AUTO ESTIMA – ANSIEDADES – AUTOCONHECIMENTO

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Viver sem Você

Faz a tua ausência para que alguém sinta a tua falta.
Mas não prolongue demais para que esse alguém
não sinta que pode viver sem você.
Flóra Cavalcanti

reino de deus
https://youtu.be/wbruf8Y4wmI

” Menos ansiedade, mais serenidade !

“Observa com cuidado e verás a multidão aturdida, agressiva, estremunhada, que te parece antipática e infeliz. Em realidade, é constituída de pessoas como tu mesmo, fugindo para lugar nenhum, sem coragem para o auto-enfrentamento.”
Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

broboleta nas mãos

Oração para Libertar-se da Ansiedade

Senhor, só tu conheces o meu coração, por isso, com fé e humildade, peço-te a graça de aprender a lan­çar sobre ti as minhas ansiedades e preocupações.
Quero me abandonar em teus braços, confiar e aguardar serenamente a tua ação em minha vida!
Guarda meus pensamentos, sentimentos e meus sentidos para que eu não tenha tanta preocupação.
Ajuda-me a manter minha mente centrada no que é bom para mim e para o teu Reino. Santifica-me, para que eu possa ser uma pessoa cheia do Espírito Santo, irradiando serenidade, calma e paz!
Dá-me forças para que eu possa manter minhas emoções e pensamentos firmes na confiança em Deus.
Senhor, agradeço porque sei que estás cuidando de mim. Vou procurar seguir cada passo que me mostrares ser necessário para que teu plano se cumpra na minha vida. Confio em ti e em tua Palavra. Entrego-te todas as minhas ansiedades e preocupações. Cura-me de toda preocupação excessiva! Confio e espero em ti.

Amém.

“Protege-me, ó Deus: em ti me refugio”

Autor desconhecido

milagres defelicidade

Aborto

“Não matarás”. (Êxodo, 20:13)

