implantar o reino de deus dentro dos nossos corações

O REINO DE DEUS DENTRO DE NÓS – JESUS

PARÁBOLA DA FIGUEIRA ESTÉRIL

“Pela manhã, ao voltar Jesus à cidade, teve fome. E vendo uma figueira à beira do caminho, dela se aproximou, e não achou nela senão folhas; e disse-lhe: Nunca jamais nasça de ti frutos, no mesmo instante secou a figueira.
E vendo isto os seus discípulos maravilharam-se e perguntaram: Como é que repentinamente secou a figueira? Respondeu-lhes Jesus: Em verdade vos digo que se tiverdes fé e não duvidardes, fareis não só o que foi feito à figueira, mas até se disserdes a este monte:
Levanta te e lança-te ao mar, isto será feito; e tudo o que, com fé, pedirdes em vossas orações, haveis de receber.”
(Mateus, XXI 18-22. – Lucas, XIII, 6-9.)

Magnífica parábola! Estupendo ensinamento! Qual lições aprendemos nestes poucos versículos do Evangelho!
Se encararmos a narrativa pelo lado científico, observaremos a morte de uma árvore em virtude de uma grade descarga de fluidos magnéticos, que imediatamente secaram a mesma.
A Psicologia Moderna, com suas teorias edificantes e substanciosas, e com seus fatos positivos, mostra-nos o poder do magnetismo que utiliza os fluidos do Universo para destruir, conservar e vivificar.
A cura das moléstias abandonadas pela Ciência Oficial e a mumificação de cadáveres, pelo magnetismo, se acham registrados nos anais da História, não deixando mais dúvida a esse respeito.
No caso da figueira não se trata de uma conservação mas, ao contrário, de uma destruição, semelhante à destruição das células prejudiciais e causadoras de enfermidades, como na cura dos dez leprosos, e outras narradas pelos Evangelhos.
A figueira não dava fruto porque sua organização celular era insuficiente ou deficiente, e Jesus, conhecendo se mal, quis dar uma lição a seus discípulos, não só para lhes ensinar a terem fé, mas também para lhes fazer ver que os homens e as instituições infrutíferas, como aquela árvore, sofreriam as mesmas conseqüências.
Pelo lado filosófico, realça da parábola a necessidade indispensável da prática das boas obras, não só pelas Instituições, como pelos homens.
Um indivíduo, por mais bem vestido e mais rico que seja, encaramujado no seu egoísmo, é semelhante a uma figueira, da qual, em nos aproximando, não vemos mais que folhas.
Uma instituição, ou uma associação religiosa, onde se faça questão de estatuto, de cultos, de dogmas, de mistérios, de ritos, de exterioridades, mas que não pratique a caridade, não exerça a misericórdia; não dê comida aos famintos, roupa aos nus, agasalho e trato aos doentes; não promova a propaganda do amor ao próximo, da necessidade do erguimento da moral, do estabelecimento a verdadeira fé, essa instituição ou associação, embora tenha nome de religiosa, embora se diga a única religião fora da qual não há salvação (como acontece com o Catolicismo de Roma), não passa de uma “figueira enfolhada, mas, sem frutos”

