Eu sou Alegre
Eu não sou feliz, eu sou alegre. Há uma diferença.
Uma mulher feliz não tem necessidades.
Uma mulher alegre as tem, mas aprendeu
a lidar com elas.
Beverly Sills
A Realeza de Jesus
4 – O reino de Jesus não é deste mundo. Isso todos compreendem. Mas sobre a Terra ele não terá também uma realeza? O título de rei nem sempre exige o exercício do poder temporal. Ele é dado, por consenso unânime, aos que, por seu gênio, se colocam em primeiro lugar em alguma atividade, dominando o seu século e influindo sobre o progresso da humanidade. É nesse sentido que se diz: o rei ou o príncipe dos filósofos, dos artistas, dos poetas, dos escritores, etc. Essa realeza, que nasce do mérito pessoal, consagrada pela posterioridade, não tem muitas vezes maior preponderância que a dos reis coroados? Ela é imperecível, enquanto a outra depende das circunstâncias; ela é sempre abençoada pelas gerações futuras, enquanto a outra é, às vezes, amaldiçoada. A realeza terrena acaba com a vida, mas a realeza moral continua a imperar, sobretudo, depois da morte. Sob esse aspecto, Jesus não é um rei mais poderoso que muitos potentados? Foi com razão, portanto, que ele disse a Pilatos: Eu sou rei, mas o meu reino não é deste mundo.
O Evangelho Segundo o Espiritismo
por ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires
Estudando a Felicidade
Observa o que desejas e o que fazes, a fim de que ajuízes, com segurança, sobre a felicidade que procuras.
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Certifiquemo-nos de que a alegria possui igualmente diversos níveis e de que nos compete, acima de tudo, cultivar a devoção aos valores amplos e substanciais que possam sobreviver conosco na Vida Maior.
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No mundo, a felicidade varia com a posição das criaturas e se buscamos o Cristo por nosso mestre é indispensável saibamos conquistar o nosso estímulo de viver no clima do Sumo Bem.
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Há pessoas que se contentam com o exclusivo reconforto de comer, dormir e procriar, guardando assim tão somente a felicidade que os seres mais simples cultuam nas linhas inferiores da natureza.
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Vemos espíritos atilados no cálculo que apenas se comprazem, amontoando ouro ou utilidades, com desvantagem para os semelhantes, estabelecendo, desse modo, para si mesmos a felicidade dos loucos.
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Anotamos companheiros da Humanidade que somente se rejubilam com a exibição de títulos suntuários, na ordem social ou econômica, cristalizando-se na vaidade ou no orgulho que lhes facilitam a espetacular descida para a morte, forjando, dessa maneira, em prejuízo deles próprios, a felicidade dos tolos.
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Identificamos irmãos que apenas se honram na crueldade, sorrindo com o alheio infortúnio e alardeando compaixão que não sentem, construindo para si mesmos a felicidade dos que se instalam no purgatório da própria consciência.
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A felicidade cristã, no entanto, é diferente. Nasce da alegria que venhamos a semear para os outros, desenvolve-se no bem infatigável, frondeja no espírito de serviço, floresce na esperança e frutifica no sacrifício daquele que se oferece para a materialização da felicidade geral.
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Não te demores no prazer que hoje te suscita gargalhadas para cerrar-se amanhã em amargosa penitência.
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Procuremos a felicidade de Jesus, que ainda não está completamente neste mundo, para que este mundo se levante para a felicidade perfeita.
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Para isso, não desdenhes a tua cruz, porque somente através do desempenho de nossas obrigações na prática do bem é que encontraremos a nossa verdadeira vitória.
XAVIER, Francisco Cândido. Dinheiro. Pelo Espírito Emmanuel. IDE. Capítulo 9.
Teoria e prática
O conhecimento liberta da ignorância.
Todavia, somente a sua aplicação liberta do sofrimento.
Há uma expressiva diferença entre a teoria e a prática, em todos os segmentos da Humanidade.
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A teoria ensina. Porém, a prática afere-lhe o valor.
Não basta saber. É imprescindível utilizar o que se conhece.
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O conhecimento, em verdade, amplia os horizontes do entendimento. Não obstante, a sua aplicação alarga as paisagens da vida.
A mente conhecedora deve movimentar as mãos no uso desses valiosos recursos.
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O conhecimento de importância é aquele que pode mover essas conquistas em favor do bem do seu possuidor, assim como do meio social onde este se encontra.
Nula é a informação que não produz bênçãos, nem multiplica as disposições da pessoa para a ação útil.
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Conhecendo, saberás que a tua renúncia auxilia a comunidade, sem que esperes a abnegação dos outros a teu benefício.
O conhecimento superior estimula à imediata atividade.
Acumular informações sem finalidade prática, transforma-se em erudição egoísta, que trabalha em benefício da presunção.
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Tens a obrigação de conhecer para viver. Simultaneamente, deves viver praticando os salutares esclarecimentos que armazenas, contribuindo para uma existência realizadora, humana e feliz.
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Quando leias, exercita a praticidade do contributo cultural que assimilas.
O tempo urge, e as oportunidades de aplicação constituem tuas chances de progresso como de paz.
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Conta-se que célebre monge budista, estudando algumas suras, descobriu que se não devia utilizar da pele de animais para conforto pessoal.
De imediato, levantou-se do catre e dali retirou o couro de um urso que lhe servia de apoio macio sobre as ripas da enxerga áspera.
Prosseguindo a leitura, porém, encontrou assinalado que, no entanto, se poderia usar a pele dos animais, quando se estivesse enfermo, esquálido ou envelhecido, a fim de ter diminuídas as penas e dores.