Aborto é a interrupção da gravidez, com a conseqüente morte do produto da concepção. Segundo projeções estatísticas, cerca de 10 a 12% de todas as gestações terminam em aborto espontâneo. A legislação penal brasileira considera o aborto voluntário como infração penal, nos seguintes casos: aborto provocado pela gestante; aborto provocado por terceiro, sem o consentimento da gestante; e aborto provocado por terceiro, com o consentimento da gestante.
O aborto voluntário somente é permitido, pela legislação penal brasileira, nos casos de perigo de vida para a gestante e nos casos de estupro. A Doutrina Espírita admite o aborto apenas em uma situação: na hipótese de a gravidez representar perigo para a vida da gestante (LE, 359). No caso do estupro, deve ser preservado o direito do inocente que está para nascer. Se a mãe não desejar o fruto daquele relacionamento espúrio (ilegítimo), que dê a luz à criança e depois a entregue para adoção, se conseguir. Não é raro acontecer que a mãe termine apegando-se amorosamente à criança, a princípio rejeitada, que geralmente se transforma em arrimo (suporte) material e moral da mãe nos dias de sua velhice. Geralmente, o estupro, sendo resultante da lei de causa-e-efeito, representa uma expiação para a mãe e para os familiares, que terão uma grande oportunidade de superar, juntos, as dificuldades e os sofrimentos.
Em 1980, calculava-se que se praticava, no Brasil, cerca de um milhão de abortos por ano. Segundo estimativas de 1991, esse índice teria subido para cerca de cinco milhões de abortos por ano. Note-se que tais dados foram tomados com base no internamento ou morte da gestante. Acredita-se, por isso, que o número de abortos praticados seja muito maior do que se pensa.
Na Europa, o problema assume níveis catastróficos. Todos ou quase todos os países da Europa já aprovaram leis permissivas do aborto, sob a alegação de que a vida começa com o nascimento e não na concepção (fecundação ou união do esperma com o óvulo) e que cabe à mulher dispor sobre o seu próprio corpo.A Itália detém o recorde de crescimento negativo da população. Isso causa problemas econômicos, em face do envelhecimento da maioria aposentada, sem o correspondente crescimento da massa trabalhadora e conseqüente respaldo da contribuição previdenciária, incluindo o consumo e o serviço militar.
Entretanto, nem tudo que é legal é moral. O aborto é um ato de covardia, um assassinato praticado contra uma criatura indefesa. Pior que isso, é um crime contra a Natureza, uma vez que o direito de nascer é de Procedência Divina. Não cabe a criatura alguma a faculdade de obstar esse direito, extinguindo a vida de um ser em formação. A vida é um bem indisponível, da qual somos meros usufrutuários (ver item 7.4.4).
A união do Espírito ao corpo inicia-se no momento da fecundação, mas só se completa por ocasião do nascimento (LE, 344; OQE, p. 197). Portanto, desde o início da gestação, já há um Espírito ligado ao ovo. O abortamento significa a sua expulsão de forma violenta, portanto um crime, pelo qual respondem os que praticam a decisão de efetivá-lo e os que o executam (LE, 357 e 358).
No Velho Testamento, o mandamento da lei moral ainda em vigor preconiza o “não matarás”. Com que direito então vamos condenar um inocente, que tem o mesmo direito à vida que nós encarnados?
O aborto frustra o trabalho de verdadeiras equipes espirituais que se coordenam no esforço abnegado para o êxito do processo reencarnatório.
Às vezes, a criatura a ser abortada pode ser um missionário que deveria reencarnar para cumprir uma tarefa essencial à humanidade, como foi o caso de Bethoven, cujos quatro irmãos mais velhos nasceram todos com problemas sérios de saúde, mas nem por isso sua mãe consentiu com a proposta indecente de aborto do quinto filho, que veio a trazer uma contribuição inestimável para o mundo, no campo da música, que é a linguagem da alma (OP, Feb, p. 174-185). Independente da missão a ser desenvolvida pelo Espírito, uma vez que todo ser tem uma tarefa a cumprir na sociedade, por mais simples que seja (LE, 573), o aborto deve ser evitado.
Mesmo diante da possibilidade de o filho nascer com deformidades físicas, como, por exemplo, no caso da hidrocefalia (presença anormal de líquido no cérebro) e da anencefalia (ausência do cérebro físico), a Doutrina Espírita não recomenda o aborto, que, muitas vezes, é autorizado, inadvertidamente, por magistrados desconhecedores das leis naturais em estudo. Não há acaso no processo reencarnatório, pois as leis divinas obedecem a um planejamento, tendo em vista a reeducação e a felicidade das criaturas. Na maioria das vezes, as deformidades físicas fazem parte do programa expiatório(1) do reencarnante. Interromper a gravidez, nestas condições, é impedir o resgate do Espírito e dos próprios pais, que igualmente não sofrem em vão ou imerecidamente.
