AS PRAGAS DO EGITO E A DEPRESSÃO

VENCER COM COMPAIXÃO

“Vencer a autocompaixão, procurando abandonar a postura de vitima e esforçando-se para recuperar o seu lugar ao sol das oportunidades de crescimento interior.
Toda vez que se refugia na autocomiseração, deixa de lutar, abandonando-se ao estágio em que se conserva como ser infeliz, quando lhe cabe superar a dificuldade e construir a vida sob nova condição.”
Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

As dez pragas do Egito e as atuais

Dom Wilson Tadeu Jönck
Arcebispo de Florianópolis
 
Os israelitas saíram do Egito só depois que o país foi atingido por dez pragas. Não sei o que os egípcios aprenderam com o castigo. O que nós podemos aprender com a “praga” coronavírus encontramos em dez “transgressões” enumeradas por Pe. Deolino Baldissera em artigo escrito durante o período de quarentena. Aproveito para transcrevê-los livremente.
1) “Quebramos a aliança com Deus e elegemos o capital como centro de nossas vidas.
2) Agredimos a natureza de modo injustificável por causa da ganância, daí produzimos o efeito estufa e suas consequências.
3) Nos iludimos com nossas conquistas científicas que facilitam a nossa vida e traz tantos benefícios, mas nos viciamos em joguinhos de computador que consomem horas e anestesiam a capacidade de pensar.
4) Esquecemos das práticas de boas relações e vizinhança porque temos que dedicar o tempo para os nossos compromissos inadiáveis.
5) Nossa vocação ao trabalho tornou-se “metas a atingir”, com horas extras e luta por posição de chefia. “Tempo é dinheiro”, geramos assim os descartáveis, especialmente idosos, crianças e jovens – estão fora do mercado.
6) Os valores das tradições foram trocados por “modernismos” que os rejeitam e não os integram.
7) O sentido da nossa vida esvaziou-se, gerando um fenômeno alarmante de “depressão” com suas consequências: suicídios, drogas e outros vícios.
8) A explosão de agressividade verificada nos diferentes níveis de convivência: na vida familiar, na vida política, nas relações internacionais disseminam ódio, egocentrismo, individualismo, sem falar na produção de armas destrutivas.
9) A indiferença globalizada tornou-se marca registrada de nosso tempo – cada um cuide de si e o resto não quero saber.
10) Nossa espiritualidade virou pneu furado, esvaziou-se, e a vida ficou ao léu, sem rumo, sem ponto de chegada”.
O retiro compulsório provocado pela ameaça do “coronavírus” é uma oportunidade para tomar consciência de como estas “escolhas negativas” se tornam o centro de nossas vidas. É preciso aprender a viver sem elas. Não são elas que garantem o sentido das nossas vidas. É hora de “endireitar as veredas”. “Deus não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva” (Ez 18,23).

AS DEZ PRAGAS DO EGITO

  1. As águas do Rio Nilo tingem-se de sangue: Toda a água do Egito foi transformada em sangue e até mesmo os rios foram contaminados, vindo a morrer todos os peixes;
  2. Rãs cobrem a terra: Esta praga surgiu após Aarão (irmão de Moisés, que o acompanhou durante todo o processo) estender a mão sobre o Egito e, sob intercessão do Deus dos hebreus, fez surgir rãs de todos os lugares;
  3. Piolhos (ou mosquitos) atormentam homens e animais: Da mesma forma que o Egito foi infestado por rãs, desta vez vieram piolhos (ou mosquitos) a encobrir a população e todos os animais. Desencadeada também após Aarão estender as mãos sobre o Egito;
  4. Moscas escurecem o ar e atacam homens e animais: Bem semelhante às anteriores, a quarta praga deixou o Egito infestado de moscas. O Faraó concordou em libertar o povo e o Senhor retirou a praga, mas assim que percebeu que a praga havia cessado, o faraó voltou atrás na sua decisão, aprisionando o povo hebreu;
  5. A morte dos animais: Desta vez Moisés estendeu a mão sobre o Egito e por ordem do Senhor surgiu uma praga nos animais em que muitos morreram e grande foi a perda para os egípcios;
  6. Pústulas cobrem homens e animais: Diante da resistência do faraó, que a cada praga aceitava libertar o povo, mas assim que elas cessavam voltava a reter os hebreus como escravos, o Senhor ordenou a Moisés e a Aarão que enchessem suas mãos de cinzas e as jogassem para os céus. Assim o fizeram e as cinzas se transformaram em úlceras em todo o Egito, tanto nos animais como nas pessoas;
  7. Chuva de granizo destrói plantações: A resistência por parte do faraó se repetiu e assim, o Senhor pediu a Moisés para estender seu cajado por todo o Egito (exceto a região onde vivia o povo escolhido, o povo a ser liberto), e foi assim que uma chuva de pedras destruiu toda a plantação;
  8. Nuvem de gafanhotos ataca plantações: Nesta praga, pela oitava vez o Senhor tocou no povo egípcio a fim de fazer justiça e libertar seu povo; enviou um vento que passou seguido de inúmeros gafanhotos devorando muito do que possuía o faraó. Mais uma vez ele cedeu, mas somente até a praga cessar;
  9. Escuridão encobre o Sol por três dias: Desta vez, todo o céu do Egito se tornou trevas e passaram dias na escuridão (menos onde estavam os filhos de Israel). O que também não foi suficiente para convencer o faraó a libertar o povo de vez, dado que era o Senhor que fazia com que o faraó não cedesse.
  10. Os primogênitos de homens e animais morrem: Esta foi a última praga, em que todos os primogênitos foram mortos, desde os animais até os servos, inclusive o filho do próprio faraó. Houve grande comoção no Egito quando por fim, após muita insistência, o faraó concordou em deixar o povo sair. De acordo com as escrituras, o faraó chegou a arrepender-se, indo atrás do povo, tentando capturá-lo de novo, porém sem sucesso, sendo que os soldados morrem afogados. Essa passagem bíblica ficou popularmente conhecida como “Deus abriu o mar vermelho”.
 

