você enxerga os espíritos com olhos tão debilitados?
O doente recorreu a um discurso kardecista: A mediunidade vidente independe dos olhos do corpo físico. O assunto exige muito estudo. Você está vendo algum espírito aqui no consultório?
Chico Xavier respondeu com um “sim” desconcertante e lacônico. O silêncio foi quebrado pela ansiedade do médico: Quem está aqui? Como ele se chama? O paciente engoliu em seco. Sentiu medo de dizer nome tão inusitado e ridículo. Podia estar sendo vítima de alguma chacota espiritual. Diante da insistência do médico, ele tomou coragem e revelou: – Ele está me dizendo chamar-se Senobelino Serra.
Diz ter sido natural de São José do Rio Preto. O Dr. Sáfadi ficou pasmo. Dr. Senobelino foi meu professor, foi muito amigo meu. Chico Xavier respirou aliviado e foi adiante: O Dr. Senobelino está me dizendo ter sido designado pela Espiritualidade Maior para ajudar o senhor na profissão de médico oftalmologista, juntamente com outros amigos, porque o senhor ajuda muita gente aqui no consultório.

CHICO XAVIER E AS POMBA GIRAS

Certa vez Chico Xavier foi questionado sobre o que ele achava de espíritos que fumam, tomam cachaça, champanhe ,etc.
Chico respondeu que tinha o maior respeito por esses espíritos e que eles eram extremamente necessários. Deu exemplo das Pombas Gira que para muitos podem parecer espíritos tenebrosos.
Segundo ele, as mães de filhos que cometeram suicídio ao desencarnarem ficam desesperadas à procura de seus filhos.
Mas eles se encontram numa região de difícil acesso, chamada VALE DOS SUICÍDAS, e sob o comando de espíritos que não permitem que outros lá entrem. Segundo Chico, as Pomba Giras são os únicos espíritos que conseguem transitar por esse local sem nenhum tipo de impedimento e elas, uma vez por ano promovem o encontro desses filhos suicidas com suas mães desencarnadas.

Ódios fomentam ventos… 

Meus filhos, procurem não fazer o caminho erroneamente. Ódios fomentam ventos…E o veneno é da letalidade do Espírito que o alimenta. Procurem o caminho mais acertado com a Lei Divina, para não serem punidos no futuro. Deus é bom e é Pai de todos nós. Procurem se amarem incondicionalmente, acima de tudo, lembrando que todos nós cometemos erros, e podemos ser perdoados pelo Pai, caso nos arrependermos, e na própria lei de reparação dos nossos atos involuntários e voluntários. Assim com sinceridade de coração Deus vos perdoará.
Vera Jacubowski

O DIA QUE CHICO XAVIER FOI ATACADO POR 200 ESPÍRITOS

Na noite de 11 de setembro de 1948, Chico Xavier e um amigo Isaltino Silveira, admiravam Pedro Leopoldo do alto de um morro, na beira de um riacho. Sentado numa pedra, sob a luz de um poste, Chico lançava sobre o papel um poema assinado por Cruz e Sousa. Isaltino substituía as páginas preenchidas por outras em branco.
Os dois estavam às voltas com o poeta do além quando escutaram um barulho no mato. Eram passos. O amigo de Chico olhou para trás e levou um susto: um homem enorme, com olhos injetados, avançava na direção deles com um pedaço de pau na mão.
Isaltino levantou-se rápido e se preparou para enfrentar o agressor. Chico, já escaldado, continuou sentado.
Sugeriu arma mais contundente: uma boa reza para emitir vibrações positivas. A poucos metros, o agressor parou e começou a balbuciar com a língua enrolada e os olhos fixos em Chico:
– Esta luz nas suas pernas…esta luz nas suas pernas.
Chico aconselhou:
– Vá para casa e fique na paz de Deus, meu filho.
Isaltino, já refeito do susto, viu o homem dar meia-volta e ficou perplexo diante de um fato insólito. O mato, em um raio de cinco metros ao redor do agressor, ficou todo amassado enquanto ele caminhava.
Chico Xavier tentou explicar a história toda: o homem era médium poderoso, embora descuidado, e tinha sido arrancado da cama por espíritos obsessores, interessados em assassinar os dois e jogar seus corpos no rio.
O plano daria certo se os benfeitores espirituais não tivessem envolvido a dupla com um cinturão de luz.
Isaltino ainda estava perplexo. Por que o agressor se referiu à luz nas pernas de Chico?
A resposta veio rápida, como se fosse óbvia.
– Ele percebeu o foco que os espíritos projetavam sobre o papel durante a psicografia.
Por que o capim em torno dele se amassava?
– As tais entidades eram tão ruins que se utilizaram dos fluidos do médium e conseguiram peso específico para provocar os fenómeno físico.
Eram aproximadamente duzentos espíritos.
Isaltino suou frio.
Livro: As vidas de Chico Xavier, Marcel Souto Maior
 