É muito mais sensato enfrentar a gravidez, em qualquer situação, do que praticar um crime dessa natureza. Além da consciência tranqüila, os pais receberão a ajuda necessária do Criador para cumprir o seu papel (ver item 7.3.4).
Desde que as criaturas se permitem a comunhão sexual, é justo que se submetam ao tributo da responsabilidade do ato livremente praticado.
Várias são as causas do aborto. Excetuada a questão de o nascimento representar perigo à vida da mãe, a raiz do mal estará sempre no egoísmo, no materialismo e na ignorância. Muitas criaturas optam pela prática do aborto por questões de vaidade. Há relatos médicos, informando que certas mulheres pedem o aborto por questões estéticas, outras por questões relacionadas ao prazer sexual, escolha do sexo da criança etc. O preconceito da família e da sociedade contra as mães solteiras, principalmente as jovens inexperientes, também tem contribuído para aumentar as estatísticas do aborto.
É importante o controle da natalidade, mas deve ser feito sem violentar o direito de outrem. É preferível evitar a gravidez por meio de métodos contraceptivos, com acompanhamento médico, do que praticar o aborto, quando uma vida palpita plena de esperança, no seio materno.
Na maioria das vezes, a violência contra o feto gera ódio e revolta, que se estende por longos períodos, conduzindo a processos obsessivos de difícil solução (item 7.3.3).
O aborto criminoso produz na organização perispirítica da mulher, isto é, no perispírito, matriz do corpo físico, grande traumatismo, desequilibrando as funções de determinados centros vitais, principalmente o centro genésico (item 5.3.3.2), afetando os órgãos reprodutores femininos, cujos efeitos podem se fazer sentir em mais de uma encarnação.
Se o Espírito abortado for vingativo, inconformado com a oportunidade que lhe foi subtraída de retornar à vida física, imanta-se aos centros vitais da mãe e tudo faz para subjugá-la à sua vontade, enfraquecendo- lhe as resistências psicofísicas e emocionais, podendo, em alguns casos, levá-la à demência ou ao suicídio.
O jurista Ives Gandra da Silva Martins, em artigo contrário ao aborto, transcreveu trechos de uma sentença proferida pela Suprema Corte dos EUA em 1857, ano em que surgiu na França O Livro dos Espíritos. Sete dos nove magistrados votaram a favor da tese de que o negro não era uma pessoa humana e, como tal, pertencia ao seu “dono”. “Mesmo que possua um coração e um cérebro e seja tido biologicamente como humano – decidiu o Tribunal – um escravo não é pessoa perante a lei”. Por conseguinte, podia-se comprar, vender e matar os escravos, como se fossem coisas. Por volta do século V, discutia se a mulher tinha alma ou não.
Atualmente, estes argumentos parecem uma piada de mau gosto. Isso comprova que o desenvolvimento intelectual, tecnológico e econômico, próprio dos países do chamado Primeiro Mundo, nem sempre está de acordo com o avanço moral que se espera de uma nação civilizada (LE, 751) e que as transitórias leis humanas, ao contrário das divinas, são mutáveis e apropriadas a cada época.
Apesar disso, naquele mesmo país (Estados Unidos da América), a Suprema Corte admitiu o aborto, em 22.01.1973, sob alegação de que o feto não era pessoa e como tal detentora de direitos, o que demonstra o desconhecimento das leis espirituais que regem a vida humana.
O ginecologista norte-americano Dr. E. Nathanson, ex-diretor da maior clínica abortista do mundo, que praticou, pessoalmente, cerca de 5.000 abortos e supervisionou outros 60.000, felizmente, reconheceu o seu lamentável engano, confessando, inclusive, os métodos desleais e criminosos com que eram manipuladas e fraudadas as pesquisas, nos Estados Unidos, para o efeito de sensibilizar a opinião pública e o Congresso, para obter a aprovação de leis abortivas.
Esse arrependimento se deu depois que ele se especializou em fetologia e pôde constatar, cientificamente, que o feto é uma criatura humana e não apenas um amontoado de carne. Com o desenvolvimento da Medicina, pela ecografia(2), foi possível realizar a filmagem do comportamento do feto, no momento da prática abortiva.
Graciela Fernández Raineri, no livreto “Deixem-me viver”(3), com base nas experiências narradas pelo Dr. Nathanson, descreveu a reação de um ser indefeso e encurralado no útero materno, no momento do aborto:
“Vi o filme médico ‘O Grito Do Silêncio’, apresentado pelo doutor E. Nathanson, famoso médico ex-abortista norte-americano. Ele mostra, mediante uma ecografia realizada na mãe no momento do abortar, o que sucede com esse ser que – apenas agora se sabe com certeza científica – já tem todas as características próprias da vida humana: capacidade sensitiva à dor, ao medo e apego à vida. Ao vê-lo, acreditei ser uma obrigação social divulgá-lo, porque todos (sobretudo as mães) têm o direito de saber o que realmente sucede em um aborto.