O de que precisamos da árvore são os frutos. O de que precisamos da religião são as boas obras.
Os dogmas só servem para obscurecer a inteligência; os sacramentos, para falsear os ensinos do Cristo; as festas, passeatas, procissões, imagens, etc., para consumir dinheiro em coisas vãs e iludir o povo, com um culto que foi condenado pelos profetas dos tempos antigos, no Velho Testamento, e por Jesus Cristo, no Novo Testamento.
A Religião do Cristo não é a religião das “folhas” mas, sim, a dos frutos!
A Religião do Cristo não consiste nesse ritual usado pelas religiões humanas.
A Religião do Cristo é a da Caridade, é a do Espírito é a da Verdade!
A fé que o Cristo preconizou, não foi, portanto, a fé em dogmas católicos ou protestantes, mas, sim, a fé na Vida Eterna, a fé na existência de Deus, a fé, isto é, a convicção da necessidade da prática da Caridade!
Aquele que tiver essa fé, aquele que souber adquiri-la, tudo o que pedir em suas orações, sem dúvida receberá, porque limitará seus pedidos àquilo que lhe for de utilidade espiritual, assim como se tornará apto a secar
figueiras, dessas figueiras que perambulam nas ruas seguidas de meia dúzia de bajuladores; dessas figueiras, como as religiões sem caridade, que iludem incautos com promessas ilusórias, e com afirmações temerosas sobre os destinos das almas.
A figueira sem frutos é uma praga no reino vegetal, assim como os egoístas e avarentos são pragas na Humanidade, e as religiões humanas são pragas prejudicialíssimas à Seara do Senhor. Não dão frutos; só contêm folhas.
***
Estudada pelo lado científico, a parábola é um portento, porque, de fato, Jesus, com uma palavra, fez secar a figueira. Nenhum sábio da Terra é capaz de imitar o Mestre!
Encarada pelo lado filosófico, a lição da figueira que secou é um aviso do que vai acontecer aos homens semelhantes à figueira sem frutos; e às religiões que igualmente só têm folhas!
Nesta Parábola aprende-se ainda que a esterilidade, parece, é mal inevitável! Em todas as manifestações da natureza aqui e ali, se vê a esterilidade como que desnaturando a criação ou transviando a obra de Deus!
Nas plantas, nos animais, nos humanos, a esterilidade e é a nota dissonante, que estorva a harmonia universal. Na Ciência, na Religião, na Filosofia, até na Arte e a Mecânica, o ferrete da esterilidade não deixa de gravar o seu sinal infamante!
Acontece, porém, que chegado o tempo propício, a obra estéril desaparece para não ocupar inutilmente o campo de ação onde se implantou.
A figueira estéril da Parábola é a exemplificação de todas essas manifestações anômalas que se desdobram às nossas vistas.
Para não sair do tema em que devemos permanecer constitui o objeto deste livro, vamos comparar a figueira estéril com as Ciências humanas e as religiões sacerdotais
A primeira vista não parece ao leitor que a Parábola adapta perfeitamente a estas manifestações do pensamento absoluto e autoritário?
Vemos uma árvore, reconhecemos nessa árvore uma figueira; está bem entroncada, bem enfolhada, bem adubada, vamos procurar figos e nem uma fruta encontramos!
Vemos uma segunda “árvore”, que deve ser a da Vida, reconhecemos nela uma religião que já permanece há muitos anos e vem sendo transmitida de geração a geração; procuramos nela verdades que iluminem, consolos que fortifiquem, ensinos que instruam, fatos que demonstrem, e nada disso achamos, a despeito da grande quantidade de adubo que lançam em redor dessa mesma “árvore”!
O que falta ao Catolicismo Romano para assim se encontrar desprovido de frutos? Faltam-lhe porventura igrejas, fiéis, dinheiro, livros, sabedoria?
Pois não tem ele seus sacerdotes no mundo todo, suas catedrais pomposas, seus templos?
Não tem elo com o seu papa a maior fortuna que há no mundo, completamente estéril, quando deveria converter esses tesouros, que os ladrões alcançam, naquele outro tesouro do Evangelho, inatingível aos ladravazes e aos vermes? Não tem ele milhões e milhões de adeptos que sustentam toda a sua hierarquia?
Por que não pode a Igreja dar frutos demonstrativos do verdadeiro amor, que é imortal? Por que não pode demonstrar a imortalidade da alma, que é a melhor caridade que se pode praticar?
E o que diremos dos seus ensinos arcaicos e irrisórios, semelhantes às folhas enferrujadas de uma figueira velha? do seu dogma do Inferno eterno; do seu artigo de fé sobre a existência do Diabo; dos seus sacramentos e mistérios tão caducos e absurdos, que chegam a fazer de Deus um ente inconcebível e duvidoso?!
E assim como é a religião, é a ciência de homens, desses mesmos homens que, embora completamente divergentes dos ensinos religiosos dos padres, por preconceito e por servilismo andam com eles de braços dados, como se cressem na “fé” pregada pelos sacerdotes! Essa ciência terrena que todos os dias afirma e todos os dias se desmente!
Essa ciência que ontem negou o movimento da Terra e hoje o afirma; que preconizou a sangria para depois condená-la; que proclamou as virtudes do emético para anos depois execrá-lo como um deprimente; que hoje, de seringa em punho, transformou o homem num laboratório químico, para, amanhã ou depois, condenar como desumano esse processo!
E o que falta à Ciência para solucionar esse problema da morte, que lhe parece como fantasma funesto? Faltar-lhe-á “adubo”? Mas não estão aí tantos sábios? não tem ela recursos disponíveis para investigação e experiência? não lhe aparecem a todos os momentos fatos e mais fatos de ordem supra-materiais, meta-materiais para serem estudados com método?
Senhor! Está vencido o ano que concedeste para que cavássemos em roda da “árvore” e deitássemos adubo para alimentar e fortificar suas raízes! Ela não dá mesmo frutos e os adubos que temos gasto só têm servido para tornar a árvore cada vez mais frondosa e enfolhada, prejudicando assim o já pequeno espaço de terreno! Manda cortá-la e recomenda a teus servos que não só o façam, mas que também lhe arranquem as raízes! Ela ocupa terreno inutilmente.
Em três dias faremos nascer em seu lugar uma que preencha os seus fins, e tantos serão seus frutos que a multidão que nos rodeia não vencerá apanhá-los!
***
A esterilidade é mal incurável, que se manifesta nas coisas físicas e metafísicas. Há pessoas que são estéreis em sentimentos afetivos, outras em atos de generosidade, outras o são para as coisas que afetam a inteligência. Por mais que se ensinem, por mais que se exaltem, por mais que se ilustrem, as mesmas, permanecem como a figueira da Parábola: não há esterco, não há adubos, não há orvalho, não há água que as façam frutificar! Estas, só o fogo tem poder sobre elas!
Cairbar Schutel