Associação das Pragas e o Julgamento dos Deuses

No âmbito religioso, a Bíblia diz que as pragas serviram para subjugar deuses egípcios específicos:

As águas do Rio Nilo tingem-se de sangue: Humilhação do deus-Nilo, Hápi. A morte dos peixes foi também um golpe contra a religião egípcia, pois certas espécies de peixes eram veneradas (Êx 7:19-21).
Rãs cobrem a terra: Humilhação da deusa-rã, Heqt. A rã é o símbolo da fertilidade e da ressurreição no conceito egípcio (Êx 8:5-14).
Piolhos (ou mosquitos) atormentam homens e animais: Humilhação ao deus Tot. Referente à invenção da magia ou das artes secretas. A praga resultou em os sacerdotes-magos reconhecerem a derrota, quando se viram incapazes de transformar o pó em piolhos (ou mosquitos), por meio da magia (Êx 8:16-19).
Moscas atacam homens e animais: Humilhação do deus Ptah, criador do universo, novamente Tot, senhor da magia (Êx 8:23,24).
A morte dos animais: Humilhação de vários deuses, tais como: Seráfis (Ápis) — deus sagrado de Mênfis do gado —, a deusa-vaca, Hator e a deusa-céu, Nut, imaginada como uma vaca, com as estrelas afixadas na sua barriga (Êx 9:4 e 7).
Pústulas cobrem homens e animais: Humilhação da deusa-rainha do céu do Egito, Neite (Êx 9:11).
Chuva de granizo destrói plantações: Humilhação dos deuses que controlam os elementos naturais; tais como: deus da água, Íris e deus de fogo, Osíris (Êx 9:13-35).
Nuvem de gafanhotos ataca plantações: Humilhação dos deuses responsáveis pela abundante colheita. O deus do ar, Xu e deus-inseto, Sebeque (Êx 10:12-15).
Escuridão encobre o Sol por três dias: Humilhação do deus principal do Egito, Rá, o deus-sol que foi escondido por trevas (Êx 10:23).
Os primogênitos de homens e animais morrem: Resultou na maior humilhação para os deuses egípcios, os governantes do Egito — que chamavam a si mesmos de deuses, filhos de Rá ou Amom-Rá (Êx 12:12).

Você só irá saber o quanto é forte…

Quando superar suas dores e sentir que venceu.
Quando pessoas disseram que você não consegue, e você mostrar o quanto é capaz.
Quando conseguir ser maior que seus problemas.
Quando olhar para trás e ver o quanto conseguiu caminhar em direção a sua vitória particular.
Quando você sentir que é invencível aos seus medos.
Quando você chegar a um ponto onde será só felicidades.
Quando vencer sua depressão, sua paúra, seus monstros interiores.
Quando aprender a orar a Deus e saber que tudo pode naquele que nos fortalece.
Quando testarem suas forças, seus desejos, sua capacidade de amar mesmo não sendo amado.
Quando você enxergar apenas seu ponto de chegada não olhando o quanto caminhou mas sim o quanto falta para chegar.
Quando você, mesmo que as adversidades lhe chegarem ao seu extremo saber que não será isso que o deterá.
Quando você acreditar em você, quando souber que nada pode parar a sua capacidade de continuar mesmo que possa doer em suas decisões.
Quando você ao chegar em sua vitória, olhar para traz e dizer eu venci pelos meus méritos.
Quando você decidir ouvir seus pensamentos, seus instintos e ter a certeza de que está no caminho certo.
Quando tiver a certeza de que Deus está no controle de nossas vidas pois somos centelhas dele então saberemos que tudo podemos desde que não tenhamos dúvidas de nossas vitórias.
ALOÍZIO LIBUTTI FILHO

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