Em instantes prévios à operação abortiva, se vê o feto (neste caso verídico, de doze semanas) com movimentos calmos, colocando o polegar na boca de vez em quando, totalmente tranqüilo nesse ambiente de paz, como é o claustro materno. Ao introduzir o abortista no útero o primeiro elemento metálico procurando a bolsa amniótica para seu rompimento, o novo ser perde seu estado de tranqüilidade. Seu coração se acelera enquanto tenta movimentos nervosos de mudança de lugar. A bolsa é rota e se introduz o instrumento de aspiração. É notório que nenhum dos elementos metálicos tocou ainda no feto e, no entanto, ele pressente algo anormal e terrível próximo a lhe suceder, porque agora muda de lugar em um ritmo enlouquecido para os lados e para cima, em um desesperado intento de escapar. Seu ritmo cardíaco se eleva mais ainda. Quando o metal já está quase a tocá-lo, encolhe todo o seu corpinho até o limite superior do útero e sua boca se abre desmesuradamente. Aqui é alcançado pela aspiradora, que desde suas extremidades inferiores o vai succionando e até o destroçando, até ficar somente a cabeça, que não passa pelo conduto de aspiração. Esta é triturada, então, com uma espécie de tenaz que vai retirando os pedaços do que foi um ser humano aterrorizado, que ainda mesmo sob tamanha desigualdade de condições, fez o impossível para não morrer e, no instante final, abrindo sua boca ao máximo, como um último intento de expressão humana – ainda desconhecida e prematura, porém sem dúvidas com o instinto de sua natureza -, de pedir auxílio… a quem?
Eu, pessoa humana, que ascendi à maravilhosa realidade da vida e posso gritar e expressar minha vontade, empresto hoje minha voz a todos esses seres humanos que, ao serem abortados, quiseram gritar solicitando a vida, abrindo sua boca, porém… ainda não tinham voz! Não é um atitude pessoal subjetiva. Investiguem vocês. É científica e humanamente real. Em nome de todos esses inocentes, eu peço a quem competir que projete este filme nos últimos anos secundários de todos os colégios de mulheres e homens, nas universidades etc., a fim de que se faça conhecer por todos os meios isto que faz a própria essência da pessoa humana; seu inalienável direito à vida”. (Destacamos).
Atualmente, as técnicas modernas permitem inclusive o tratamento das enfermidades do feto no interior do útero, o que acentua ainda mais o direito à preservação da vida, a partir da fecundação.
Aquelas criaturas que já praticaram o aborto ou foram por ele responsáveis não devem se traumatizar ante estas notícias. O grau de culpabilidade é maior ou menor, de acordo com a consciência do ato. Não que possamos invocar o desconhecimento das leis divinas para nos eximirmos de nossas responsabilidades, pois nesses casos o rigor das Leis divinas é atenuado. Não! Mas, o arrependimento sincero e a vontade poderosa de reparar o erro permite à criatura reabilitar-se ante as Leis Divinas, porque Deus é, acima de tudo, Misericórdia, Bondade e Justiça infinitas.
O primeiro passo é arrepender-se sinceramente do que fez, para não mais reincidir no mesmo erro; depois, procurar fazer o bem da forma como puder, como, por exemplo, auxiliando outras crianças, através da adoção direta ou indireta(4), ou por qualquer outro meio lícito.
Enfim, praticar a Caridade como quiser e puder, porque “o amor cobre a multidão de pecados” (I, PEDRO, 4:8), isto é, o bem praticado hoje neutraliza os efeitos do mal cometido ontem.
Nota sobre o Artigo e seu Autor: O artigo acima está no livro ainda não publicado, o qual é também de autoria de Christiano Torchi, advogado e dedicado trabalhador da causa espírita em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, o qual tem como título (ainda provisório) Introdução ao Conhecimento da Doutrina Espírita.
Referências:
1. Programa expiatório é o planejamento das dificuldades e sofrimentos pelos quais o Espírito terá de passar, como forma de iniciar o processo que antecede a reparação dos erros cometidos.
2. Ecografia ou ultrassonografia é um exame complementar (auxiliar) no qual se visualiza os órgãos internos através de imagens indiretas. Funciona como um radar de submarino ou avião. O aparelho emite sons de alta freqüência e os recebe de volta. Dependendo da distância e do tamanho dos elementos a serem examinados se obtêm diferentes tons cinza ou colorido, conforme o tipo de aparelho utilizado.
3. 1994, janeiro, p. 20-21.
4. A adoção indireta é uma forma de auxiliar as famílias carentes ou as mães solteiras a criarem seus filhos, colaborando para que tenham uma vida mais digna.
Christiano Torchi. Retirado do Boletim GEAE Número 479 de 3 de agosto de 2004.