PRESENÇA DE ESTRANGEIROS – CASO CHICO XAVIER

Chico Xavier aproveitou a presença daqueles supostos estrangeiros para supostamente desabafar junto deles, mas eles não perceberam a sutileza daquelas alfinetadas:
– O pior hoje em dia é a onda de gente que vem do Rio, São Paulo e de quase todos os estados. Considero que não posso deixar de recebê-los; fico pensando que vieram de longe e necessitam do meu consolo. Mas acontece que isso me toma muito tempo!
Como se não bastassem essas situações, o telefone interurbano não para dia e noite: – Chico, o Rio está chamando…. Chico, Belo Horizonte te aguarda no telefone… Chico, Capoeira quer falar com você”. Mesmo constrangido, eu evito atender porque não tenho essa importância toda! Meu Deus, eu não quero nada, senão a paz dos tempos antigos, o silêncio de outrora.
Quero ser de novo o Chico humilde, sossegado e tranquilo que apenas se preocupava com as coisas mais simples. Só depois de uma hora e meia aquele “trio tranqueira” se despediu do entrevistado com seus deboches.
Enganaram o “idiota” e ainda ganharam livros de presente. Jogaram os exemplares na mala com desprezo e saíram às pressas, eufóricos. No dia seguinte já estavam no Rio. No dia 12 de agosto de 1944 a reportagem foi publicada, mas havia uma lacuna estranha.
Não mencionava como os jornalistas conseguiram passar o vidente para trás. Para todos os efeitos Nasser jogou fora a oportunidade de lançar uma dúvida: Se Chico Xavier tem um guia atento e acesso aos Espíritos, como foi enganado tão facilmente?
Lendo o texto, Chico ficou apavorado. O Juiz agora não teria dúvidas e até já imaginava o veredito: “Culpado”. Todos os indícios levavam a crer que Chico Xavier realmente havia imitado o estilo de Humberto de Campos.
Em meio a violenta crise de choro, Emmanuel apareceu para dele e estava inspirado quando disse: – Chico, você tem de agradecer. Jesus foi para a Cruz e você só foi para “o Cruzeiro” (a mais famosa revista da época).
(Texto extraído do Livro “As Vidas de Chico Xavier” de Marcel Souto Maior).

PSICOGRAFIAS DE CHICO XAVIER

Muitas foram as mensagens psicografadas por Chico Xavier em Centros Espíritos de várias cidades do Brasil onde nosso mais querido médium divulgava com primor a Doutrina Espírita.
Esta página que fala de Nosso Querido Mestre Jesus foi psicografada em reunião pública do Centro Espírita “Jésus Gonçalves” na colônia Santa Marta, adjacências de Goiânia em 14 de dezembro de 1982. Vamos a ela: Com Jesus, a vida adquire novo sentido para nos iluminar de forma diferenciada no decorrer de nossas reencarnações da seguinte forma: A dificuldade se faz bênção. Dor é alegria. Tristeza é véspera de consolação.
A luta construtiva produz a tranquilidade de consciência. Trabalho é condição de felicidade. Até a sombra pode ser fonte da luz. A lágrima é pérola do sentimento. Desprendimento é o caminho da posse verdadeira.
Renúncia é aquisição. Sacrifício é a estrada para as alturas. É por isso que o Natal em qualquer parte, tem o poder de unir as criaturas na mesma faixa de compreensão e solidariedade humana, conservando a estrela do amor e da esperança em cada coração.
Cada família que o comemora (Natal) junto dos seus entes queridos deve dar prioridade para esse aniversariante especial que está sempre a cuidar do destino de todos nós, os Seus irmãos pequeninos.
(Texto extraído do Livro “Confia e Segue” de Chico Xavier/Emmanuel.