PARÁBOLA DO TESOURO ESCONDIDO

“O Reino dos Céus é semelhante a um tesouro que, oculto no campo, foi achado e escondido por um homem, o qual, movido de gozo, foi vender tudo que possuía e comprou aquele campo.”
(Mateus, XIII, 44.)
O homem tem resumido a sua tarefa na Terra a procurar “tesouros”, a achar tesouros, a esconder tesouros, a vender o que possui para comprar campos que tenham tesouros. Assim tem acontecido, assim está acontecendo.
Para que trabalha o homem, na Terra? Para que estuda? Para que luta, a ponto de matar o seu semelhante?
Para possuir tesouros!
Jesus, sabendo dos artifícios que o homem emprega na conquista dos tesouros, fez do “tesouro escondido” uma parábola, comparando-o ao Reino dos Céus; fê-lo, naturalmente, para que os que recebessem esses conhecimentos, também empregassem todo o seu talento, todos os seus esforços, todo o seu trabalho, toda a sua atividade, todos os seus sacrifícios, na conquista desse outro “tesouro”, ao qual ele chamou imperecível, lembrando que “a traça e a ferrugem não o corrompem, e os ladrões não o roubam”.
O Reino dos Céus é um tesouro oculto ao mundo, porque os grandes, os nobres, os guias e os chefes de seitas religiosas não querem fazê-lo aparecer à Humanidade. Mas, graças à Revelação, aos Ensinos Espíritas, aos Espíritos do Senhor, hoje é muito fácil ao homem achar esse tesouro.
Mais difícil lhe pode ser, “vender o que tem e comprar o campo”, isto é, desembaraçar-se das suas velhas crenças, do egoísmo, do preconceito, do amor aos bens terrestres, para possuir os bens celestes.
Materializado como está, o homem prefere sempre os bens aparentes e perecíveis, porque os considera positivos; os bens reais e imperecíveis ele os julga abstratos.
A Parábola do Tesouro Escondido é significativa e digna de meditação: o homem terreno morre e fica sem seus bens; o homem espiritual permanece para a Vida Eterna e o tesouro do céu, que ele adquiriu é de sua posse permanente.
Cairbar Schutel