auto-enfrentamento joanna de ângelis
noite tranquila e serena

Necessidade da encarnação

É um castigo a encarnação e somente os Espíritos culpados estão sujeitos a sofrê-la?

A passagem dos Espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam cumprir, por meio de uma ação material, os desígnios cuja execução Deus lhes confia. É-lhes necessária, a bem deles, visto que a atividade que são obrigados a exercer lhes auxilia o desenvolvimento da inteligência. Sendo soberanamente justo, Deus tem de distribuir tudo igualmente por todos os seus filhos; assim é que estabeleceu para todos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de proceder. Qualquer privilégio seria uma preferência, uma injustiça. Mas, a encarnação para todos os Espíritos, é apenas um estado transitório. E uma tarefa que Deus lhes impõe, quando iniciam a vida, como primeira experiência do uso que farão do livrearbítrio. Os que desempenham com zelo essa tarefa transpõem rapidamente e menos penosamente os primeiros graus da iniciação e mais cedo gozam do fruto de seus labores. Os que, ao contrário, usam mal da liberdade que Deus lhes concede retardam a sua marcha e, tal seja a obstinação que demonstrem, podem prolongar indefinidamente a necessidade da reencarnação e é quando se torna um castigo. – S. Luís. (Paris, 1859.)
NOTA. – Uma comparação vulgar fará se compreenda melhor essa diferença. O escolar não chega aos estudos superiores da Ciência, senão depois de haver percorrido a série das classes que até lá o conduzirão. Essas classes, qualquer que seja o trabalho que exijam, são um meio de o estudante alcançar o fim e não um castigo que se lhe inflige. Se ele é esforçado, abrevia o caminho, no qual, então, menos espinhos encontra. Outro tanto não sucede àquele a quem a negligência e a preguiça obrigam a passar duplamente por certas classes. Não é o trabalho da classe que constitui a punição; esta se acha na obrigação de recomeçar o mesmo trabalho.
Assim acontece com o homem na Terra. Para o Espírito do selvagem, que está apenas no início da vida espiritual, a encarnação é um meio de ele desenvolver a sua inteligência; contudo, para o homem esclarecido, em quem o senso moral se acha largamente desenvolvido e que é obrigado a percorrer de novo as etapas de uma vida corpórea cheia de angústias, quando já poderia ter chegado ao fim, é um castigo, pela necessidade em que se vê de prolongar sua permanência em mundos inferiores e desgraçados. Aquele que, ao contrário, trabalha ativamente pelo seu progresso moral, além de abreviar o tempo da encarnação material, pode também transpor de uma só vez os degraus intermédios que o separam dos mundos superiores.
Não poderiam os Espíritos encarnar uma única vez em determinado globo e preencher em esferas diferentes suas diferentes existências? Semelhante modo de ver só seria admissível se, na Terra, todos os homens estivessem exatamente no mesmo nível intelectual e moral. As diferenças que há entre eles, desde o selvagem ao homem civilizado, mostram quais os degraus que têm de subir. A encarnação, aliás, precisa ter um fim útil. Ora, qual seria o das encarnações efêmeras das crianças que morrem em tenra idade? Teriam sofrido sem proveito para si, nem para outrem. Deus, cujas leis todas são soberanamente sábias, nada faz de inútil. Pela reencarnação no mesmo globo, quis ele que os mesmos Espíritos, pondo-se novamente em contacto, tivessem ensejo de reparar seus danos recíprocos. Por meio das suas relações anteriores, quis, além disso, estabelecer sobre base espiritual os laços de família e apoiar numa lei natural os princípios da solidariedade, da fraternidade e da igualdade.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 4. Itens 25 e 26.