O ENFERMEIRO DO CHICO:

Era um dia ensolarado quando cheguei à Rua Governador Valadares, em frente ao Hospital Hélio Angotti. Foi lá que Chico Xavier ficou internado um ano antes de sua morte. Na ocasião, algo inexplicável aconteceu.
Chico estava hospitalizado há cinco dias com pneumonia dupla e seu estado era grave. Na manhã de 30 de junho de 2001, por volta das nove horas, um cinegrafista filmava a janela do seu quarto quando o improvável aconteceu: uma luz que parecia deslocar-se em alta velocidade surgiu no céu e foi em direção à janela.
A cena foi mostrada à exaustão na TV e, quando ampliada, mostra que a faixa de luz se transforma em duas e depois, em uma só. Especialistas em mídias eletrônicas, Física, meteorologia e fotografia foram chamados para explicar o fenômeno. Ninguém conseguiu!
Desse momento em diante o estado de saúde de Chico, que era terminal, começou a apresentar uma melhora repentina. Dias depois, Chico deixava o hospital.
Quando questionado, Chico disse que naquele momento havia recebido a visita de dois antigos conhecidos: sua mãe, Maria João de Deus, e seu guia, Emmanuel. Ele disse que os dois não demoraram no local e pediram que ele tivesse paciência.
Teria tudo sido uma simples coincidência?
Fica aqui mais um mistério.
Fiquei ali, parado, olhando a construção imponente do hospital, com suas paredes imensas e localizei a famosa janela onde tudo aconteceu.
Entrei no hospital e localizei Sidnei, o enfermeiro que cuidou de Chico durante cerca dos 12 meses que antecederam sua morte.
Sidnei é um rapaz jovem, alto, magro, de fala tranquila e carinhosa, que me recebeu com um enorme sorriso no rosto. Anos atrás, ele, juntamente com a mãe e os irmãos, ficavam horas na fila de distribuição de alimentos promovida por Chico e, apesar do pouco contato, nutria uma profunda admiração pelo médium, até que estreitou os laços de convívio durante sua internação no hospital.
Mesmo com Chico em estado grave e no oxigênio, Sidnei vinha diariamente pedir a bênção a ele. Dois dias após o caso do raio e sua consequente melhora, ele foi pedir a bênção de Chico. Ele se manifestou com um olhar e, em seguida, fechou os olhos. Uma grande amizade foi nascendo. Chico queria que somente Sidnei lhe desse os banhos e as refeições, e Sidnei, como muitos em Uberaba [MG], só o chamava de tio Chico.
Sidnei foi convidado a cuidar de Chico em sua casa e prontamente aceitou a tarefa.
Chico só chamava Sidnei de Antônio e, quando o enfermeiro perguntava por que ele trocava seu nome, só obtia um sorriso como resposta.
Algumas vezes, Sidnei estava cuidando de Chico e ele olhava para a porta e dizia:
— Antônio, ele não vem até mim! Eu quero ajudar ele. É nosso irmão!
Sidnei olhava e não via absolutamente nada.
Mas, mesmo assim, em respeito a Chico, não perguntava nada, embora ele confesse rindo para mim que a curiosidade o consumia.
Os amigos costumavam pedir que ele fizesse perguntas a Chico, mas ele jamais se atreveu.
Certa vez, ao ajudá-lo a se deitar, Chico olhou para Sidnei e revelou:
— Sabe por que, Antônio? Porque nós já fomos irmãos em encarnações passadas!
Sidnei ficou emocionado. Não quis perguntar nada e somente pensou: “Quando será que foi isso?”
— Na época de Roma, há muito tempo atrás – respondeu Chico e deitou-se.
Um dia, Chico, sentado na cama, olhou para o guarda-roupa e disse:
— Como ela é linda!
Sidnei, para variar, olhou e não viu nada.
Em seguida, Chico começou a chorar, mas era um choro de alegria.
Sidnei perguntou se podia ajudar em algo.
— Mas ela é muito linda – Chico voltou a dizer.
— Ela quem? – perguntou Sidnei.
— Nossa Senhora! Todo dia ela vem me visitar! – respondeu Chico.
— Eu queria tanto poder vê-la! – rebateu Sidnei.
— Meu filho, a gente vê Nossa Senhora da maneira que a gente quer! Como o olhar nosso! – explicou Chico.
Muitas vezes, Chico pegava a xícara de café para bebericar e ficava estático, em transe, com a xícara nas mãos, no ar, próximo à boca. Nesses momentos, era claro que Chico estava vendo coisas invisíveis aos olhos de Sidnei, que olhava encantado a cena e pensava: “Chico não está aqui, não. Chico está dando suas voltas por aí!”
Noutras vezes, Chico olhava para a parede e sorria. Para Sidnei, era notório que Chico estava vendo algo que os presentes não podiam enxergar.
Ele conta que Chico era muito disciplinado e, se ele marcava a hora de chegar em casa de Chico e atrasava dez minutos, o médium, sem nenhum relógio por perto, já sabia que ele estava fora do horário combinado. Já chamava o filho e perguntava por Sidnei.
Segundo o enfermeiro, às vezes ele estava chateado com algo e, só de chegar próximo a Chico, sentia que seus problemas desapareciam. Chico não precisava de palavras.