A PARÁBOLA DA PÉROLA

“O Reino dos Céus é semelhante a um negociante que buscava boas pérolas; e tendo achado urna de grande valor, foi vender tudo o que possuía e a comprou.”
(Mateus, XIII, 45 – 46.)
As pérolas constituem enfeites para a gente fina; são raras, por isso são caras. Quem possui grandes e finas pérolas possui tesouro, possui fortuna.
Além disso, são jóias muito apreciadas no seu todo, pela sua estrutura, pela sua composição.
Os porcos não apreciam, as virtudes das pérolas; preferem milho ou alfarrobas. Se lhes dermos pérolas, eles pisam-nas e submergem-nas no lamaçal em que vivem; por isso disse Jesus: “Não deis pérolas aos porcos.”
Certamente já havia o Senhor do Verbo Divino comparado o Reino dos céus a uma pérola de raro valor, quando propôs aquela recomendação a um discípulo que deliberara anunciar a sua Doutrina a um homem-suíno.
Na verdade, há homens que são Homens, e há homens que se parecem muito com suínos.
O suíno vive exclusivamente para o estômago e para a lama. Os homens suínos também vivem de lama e para o estômago.
A estes as “pérolas” nada significam: as alfarrobas melhor lhes sabem.
O Reino dos Céus, nos tempos atuais, é incompatível com o Reino do Mundo.
Para a aquisição da pérola o homem vendeu tudo o que possuía; para a aquisição da Pérola do Reino dos Céus o homem precisa vender o Reino do Mundo.
Há Reino do Mundo, e há Reino dos Céus. Aquele desaparece com as revoluções, ao chamado da morte, ou o guante da miséria.
O Reino dos Céus permanece na alma daquele que souber possuí-lo.
Cairbar Schutel

PARÁBOLA DO GRÃO DE MOSTARDA

“O Reino dos Céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e lançou no seu campo; o qual grão é na verdade, a menor de todas as sementes, mas depois de crescida é a maior das hortaliças e faz-se árvore, de tal modo que as aves do céu vêm pousar nos seus ramos.”
(Mateus, VIII, 31-32 – Marcos, IV, 30-32 – Lucas, 18-19.)
Consideremos, aqui, o Reino dos Céus como tudo o que está acima e abaixo, à direita e à esquerda de nós, todo esse espaço imenso, infinito, incomensurável, onde se balançam os astros e fulgem as estrelas (*); todo esse Éter que nos parece vazio, mas que, na verdade, encerra multidões de seres e de mundos, onde se ostentam maravilhas da Arte e da Ciência de Deus.
(*) Vide também O Espírito do Cristianismo.
Para quem o vê da Terra, com os olhos da carne, parece o seu conhecimento insignificante, como o é uma semente de mostarda.
Mas, depois que o estudamos, assim como depois que se planta a semente, nossa inteligência se dilata, como se dilata a semente quando germina; transforma-se o nosso modo de pensar, como sói acontecer à semente modificada já em erva; e o conhecimento do Reino dos Céus cresce em nós como cresce a mostarda, a ponto de nos tornarmos um
centro de apoio em torno do qual voluteiam os Espíritos, bem assim os homens que sentem a necessidade desse apoio moral e espiritual, da mesma forma que os pássaros, para o seu descanso, procuram as árvores mais exuberantes para gozarem a sombra benéfica das suas ramagens!
O grão de mostarda serviu duas vezes para as comparações de Jesus: uma vez comparou-o ao Reino dos Céus; outra, à Fé.
O grão de mostarda tem substância e uma semente faz efeito revulsivo.
Essa mesma substância se transforma em árvore; dá, depois, muitas sementes e muitas árvores e até suas folhas servem de alimento.
Mas é necessária a fertilidade da terra, para que trabalhe a germinação, haja transformação, crescimento e frutificação do que foi semente; e é necessário, a seu turno, o trabalho da semente e da planta no aproveitamento desse elemento que lhe foi dado.
Assim acontece com o Reino dos Céus na alma humana; sem o trabalho dessa “semente”, que é feito pelos Espíritos do Senhor; sem o concurso da boa vontade, que e a melhor fertilidade que lhe podemos proporcionar; sem o esforço da pesquisa, do estudo, não pode aumentar e engrandecer-se em nós, não se nos pode mostrar tal como é, assim como a
mostarda não se transforma em hortaliça sem o emprego dos requisitos imperiosos para essa modificação.
A Fé é a mesma coisa: parece-se com um grão de mostarda quando já é capaz de “transportar montanhas”, mas a sua tendência é sempre para o crescimento, a fim de operar mudança para campo mais largo, mais aberto, de mais dilatados horizontes.
A Fé verdadeira estuda, examina, pesquisa, sem espírito preconcebido, e cresce sempre no conhecimento e na vivência do Evangelho de Jesus.
O Espiritismo, com seus fatos positivos, vem dar um grande impulso à Fé, desvendando a todos o Reino dos Céus.
Assim como o Reinado Celeste abrange o infinito, a Fé é tudo e dela todos precisam para crescer no conhecimento da Vida Eterna!
Cairbar Schutel