quem ama

A Paisagem Humana do Sofrimento

Para onde direciones o olhar detectarás o sofrimento humano presente, realizando o seu mister de burilamento dos Espíritos.
Não que a Terra seja um lôbrego hospital, onde somente se encontram as aflições.
Há bênçãos que se manifestam sob muitos aspectos, incluindo, é claro, a dor, que desempenha relevante papel no processo evolutivo dos seres.
Na sua condição de escola de aprimoramento moral, a dor realiza um labor de fundamental importância para a educação do Espírito.
Face à rebeldia que predomina na natureza humana, as propostas edificantes e iluminativas nem sempre recebem a consideração que lhes deve ser oferecida.
E quando isso acontece as Soberanas Leis recorrem aos impositivos disciplinadores, entregando o calceta aos métodos de recuperação com caráter de severidade.
Estabelecem-se, então, os programas de sofrimento purificador.
Felizmente, o conhecimento da realidade espiritual proporciona os recursos hábeis para os enfrentamentos necessários à transformação moral.
Ignorando-se a lógica da evolução, é compreensível que o quadro reeducativo transforme-se em cárcere punitivo ou fenômeno de castigo, levando o rebelde a situações deploráveis que somente as expiações severas logram equilibrar.
Desse modo, ninguém surpreenda-se ao considerar grande parte da sociedade como um grupo de excelentes artistas que dissimulam as emoções e ocorrências menos felizes, dando a impressão de que a sua existência transcorre em calmaria e júbilos incessantes.
Ninguém, no mundo físico, existe, que se encontre indene ao sofrimento.
Enquanto uns iludem-se por algum tempo, dando a impressão de que são invulneráveis à dor, outros estorcegam no desespero, máscara retirada do rosto e marcas profundas de aflição macerando sem cessar…
A dor é, sem dúvida, uma educadora sublime e incompreendida, cuja missão é tornar felizes os desventurados, desde que, em razão do fustigar dos seus acúleos, a consciência desperta para as finalidades sublimes da vida.
Sob disfarces variados ou desnudado, o sofrimento campeia, conduzindo as mentes distraídas à reflexão inevitável.
Este indivíduo trabalha no bem e supõe-se credor somente das bênçãos da saúde e das benesses materiais. Aquele outro, oferece sacrifícios e cumpre promessas na tentativa de subornar a Divindade que o isentaria do sofrimento.
Vãos comportamentos esses, porque a ação do bem, sob qualquer aspecto considerada, faz-lhe bem, edifica-o, mas não o impede de vivenciar as experiências aflitivas encarregadas da aferição dos valores morais…
Observas, quase com inveja, os outros que galvanizam as massas, que desfilam no pódio da fama, e ignoras os conflitos em que se debatem, a intranquilidade em que passeiam a beleza, o poder, as glórias, todas ilusórias…
Os deuses do sexo recebem aplausos em toda parte, exibem os dotes eróticos que desenvolvem, acumulam somas monetárias expressivas, sofrendo em silêncio abandono e abusos de toda ordem, e lamentas a tua ausência de idênticos atrativos…
Não sabes, porém, o quanto de solidão os assinala, quanto são explorados por outros que lhes concedem migalhas, o vazio existencial que experienciam…
Os astros dos esportes de massas que atingem o máximo e têm tudo, bem jovens ainda, insatisfeitos e aturdidos, mergulham no alcoolismo, na drogadição, nas depressões profundas…
Não é tua a dor, que somente a ti pertence…
Jesus, que é o Excelente Filho de Deus, sem qualquer débito perante a Consciência Cósmica, elegeu no sofrimento acerbo, que não culminou na crucificação, pois que prossegue até hoje incompreendido, ensinando-nos resignação ante os aparentes infortúnios e proporcionando coragem diante das vicissitudes a que todos são chamados…
Não te intoxiques com as queixas e reclamações ante os teus testemunhos.
Poupa o teu próximo das tuas lamúrias, porque a dor é tua, mas também é de todos, pois que aqueles que eleges para narrar as dores também carregam pesados fardos, que vão procurando conduzir com elevação.
Não creias que aquele que te aconselha viva em privilégio. A sabedoria com que te orienta haure-a no eito da aflição mantida com dignidade.
Se conheces a reencarnação, sabes que todo efeito provém de causa equivalente e que, portanto, todas as ocorrências fazem parte do roteiro iluminativo de todos os seres.
Consciente e conhecedor das Leis da Vida, alegra-te com o ensejo de crescer e de sublimar-te, avançando com coragem e destemor estrada afora, cantando o hino de louvor e de reconciliação.
Agradece a Deus a oportunidade que te é oferecida para a recuperação moral e espiritual, cultivando o sentimento de paz, que tem função terapêutica no teu calvário, menos afligente, às vezes, do que o daquele a quem recorres buscando auxílio.
O Espiritismo não é o mensageiro da eliminação do sofrimento. Antes é o consolador que te oferece recursos hábeis para que superes todo e qualquer conflito, amargura, provação, construindo o futuro melhor que te espera…
A tempestade que vergasta a floresta é a responsável pelas futuras vergônteas exuberantes que se pejarão de flores e de frutos.
O mesmo ocorre contigo.
Tem paciência e nunca desistas da luta, nem te consideres perseguido pela Justiça Divina.
A paisagem humana é abençoado rincão do processo evolutivo, pelo Pai oferecido ao Espírito que necessita desenvolver a sublime chama que lhe arde no íntimo.
Renova-te sempre e sem cessar, fazendo que cardos sejam flores e feridas purulentas convertam-se em condecorações de luz.
Bendize as tuas dores e transforma as lágrimas de agora em futuras pérolas de incomparável beleza, com que te coroarás ao término da jornada, vitorioso sobre a noite da aflições…
Franco, Divaldo Pereira. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Psicografia de Divaldo Pereira Franco, em 21 de novembro de 2011,no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.

boa noite melhorias

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