A PARTIDA DE CHICO

Sidnei ia rigorosamente todos os dias à casa de Chico, inclusive nos finais de semana e jamais faltou um dia sequer.
No dia da final da Copa do Mundo de Futebol de 2002, sua família se reuniu em uma chácara para assistir ao jogo e convidaram Sidnei. Ele perguntou a Eurípedes se poderia se ausentar nesse dia. O filho de Chico tranquilizou-o e autorizou que fosse, mas pediu que ele não dissesse nada a Chico, para ele não ficar triste com a ausência do amigo.
— Coitados de nós, mal sabíamos que o Chico já sabia de tudo! – conta ele sorrindo.
No final da tarde daquele domingo, Sidnei estava chegando à cidade quando recebeu o telefonema de sua mãe avisando que Chico havia desencarnado.
Sidnei ficou desesperado e correu para a casa de Chico. Chegando no local, viu que Chico havia de fato partido. Ele havia pedido para se deitar, suou um pouco, teve uma leve palidez e em seguida se foi.
Sidnei não se conformava e se perguntava por que isso foi acontecer justamente no único dia em que não estava com ele.
Hoje ele crê que, por ser um profissional da área de saúde, se notasse qualquer coisa diferente em Chico, correria com ele para o hospital e iria atrapalhar seu desencarne, que aconteceu como o médium queria: em casa, perto do filho, de maneira tranquila e serena, sem pânico ou apavoramento.
Sidnei, portanto, acredita que sua ausência naquele dia foi programada por uma força maior e fazia parte do minucioso plano da partida de Chico.
Sidnei arrumou o corpo para o velório e, quando pensou em fazer um preparo especial, teve um súbito pensamento e a certeza de que isso não seria necessário, pois o médium era especial e não precisava de nada daquilo.
E realmente foi dito e feito. Foram 48 horas só de velório e os restos mortais de Chico mantiveram-se intactos.
UM ANO DEPOIS
Sidnei relata que exatamente um ano depois da sua morte, ele e algumas pessoas foram ao cemitério São João Batista, visitar a sepultura e render algumas homenagens. No término das orações, surgiu um leve vento que mexeu as folhagens do local e, juntamente com ele, um perfume maravilhoso. Para Sidnei, era a confirmação de que Chico estava no local.
Por: Claudinei Lopes.

CONFIA E ESPERA

Diante de alguma desilusão que te impulsione a perder o incentivo para o trabalho; diante da incerteza que te visite, apontando-te as tentações e os riscos que te ameacem; diante de mudanças imprevistas que te obriguem a pensar ou deliberar sem a âncora dos afetos; diante da crítica destrutiva que te induza a desistir de cooperar na oficina do bem; diante de seres amados que te deixem a sós, sem comiseração por tua sede e necessidade de companhia; diante de palavras impensadas que partem de pessoas estimáveis que te façam mergulhar no poço da amargura; diante do corpo doente e abatido que te lance o pensamento no deserto da tristeza e da insegurança;…
Mesmo nos piores e mais graves momentos, quando pesados sofrimentos te abalem os recessos da própria alma: Entrega-te à fé incondicional em Nosso Pai, refugia-te em Deus; busque sintonia com Ele e “confia e espera”.
Acredite piamente que acima de todas as tempestades e quedas, tribulações e desenganos, Deus com toda certeza te sustentará.
Em algum momento a morte do corpo físico vai reduzir ao silêncio a voz daqueles que tivemos como entes queridos, mas de nossa parte jamais nos esqueçamos deles ou deixemos de ajuda-los a qualquer momento que precisarem de nós.
(Texto extraído do Livro “Confia e Segue” de Chico Xavier/Emmanuel).

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