PARÁBOLA DO FERMENTO

“O Reino dos Céus é semelhante ao fermento, que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar toda ela levedada.”
(Mateus, XIII, 33 – Lucas, XIII, 20-21.)
Não há quem ignore o processo da panificação. Lança-se um tanto de fermento na massa de farinha, mistura-se e espera-se que fique toda levedada, para o que muito concorre o calor.
Aparentemente, quem vê a massa não diz que tem fermento; entretanto, depois de algumas horas, a própria massa levedada acusa a presença do mesmo.
Assim é o Reino dos Céus: o homem não se pode transformar, de simples e ignorante, em elevado e sábio de um momento para outro, como o levedo não transforma a farinha na mesma hora em que nela é posto.
Aos poucos, à medida que ouve a voz dos profetas, a palavra dos emissários do Alto, a inteligência do homem se vai esclarecendo e o seu Espírito se transforma: ele assimila o Reino dos Céus, que à prima facie lhe pareceu um enigma, mas depois se lhe apresentou positivo, racional, lógico.
Quem diria que uma só medida de fermento, em três medidas de farinha, leveda a mesma? preciso, porém, lembrar que o calor, não só na farinha para o pão, como também no homem, para a transformação de Espíritos, é indispensável. E este calor pode traduzir-se na atividade que empregamos para progresso que somos chamados a conquistar.
Caibar Schutel

PARÁBOLA DO JOIO E DO TRIGO

“O Reino dos Céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo. Mas, enquanto os homens dormiam, veio um inimigo dele, semeou joio no meio do trigo e retirou-se. Porém, quando a erva cresceu e deu fruto, então apareceu também o joio. Chegando os servos do dono do campo, disseram-lhe:
Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Pois donde vem o joio? Respondeu-lhes: Homem inimigo é quem fez isso. Os servos continuaram: Queres, então, que vamos arrancá-lo?
Não, respondeu ele; para que não suceda, que, tirando o joio, arranqueis juntamente com ele também o trigo. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e no tempo da ceifa direi aos ceifeiros: ajuntai primeiro o joio e atai-o em feixes para os queimar, mas recolhei o trigo no meu celeiro.”
(Mateus, XIII; 24 – 30.)
O homem tem sido, em todos os tempos, o eterno inimigo da Verdade.
A todos os jactas da Sua luz, opõe uma sombra para obscurecê-la ou desnaturá-la.
O joio está para o trigo, assim como o juízo humano está para as manifestações superiores.
Uma doutrina, por mais clara e pura que seja, no mesmo momento em que é concedida ao homem, suscita inimigos que a trucidam, interesseiros e interessados em manter a ignorância que a desvirtuam, revestindo-a de falsas interpretações e desnaturando completamente sua essência puríssima! São como o joio, que amesquinha, transforma, envenena e até mata o trigo!
A Doutrina de Jesus, embora de nitidez incomparável, de lógica e clareza sem igual, não podia deixar de sofrer essa malsinada “transubstanciação”, que a tornou esquecida ignorada e incompreendida das gentes.
Embora resumindo-se a Religião do Cristo no amor a Deus e ao próximo, no merecimento pelo trabalho, pela abnegação, pelas virtudes ativas, os sacerdotes dela fizeram um princípio de discórdia; degeneraram na em partidos religiosos que se digladiam numa luta tremenda de desamor, de ódio, de orgulho, de egoísmo, destruindo todos os princípios
de fraternidade estabelecidos pelo Cristo.
Em vez da Religião Imaculada do Filho de Maria, aparecem as religiões aparatosas de sacerdotes preconizando e mantendo cultos pagãos, exterioridades grotescas, dogmas, mistérios, milagres, exaltando o sobrenatural, escravizando a razão e a consciência das massas!
Este joio já agora de milênios, e que começou a surgir por ocasião da semeadura do bom trigo, nasceu, cresceu, abafou a bendita semente porque, segundo diz a parábola, quando o Cristo falou, os homens não lhe deram atenção, mas dormiram, deixando de prestar o necessário raciocínio às suas palavras redentoras!
E como depois, pela mescla da Palavra do Cristo com as exterioridades com que a revestiram, se fizesse confusão idêntica à do joio e do trigo, logo após nascerem, o Senhor deliberou esperar a ceifa, quer dizer, o fim dos tempos, que deveria apresentar o produto da sua Palavra e os resultados das religiões sacerdotais, com as suas pompas, para que os ceifeiros ficassem encarregados de Queimar o “joio” e recolher o “trigo” ao celeiro.
É o que estamos fazendo, e estes escritos elucidativos não têm por fim elucidar a Doutrina do Cristo, que é toda Luz, mas queimar com a chama sagrada da Verdade, o joio malfazejo, reduzi-lo a cinzas, a fim de que o Cristianismo domine, estabelecendo no coração humano o amor a Deus e fazendo prevalecer o espírito de Fraternidade, único capaz de resolver as questões sociais e estabelecer a paz no mundo.
Cairbar Schutel

