PRECE DA LUZ
Senhor,
Clareia-nos o entendimento, a fim de que conheçamos em suas consequências os caminhos já trilhados por nós; entretanto, faze-nos essa concessão mais particularmente para descobrirmos, sem enganos, as estradas mais retas que nos conduzem à integração com os teus propósitos.
Alteia-nos o pensamento, não somente para identificarmos a essência de nossos próprios desejos, mas sobretudo para que aprendamos a saber quais os planos que traçaste a nosso respeito.
Iluminai-nos a memória, não só de modo a recordarmos com segurança as lições de ontem, e sim, mais especialmente, a fim de que nos detenhamos no dia de hoje, aproveitando-lhe as bênçãos em trabalho e renovação.
Auxilia-nos a reconhecer as nossas disponibilidades; todavia, concede-nos semelhante amparo, a fim de que saibamos realizar com ele o melhor ao nosso alcance.
Inspira-nos ensinando-nos a valorizar os amigos que nos enviaste; no entanto, mais notadamente, ajuda-nos a aceitá-los como são, sem exigir-lhes espetáculos de grandeza ou impostos de reconhecimento.
Amplia-nos a visão para que vejamos em nossos entes queridos não apenas pessoas capazes de auxiliar-nos, fornecendo-nos apoio e companhia, mas, acima de tudo, na condição de criaturas que nos confiaste ao amor, para que venhamos a encaminhá-los na direção do bem.
Ensina-nos a encontrar a paz na luta construtiva, o repouso no trabalho edificante, o socorro na dificuldade e o bem nos supostos males da vida.
Senhor,
Abençoa-nos e estende-nos as mãos compassivas, em tua infinita bondade, para que te possamos perceber em espírito na realidade das nossas tarefas e experiências de cada dia, hoje e sempre.
Assim Seja.
Emmanuel
Paz
Se acreditas no bem
E busca praticá-lo …
Se não guardas rancor
Contra ninguém …
Se amas o próximo
Sem nada exigir …
Se anseias corrigir
Os teus próprios defeitos …
Se procuras trilhar
Nas pegadas do Cristo …
É provável que sofras,
No entanto, a paz, será sempre contigo.
XAVIER, Francisco Cândido; BACCELLI, Carlos A.. Crer e Agir.
Pelos Espíritos Emmanuel e Irmão José. IDEAL.
EDUCAÇÃO MORAL
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A educação cabe o inapreciável dever de transformar a criatura humana, alterando para melhor as paisagens morais da sociedade e do planeta terrestre.
Desempenhando o relevante papel de conduzi-la com segurança através do sistemático combate à ignorância, torna-se-lhe a moderadora da agressividade e das paixões primevas, substituindo-as por comportamentos saudáveis, que desenvolvem os sentimentos nobres e insculpem atitudes de respeito à vida e às suas manifestações.
Graças à sua ação continuada, são reformulados os códigos de conduta, que passam por significativa transformação ética, proporcionando bem-estar e harmonia, aspirações dignificadoras e produzindo realizações elevadas.
Alargando os horizontes do pensamento, a educação plasma o caráter em níveis superiores, contribuindo eficazmente para uma saudável convivência com o grupo social, sem atritos perturbadores nem injunções desgastantes.
A educação compete o elevado mister de erguer o ser humano às cumeadas do progresso, apresentando-lhe os horizontes infinitos que aguardam ser conquistados e lhe estão ao alcance.
As suas diretrizes arrancam o belo que jaz no íntimo das formas externas, toscas e embrutecidas, desvelando o anjo oculto que necessita exteriorizar-se.
Fala a linguagem da harmonia, mas também a do sacrifício indispensável para a ascensão.
Não, porém, e exclusivamente, a educação convencional, acadêmica, mas a moral, aquela que trabalha a inteligência e a emoção, os hábitos e as aspirações, o ser integral, que é de duração eterna.
Essa educação formal, sistêmica, memorizada, que recolhe informações intelectuais, contribui para o aprimoramento técnico e cultural, aquele que desenvolve os valores externos e aquisitivos para o consumo imediato.
À educação moral se direcionam os desafios éticos e comportamentais que trabalham nas estruturas íntimas da criatura, facultando-lhe o enriquecimento espiritual, e mediante o qual pode enfrentar com tranquilidade os processos degenerativos que consomem o organismo da sociedade.
Trata-se de poderoso antídoto à violência e à vulgaridade, que promove o indivíduo a níveis elevados de conduta, através dos quais preserva e desdobra os tesouros da sabedoria e da vivência dignificada.
Completando a educação formal, a de natureza moral compreende que o ser atual procede de experiências evolutivas que o assinalam com resquícios e sequelas decorrentes do trânsito por onde peregrinou, sendo indispensável incutir-lhe ensinamentos cujas estruturas transcendem às ambições do gozo e do egoísmo, numa concepção humanista a princípio, humanitária depois.
Lentamente os seus postulados tornam-se vivenciados, e mais profundos se apresentam na razão proporcional às conquistas realizadas.
A educação moral penetra a sua sonda na realidade espiritual e trabalha-a, moldando-lhe as asas da angelitude sem retirar-lhe os pés do caminho humano a percorrer.
Não se trata, certamente, de estabelecer programas de conduta religiosa ou filosófica, submetidos aos critérios ideológicos das suas tendencias partidárias. Mas, de transmitir diretrizes universalistas sobre o dever, a solidariedade, o amor, a compreensão, os direitos da cidadania e, acima de tudo, o respeito a tudo e a todos, trabalhando sempre para aprimorar-se e desenvolver o crescimento pessoal e, por extensão, o da Humanidade.
Além de um elaborado código de regras rígidas que interessam a grupos específicos, cabe a vigência de um compêndio de valores que sugerem greis organizadas que convivam harmonicamente com todos os grupos e segmentos sociais.
A educação moral não se circunscreve às palavras com efeitos especiais ou aos verbalismos e florilégios superados, e sim ao comportamento pacífico e fraternal abrangendo todas as pessoas e formas de vida em um imenso amplexo de dignidade e admiração.
Essa contribuição moral formará pessoas de hábitos morigerados e ricas de sentimentos disciplinados, formadoras de comportamentos saudáveis, que se ampliarão pela família alcançando a sociedade como um todo.
Centrado na imortalidade da alma, todo esse trabalho educacional proporá a construção de um ser integral, fomentando o desenvolvimento dos valores imperecíveis, aqueles que têm a ver com a realidade permanente e não apenas com a pessoa conjuntural da transitoriedade física, que se movimenta em busca das realizações que o túmulo desconsidera.
Nessa paisagem complexa, a educação moral dos sentimentos, desenovelando-os propõe um programa de fixação de condutas que se aprimoram, passando pelas diferentes fases do processo evolutivo.
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