Ato contínuo, tomou da mesma com respeito, colocou-a no lugar de onde a retirara, sentou-se sobre ela e continuou a ler…
Conhecimento que se não transforma em utilidade, pode ser qual “sepulcro caiado por fora”, ocultando vermina e morte por dentro, responsáveis pelo bafio do orgulho e da ostentação.
FRANCO, Divaldo Pereira. Momentos de Felicidade. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 4.ed. LEAL, 2011. Capítulo 17.
Convite à Felicidade
“O meu reino não é deste mundo.”
(João: capítulo 18º, versículo 36.)
Desnecessária a fortuna a fim de frui-la.
Secundária a juventude de modo a gozá-la.
Dispensável o poder para experimentá-la.
A felicidade independe dos valores externos, sempre transitórios, sem maior significação, além daquela que se lhes atribuem
Quando na velhice, o homem repassa as evocações, os sucessos e lamenta a juventude vencida.
Na enfermidade, considera os tesouros da saúde e sofre-lhe a ausência.
Diante da constrição da pobreza lembra as dádivas das moedas e experimenta amargura por não as possuir.
Sob condições de dependência, padece não ser forte no mundo dos negócios ou da política, deixando-se afligir desnecessariamente.
Acicatado por problemas morais, angustia-se ao verificar o júbilo alheio daqueles que transitam guindados a situações de destaque ou exibindo sorrisos de tranqüilidade.
Isto por ignorar o testemunho de aflição que cada um deve doar no panorama da evolução inadiável, de que ninguém se pode eximir.
Felicidade é construção demorada, que se realiza interiormente a tributo de laboriosa ação sacrificial.
Sem características externas, a seu turno, quando invade o ser, exterioriza-se qual luz brilhante aprisionada em redoma de delicado cristal…
Mesmo quando o homem consegue adicionar a juventude, o poder, a fortuna e a saúde aparente a felicidade não está implicitamente com ele.
Por essa razão, lecionou Jesus que o Seu Reino não é deste mundo, como a corroborar que a felicidade não pode ser encontrada na Terra, por ser ainda o Orbe o domicílio expiatório e de provações onde todos forjamos a felicidade real, que virá só futuramente.
Realiza o teu quinhão de dever com devotamento e faze sempre o melhor a fim de que o aplauso da consciência tranqüila te conduza ao pórtico da felicidade real.
Não te exasperes face à desdita aparente. Nem te apegues ao júbilo momentâneo também ilusório.
De tudo e todos os estados retira o proveito da aprendizagem e, assim fazendo, a pouco e pouco perceberás que a felicidade é conseqüência da auto-iluminação libertadora, como decorrência do amor exercido em plenitude fraternal.
FRANCO, Divaldo Pereira. Convites da Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 23.
Questões 920 a 923 – A Felicidade na Terra
Respostas dos guias espirituais para Allan Kardec no Livro dos Espíritos.
920. Pode o homem gozar de completa felicidade na Terra?
“Não, por isso que a vida lhe foi dada como prova ou expiação. Dele, porém, depende a suavização de seus males e o ser tão feliz quanto possível na Terra.”
921. Concebe-se que o homem será feliz na Terra, quando a Humanidade estiver transformada. Mas, enquanto isso se não verifica, poderá conseguir uma felicidade relativa?
“O homem é quase sempre o obreiro da sua própria infelicidade. Praticando a lei de Deus, a muitos males se forrará e proporcionará a si mesmo felicidade tão grande quanto o comporte a sua existência grosseira.”
Comentário de Allan Kardec:
Aquele que se acha bem compenetrado de seu destino futuro não vê na vida corporal mais do que uma estação temporária, uma como parada momentânea em péssima hospedaria. Facilmente se consola de alguns aborrecimentos passageiros de uma viagem que o levará a tanto melhor posição, quanto melhor tenha cuidado dos preparativos para empreendê-la. Já nesta vida somos punidos pela infrações, que cometemos, das leis que regem a existência corpórea, sofrendo os males consequentes dessas mesmas infrações e dos nossos próprios excessos. Se, gradativamente, remontarmos à origem do que chamamos as nossas desgraças terrenas, veremos que, na maioria dos casos, elas são a conseqüência de um primeiro afastamento nosso do caminho reto. Desviando-nos deste, enveredamos por outro, mau, e, de conseqüência em conseqüência, caímos na desgraça.
922. A felicidade terrestre é relativa à posição de cada um. O que basta para a felicidade de um, constitui a desgraça de outro. Haverá, contudo, alguma soma de felicidade comum a todos os homens?
“Com relação à vida material, é a posse do necessário. Com relação à vida moral, a consciência tranquila e a fé no futuro.”
923. O que para um é supérfluo não representará para outro, o necessário, e reciprocamente, de acordo com as posições respectivas?
“Sim, conformemente às vossas idéias materiais, aos vossos preconceitos, à vossa ambição e às vossas ridículas extravagâncias, a que o futuro fará justiça, quando compreenderdes a verdade. Não há dúvida de que aquele que tinha cinqüenta mil libras de renda, vendo-se reduzido a só ter dez mil, se considera muito desgraçado, por não mais poder fazer a mesma figura, conservar o que chama a sua posição, ter cavalos, lacaios, satisfazer a todas as paixões, etc. Acredita que lhe falta o necessário. Mas, francamente, achas que seja digno de lástima, quando ao seu lado muitos há, morrendo de fome e frio, sem um abrigo onde repousem a cabeça? O homem criterioso, a fim de ser feliz, olha sempre para baixo e não para cima, a não ser para elevar sua alma ao infinito.” (ver questão 715)
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 76.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1995.
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