𝘚𝘦 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ 𝘴𝘦𝘯𝘵𝘦 𝘲𝘶𝘦 𝘯𝘢̃𝘰 𝘵𝘦𝘮 𝘢𝘮𝘰𝘳 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘥𝘢𝘳, 𝘱𝘦𝘤̧𝘢 𝘢 𝘋𝘦𝘶𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘭𝘩𝘦 𝘥𝘦̂ 𝘰 𝘢𝘮𝘰𝘳 𝘲𝘶𝘦 𝘥𝘦𝘷𝘦 𝘥𝘢𝘳.
𝘐𝘴𝘴𝘰 𝘥𝘪𝘴𝘴𝘦 𝘚𝘢𝘯𝘵𝘰 𝘈𝘨𝘰𝘴𝘵𝘪𝘯𝘩𝘰, 𝘥𝘪𝘳𝘪𝘨𝘪𝘯𝘥𝘰-𝘴𝘦 𝘢 𝘋𝘦𝘶𝘴:
“𝘋𝘢-𝘮𝘦 𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘮𝘦 𝘰𝘳𝘥𝘦𝘯𝘢𝘴, 𝘦 𝘰𝘳𝘥𝘦𝘯𝘢-𝘮𝘦 𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘲𝘶𝘪𝘴𝘦𝘳𝘦𝘴.”
𝘈 𝘯𝘰́𝘴 𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘰𝘳𝘥𝘦𝘯𝘢 𝘋𝘦𝘶𝘴?
𝘖𝘳𝘥𝘦𝘯𝘢-𝘯𝘰𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘥𝘦𝘮𝘰𝘴 𝘢𝘮𝘰𝘳 𝘢o 𝘱𝘳𝘰́𝘹𝘪𝘮𝘰.
𝘚𝘦 𝘌𝘭𝘦 𝘯𝘰𝘴 𝘥𝘦𝘳 𝘦𝘴𝘴𝘦 𝘢𝘮𝘰𝘳 𝘦𝘮 𝘢𝘣𝘶𝘯𝘥𝘢̂𝘯𝘤𝘪𝘢, 𝘢𝘵𝘦𝘯𝘥𝘦𝘳𝘦𝘮𝘰𝘴 𝘫𝘶𝘣𝘪𝘭𝘰𝘴𝘰𝘴 𝘢𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘌𝘭𝘦 𝘯𝘰𝘴 𝘰𝘳𝘥𝘦𝘯𝘢.
𝘘𝘶𝘦 𝘴𝘦𝘫𝘢 𝘢 𝘴𝘶𝘢 𝘱𝘳𝘦𝘤𝘦:
“𝘋𝘢-𝘮𝘦, 𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳, 𝘰 𝘢𝘮𝘰𝘳 𝘲𝘶𝘦 𝘥𝘦𝘷𝘰 𝘥𝘢𝘳! 𝘌𝘯𝘤𝘩𝘦 𝘮𝘦𝘶 𝘤𝘰𝘳𝘢𝘤̧𝘢̃𝘰 𝘥𝘰 𝘵𝘦𝘶 𝘢𝘮𝘰𝘳, 𝘦 𝘴𝘦𝘳𝘦𝘪 𝘶𝘮 𝘧𝘪𝘦𝘭 𝘥𝘦𝘴𝘱𝘦𝘯𝘴𝘦𝘪𝘳𝘰 𝘯𝘢 𝘥𝘰𝘢𝘤̧𝘢̃𝘰 𝘥𝘦𝘴𝘴𝘦 𝘢𝘮𝘰𝘳!”

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